(Rm 4:1-8) Abraão, Davi e a Salvação gratuita
Sermon • Submitted • Presented
0 ratings
· 7 viewsNotes
Transcript
1-3 >>
Abraão creu. O pai dos que creem.
A justificação pelas obras coloca a glória da salvação no homem e não em Deus.
A justificação pela fé somente é o ensino de toda Escritura:
Gênesis 15.1–6 “Depois destes acontecimentos, veio a palavra do Senhor a Abrão, numa visão, e disse: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande. Respondeu Abrão: Senhor Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o damasceno Eliézer? Disse mais Abrão: A mim não me concedeste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro. A isto respondeu logo o Senhor, dizendo: Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro. Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade. Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça.”
A palavra “imputar” é tanto um termo comercial quanto jurídico. Imputar é creditar ou computar. Warren Wiersbe diz que esse mesmo verbo é usado neste capítulo e traduzido como “considerar” (4.4), “imputar” (4.8,9,11,22,24), “atribuir” (4.6,10) e “levar em conta” (4.23).
Imputar pecado é lançar o pecado na conta de alguém e tratá-lo em conformidade, enquanto imputar justiça é lançar justiça na conta de alguém e daí tratá-lo como justo. Desta forma, Deus não imputa pecado aos pecadores, embora eles tenham pecado, e lhes imputa justiça, embora eles não sejam justos
Êxodo 34.6–7 “E, passando o Senhor por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração!”
Salmo 103.8–14 “O Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades. Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem. Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó.”
Salmo 130.3–4 “Se observares, Senhor, iniquidades, quem, Senhor, subsistirá? Contigo, porém, está o perdão, para que te temam.” Salmo 130.7–8 “espere Israel no Senhor, pois no Senhor há misericórdia; nele, copiosa redenção. É ele quem redime a Israel de todas as suas iniquidades.”
2Coríntios 5.21 “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.”
Gênesis 3.21 “Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.”
-Quando nos colocamos diante de Deus, ele sabe tudo o que fizemos de errado – todo pensamento mau, todos os malfeitos. Quando ele olha para nós inerentemente, tudo o que vê são trapos sujos; entretanto, essa não é a maneira como Deus olha para nós. Ele olha para nós e vê a Cristo. Vê a cobertura de justiça de Cristo, o manto de justiça. Essa é razão por que o Novo Testamento afirma que Cristo é a nossa justificação. A única justiça que possuímos é a justiça de Cristo, e nós a possuímos por transferência, por cômputo, por imputação.
4-5 >>
Quem trabalha. Há duas diferentes maneiras de creditar dinheiro em nossa conta: como salário (que ganhamos por ter trabalhado) ou como presente (que é de graça, ou seja, ganhamos sem ter trabalhado). Se a justificação fosse pelas obras, a salvação seria o salário merecido de nosso trabalho. Um contrato de trabalho implica que o salário é devido; generosidade alguma intervém; o salário pago corresponde ao trabalho realizado; é uma troca entre partes contratantes agindo em pé de igualdade. Abraão, porém, não havia concorrido com nenhuma obra meritória diante de Deus.
- John Stott assim explica essa verdade:
No contexto dos negócios, o salário de quem trabalha é creditado em sua conta como um direito, uma dívida, uma obrigação, pois trabalhou para isso. No contexto da justificação, entretanto, para quem não trabalhou, e, portanto, não tem o mínimo direito a pagamento, mas que em vez disso depositou a sua confiança em Deus que justifica o ímpio, isto é, a justiça lhe é concedida livremente, como uma dádiva gratuita e imerecida, pela fé
Tiago vs Paulo.
Tiago 2.21–25 “Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque? Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou, e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus. Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente. De igual modo, não foi também justificada por obras a meretriz Raabe, quando acolheu os emissários e os fez partir por outro caminho?”
“A justificação é pela fé somente, mas não pela fé sozinha”
-O ponto é que, se temos fé verdadeira, ela imediata e necessariamente se manifestará numa mudança de vida. Se nenhuma mudança se segue após a nossa profissão de fé, então, tudo o que temos é uma profissão de fé. Não possuímos o fato verdadeiro, pois a fé genuína sempre se manifesta em algum grau de obediência.
-As obras fluem necessariamente da fé, mas a afirmação do evangelho é que as obras que fluem da fé não são, de modo nenhum, a base da justificação. Deus nos declara justos aos seus olhos no momento em que a verdadeira fé está presente, antes que qualquer obra brote de nossa fé.
-Se nós a possuímos, devemos professá-la, mas Jesus deixa claro que as pessoas podem professá-la sem possuí-la. “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mc 7.6).
-tanto Paulo como Tiago usam a mesma palavra grega para justificação: dikaiosune. Essa palavra grega tem mais de um uso. Ela pode significar “ser declarado justo por Deus” ou pode significar também “a demonstração da verdade de uma afirmação”.
-Devemos nos lembrar de que Tiago está discutindo a respeito da fé salvadora. Se alguém alega ter fé, a prova disso é sua obediência. Deus não precisa esperar até constatar o nosso comportamento para saber se a fé que professamos é autêntica. Provavelmente nós precisaremos ver as obras, mas Deus não precisa. Quando Tiago se refere a Abraão, ele cita a passagem de Gênesis 22, onde Abraão oferece Isaque sobre o altar: “Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque? Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou” (Tg 2.21–22). Quando Paulo se refere a Abraão, ele cita Gênesis 15. O argumento de Paulo é que Deus não precisou esperar até o Monte Moriá (Gn 22) para saber se a fé que Abraão professava era autêntica. No momento em que Abraão creu, Deus o declarou justo. Somos nós que não sabemos se a fé que ele professou era autêntica até que verificamos como ele responde ao teste ao qual Deus o submeteu em Gênesis 22, o que é exatamente o que Tiago quer dizer. Tiago está falando sobre validar ou demonstrar a verdade de uma profissão de fé.
-Não há nada em Tiago com respeito à obediência de Abraão como consequência de mérito; Tiago está descrevendo a obediência de Abraão como prova de que sua profissão de fé é real e válida
6-8 >> Bem-aventurados. Não há nenhuma bênção maior sob o céu do que o ter Deus, em sua misericórdia e graça, transferindo a justiça de Jesus para a nossa conta.
Bem-aventuração significa mais do que felicidade. É um sentimento e uma condição de completude da alma. Está ligada à uma vida completamente transformada. Só aqueles que temem a Deus e amam sua vontade possuem essa condição:
Salmo 1.1–2 “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.”
Salmo 128.1–2 “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem.”
USOS
Se você é crente, sinta-se bem-aventurado, se você não é, busque essa bem-aventurança. Não existe condição e alegria maiores do que ser perdoado por Deus. A verdadeira bem-aventurança, a completude da vida, só pode ser encontrada na absolvição da culpa do pecado, no perdão de Deus. O coração que sabe que não tem mais dívida, que não sofrerá a punição que merecia, é um coração tomado de paz, de ânimo e esperança. Você deve buscar essa realidade pra sua vida. Deixe-me fazer algumas perguntas: Se você foi perdoado e absolvido por Jesus, o que está te abalando hoje? O que tem tirado a sua paz? É falta de dinheiro? É preocupação com sua imagem, aparência? É alguma enfermidade? É o trabalho? É sua família? Ou até mesmo a morte de algum ente querido? Agora deixe-me perguntar? O que são todas essas coisas diante do perdão e da grande salvação de Jesus? O que são todas essas coisas diante do livramento do inferno? Aí você talvez responda: “É muito fácil falar. Jesus morreu, mas os problemas ainda estão aqui”. Mas você deve lembrar que quando o Pai entregou seu Filho, ele deu com ele todas as outras coisas:
Romanos 8.31–37 “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.”