A EXCLUSIVIDADE DO EVANGELHO: GÁLATAS 1.6-9
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A EXCLUSIVIDADE DO EVANGELHO, GÁLATAS 1.6-9
A EXCLUSIVIDADE DO EVANGELHO, GÁLATAS 1.6-9
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Outro dia ouvi uma história que havia sido contada por um pastor idoso, já jubilado. Ele conta como era a igreja em seu ministério há trinta ou quarenta anos. Conta que ia montado a cavalo para as congregações distantes e não poderia ir todas as semanas. Por isso demorava até três meses a voltar na mesma congregação, mas quando chegava, aqueles irmãos estavam firmes na Palavra de Deus, se mantinham fieis nas doutrinas bíblicas. Essa é a diferença para nossos dias. Ele falava que hoje não podemos passar uma semana sem voltar nas congregações porque a influência da pregação de outros evangelhos é tanta que depois de uma semana a cabeça dos irmãos está totalmente confusa.
ELUCIDAÇÃO
ELUCIDAÇÃO
O contexto dos Gálatas
O apóstolo Paulo enfrentava uma situação semelhante com os gálatas. Aquelas igrejas foram plantadas por ele em uma de suas viagens missionárias. Mas Paulo não poderia permanecer com eles muito tempo, já que deveria continuar seu ministério, então deixa aqueles irmãos por um tempo. Mas as informações que ele recebe são perturbadoras, ele houve que muitos daqueles irmãos estavam dando ouvidos a falsos mestres e deixando o Evangelho de Cristo. Por isso, Paulo resolve escrever urgentemente àqueles irmãos a fim de defender o Evangelho que ele pregava e censurar os responsáveis por esse desvio. Vemos em todas as demais cartas de Paulo que ele sempre começa com uma longa saudação, com ações de graças, com louvor pelos irmãos, com elogios as igrejas, mas aqui, já no versículo 6 ele começa apresentando o assunto principal da carta e repreendendo aqueles irmãos. Paulo não faz arrodeio, mas vai diretamente ao ponto.
O versículo 6 diz o seguinte: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho,” Essa expressão “admira-me” mostra certa surpresa da parte de Paulo pela situação dos gálatas. É a primeira declaração de reprovação da parte dele. Essa palavra revela espanto e indignação.
Mas ele se admira de que? E ele responde, que estejais passando... A palavra “passando” poderia ser também traduzida por desertando. É uma figura militar que é utilizada no momento em que um soldado ou grupo de soldados se rebela ou abandona seu exército no campo de batalha ou até passa para o lado do exército rival. Eles eram chamados popularmente de vira-casacas, pois estavam abandonando o Evangelho de Cristo e passando para o lado de outro evangelho. Com isso a intenção de Paulo é chamar os crentes gálatas de apóstatas, eles estavam apostatando da sua fé ao deixarem o Evangelho de Cristo. Eles não haviam deixado por completo o verdadeiro Evangelho, mas estavam num processo gradativo de apostasia. Caso tivessem abandonado de forma definitiva o Evangelho seria muito difícil retornar. Comentando Sabemos que a apostasia conduz a um caminho sem volta, é o caso daqueles que são mencionados pelo autor aos hebreus.
Existe outro motivo que faz com que a repreensão seja mais séria que é a forma como eles estavam abandonando o Evangelho, a admiração se dá porque eles estavam passando “tão depressa” para outro evangelho. Para alguns comentaristas, Paulo fica indignado pelo fato de que havia pouco tempo desde sua ultima visita, na qual pregou o Evangelho de Cristo, e de forma tão rápida eles estavam esquecendo esse Evangelho. Para outros comentaristas essa rapidez se dá desde o momento em que foram convertidos até aquele momento, pois seria um espaço curto de tempo. Mas em ambos os casos podemos ver a inconstância dos gálatas e sua imaturidade na fé. Eles estavam sendo levados facilmente pelas falsas doutrinas. Eles esqueceram rapidamente o Verdadeiro Evangelho, por isso procuravam o falso.
Sendo assim, o propósito de Paulo em escrever essa carta e esse texto é trazer aqueles crentes de volta ao Evangelho que aqueles irmãos havia recebido. Para isso Paulo faz uma grande repreensão contra aqueles irmãos, contra o evangelho que eles haviam recebido e contra os pregadores desse falso evangelho.
O terrível problema que enfrentamos todos os dias é que assim como os gálatas, a igreja de hoje tem uma grande facilidade de esquecer o verdadeiro Evangelho. Aqueles crentes tinham ouvido o verdadeiro Evangelho, entenderam o Evangelho, receberam o Evangelho, mas pela sua inconstância esqueceram rapidamente desse Evangelho e estavam passando para um evangelho da auto-justificação. É por isso que temos a necessidade de sermos lembrados do Evangelho constantemente. Porque nosso coração é enganoso e sempre quer nos levar para longe do Evangelho de Cristo.
TEMA: A EXCLUSIVIDADE DO EVANGELHO
TEMA: A EXCLUSIVIDADE DO EVANGELHO
1º A EXCLUSIVIDADE DO EVANGELHO É REVELADA CONTRA QUALQUER OUTRO “EVANGELHO” QUE NÃO SEJA O DE CRISTO
1º A EXCLUSIVIDADE DO EVANGELHO É REVELADA CONTRA QUALQUER OUTRO “EVANGELHO” QUE NÃO SEJA O DE CRISTO
Texto
Texto
Versículo 6: Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para OUTRO Evangelho.
Esse novo evangelho era uma perversão judaica do Evangelho de Cristo, eles estavam tentando juntar o Cristianismo com as condições, cerimônias e padrões da antiga aliança. Provavelmente seria o grupo judaizante que é descrito no livro de Atos como aqueles que queriam obrigar os convertidos gentios a serem circuncidados assim como eram os judeus. Esse novo evangelho afirmava que a salvação acontecia por meio de Cristo, mas também pela obediência as exigências da Lei. Os falsos mestres tentavam juntar os ensinamentos dos apóstolos com as velhas práticas da antiga aliança que já haviam sido cumpridas em Cristo, bater tudo no liquidificador, entregar aos gálatas e dizer: “isso é o verdadeiro evangelho”.
Esse evangelho para o qual os crentes gálatas estavam passando é o evangelho da auto-justificação, no qual o sacrifício de Cristo não é suficientemente eficaz para salvar o homem, mas é necessário que o homem busque uma forma de se salvar por meio de seu esforço em cumprir as exigências da lei. Aqueles crentes estavam deixando de confiar sua salvação a Jesus Cristo e estavam confiando em si mesmos de que poderiam ser salvos pelas obras da lei.
Esse outro evangelho foi totalmente censurado por Paulo nesse texto e em todo restante da carta. É nesse ponto que o Verdadeiro Evangelho se mostra totalmente intolerante com o falso evangelho, porque o falso evangelho tenta tirar a glória de Cristo ao dizer ao homem: “Você pode se salvar sozinho mediante as obras que você fizer”. Ele usurpa a glória de Cristo e entrega ao homem usando a mentira da auto-justificação e do legalismo. É por isso que em 5.4 da carta Paulo fala: “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes”. O Genuíno Evangelho de Cristo, não tolera, não admite, não pode suportar de forma alguma a pregação de um evangelho com esse conteúdo.
Ilustração
Ilustração
A situação dos gálatas pode ser explicada através de todo ser humano. Todo homem tem uma busca dentro de si por Auto-Justificação. Todos nós buscamos um meio de cobrir por nosso próprio esforço os nossos pecados. Foi isso que Adão e Eva fizeram depois que pecaram e perceberam que estavam nus. Eles cozeram folhas de figueira a fim de cobrir sua nudez, mesmo que tenha sido uma tentativa inútil, mas foi a tentativa de auto-justificação que tiveram. O homem tenta cobrir a nudez dos seus pecados e a vergonha de sua culpa por si próprio. É isso que temos nos povo desde a antiguidade.
Era assim na idade média Antes da Reforma, quando as pessoas compravam as indulgências vendidas pela igreja de Roma, quando pagavam pela sua salvação ou a salvação de seus parentes, vivos ou mortos, comprando um pedaço de papel que declarava essa salvação; em busca de justificar os mortos, as pessoas colocavam as moedas no cofre de John Tetzel, a fim de que antes da moeda tilintar no fundo do cofre, as almas de seus entes queridos fossem livradas do purgatório; em busca de auto-justificação as pessoas compravam os milhares pregos da cruz que foram vendidos; em busca de auto-justificação as pessoas compravam lascas de madeira da cruz que era suficiente para construir um navio; em busca disso elas peregrinavam a vários lugares para ver as nove patas do jumentinho que carregou Jesus. Era em busca de auto-justificação que as pessoas rezavam e rezam missas por seus mortos; em busca de auto-justificação as pessoas subiam e ainda sobem as escadarias de grandes igrejas de joelhos, achando que ao final seus pecados estão perdoados; em busca de auto-justificação as pessoas rezam quinhentos “Pai Nosso” como penitência para se purificar de seus pecados.
É em busca de auto-justificação que no Espiritismo as pessoas buscam fazer boas obras, ajudando o próximo, abrindo ONGs,..., tentando se tornar cada vez mais espíritos evoluídos. Tudo isso eu trouxe para ilustrar o fato inquestionável de que o homem tem em si um desejo profundo de auto-justificação, isso está entranhado em seu coração. Mas, e nós? Nós que fomos transformados pelo Senhor e já conhecemos o verdadeiro Evangelho, será que não temos nada em nossa vida que busque uma forma de auto-justificação? Será que somos inocentes diante desse terrível pecado?
E por isso temos que ficar atentos porque por mais que afirmemos que confiamos nossa salvação somente a Cristo, podemos estar tentando acrescentar coisas a esse Evangelho e buscando alguma outra forma de justificar nossos pecados diante de Deus.
Aplicação
Aplicação
Os crentes de nossos dias têm passado para esse evangelho da auto-justificação. Eles afirmam que não buscam sua salvação em outras pessoas, ou em outras coisas e condenam que faz isso, mas procuram meios camuflados para isso. Um evangelho de obras tem sido pregado largamente em nossos dias, é o evangelho da “santificação”, no qual você não é salvo por Cristo somente, mas sua salvação depende também de sua santificação. Usa-se de forma equivocada aquele texto que diz que sem santificação ninguém verá a Deus, como se nossa santificação fosse uma forma de alcançar a salvação. Como se nossa salvação dependesse de Deus e também de nosso próprio esforço. Essa é a forma dos crentes buscarem sua Salvação.
Ilustração
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Ouvi um caso uma pessoa, membro de uma igreja evangélica que estava ouvindo um pastor presbiteriano pregar, e o pastor falava que a nossa salvação depende somente da Graça de Deus. Mas aquela pessoa ficou muito incomodada com a pregação e resmungava baixinho: “Não, a salvação é pela santificação!” Quando ouvi isso fiquei abismado de tal forma que pensei: Meu Deus, o que estão ensinando nas igrejas de hoje em dia? Que tipo de ensinamento é esse? Que evangelho é esse que está sendo pregado?
Aplicação
Aplicação
Isso é um arminianismo misturado com um pelágianismo e semi-pelágianismo. As duas últimas, são heresias graves que foram combatidas no inicio da história da Igreja. Mas que estão voltando e estão atacando com sucesso muitas de nossas igrejas, pervertendo o Evangelho de Cristo. Tentando corromper a glória de Cristo e entregá-la aos homens ao dizer que ele pode se justificar sozinho por meio de sua santificação. É o mesmo problema de Adão, é o mesmo problema dos gálatas, que tentavam se justificar pelas obras da lei.
Isso tem produzido igrejas deficientes nas quais o crente está salvo quando se santifica e perdido quando peca. Tem deixado muitos crentes entre a salvação e a condenação da noite para o dia. Tem sido um meio usado pelo inimigo para aprisionar suas almas inconstantes em um sistema de medo e ameaças. Tem roubado a liberdade dos que foram feitos livres por meio de Cristo. Tudo isso pela mentira da Auto-Justificação. O que a Escritura nos ensina não que é devemos nos santificar para sermos salvos, mas porque fomos salvos, então devemos viver uma vida de santidade.
Quero fazer algumas perguntas pessoais para que você responda para você mesmo: Você tem certeza de sua salvação? Você pode dizer que sim, mas, você já duvidou dela? Em algum momento em que caiu em algum pecado já encheu seu coração de dúvidas achando que não é um salvo? Isso é algo que pode acontecer algumas vezes em nossa caminhada cristã, não que dizer que você que tem essas duvidas não seja crente, mas também não quer dizer que ter esses sentimentos seja correto. Isso é fruto da incredulidade do nosso coração e é uma tentativa de auto-justificação, pois quando você tem essas dúvidas é porque seu coração não consegue descansar em Cristo, e se acha que perdeu a salvação é porque acha que ela depende de você, do que você faz ou deixa de fazer.
A segunda pergunta que quero dar está ligada à sua vida devocional: Quando você peca, continua com a mesma vida devocional? Quando você cai naquele pecado que muitas vezes gruda em você, tem continuado com suas orações com a mesma intensidade? Tem permanecido com suas leituras bíblicas com a mesma intensidade ou até melhorado? Se sim, louvado seja o Nome do Senhor, mas se quando você peca, você se afasta ainda mais de Deus, sente vergonha e se acha de tal forma indigno de se achegar a ele que acaba fugindo, deixa de orar, deixa de ler a Palavra dele. Você faz o mesmo que Adão, você foge de Deus e se esconde entre as árvores, a fim de não ser visto. Em algum momento você vai tentar cobrir sua nudez de alguma forma. Em seu subconsciente você está dizendo: “Quando passar um tempo, quando eu me santificar mais, quando eu estiver mais “puro”, então eu oro mais, eu leio mais a Palavra de Deus, eu busco mais ao Senhor”. Como se você pudesse achegar a Deus por meio de um mérito seu. Isso mais uma vez é uma tentativa muito comum de auto-justificação.
Devemos então atentar para isso, pois se agimos assim, até nossa busca para nos abstermos do pecado pode se tornar uma tentativa de Auto-Justificação, pois buscamos deixar o pecado não para glorificar a Deus, mas para chegar diante dele talvez até de forma inconsciente dizendo: Eu consigo me santificar sozinho, eu consigo vencer os pecados por minhas próprias forças, agora posso me achegar a Deus. Até a nossa devocional diária pode se tornar uma tentativa de justificação, quando buscamos fazê-la não para a glória de Deus, mas para termos nossa consciência limpa de que fizemos nossa obrigação para com Deus naquele dia e agora estamos santos diante dele.
Esse evangelho que estava sendo pregado pelos falsos mestres aos gálatas é um evangelho legalista, pois tenta colocar a salvação como sendo fruto do cumprimento de regras básicas que são ditadas pela lei, como se a salvação pudesse ser comprada mediante o cumprimento apenas pelo cumprimento de uma lei. O evangelho se mostra intolerante com esse evangelho legalista visto nos gálatas, porque o legalismo está totalmente ligado a um ato de Auto-Justificação.
Existem várias formas de buscarmos uma forma de nos justificarmos diante de Deus, podemos buscar nos justificar por nossa frequência nos cultos, pela nossa generosidade nos dízimos e ofertas, pela nossa caridade, etc. E se você, fazendo uma análise de sua vida percebe que está buscando uma forma de se salvar ou ajudar Deus na sua salvação, hoje o Senhor te convoca a abandonar vãs tentativas de se justificar, pois O Verdadeiro Evangelho de Cristo não pode tolerar isso.
O Verdadeiro Evangelho de Cristo é intolerante com o evangelho da auto-justificação, com o evangelho legalista, mas ele é intolerante também com qualquer outro tipo de evangelho que esteja fora de Cristo, é intolerante com qualquer acréscimo ao Evangelho de nosso Senhor. Ele é intolerante com esse evangelho da prosperidade, ele é intolerante com esse evangelho da confissão positiva, é intolerante com o evangelho e a teologia da libertação, é intolerante com esse evangelho da apelação, o qual apela para o homem, como se Deus estivesse desesperado por causa da sua rejeição, como se Deus precisasse ou devesse algo ao homem; o Verdadeiro evangelho é intolerante com esse evangelho inofensivo que tem sido pregado que busca somente agradar ao homem e não lhe apresenta sua verdadeira condição. O genuíno Evangelho é intolerante com qualquer pregação de um evangelho que exalta o homem em lugar de Deus que é bendito eternamente. Amém!
2º A EXCLUSIVIDADE DO EVANGELHO SE RELEVA CONTRA OS PREGADORES DE UM FALSO EVANGELHO.
2º A EXCLUSIVIDADE DO EVANGELHO SE RELEVA CONTRA OS PREGADORES DE UM FALSO EVANGELHO.
Texto
Texto
A repreensão de Paulo não é só contra os gálatas ou contra o outro evangelho que eles estavam recebendo, mas sua indignação se revela aqui também contra os falsos mestres que ensinavam aquela doutrina. Sua repreensão é contra aqueles que queriam perverter o evangelho de Cristo. Versículo 7. Ele fala que haviam alguns com esse propósito, esses seriam os que já citei anteriormente, falsos crentes que queriam colocar os costumes do judaísmo na igreja. O efeito do trabalho desses judaizantes pode ser visto quando ele fala que seu propósito é perverter o Evangelho. Essa perversão pode ser traduzida por confusão, por uma forma de trazer dúvidas sobre o Evangelho e conflitos. A partir desse versículo Paulo apresenta uma repreensão severa contra os falsos apóstolos e para defender o Evangelho.
Paulo usou dois argumentos principais para defender o Evangelho que pregava. O primeiro argumento é que ele se coloca debaixo da maldição de Deus caso pregasse um evangelho diferente daquele que já havia anunciado. Ele diz: Ainda que nós... Venhamos pregar um evangelho diferente desse, seja anátema. Ele começa com esse argumento para combater qualquer acusação dos falsos profetas, caso viessem questionar a autenticidade do Evangelho que ele pregava. Com isso ele estava dizendo: Esse Evangelho é tão verdadeiro que nem ele mesmo que era apóstolo de Cristo poderia mudar seu conteúdo e caso viesse mudar deveria ser considerado amaldiçoado por Deus.
O segundo argumento utilizado diz respeito ao testemunho dos anjos, quando fala que até mesmo um anjo vindo do céu deveria ser considerado anátema caso pregasse um evangelho diferente do original. Ele usa uma situação hipotética, que seria impossível acontecer, até mesmo um exagero, para mostrar a seriedade do que ele estava dizendo. Seria um absurdo um anjo vindo do céu que pregasse outro evangelho, mas para Paulo, o Evangelho que ele pregava era tão importante que nem mesmo um anjo poderia mudar seu conteúdo e caso mudasse, não poderia ficar impune, mas deveria ser considerado como anátema, debaixo da maldição de Deus.
É por meio desses dois argumentos que ele combate os falsos mestres que estavam perturbando a igreja. Existe, entretanto um motivo principal que motivou Paulo a usar esses argumentos. Geralmente os falsos profetas se utilizavam de nomes famosos para pregar suas doutrinas, muitas vezes usavam o nome de algum apóstolo ou o nome de alguém influente na igreja para pregar seus ensinamentos, como se estivessem pregando em nome daquela pessoa. Muitos deles eram eloquentes e carismáticos, e dessa maneira conquistavam a simpatia das igrejas, tornando-se conhecidos. Por isso Paulo recorre a sua autoridade apostólica, como alguém escolhido por Deus para pregar o Evangelho, e recorre também a autoridade dos anjos, criaturas celestiais que assistem diante de Deus, mais santas e poderosas que os homens. Mas que nenhum deles por mais autoridade que tivessem poderiam mudar absolutamente nada do Verdadeiro Evangelho. Caso fizessem isso seriam condenados por Deus debaixo de uma anátema, de modo que não ficariam impunes.
Ilustração
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Foi uma estratégia parecida com isso que a igreja romana fez para se manter no poder durante séculos antes da Reforma e até os dias de hoje. Essa doutrina foi aprovada pela igreja apenas no século 19, embora tenha sido difundida, séculos antes. Ela usou a figura do Papa como alguém infalível, que seria o sucessor de são Pedro na terra, ou seja, usa a figura de um apóstolo, e tudo o que ele falar deve ser obedecido, pois enquanto está assentado na cadeira de são Pedro, jamais pode errar. A palavra do Papa é lei e também não pode ser questionada. Até os dias de hoje esse é o argumento utilizado por eles.
Observe mais uma vez que a estratégia usada pelos falsos mestres nos tempos de Paulo são basicamente as mesmas de hoje em nosso país. Observe muitas dessas novas igrejas do nosso país. O interessante é que elas se apegam sempre a figura de um líder em especial e destacam a figura desse líder como sendo alguém de maior autoridade em sua denominação. Sempre existe um líder famoso e influente que é usado como uma autoridade para a pregação de suas doutrinas. Muitos deles estampam a foto do líder como se fosse uma espécie de propaganda para chamar a atenção das pessoas. Esse líder sempre tem algo diferenciado a oferecer, seja o carisma, a simpatia, a prosperidade, a cura de alguma enfermidade incurável para a medicina, entre tantas outras coisas, mas o que é destacado sempre é a figura desse líder como sendo portador de alguma autoridade ou poder miraculoso especial vindo da parte de Deus.
Esses lideres geralmente utilizam um nome que lhes forneça mais autoridade. Geralmente são chamados de bispos, apóstolos, hoje em dia até mesmo paipóstolo, ou patriarcas, porque de alguma maneira isso vai dar mais credibilidade a sua pregação.
Aplicação
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Esses homens são sorrateiros em incrementar suas doutrinas dentro da igreja. O evangelho pregado por eles muitas vezes vai ter a aparência do verdadeiro, mas na realidade é uma distorção, é um evangelho totalmente diferente do original. O problema é que a igreja de hoje, assim como os gálatas estão recebendo esses falsos profetas como se fossem realmente servos de Cristo e muitas vezes não conseguem enxergar nenhuma diferença na pregação desses falsos profetas com relação à genuína pregação do Evangelho.
Não é raro ouvir de alguns irmãos: O que importa é que eles estão pregando a Palavra de Deus, falar de Deus é o que importa. Outros até dizem: Existe sim alguma diferença entre o que esses homens pregam e o que nós pregamos, mas é besteira, isso não influencia na salvação mesmo. O que essas pessoas não estão percebendo é que ao fazer isso elas estão concordando com a pregação de homens que não tem nenhum compromisso com o Senhor, que muitas vezes tem uma aparência de piedade, mas são na realidade lobos em pele de cordeiros, loucos para devorar almas inconstantes. Pelo fato de pregarem outro evangelho diferente do de Cristo e acrescentar coisas a esse evangelho, eles não tem parte alguma com Deus, mas são discípulos do diabo, usados por ele para perverter a igreja. Nem só pelo fato de falarem em nome de Deus esses homens são de fato de Deus.
Aplicação
Aplicação
O que Paulo ensina aqui, entretanto, é o contrário do que aqueles homens faziam e o contrário do que os falsos profetas de hoje em dia fazem. Paulo estava dizendo que ninguém tem autoridade para mudar o evangelho, por maior autoridade que tivesse, por mais influência e fama que tivesse na igreja. É por meio desse conhecimento que precisamos então julgar os pregadores dos nossos dias, por meio daquilo que eles pregam. Por mais que tenham autoridade no meio da igreja, por mais que preguem sob autoridade de alguém conhecido ou até sejam famosos, por mais que sejam até presbiterianos, por mais que se digam reformados; por mais que sejam pastores, diáconos, missionários, presbíteros, bispos, apóstolos, profetas, “paipóstolos”, o Papa. Todos eles devem ser examinados a luz da Escritura, caso tenham se afastado dela e preguem uma virgula ou um tio além do que a Escritura nos ensina, devem ser considerados anátemas, não devem ser ouvidos pela igreja. Por mais que sejam respeitados, que tenham carisma, que você até goste de ouvi-los, se não estiverem na Escritura estão debaixo do juízo de Deus.
Texto
Texto
A consequência da pregação dos falsos apóstolos para eles mesmos é dita por Paulo na continuação do texto. No fim do versículo 8 ele diz qual seria o castigo para qualquer um que pregasse outro evangelho fora do de Cristo. Mesmo que fosse ele ou até um anjo vindo do céu. Ele diz: Seja anátema! No versículo 9 ele usa a mesma expressão num sentido diferente. No versículo 8 ele usa duas situações hipotéticas, que seriam impossíveis de acontecer, o caso de que ele ou um anjo pregasse outro evangelho. Mas no versículo 9 ele diz: Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema. Ele usa essa expressão para qualquer um que viesse pregar outro evangelho diferente daquele que os gálatas já haviam recebido trazendo agora para uma situação real que estavam enfrentando. Ele faz isso para incluir os falsos mestres que estavam inseridos na igreja, dizendo eles que estavam debaixo de uma anátema.
A palavra anátema significa “separado de Cristo”, “condenado eternamente”, é uma maldição da parte de Deus sobre todo aquele que prega outro evangelho além do de Cristo. Essa palavra tem um significado de banimento.
Ilustração
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Por exemplo, para alguns pecados em Israel a ordem de Deus era que a pessoa fosse retirada do meio do povo. É o mesmo sentido empregado aqui, o falso profeta estaria sob a mesma maldição de Deus, ele deveria ser retirado do meio do povo. Ele estava condenado a ser separado de Deus e destinado à condenação a morte por apedrejamento. Foi isso que aconteceu com os profetas de Baal no Monte Carmelo, Elias matou a todos eles por serem falsos profetas.
Isso é tão grave que Paulo na fala somente uma vez, mas ele o repete mais uma vez para dar ênfase ao que tinha dito. Mostrando que não era uma simples situação. Você pode dizer: Quando ele profere essas palavras ele não está fazendo da boca pra fora, ele não está fazendo disso uma questão pessoal, mas a gravidade de tudo isso está no fato de que as palavras de Paulo vem da parte do próprio Deus. Sendo assim, um falso profeta está em sua situação tão complicada a ponto de estar debaixo do juízo e da condenação do próprio Deus. É Deus quem julga os falsos profetas, é do próprio Deus que vem a sua perdição.
O próprio Jesus demonstra sua severidade quanto aos falsos profetas em Marcos 9.42: E quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar.
Aplicação
Aplicação
Assim também o juízo de Deus não foi retirado de homens que pregam um falso evangelho em nossos dias. Todos esses malandros que estão na TV, no rádio, na internet, etc. que distorcem a mensagem do Evangelho para ganhar dinheiro à custa dos outros, comprando fazendas, apartamentos e carros de luxo; que usam a Palavra de Deus para enganar e conseguir fama, poder ou coisas do tipo, estão debaixo da maldição de Deus. Todos os que vendem água mineral ungida, caneta ungida por mil reais de Agenor Duque, sal grosso, rosa ungida, lencinho da Mundial, toalha como suor e sangue do apóstolo Valdemiro que pode até perdoar pecados. e outras coisas das mais variadas possíveis. Todos esses não ficarão impunes diante de Deus. Outros que se vestem de palhaço ou de Chapolin Colorado para pregar na igreja e transformam a mensagem do evangelho em piada em redes sociais, ou que fazem o famoso humor gospel, brincando com Deus como se ele fosse um moleque, tudo isso com a conversa mentirosa de que querem atrair jovens para a igreja. Todos vão comparecer diante de um Deus sério para prestar contas das suas palhaçadas.
Todo aquele que diz que é necessário que o homem faça alguma coisa para ajudar Deus na sua Salvação, ou que afirma que é necessário dar o dízimo, guardar o sábado ou fazer qualquer outra coisa para ser salvo. Todos esses, serão condenados por Deus e se encontrarão cara a cara com ele para prestar contas das suas palavras mentirosas.
Precisamos entender isso, não podemos continuar achando que homens que distorcem o evangelho são servos de Cristo e estão salvos. Eles são do grupo que chegará diante do Senhor e dirá: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade. Mateus 7.22. Todo aquele que prega algo além do Evangelho está debaixo do anátema de Deus, está separado eternamente de Cristo. Eles estarão debaixo da palavra do Senhor que diz: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro. Apocalipse 22.18-19
Nós que somos pregadores precisamos estar atentos para que não venhamos cair no erro desses homens, precisamos estar atentos para a motivação do nosso coração em pregar o Evangelho, porque se mudamos a sua mensagem para agradar a nossa vontade, então nos tornamos mentirosos e o juízo de Deus estará sobre nós. Se você faz uso de um púlpito, ou se você simplesmente compartilha da Palavra de Deus com seus amigos de maneira informal, atente para o que você está ensinando, porque se estiver alterando a mensagem do Evangelho, um dia Deus te pedirá contas das suas palavras.
Esse é o verdadeiro Evangelho de Cristo, ele é exclusivo porque não aceita a pregação de qualquer outro evangelho fora de Cristo e é intolerante com os pregadores deste falso evangelho. Ele os abomina!
Existe um motivo principal pelo qual a Exclusividade do Evangelho é revelada, é porque...
3º O EVANGELHO É O ÚNICO MEIO DE SALVAÇÃO E PREGA EXCLUSIVAMENTE A GRAÇA POR MEIO DE CRISTO.
3º O EVANGELHO É O ÚNICO MEIO DE SALVAÇÃO E PREGA EXCLUSIVAMENTE A GRAÇA POR MEIO DE CRISTO.
Vimos no versículo 6 que o apóstolo Paulo estava indignado com os gálatas porque estavam abandonando o verdadeiro evangelho da Graça de Cristo, eles estavam abandonando esse Evangelho e passando para “para outro evangelho”. Como já falamos, aparentemente conteúdo desse novo evangelho não era totalmente diferente do original, ele não se mostrava discordar em todos os pontos do verdadeiro evangelho, mostrava uma aparência bonita, como se aquela pregação fosse realmente a Palavra de Deus. Mas o problema é que a pregação daquele evangelho estava totalmente pervertida pelos falsos profetas que acrescentavam coisas ao Evangelho de Cristo, eles mesclavam o Evangelho original com suas próprias invenções.
Esse outro evangelho é censurado por Paulo e não é tolerado pelo verdadeiro evangelho por que por mais que seu mostrasse parecido com verdadeiro é uma cópia falsificada, é outro totalmente diferente. Existem no texto grego duas palavras para outro evangelho. Existe a palavra heteros e a palavra Allos, a palavra Allos significa outro da mesma natureza. Por exemplo, Jesus disse que seria assunto aos céus, mas não deixaria seus discípulos órfãos, porque mandaria outro consolador, a expressão: Outro consolador que seria o Espírito Santo é outro da mesma natureza divina que o Senhor Jesus, é a mesma palavra que Paulo usa. Outro exemplo que podemos dar é a figura de dois homens, um é diferente do outro, mas tem a mesma natureza. Mas a palavra empregada aqui é heteros, ou seja, outro de natureza totalmente diferente. Por exemplo, um homem e um animal, eles são outros totalmente diferentes. E é essa palavra que é empregada aqui. O evangelho pregado pelos falsos apóstolos, por mais que parecesse semelhante ao original, era outro evangelho de uma natureza totalmente oposta.
O versículo 7 nos diz: o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas quero me deter agora somente a primeira parte, o qual não é outro. A palavra “outro” no original aqui é “Allos”, que significa outro da mesma natureza, diferente da anterior que é “heteros”. Inicialmente parece até que Paulo está se corrigindo do que havia falado anteriormente quando diz que aqueles crentes estavam passando para outro evangelho porque depois ele diz, mas não é outro evangelho. E ele fala que não é outro evangelho porque não há outro evangelho. Isso para o qual vocês estão passando nem pode ser chamado de evangelho porque o único Evangelho verdadeiro é o Evangelho de Jesus Cristo.
Então, se não há outro evangelho, o que é que os falsos profetas pregam? O restante do versículo responde isso quando diz: senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. O que Paulo está dizendo é que o evangelho pregado pelos falsos apóstolos não é absolutamente nada, senão produto da mente de homens enganadores que querem perverter o Evangelho de Cristo. O evangelho pregado por eles não significa nada, é somente enganação, é somente mentiras.
É nesse ponto que encontramos a exclusividade do Evangelho, a partir do momento que esse Evangelho é mudado ele deixa de ser evangelho e agora não significa absolutamente nada. E os dois versículos seguintes corroboram com isso quando afirmam que ninguém pode pregar outro evangelho diferente do Evangelho de Cristo porque só há o Evangelho de Cristo.
É assim o falso evangelho, por mais que pareça com o original, por mais que tenha um conteúdo semelhante ao original, a partir do momento que eu tento acrescentar algo por mais insignificante que seja a sua fórmula, ele deixa de ser o verdadeiro evangelho. Só há um Evangelho! Só há um meio para a salvação dos homens! Não há meio termo!
Ilustração
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Outro dia eu estudava um pouco sobre algumas das mais novas denominações evangélicas, em especial o movimento Neopentecostal. Em um artigo que eu lia sobre as principais doutrinas que essas igrejas creem tinha algo que me deixou um pouco confuso sobre a pregação que é realizada nessas igrejas. O artigo dizia o seguinte: Quais são as principais doutrinas dessas novas igrejas? E o interessante é que grande parte das doutrinas básicas que nós pregamos, eles também afirmam que pregam. Ex.: Eles afirmam crer abertamente na doutrina da trindade, afirmam crer na Pessoa do Pai, Filho e Espírito Santo; com relação a doutrina do Pai não apresentam basicamente nenhuma diferença; a Cristologia deles parece impecável; creem na pessoa do Espírito Santo como sendo realmente uma pessoa da trindade, como sendo o próprio Deus; afirmam crer na Bíblia como Palavra de Deus, como sua única regra de fé e prática. Para quem lê uma matéria assim sobre essas igrejas pode afirmar que não há nada de errado na pregação de seus lideres, eles creem no conteúdo principal da Palavra de Deus. Entretanto, se ouvirmos cinco minutos da pregação desses homens vamos perceber como o conteúdo de suas pregações é diferente daquilo que eles afirmam concordar. Eles acrescentam coisas ao Evangelho, por mais que afirmem crer no Evangelho. Eles acrescentam algo a salvação, eles fazem seu evangelho ser totalmente outro diferente do original.
Em nossos dias isso tem se relativizado muito, para a maioria das pessoas e até muitos crentes todo caminho dá na venda. Não importa sua religião, não importa sua igreja. O que importa é que você deve acreditar em algo e viver uma vida correta, assim você está salvo. Deste modo, se engole as mais variadas formas de Evangelho, como se tudo estivesse certo e tudo levasse ao mesmo Deus.
Aplicação
Aplicação
Entretanto o que o apóstolo Paulo ensinou aos gálatas neste texto, principalmente neste versículo é que não há outros evangelhos, não há outro meio para que o homem se achegue a Deus a não ser pelo único e simples evangelho de Jesus Cristo. Esse Evangelho não admite acréscimos, esse Evangelho não permite que o homem acrescente coisas para conquistar sua salvação. Ele é plenamente Exclusivo.
O próprio Jesus revelou a exclusividade do Evangelho quando afirmou: Eu sou o Caminho, a Verdade... Não existe outro meio de nos achegarmos a Deus a não ser por Jesus Cristo, não outro caminho, ele é o caminho único e exclusivo ao Pai, não há muitas verdades como se diz por aí, ele é a Verdade, a única Verdade, ele é a vida. Esse é o simples e puro Evangelho, ele não precisa de acréscimos, ele não precisa que ninguém acrescente mais nada ao seu conteúdo, ele já é suficiente. Ele não precisa que o homem tente se justificar diante de Deus com seus próprios esforços e seus próprios méritos, buscando agradar a Deus para ser salvo, porque...
Texto
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O verdadeiro Evangelho É O Evangelho da Graça, é o Evangelho que os gálatas estavam abandonando que encontramos no versículo 6 é o Evangelho da graça de Cristo. Nesta frase Paulo faz um resumo de qual era o conteúdo do Evangelho que os gálatas estavam deixando. Ele apresenta a verdade central o Evangelho.
A única maneira pela qual Deus aplica a salvação na vida do homem pecador é pela Graça por meio da fé no sacrifício de Cristo na Cruz. A graça é dele, ela provém de Cristo, ele é o autor da graça. É a obra de Cristo que faz com que a graça seja eficaz em nossas vidas, é essa obra que é destacada em toda carta.
Ilustração
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Toda história da Redenção aponta para isso. Em todos os momentos ela nos mostra um homem pecador que não pode salvar-se sozinho e precisa da graça de Deus. O evangelho da graça de Cristo é mostrado desde adão quando ele tenta cobrir sua nudez de forma inútil com folhas de figueira, para encobrir os efeitos de seu pecado. Sem merecimento algum, o próprio Deus lhes mostra imediatamente um meio de redenção cobrindo suas vergonhas com peles de animais mostrando que o único meio de apagar os nossos pecados é por meio do derramamento de sangue, alguém precisa morrer pelo seu pecado, esse é o salário que devemos pagar, e o sangue que o próprio Deus oferece como sacrifício para cobrir nossa nudez espiritual é o sangue de seu próprio filho na cruz. Isso é Graça!
É isso que vemos em Abraão, um homem que estava inserido em uma nação idolatra, um povo que não conhecia ao Senhor. E sem nenhum mérito dele, Deus o chamou para outra terra e lhe promete uma grande nação quando ele não tinha ainda nenhum filho e diz que por meio dele seriam abençoadas todas as nações da terra. Isso se cumpre por meio de Cristo, descendente de Abraão, o qual comprou por seu sangue homens de todas as tribos, línguas e nações. Era por esse Cristo que Abraão esperava e por meio dele ele foi salvo, mesmo vendo a promessa ainda de longe.
É isso que acontece no Egito quando Deus resolve libertar seu povo que habitava ali por 430 anos e estava sendo escravizado. O Senhor escolhe Moisés como mediador entre ele e o povo, faz grandes sinais na terra do Egito, envia pragas e liberta aquele povo. Um povo blasfemo, murmurador, rebelde, que pecava continuamente contra o Senhor, mas unicamente por sua graça e não por seus méritos, o Senhor os libertou de sua escravidão. Apontando para o mediador perfeito, que intercederia por nós diante do Pai e nos libertaria de nossos pecados e da condenação eterna.
Nesses e em todos os demais exemplos a única forma de Deus salvar o homem é unicamente a sua graça, uma graça que sempre apontava para Cristo. Mesmo a lei apontava para Cristo, não existe isso de dizer que no A.T. o homem era salvo pela lei e no N.T. pela graça, até no A.T. o homem precisava da graça de Deus para ser salvo, o homem jamais consegue cumprir a lei porque é pecador. Por isso ele precisa de Cristo, o único que conseguiu cumprir cabalmente a lei. Era pela fé no Cristo que viria que o homem era salvo, da mesma forma que cremos no Cristo que já veio.
Aplicação
Aplicação
Será então que Deus mudou seus planos? Será que em toda Redenção ele agiu por meio da graça e depois de Cristo ele salva por meio das obras dos homens? Será que hoje não é ele que chama o homem como no passado? Será que agora precisamos buscar um meio de Auto-Justificação? De forma alguma! O Evangelho não mudou! O dono do Evangelho não mudou! Ele é o mesmo Deus que chamou homens no passado por meio da graça, é o mesmo Deus que chamou os gálatas por meio da Graça, é pela sua graça que hoje ele também nos chama.
Você não precisa se preocupar com sua salvação, não precisa buscar formas de conquistar essa salvação, não precisa fazer penitencias, não precisa pagar indulgencias, não precisa oferecer sacrifícios, não precisa se flagelar para purificar seus pecados, não precisa tentar se santificar para merecer o favor de Deus. Você precisa descansar e confiar unicamente no sacrifício de Cristo. Pois pela graça sois salvos, mediante a fé; Isso não vem de vós, é dom de Deus. É somente pela fé em Cristo que podemos encontrar a salvação. É por isso que o Evangelho é intolerante! ele não aceita outro meio de salvação a não ser por Cristo. Foi isso que a Reforma Protestante pregou, Solus Cristhus! Somente Cristo! Somente ele pode perdoar pecados, somente Cristo pode salvar o homem pecador, não há outro, não há outro meio. Ou você confia sua vida e salvação a Cristo, ou você estará perdido eternamente.
É assim que podemos compreender a graça de Deus, quando vemos a condição que nos encontramos sem ele, quando vemos que sem ele nada podemos fazer, quando vemos que nossa salvação depende somente dele, então é assim que podemos compreender a graça de Deus. Quando entendemos que Deus não nos deve nada e ele não seria injusto se nos tivesse deixado perecer, então compreendemos a graça.
A graça exalta a Deus e humilha o homem, por isso não queremos a graça.
Nada em minhas mãos eu trago, somente a tua cruz me agarro!
Quando entendemos essa graça podemos então descansar no Senhor, quando entendemos que nossa salvação não depende de nós mesmos, mas depende somente do Senhor, então podemos descansar nele.
Conclusão
Conclusão
sobre esse texto, Calvino diz que é como se Paulo estivesse falando o seguinte: “Agora, porém nesse momento crítico, não deis nenhum passo adiante; retrocedei imediatamente.”