Ekkesia reformata, semper reformanda
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· 21 viewsA igreja foi chamada para ficar de alerta contra tudo que pode engana-la. Nisso está o seculum como protagonista, a chamada é para que nosso culto seja sábio, através de mente e corpo reformados em santidade, por causa das dos benefícios trazidos pelas misericórdias de Deus em Cristo.
Notes
Transcript
Rm 12.1,2
Introdução
1. É muito fácil enxergarmos a consequência do pecado no mundo. Guerras, preocupações com a violência, que são as marcas malditas da desobediência a Deus. Mas, nem sempre conseguimos enxergar como a igreja tem lutado para andar conforme a vontade de Deus. E ela tem lutado, em todo tempo, desde seu estabelecimento - como disse Paulo no final de sua carreira 2Tm 4.7 “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.”
2. Quero que você olhe nestes dois versos e enxergue: 1º) O amor, a graça de Deus executada por intermédio de Jesus; 2º) O perigo deste século; 3º) A sua responsabilidade como um salvo, de como deve usar sua mente e seu corpo; 4º) Para aprender andar conforme a vontade de Deus - que é boa, agradável e perfeita.
3. Para isso lembramos do dia 31 de outubro, quando os protestantes comemoram a Reforma Protestante. Esse dia ficou marcado, por Lutero ter pregado as 95 teses na porta da catedral de Wittemberg. Mas, a Reforma não aconteceu por uma ação isolada. Ela foi um movimento que teve início no descontentamento dentro da própria igreja. Cremos que o início da reforma foi no fim do primeiro milênio e foi se avolumando até o meio do século XIX. Daí em diante vemos a igreja ser incomodada por pensamentos humanistas, de teólogos de uma nova escola - entre eles, os mais influentes foram - Friedrich Schleiermarcher (1768-1834) - que resumiu a fé ao racionalismo, exaltou a capacidade humana de raciocinar e criticar tudo, inclusive a Bíblia, e os fatos sobrenaturais ali registrados deveriam ser descartados. Toda verdade religiosa deve passar pelo crivo da razão humana. Em outras palavras, a fé foi pelos ares. Ele foi Pastor da igreja em Berlim. Não pregava para poucos, por ser filósofo tinha milhares de ouvintes. Na sua morte, Berlim parou para seu funeral. Infelizmente influenciou negativamente a igreja. E não estamos livres de pensamentos semelhantes hoje? A bíblia diz isso, mas eu faço isto!
4. Por isso, quero relembrar com os irmão, a célebre frase dos protestantes - “ekklesia reformata, semper reformanda”. Frase escrita por Lodenstein, ministro da igreja holandesa, 1674 - não tinha a menor ideia de criar uma frase que ficasse marcada como um símbolo do caráter da igreja. Lodenstein identificou a igreja como um organismo que não é estático, ao contrário, a igreja está em movimento de transformações em sua caminhada.
5. Com toda certeza ele tirou essa conclusão da própria experiência com a degradação da igreja oficial romana, e do movimento histórico da reforma protestante.
6. Mas, o que Lodenstein tinha como objetivo não era a reforma externa, que os fariseus praticavam abertamente, e que hoje chamamos de crentes nominais (só tem nome). O objetivo é reformar sempre o coração - isto é o lugar de onde procedem os sentimentos, as emoções e a vontade. Olha o que Pedro diz disso (2Pe 1.5-7).
I – Aperceber-se do pensamento cristão de hoje.
7. O que queremos dizer com pensamento cristão, não é muito difícil de reconhecer, porque através da liturgia percebemos. A igreja que separou-se da romana procurou aplicar a interpretação bíblica no seu dia a dia. E a igreja congregacional, como a presbiteriana e a luterana receberam uma doutrina nos fundamentos de John Wiclif, mais tarde, Lutero, Calvino e os puritanos, como John Edwards, Owen, e outros.
8. Sempre foi preciso reconhecer certas doutrinas heréticas, que quase se passaram por boa doutrina, não fosse a dedicação de homens santos, cheios do Espírito Santo, que confrontaram os pensamentos teológicos que se afastavam da verdade bíblica.
9. Hoje é a nossa vez de anunciar a verdade e combater ideias que não condizem com a verdade das escrituras. Paulo fala a Timóteo que havia combatido o bom combate da fé. Objetivos - 1º) orientar a igreja em santificação, e 2º) avançar com o verdadeiro evangelho, que produz bons frutos.
10. E como orientar ou reformar outra vez? Tendo discernimento de certas heresias ensinadas, que além de não produzir o bem, provocam mais confusão espiritual e mental.
II - Um evangelho sem frutos.
11. Os puritanos pregavam sobre a base das escrituras em principalmente duas observações, a 1ª) Uma consciência de santidade no modelo ensinado e vivido por Cristo, e 2º) Uma objetividade dessa consciência aplicada em todas as áreas da vida, seja dentro da igreja, dentro da família, no trabalho. Isto implica que o crente verdadeiro, não precisa dizer que é crente, porque sua vida piedosa demonstra a fé que é professada no batismo, e quando professou a fé diante da igreja. Em outras palavras, sua vida não se resume somente a frequentar os cultos. Mas, através dessa comunhão com a igreja, ele é santifica o ambiente em que vive.
12. Os puritanos oravam a bíblia, cantavam a bíblia e liam a bíblia, e viviam o máximo que podiam alcançar do que ouviam da bíblia. Isso acabava fazendo deles - crentes sinceros.
13. Hoje vemos uma teologia que tem se expandido, principalmente com o avanço do pentecostalismo e o neopentecostalismo, que não produz fruto na sociedade, nem na família, nem no ambiente onde eles estão inseridos. Irmãos, A fé é voltada para resultados pessoais. Bençãos particulares, e elas tem que acontecer, mesmo que Deus tenha manifestado sua graça e salvação do pecado e, a vida eterna. Isso não satisfaz mais a teologia pós moderna. Não importa mais o que o cristão faz fora da igreja. O que importa é vir e preencher um banco vazio.
14. Óbvio que é importante estar no templo, mas nós temos o dever de falar a verdade. Eu como pastor, não posso dizer que você está salvo só porque está vindo a igreja. Eu preciso informar o que a Bíblia diz sobre o pecado, sobre o salário do pecado, sobre os tormentos da sua alma, se ela não tiver a fé em Jesus. Em certo sentido, eu não posso amenizar seu pecado, porque se eu fizer isso, você vai para o inferno, e eu terei que responder por isso.
15. Joel Beek, um estudioso assíduo da teologia puritana diz: O evangelho de Cristo precisa ser proclamado como verdade objetiva e também precisa ser aplicado pelo Espirito Santo e apropriado no íntimo da fé. Os puritanos rejeitavam, portanto, dois tipos de religião: aquela que faz distinção entre a experiência subjetiva e a Palavra objetiva, assim conduzindo a um misticismo antropocêntrico.
16. Perguntaram a Spurgeon (1834-1892), como conciliar a Soberania de Deus e a responsabilidade humana - ele respondeu - eu não sabia que amigos precisavam de reconciliação! E comparou as duas doutrinas como os trilhos do trem, que estão em paralelo, mas lá longe parece que se juntam.
III – Um pedido de um homem santo – rogo-vos.
17. É uma súplica como de um pai - mas para quem? Irmãos! Devemos rogar a Deus sim, mas o alerta aqui é para os ouvidos humanos, que vem de um humano que foi revirado pelo avesso, pela experiência da conversão. É um crente alertando e orientando irmãos. E o que ele pede? Que você seja um religioso? Qual a intenção? Mas, eu preciso me sacrificar? Eu preciso me sacrificar? Mas, Cristo já não fez isso?
18. Pois ou portanto ou ainda Por isso – por causa das misericórdias de Deus, como a base da compreensão racional. Ou seja – foi concretizada a prometida justiça divina, a misericórdia é a retirada do moribundo, de quem está na sarjeta, de quem come o resto e como a porca não aprendeu a viver num ambiente limpo. Assim estávamos nós.
19. O que o sacrifício de Cristo faz em mim? Do capítulo 1-3 vemos que estamos debaixo da condenação, porque todos pecaram. O que faremos, se sabemos que o homem não consegue fazer nada de bom - senão guerras, violência, e as leis que são elaboradas pioram ainda mais a nossa situação. O orgulho é adotado como regra de autoestima, a formosura e a beleza do corpo é objeto de adoração. E parte do cap. 3, 5,8 até o 11 mostra os benefícios do evangelho - justificação pela fé, perdão dos pecados pelo sacrifício expiatório de Cristo, Deus faz que todas as coisas cooperem para o nosso bem, Deus chamou um povo para si. Por isso, que ele roga – por uma causa – as misericórdias de Deus.
20. Preste atenção – sacrifício vivo do vosso corpo, e renovação da vossa mente. O que falamos anteriormente é exatamente isso. É a prática do que estamos ouvindo pela Palavra. É obedecendo que experimentamos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus?
21. A vontade de Deus - Na oração do Pai Nosso, Jesus nos ensina a orar dizendo - faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu, João afirma que se orarmos conforme a vontade de Deus seremos ouvidos (1Jo 5.14)
22. Para finalizar a pergunta é - estamos fazendo a vontade dele? Qual é a vontade de Deus. O que Jesus veio fazer? Não era o plano de salvação? Nós somos chamados para fazer a vontade dele - que é ser testemunhas de Cristo. Em última análise irmãos, você foi chamado para ser um cooperador de Cristo. Cada um de nós tem a missão de comunicar o evangelho. Essa é nossa missão. Esse é o sacrifício vivo.
23. Paulo viveu totalmente sob a vontade de Deus. Veja (Fp 1.12-14). Paulo e Silas cantavam e oravam na prisão (At 16.25,26).
24. Encerrando - Somos convidados a adorar a Deus de forma sábia e sincera. E o que fazemos no culto deve ser a expressão da alegria do que Deus já fez por nós. Sacrifício não é se castigar para fazer o que não podemos. É dar de volta a Deus o que Ele nos deu. É se desprender de algo que tem valor. Davi - disse a Araúna - não oferecerei holocausto a Deus, que não tenha me custado nada (2Sm 24.24). Quando oferecemos nossos dízimos e ofertas, mostramos nosso culto concretizado. Ele é digno de louvor dos nossos lábios, mas também do esforço. Ele é digno não só disso, mas de que gastemos nossa vida toda por Ele. Quando começarmos a fazer tudo o que podemos - Você vai se regozijar em tudo o que faz - porque estará no centro da sua vontade. E a última coisa é - quando você recebe Cristo como seu Senhor, você está jogando sua vida fora, para ganhar outra vida.