Eleição Incondicional - Rm 9.6-29
As Doutrinas da Graça • Sermon • Submitted • Presented
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Introdução
Introdução
Estamos em uma série sobre as doutrinas da graça.
Semana passada em nosso primeiro sermão, falamos do poder, da extensão e do resultado do pecado na vida humana nos deixando totalmente e inteiramente depravados .
Vimos que não há nada em nós que faça com que Deus nos salve, porém, mesmo sabendo que o homem só sabe pecar e virar-se contra Deus, vimos que o Senhor deseja salvar alguns dentre a humanidade caída.
E ele o faz por meio da eleição.
No texto diante de nós, Paulo não pretende discutir se a eleição é um tema bíblico ou não.
Pois as páginas da bíblica estão repletas dessa doutrina.
Deus escolhe Abel, ao invés de Caim, Noé e seus filhos dentre tantos homens de seu tempo, escolheu Abraão, ao invés de qualquer outro homem do seu tempo.
Ele escolhe pessoas, nações, povos, inclusive dentre a trindade ele elege o Salvador do mundo, Jesus Cristo.
Logo, sabemos que Deus elege pessoas.
Nossa pergunta então é se essa eleição é condicional, ou incondicional?
Se a eleição é condicional, significa dizer que há algo no homem que chama a atenção de Deus para que o salve, logo, o homem não é totalmente e inteiramente depravado.
Se a eleição é condicional, isso significa que Deus então não é livre pra escolher, ele está preso a algo ou uma condição que o força a escolher pessoas.
Mas, cremos que a escritura defende claramente que a eleição é um ato livre de Deus, ou seja, a eleição é incondicional, porque não há no homem condição alguma que atraia Deus, e nenhuma amarra em Deus que o force a escolher o homem, ele escolhe como um ato da sua livre e soberana graça.
No texto diante de nós, Paulo se propõe a nos explicar como a eleição incondicional se dá na vida de gente tão terrível e profundamente depravada como nós.
A eleição incondicional é um fato apoiado em uma promessa que Deus fez ao patriarca Abraão de que por meio de seu descendente, um povo seria feito povo de Deus.
Mas me parece, ao olhar para este texto, que há uma dúvida se Deus ainda mantinha sua promessa de eleger pessoas para a salvação de pé.
Parece haver uma suspeição sobre a eleição, pois a promessa da eleição em Abraão (Gn 12), era que toda sua descendência seria salva, mas vemos em Rm 9.1-5, que nem todos os judeus estão sendo salvos, muitos, estão rejeitando o Salvador.
Como explicar que apenas uma parte está sendo alcançada, e não toda a descendência?
Este texto se propõe não só a responder que a eleição não falhou, mas que ela é incondicional e que Deus levará à cabo seu plano de eleger um povo para si por sua livre graça.
Paulo vai explicar tudo isso trazendo três testemunhos para confirmar sua tese.
1. Testemunho dos patriarcas - 6-13
2. Testemunho de Moisés - 14-18
3. Testemunho dos profetas - 19-29
Estes testemunhos tem apenas um objetivo, confirmar a palavra de Deus que aponta para promessa de que Deus elegeria para si de forma incondicional, um povo.
1. Testemunho dos patriarcas - 6-13
1. Testemunho dos patriarcas - 6-13
Vale lembrar que tudo que será dito não se trata de um teólogo sem coração escrevendo sobre como Deus escolhe alguns e não escolhe outros.
Não, pois os versos 1-5 descrevem um Paulo escrevendo sob tristeza e lamento por aqueles que se perdem.
E estes que se perdem, são seus parentes, que por causa da sua incredulidade, e de não terem sido alcançados pela eleição divina, sofrerão a condenação eterna.
E tendo isso em mente, chegamos ao verso 6.
6 Não pensemos que a palavra de Deus falhou. Pois nem todos os descendentes de Israel são Israel.
Paulo começa muito bem sua defesa, ele começa por dizer que os desígnios de Deus não mudam, se ele prometeu em sua palavra, assim se mantém.
Ele está dizendo que os que estão se perdendo, se perdem porque sua descendência de Abraão é apenas carnal, são filhos naturais de Abraão.
E Deus não incluiu em sua promessa os filhos meramente ligados a Abraão pela carne.
Mas o que podemos entender por descendência de Abraão?
Paulo já trabalhou isso em Romanos.
28 Não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é meramente exterior e física. 29 Não! Judeu é quem o é interiormente, e circuncisão é a operada no coração, pelo Espírito, e não pela Lei escrita. Para estes o louvor não provém dos homens, mas de Deus.
Paulo vê seus irmãos se perdendo porque eles não eram judeus que tiveram o Espírito operando em seus corações a verdadeira circuncisão.
Eles apenas eram judeus exteriormente, com as marcas nacionais, com identidade nacional, mas não fruto da promessa de eleição.
Paulo começa fazendo um distinção entre aqueles que seriam o verdadeiro Israel de Deus, e aqueles que seriam o Israel segundo a carne.
Um procede da carne, outro da palavra da promessa de Deus, pela eleição.
Uma é a igreja que nasce da palavra da promessa, outra é na descendência que nasce da carne, meramente étnica, meramente marcada pela circuncisão na carne, e não no coração.
Se não é a carne que define a descendência de Abraão, se não é pelo esforço da carne que nos achegamos a Deus e somos seu povo, o que define então?
O chamado, a eleição incondicional de Deus por sua livre graça.
Com isto em mente, devemos entender que Deus não falhou, sua palavra não falhou, se vemos os judeus aqui neste texto, e outras tantas pessoas se perdendo, não é porque Deus falhou, porque o evangelho não é poderoso, mas é porque não foram chamados segundo a eleição.
Nos versos a seguir, temos dois exemplos para reafirmar o que ensino de Paulo:
7-9 Abraão, Isaque e Ismael
10-13 Isaque, Esaú e Jacó.
Temos exemplos pra justificar porque existe uma descendência com base na eleição, e que não é constituída de todos os seus descendentes carnais.
1 exemplo:
7 Nem por serem descendentes de Abraão passaram todos a ser filhos de Abraão. Ao contrário: “Por meio de Isaque a sua descendência será considerada”. 8 Noutras palavras, não são os filhos naturais que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa é que são considerados descendência de Abraão. 9 Pois foi assim que a promessa foi feita: “No tempo devido virei novamente, e Sara terá um filho”.
Paulo está o tempo todo apontando para a Palavra da Promessa, para mostrar que o filho dessa promessa, da qual viria a descendência de Abraão, não era Ismael, mas Isaque.
Mas será então que todos que nascerem de Isaque estariam eleitos e por isso salvos?
Ai vem o segundo exemplo:
10 E esse não foi o único caso; também os filhos de Rebeca tiveram um mesmo pai, nosso pai Isaque. 11 Todavia, antes que os gêmeos nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má — a fim de que o propósito de Deus conforme a eleição permanecesse, 12 não por obras, mas por aquele que chama — foi dito a ela: “O mais velho servirá ao mais novo”. 13 Como está escrito: “Amei Jacó, mas rejeitei Esaú”.
Num primeiro momento, vemos Deus rejeitando Ismael, pois ele era filho segundo a carne, ele era um improviso à promessa, era o filho da tragédia daqueles que não confiam na palavra da promessa.
Daqueles que duvidando, improvisam a benção de Deus.
Do mesmo modo, houve improvisação em Isaque e Rebeca, porém, diante da palavra de Deus, não precisamos de improviso, precisamos de fé na palavra daquele que elege, que chama de forma eficaz, por meio da obra perfeita de Cristo.
Deus nunca pensou em fazer um povo do improviso, tão pouco desejou fazer um povo por meio das obras, nem do esforço humano, mas por meio da eleição.
Sendo assim, você não é fruto de um improviso, ou de uma gravidez indesejada, se você chegou aqui e tem sua confiança em Cristo, Deus elegeu você em Cristo antes da fundação do mundo, e nunca te deixará cair de suas mãos, pois a palavra do Senhor não falha.
Mas o texto diante de nós, mostra que a eleição faz um recorte, entre aqueles que o Senhor amou, porque elegeu, e aqueles que ele rejeitou porque o odiou.
Mesmo em Isaque, o Senhor escolhe um e rejeita o outro.
E o texto deixa claro, não é por nada que eles tivessem feito.
Também não foi como alguns dizem, que Deus conhecendo todas as coisas, sabia que Esaú iria rejeitar e Jacó iria crer.
A eleição não tem base naquilo que fazemos ou deixaremos de fazer.
Vejamos o exemplo dos irmãos, filhos do mesmo pai e da mesma mãe, Deus elege um e não elege o outro, o rejeita.
Este texto deixa claro algo para nós, que a eleição de Deus não está presa a contingências, Deus não está preso ao homem, Deus não está preso ao tempo, ao clima, ao humor, e tão pouco está preso a nós por causa das nossas obras.
Ele elege com base em sua livre graça soberana. A eleição é portanto, incondicional.
E essa é a única maneira de Deus ser glorificado pelo fato de salvar pecadores.
Se a eleição foi com base em uma condição encontrada em você, então Deus não recebe toda a glória.
Mas o texto diz, os gêmeos não fizeram absolutamente nada para serem eleitos.
2. Testemunho de Moisés - 14-18
2. Testemunho de Moisés - 14-18
Paulo começa este segundo trecho com uma pergunta.
Que diremos? Acaso Deus é injusto?
Convenhamos, a pergunta parece ser válida, pois no verso 13 vemos Deus elegendo Jacó e rejeitando, ou em outras versões, odiando Esaú.
Textos como este fazem nosso senso de justiça apitar e vibrar ao mesmo tempo.
Mas o que Paulo está querendo dizer com Deus amar um e odiar, ou rejeitar outro?
Sempre aprendemos que Deus é amor, e agora?
Precisamos entender isso.
Tanto Esaú como Jacó mereciam repúdio, por causa do pecado de Adão, de modo que, na realidade, é mais fácil explicar a rejeição de Deus por Esaú que seu amor por Jacó (Ml 1.2).
Quando todos merecem a morte, é um milagre de pura graça de Deus, se alguns recebem vida.
Certamente Jacó não merecia essa misericórdia mais que Esaú.
Podemos entender com isso que Deus é quem determina quem será salvo.
Tudo depende de Deus, que chama (eficazmente atrai) alguns, e não outros.
O que Paulo está dizendo, nos versículos 6–13, é isto: em última análise, a razão pela qual algumas pessoas são aceitas e são outras rejeitadas é que Deus assim o quis.
A vontade divina e soberana é a fonte tanto da eleição quanto da reprovação.
E esta não é uma doutrina apenas Paulina, mas Jesus ensinou isso:
18 “Não estou me referindo a todos vocês; conheço os que escolhi. Mas isto acontece para que se cumpra a Escritura: ‘Aquele que partilhava do meu pão voltou-se contra mim’.
Neste sentido a eleição incondicional é uma doutrina altamente bíblica, que demonstra o agir de Deus em escolher uns e rejeitar outros.
A eleição pode ser definida como o eterno propósito de Deus que faz certos indivíduos específicos serem, em Cristo, recebedores da graça salvífica, a fim de que vivam para a glória de Deus e obtenham a salvação eterna.
48 Ouvindo isso, os gentios alegraram-se e bendisseram a palavra do Senhor; e creram todos os que haviam sido designados para a vida eterna.
Reprovação é o eterno propósito de Deus em ignorar certos indivíduos específicos retendo sua a graça salvífica, ordenando-os ao castigo eterno por seus pecados.
7 Portanto, para vocês, os que crêem, esta pedra é preciosa; mas para os que não crêem, “a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular”. 8 e, “pedra de tropeço e rocha que faz cair”. Os que não crêem tropeçam, porque desobedecem à mensagem; para o que também foram destinados.
Paulo, esperando que nosso senso de justiça aguçado coloque Deus em xeque, levanta uma pergunta que muitas vezes vem em nossa mente.
14 E então, que diremos? Acaso Deus é injusto? De maneira nenhuma!
Para responder esta pergunta, Paulo traz o testemunho de Moisés.
15 Pois ele diz a Moisés: “Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão”. 16 Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus.
Lembra quando Moisés pede pra ver Deus, como Deus se mostra?
19 E Deus respondeu: “Diante de você farei passar toda a minha bondade, e diante de você proclamarei o meu nome: o Senhor. Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia, e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão”.
6 E passou diante de Moisés, proclamando: “Senhor, Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade,
Meus amigos, por mais duro que seja ouvir o que está descrito nos versículos 15 e 16.
Isso deve nos levar a mais alta expressão de adoração, porque Deus teve misericórdia de você, de mim, da sua igreja eleita e redimida pelo sangue de Cristo.
Se Deus mostra sua face misericordiosa a alguns e a esconde de outros, Deus não é injusto, muito pelo contrário, pois todos merecíamos o inferno.
Mas graciosamente ele escolhe dentre toda a massa pecaminosa, pessoas a quem ele decidiu livremente mostrar sua face graciosa.
Ele fez isso com Jacó, fez isso com Moisés, ele fez isso comigo e com você.
Mas o testemunho de Moisés, mostra também Faraó, a quem Deus decidiu rejeitar por meio do endurecimento do coração, ou escondendo sua face misericordiosa e demonstrando sua face de rejeição.
17 Pois a Escritura diz ao faraó: “Eu o levantei exatamente com este propósito: mostrar em você o meu poder, e para que o meu nome seja proclamado em toda a terra”. 18 Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer, e endurece a quem ele quer.
Se Deus pode manifestar sua misericórdia para com todos, porque ele não faz?
Por que Deus não salva a todos?
O versos 17-18 são dificílimos, descem atravessados em nossa garganta, e entra estranho aos nossos ouvidos.
Este texto mostra que Deus não só não salva alguns, como ele mesmo trabalha no coração endurecido daqueles a quem ele não salva, endurecendo-os mais ainda.
O verso 18 mostra isso.
Gente, num primeiro momento, parece que Deus é mal, como Deus pode endurecer um coração a ponto de a pessoa não crer.
Acontece que o coração do faraó, o meu e seu coração, nunca foi bom, nunca produziu nada louvável, o que Deus fez a ele, foi apenas asseverar sua dureza, ressaltar sua incredulidade.
Mas mesmo aqueles que Deus rejeita, ainda assim, recebem muitas bençãos da parte de Deus.
Por causa da bondade e graça de Deus. Recebem muitos dons naturais: vida, saúde, força, alimento, felicidade etc. (Mt 5.45; At 14.17; 17.28; Rm 1.19; Tg 1.17 etc.).
Também com respeito ao réprobo, Deus não o deixa sem testemunho. Ele o suporta com muita longanimidade (Rm 9.22).
O que Deus está fazendo com Faraó e com aqueles que ele rejeita, está descrito em Romanos 1.26.
26 Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza.
Deus não torna ninguém mal, somos maus por natureza, o que Deus fez com faraó, é apenas tirar o freio da sua maldade, pois somos totalmente depravados, a ponto de que ninguém faz todo o mal que pode fazer.
Deus coloca um freio na humanidade, mas no caso mencionado de Faraó, ele tira o freio, e sua maldade é ressaltada, e nisso Deus mostrou seu poder sobre a dureza de Faraó mostrando seus sinais no Egito.
Porque ele mostra seu poder e glória, tanto elegendo alguns e reprovando outros, e temos de lidar com estas verdades da escritura.
Pra finalizar, Paulo vai ao terceiro e último testemunho.
3. Testemunho dos profetas - 19-29
3. Testemunho dos profetas - 19-29
19 Mas algum de vocês me dirá: “Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois, quem resiste à sua vontade?”
Paulo está prevendo todos os nossos questionamentos, ele sabia que iríamos perguntar algumas coisas a Deus.
Esse personagem da pergunta, tem em sua mente os seguintes questionamentos.
Se Deus escolhe incondicionalmente, se sua escolha não tem base na fé prevista que ele encontraria no coração humano, se ele tem misericórdia de quem quer e endurece quem quer.
Por que ele fica reclamando que as pessoas não o amam, não o adoram, não o buscam?
Se ele que elege, se ele que endurece, se ele entrega os homens a sua maldade, ele não deveria reclamar que as pessoas não o amam e nem o adoram.
Esta seria uma pergunta pra tentar achar alguma erro em Deus, alguma injustiça em Deus, que Deus está em alguma medida executando seu plano com falhas.
Então Paulo, pra responder essas pergunta do verso 19, faz uma nova pergunta.
20 Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? “Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: ‘Por que me fizeste assim?’”
Quem vem a mente quando Paulo fala assim, é do diálogo de Deus com Jó. No capítulo 40.
Jó está em meio a um grande sofrimento, cheio de chagas, destruído por dentro e por fora, perdeu tudo, está pedindo a morte por não entender o que se passa com ele.
Como se perguntasse, porque o Senhor não agiu com misericórdia comigo, porque me deixou entregue a esta desgraça, eu que tanto te amei, te servi, porque, porque e porque...
Jó fez as melhores perguntas que alguém poderia fazer a Deus, mas quando Deus vem a Jó, ele faz outras perguntas a Jó.
E é isso que Paulo faz aqui.
20 Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? “Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: ‘Por que me fizeste assim?’”
A pergunta de Paulo, deve nos levar a rever o que temos perguntado, ao invés de pensar que Deus é injusto em rejeitar pessoas e deixá-los a perdição.
Por que você não se maravilha com a realidade de ele ter usado de misericórdia com alguém terrível como você?
Deus deveria me matar pelos meus pecados, porque ele não fez?
Ao invés pensar sobre a justiça de Deus, porque não nos maravilhamos pelo fato dele ele ter usado de misericórdia conosco?
Porque pensar que Deus pode ser injusto chama tanta a nossa atenção, porque fazemos perguntas a Deus como se tivéssemos direitos e razões de colocar Deus na parede?
Ao invés de nos maravilharmos pelo fato de ele ter nos elegido em Cristo antes da fundação do mundo?
Paulo continua suas perguntas.
21 O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso?
Você consegue perceber que o objetivo destas perguntas é nos calar, é nos lançar ao chão, não em qualquer chão, mas aos pés da cruz.
Pois diante da doutrina da eleição incondicional não resta argumentos, resta maravilhamento e adoração, resta prostração diante daquele que nos recônditos do seu coração, escolhe para si um povo eleito em seu amor e graça.
Diante de um Deus que poderia por direito destruir o mundo inteiro, decide escolher alguns para neles demonstrar seu poder e graça.
Nos resta, adoração. Pois diante do plano de Deus, essa deve ser nossa resposta.
22 E se Deus, querendo mostrar a sua ira e tornar conhecido o seu poder, suportou com grande paciência os vasos de sua ira, preparados para a destruição? 23 Que dizer, se ele fez isto para tornar conhecidas as riquezas de sua glória aos vasos de sua misericórdia, que preparou de antemão para glória, 24 ou seja, a nós, a quem também chamou, não apenas dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
Deus assim executa seu plano.
A pergunta é, quem somos nós para questionar seus planos, quem somos nós para dizer que Deus é injusto?
A doutrina da eleição incondicional demonstra que Deus ao invés de jogar toda a massa caída no inferno, ele decide retirar de lá uma parte, e o faz para mostrar as riquezas de sua glória.
Tire a mente por um segundo da ideia de que Deus é injusto, ele não é você, e foque na eleição, e veja como Deus tem sido gracioso com você em elege-lo, não pelo que há em você, mas pelo que há nele, em Deus.
Amor, graça, misericórdia, deixe-se maravilhar pela obra de Deus em Cristo, em eleger você para a salvação.
Paulo, vai terminar, evocando para a conversa, Oséias e Isaías, dois profetas, para nos lembrar que Deus nos elege por sua livre e soberana graça.
25 Como ele diz em Oséias: “Chamarei ‘meu povo’ a quem não é meu povo; e chamarei ‘minha amada’ a quem não é minha amada”, 26 e: “Acontecerá que, no mesmo lugar em que se lhes declarou: ‘Vocês não são meu povo’, eles serão chamados ‘filhos do Deus vivo’ ”. 27 Isaías exclama com relação a Israel: “Embora o número dos israelitas seja como a areia do mar, apenas o remanescente será salvo. 28 Pois o Senhor executará na terra a sua sentença, rápida e definitivamente”. 29 Como anteriormente disse Isaías: “Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendentes, já estaríamos como Sodoma, e semelhantes a Gomorra”.
Só somos povo do Senhor, porque ele nos chamou, porque ele nos elegeu em Cristo Jesus, caso contrário, estaríamos perdidos, nos auto destruiríamos.
Estaríamos diminuídos como humanidade, pois nos mataríamos. Mas a escritura diz.
4 Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. 5 Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, 6 para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado.
Eu termino com uma pergunta, qual o benefício da eleição incondicional?
1. A eleição traz humilde;
1. A eleição traz humilde;
Se a eleição não tem base no que fazemos, não temos de nos orgulhar, mas sim chegar humildemente na presença de Deus em profunda gratidão e alegria, pois ele nos chamou.
O evangelho gera corações humildes e gratos.
2. A eleição incentiva nosso amor por Deus;
2. A eleição incentiva nosso amor por Deus;
Se temos alguma parte na salvação, não amaremos a Deus como deveríamos, pois temos do que nos orgulhar.
Mas diante das Doutrinas da Graça que temos ensinado, sabemos que em nada cooperamos com nossa salvação.
Mas se tudo do início ao fim é obra de Deus em seu amor, devemos amá-lo com tudo que somos e com tudo que temos, ele mostrou a nós a face da sua misericórdia em Cristo Jesus nosso Senhor.
Devemos amá-lo acima de tudo, ainda que isto custe nossa vida.
3. A eleição enriquece nossa adoração a Deus;
3. A eleição enriquece nossa adoração a Deus;
Sejamos honestos, quem pode admirar um Deus que querendo salvar as pessoas, não consegue executar seu plano, porque é freado pela rebeldia dos homens?
Quem seria salvo, se Deus estivesse condicionado a nós?
Mas porque ele nos elege e nada interrompe seu plano em reunir em Cristo um povo seu, devemos adora-lo agora e eternamente.
Ao sabermos que merecíamos ser destruídos, mas ele mostrou em Cristo sua face misericordiosa e graciosa, deveríamos impactar o mundo com nossa adoração, seja quando cantamos, oramos, pregamos e vivemos o evangelho, tudo deve redundar em adoração vibrante.
4. A eleição nos encoraja a evangelizar;
4. A eleição nos encoraja a evangelizar;
21 Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que crêem por meio da loucura da pregação.
Por isso, devemos pregar em tempo e fora de tempo, por causa da doutrina da eleição, sabemos que seremos bem sucedidos ao pregar o evangelho.
Ninguém que foi eleito eternamente, será alcançado pela morte, antes de ser alcançado pelo evangelho, por isso, devemos pregar hoje, amanhã e sempre.
O Evangelho é a mensagem pela qual Cristo chama todos aqueles por quem Cristo morreu para a salvação.
Se Deus elege alguns para a salvação e se ele está chamando os indivíduos para irem a Cristo, podemos avançar com coragem na pregação do evangelho.
Podemos ser destemidos, sabendo que o evangelho chama todos aqueles que o Senhor elegeu, e todos irão a eles.
5. A doutrina da eleição nos traz segurança;
5. A doutrina da eleição nos traz segurança;
Neste ponto, eu termino com o texto de:
29 Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou.
SDG