TADEU, O (APENAS) DISCÍPULO (Parte 2) Lucas 9.57-62

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Seguir a Jesus em um processo de discipulado exige uma disciplina, lealdade e foco acima da média.

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Grande ideia: Seguir a Jesus em um processo de discipulado exige uma disciplina, lealdade e foco acima da média.
Estrutura: Resiliente, pois ele não pode esperar conforto material (vv. 57-58), decidido, pois ele não pode se ater a compromissos que não são prioritários (vv. 59-60) e focado, pois ele não retira os olhos do que é essencial (vv. 61-62).
Luke 6:16 NAA
Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que se tornou traidor.
Acts 1:13 NAA
Quando entraram na cidade, subiram para o cenáculo onde se reuniam Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago.
A associação da igreja da Armênia com o rol de apóstolos é uma das mais fundamentadas narrativas de toda a tradição histórica pós-bíblica. Judas é consistemente citado como um dos cinco apóstolos que visitaram e evangelizaram a região. Com a proclamação oficial feita em 301 d.C., a Armênia tornou-se a primeira nação cristã em todo o mundo. John D. Jones: É exatamente isso que constitui a verdadeira grandeza de Judas: dar o melhor de si, mesmo que despercebido dos homens. Judas foi fiel, mesmo nos lugares mais humildes. É relativamente fácil dar o melhor de si quando se é uma figura conspícua. O simples fato de as pessoas nos observarem os esforços e comentarem sobre nosso trabalho é, em sim mesmo, um incentivo e um encorajamento. Desalentador é, no entanto, dar o melhor quando ninguém faz de nós objeto de sua observação, atenção ou louvor. Esse procedimento é o maior triunfo e a maior proeze da fidelidade. Ó que Deus nos dê do espírito de Judas Tadeu. Não alcançaremos grande fama, tampouco nossos nomes figurarão na História. A despeito de tudo isso, teremos feito nosso melhor. Sim, quer os homens nos louvem quer nos ignorem, peçamos a graça de humildemente empreendermos o melhor de nós mesmos, para que sobre nossos ouvidos recaiam o doce reconhecimento. 'Muito bem, servo bom e fiel; sobr o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei: entra no gozo do teu senhor'.
STEPHEN UM:
Em suma, o chamado de Jesus ao discipulado radical não é uma ordem para que façamos algo que ele mesmo já não tenha feito por nós. A realidade de que o nosso Discipulador deixou todas as coisas por nós não apenas nos encoraja mas também nos fortifica para que respondamos ao chamado desse custoso discipulado. Somente um tal Deus seria digno de um tão profundo compromisso.
Mateus 8.18–22 (NAA)
18Vendo Jesus muita gente ao seu redor, ordenou que passassem para a outra margem.
19Então, aproximando-se dele um escriba, disse a Jesus: — Mestre, vou segui-lo para onde quer que o senhor for.
20Mas Jesus lhe respondeu: — As raposas têm as suas tocas e as aves do céu têm os seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
21E outro dos discípulos lhe disse: — Senhor, deixe-me ir primeiro sepultar o meu pai.
22Mas Jesus respondeu: — Siga-me e deixe que os mortos sepultem os seus mortos.
Resiliência. (vv. 57-58)
Lucas 9.57–58 (NAA)
57Enquanto seguiam pelo caminho, alguém disse a Jesus: — Vou segui-lo para onde quer que o senhor for.
58Mas Jesus lhe respondeu: — As raposas têm as suas tocas e as aves do céu têm os seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
resiliência
re·si·li·ên·ci·a
sf
1 FÍS Elasticidade que faz com que certos corpos deformados voltem à sua forma original.
2 FIG Capacidade de rápida adaptação ou recuperação.
ETIMOLOGIAingl resilience.
(a) Ele toma a iniciativa, ele se oferece para seguir (juntar-se a alguém como um discípulo, tornar-se ou ser seu discípulo) a Jesus.
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 0190 ακολουθεω akoloutheo

ακολουθεω akoloutheo

de 1 (como partícula de união) e keleuthos (caminho);

TDNT - 1:210,33; v

1) seguir a alguém que precede, juntar-se a ele como seu assistente, acompanhá-lo

2) juntar-se a alguém como um discípulo, tornar-se ou ser seu discípulo

2a) apoiar o seu partido

(b) E a ênfase que ele dá é efusiva: “aonde quer que fores”.
NVT:
57 Quando andavam pelo caminho, alguém disse a Jesus: “Eu o seguirei aonde quer que vá”.
Para Onde For Irei, 308 Cantor Cristão
Se eu tiver Jesus ao lado e por ele auxiliado, Se por ele for mandado a qualquer lugar irei.
Seguirei ao meu bom Mestre, Seguirei ao meu bom Mestre, Seguirei ao meu bom Mestre, Onde quer que for irei.
Seja meu caminho duro, espinhoso ou inseguro, Em seus braços bem seguro, aonde me mandar irei.
Males poderão cercar-me, ou perigos assustar-me, Mas, se Cristo segurar-me, aonde me mandar irei.
Quando terminar a vida, finda minha triste lida, Tenho a glória prometida, eu pra meu Senhor irei. Composição: Fanny Jane Crosby 1859-1930 / Ira David Sankey 1840-1908
(c) Ele é intenso, passional, exagerado até. Mas, não se questiona que toda essa energia não estava bem canalizada.
Lucas, Volumes 1 e 2 9.57–59. Supostos Seguidores de Jesus

Ele via multidões, milagres, entusiasmo etc. Parecia tão bonito estar estreitamente associado àquele que era o próprio centro de toda essa atividade. Por isso ele queria ser discípulo de Cristo, mas não conseguira compreender as implicações do discipulado, a saber: a negação de si mesmo, o sacrifício, o serviço, o sofrimento!

(d) A fala de Jesus é para expressar a verdade de que não se pode acomodar conforto e benefícios pessoais na proposta do discipulado.
Lucas 9.58 (NAA)
58Mas Jesus lhe respondeu: — As raposas têm as suas tocas e as aves do céu têm os seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
(e) Ele fala de “tocas” (esconderijos) e “ninhos”. (moradias) Logo está se referindo ao conforto na esfera material.
Lucas 18.22–23 (NAA)
22Ouvindo isso, Jesus lhe disse: — Uma coisa ainda falta a você: venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro nos céus; depois, venha e siga-me.
23Mas, ouvindo ele estas palavras, ficou muito triste, porque era riquíssimo.
Salmo 84.3 (NAA)
3O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes, perto dos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!
Lucas, Volumes 1 e 2 9.57–59. Supostos Seguidores de Jesus

O ponto que Jesus enfatiza, não obstante, é que esses animais têm habitações bem definidas, lares aos quais possam regressar sempre. O mesmo vale para as aves. Se as condições ecológicas (clima, provisão de alimentos) o permitem, elas têm seus ninhos, seus lugares de moradia temporal, lugar onde, por assim dizer, armar suas tendas.

Lucas, Volumes 1 e 2 9.57–59. Supostos Seguidores de Jesus

À medida que sua história avança, a Judeia o rejeita (Jo 5.18); a Galileia o expulsa (Jo 6.66); Gadara roga que saia de seu distrito (Mt 8.34); Samaria lhe nega hospedagem (Lc 9.53); a terra não o quer (Mt 27.23); e, finalmente, até mesmo o céu o abandona (Mt 27.46).

(f) Mas, essa interpelação de Jesus não pode nos fazer ter algum tipo de “compaixão piegas” para com Ele.
Jesus não precisa de nossa compaixão. Na verdade, devemos sentir pena de nós mesmos se temos um lar que nos prende quando Cristo nos chama para ir aos confins da terra.
(g) “Filho do Homem” é o título preferido de Lucas, que trabalha com a humanidade de Jesus, de uma forma mais intensa em seu evangelho.
John Piper:
Ele era um “filho de homem”, ou seja, um ser humano. E ele é o Filho de Deus, de modo que ele sempre existiu, ele é o Eterno Primogênito que vem do Pai e permanece para sempre. Ele sempre foi e sempre será. É a segunda pessoa da Trindade, e nele habita toda a divindade.
Ele também nasceu de uma virgem. Ele teve um pai humano que não teve relações com essa virgem até que Jesus nascesse. Jesus foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria. Portanto, ele é humano, completamente humano. A Bíblia quer enfatizar que ele é plenamente humano.
Porém, a percepção histórica mais importante e também mais sofisticada defende que o termo “Filho do homem” não se refere apenas à humanidade. É provável que esse título venha de Daniel 7. Ao ler esse capítulo, você vai ver que o Filho do homem é uma figura muito exaltada: não apenas uma figura humana, mas também é entronizada. Era o título que Jesus mais dava a si mesmo.
Creio que ele agia assim porque “Filho do homem” é uma expressão comum, quase um sinônimo de “ser humano”. Ele nasceu homem. E não há ofensa alguma aqui: quem não é um filho de homem? Mas quem tinha ouvidos para ouvir podia ouvir o eco de Daniel 7, no qual ele reivindicava para si uma posição de exaltação na história da redenção. E ele tinha a intenção de fazer isso mesmo.
2. Decisão. (vv. 59-60)
Lucas 9.59–60 (NAA)
59A outro Jesus disse: — Siga-me! Mas ele respondeu: — Senhor, deixe-me ir primeiro sepultar o meu pai.
60Mas Jesus insistiu: — Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Você, porém, vá e anuncie o Reino de Deus.
(a) Esse recebe o convite do próprio Jesus: “Segue-me”.
Mateus 4.19–22 (NAA)
19Jesus lhes disse: — Venham comigo, e eu os farei pescadores de gente.
20Então eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram.
21Pouco mais adiante, Jesus viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, o irmão dele. Eles estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e Jesus os chamou.
22Então eles, no mesmo instante, deixaram o barco e seu pai e seguiram Jesus.
(b) Mas, esse discípulo tem outra prioridade de ordem familiar: sepultar seu pai.
William Macdonald:
As palavras “Senhor” e “eu primeiro” são totalmente opostas uma à outra, devemos escolher uma ou outra.
2Timóteo 2.3–4 (NAA)
3Participe dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus.
4Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é agradar aquele que o recrutou.
Lucas, Volumes 1 e 2 9.57–59. Supostos Seguidores de Jesus

Segundo o costume, o funeral geralmente se realizava logo depois da morte (Jo 11.1,14,17; At 5.5,6,10). Em Israel era considerado um dever e um ato de bondade propiciar uma sepultura honrosa aos mortos (Mq 6.8), e se considerava que o mesmo tinha prioridade sobre qualquer outro serviço que estivesse requerendo atenção. A piedade filial obrigava um filho a dar assistência a esse ato final de devoção. Cf. Gênesis 25.9; 35.29; 49.28–50.3; 50.13,14,26; Josué 24.29,30; etc. Segundo os rabinos, a provisão de funeral decente para o ser querido de alguém requeria prioridade sobre quase qualquer outra coisa, inclusive o atendimento dos serviços religiosos, o estudo da lei etc. Portanto, não surpreende que esse homem pedisse a Jesus permissão para primeiro sepultar seu pai. Aparentemente, o pedido de prorrogação parecia ser razoável.

(c) A agenda desse discípulo era de morte, e Jesus coloca a questão nos seus devidos termos:
A MENSAGEM:
60. Jesus afirmou: “As coisas mais importantes primeiro. A prioridade é a vida, não a morte. A vida é urgente: anuncie o Reino de Deus!”.
Lucas, Volumes 1 e 2 9.57–59. Supostos Seguidores de Jesus

Como a passagem paralela (Mt 8.18) indica, Jesus já tinha dado a ordem de partir, e estava pronto para embarcar. Se esse homem queria estar na companhia imediata de Cristo, então deveria unir-se a ele agora mesmo. Outros poderiam encarregar-se do funeral.

(d) Repare na missão: “vai e anuncia o reino de Deus”. O texto vai repetir “reino de Deus” no v. 62.
Evandro Roque Rojahn:
Assim sendo, o Reino em seus aspectos temporais é classificado como Presente, Futuro e Presentemente Futuro. Sendo que, do Reino futuro somente participarão aqueles que seguirem os ensinos de Jesus e obedecerem a sua vontade deliberada e conscientemente. É possível fazer parte do reino já, agora e também no futuro, na eternidade.

O reino de Deus era um tema favorito na pregação de Jesus, mas o escopo completo de seu significado e implicações tem sido objeto de muita discussão. No nível mais básico, podemos dizer que o reino de Deus está presente onde quer que o rei seja encontrado.

A dimensão escatológica do reino é proeminente no Novo Testamento. Jesus, o rei, aparece principalmente de forma muito humilde - montando um jumento no Domingo de Ramos, por exemplo, ou morrendo na cruz, onde seu reinado foi “oficialmente” proclamado pelas autoridades romanas, provavelmente com pretenso sarcasmo (Lucas 23:38). Somente no eschaton é o rei revelado em sua glória, como vemos no livro de Apocalipse.

3. Foco. (vv. 61-62)
Lucas 9.61–62 (NAA)
61Outro lhe disse: — Senhor, quero segui-lo, mas permita que antes disso eu me despeça das pessoas da minha casa.
62Mas Jesus lhe respondeu: — Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus.
(a) A semelhança do primeiro ele se prontificou a seguir Jesus. Mas, ele de inicio coloca um impedimento eventual: despedir-se dos seus familiares.
Mateus 10.37–38 (NAA)
37— Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama o seu filho ou a sua filha mais do que a mim não é digno de mim;
38e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.
(b) Eliseu também solicitou o mesmo:
I Reis 19:19-21
19 - Partiu, pois, Elias dali, e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele, e ele estava com a duodécima; e Elias passou por ele, e lançou a sua capa sobre ele.
20 - Então deixou ele os bois, e correu após Elias; e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. E ele lhe disse: Vai, e volta; pois, que te fiz eu?
21 - Voltou, pois, de o seguir, e tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram; então se levantou e seguiu a Elias, e o servia.
(c) Mas, Jesus exige aqui uma lealdade absoluta.
Lucas 14:26
26 - Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
(d) A figura da “mão no arado” é poética:
Quem tem posto a mão no arado, não pode mais olhar pra trás!
Pois quem no arado põe a mão, tem trabalho certo e perto, tem serviço e profissão.
(e) Estou pensativo sobre essa palavrinha: “apto”.
ευθετος euthetos
de G2095 e um derivado de G5087; adj
1) bem localizado.
1a) apropriado.
1b) útil.
William Macdonald:
Não é questão de entrada no reino, mas de serviço no reino depois de entrar.
Lucas 17.10 (NAA)
10Assim também vocês, depois de terem feito tudo o que lhes foi ordenado, digam: “Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer.”
(f) O discípulo entrega o coração inteiramente ao seu Mestre, Jesus.
Gênesis 19:17
17 - E aconteceu que, tirando-os fora, disse: Escapa-te por tua vida; não olhes para trás de ti, e não pares em toda esta campina; escapa lá para o monte, para que não pereças.
Gênesis 19:26
26 - E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal.
(g) Ainda:
Tiago 1.6–8 (NAA)
6Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando, pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento.
7Que uma pessoa dessas não pense que alcançará do Senhor alguma coisa,
8sendo indecisa e inconstante em todos os seus caminhos.
Filipenses 1:21
21 - Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.
Lucas, Volumes 1 e 2 9.57–59. Supostos Seguidores de Jesus

O coração desse homem estava dividido. Deveria deixar de seguir o exemplo dos israelitas (1Rs 18.21) e, em vez disso, seguir os passos de Paulo (Fp 3.13,14). Então, pela graça e poder de Deus, ele seria “apto” para o reino de Deus, “muito útil para o Mestre” (2Tm 2.21).

(h) Para terminar:
O discipulado não é um teste, não é uma simulação, nem um treinamento. É real, é pra valer. Ou o seguimos sempre ou o perdemos de vista. Muitos querem seguir a Jesus agarrados ainda em outras prioridades, como que esperando o momento certo para escolher uma ou outra. E assim perdem o objetivo de vista. Para se arar a terra deve-se fixar os olhos aonde se quer chegar, caso contrário, os sulcos na terra podem sair errados e comprometer toda a plantação. A vida do discípulo tem os olhos fixos no autor e consumador consumador de sua fé, e para lá ele corre (Hb 12.1,2a). A família também terá sua importância dentro do Reino, mas como algo dentro dele, não como sua busca principal.
Gouvêa de Oliveira, Flávio; Gouvêa de Oliveira, Flávio. O Evangelho em Carne e Osso: Uma exposição do evangelho de Lucas para pessoas de corpo e alma (p. 183). Flávio Gouvêa de Oliveira. Edição do Kindle.
Charles Simeon descreve estes três personagens aqui: O primeiro (57-58) professa o extremo desejo de seguir a Cristo. O segundo (59-60) manifesta um elevado grau de relutância. O terceiro (61-62) professa um desejo de seguir a Cristo, mas pede permissão para um adiamento. Ao primeiro, Cristo mostra as dificuldades do discipulado. Ao segundo, mostra que qualquer consideração tem que ser posta de lado. Ao terceiro, Ele administra uma solene advertência.
4. Outras aplicações:
(a) Nosso diário de caminhada com Jesus não terá espaço para hesitações banais. Temos de manter a direção da nossa fé, mesmo quando a velocidade for afetada por nossas emoções.
Filipenses 3.13–14 (NAA)
13Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficam para trás e avançando para as que estão diante de mim,
14prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
(b) Não podemos esperar comodidades e satisfação de desejos pessoais em nosso discipulado. Seguir a Jesus implica em sacrifícios. Há um custo em nosso discipulado.
Lucas 14.26 (NAA)
26— Se alguém vem a mim e não me ama mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua mulher, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
Segundo o evangelho de João, na noite da traição, Judas Tadeu foi o último dos discípulos a dirigir ao Mestre questões acerca do porvir. Em resposta à dúvida do discípulo, Jesus imprimiu em seu coração algo que nortearia seu futuro trabalho missionário:
John 14:23 NAA
Jesus respondeu: — Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e o meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.
Para Judas e seus companheiros, esse status de morada divina se manifestou de forma sensível no Pentecostes. Assim, cheio do Espírito Santo e ardendo em amor pelas almas perdidas, o apóstolo lançou-se resoluto às missões estrangeiras, desprezando os perigos e as hostilidades típicas dos lugares estranhos por onde peregrinou. Semelhante projeto de vida lhe custaria, contudo, não apenas a renúncia de boa parte de suas realizações seculares, mas por fim, seu próprio sangue, derramado em um martírio que selaria sua fidelidade Àquele que o arregimentou para a nobre peleja (2 Tm 2.3,4).
O verdadeiro discípulo ama Jesus como Deus, ou seja, acima da família e de sua própria vida. Só Deus deve ser amado mais do que amamos nossa família e a nós mesmos. Imagine você que muitos daqueles que seguiam Jesus anonimamente, no meio daquela grande multidão, estavam hesitando em ter tal comprometimento com Jesus e com seu ensino porque estavam sob constante ameaça de sua própria família. Imagine que muitos deles poderiam ter ouvido de seus pais,de seus cônjuges ou até mesmo de toda a família o seguinte: “Você precisa decidir entre continuar seguindo Jesus ou viver nesta casa. Se você optar pelo Nazareno, será banido de uma vez por todas dessa família e passaremos a te tratar como inimigo”. Ora, isso não é muito diferente do que acontece hoje em alguns países de maioria islâmica, onde aqueles que se tornam cristãos são banidos de suas famílias, perseguidos por causa de sua fé e, por vezes, até martirizados.
Madureira, Jonas. O custo do discipulado: a doutrina da imitação de Cristo (pp. 27-28). Edição do Kindle.
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