O Verbo Se fez carne (João 1:1-14)

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INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO: O apóstolo João faz a sua declaração como resposta ao questionamento dos gregos, dos filósofos, visto que seu evangelho foi escrito com o intuito de alcançá-los.
Em uma época que os filósofos se questionavam sobre o sentido de tudo, sobre o início de todas as coisas, quem é que estava lá, qual era o X da questão, João respondeu que o Logos (Verbo ou Palavra) já existia e sempre foi o responsável por tudo.
Cristo é o Verbo de Deus. Ele, sendo espírito, veio para ser carne, tornou-Se um de nós, e fez isso com alguns propósitos. O VERBO SE FEZ CARNE.
Dobradiça: Primeiramente, Seu objetivo foi:
1. ILUMINAR O MUNDO (v. 1-5)
João 1.1–2 ARA
1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus.
Explicação: No princípio de todas as coisas, não havia nada além da Trindade. A Palavra, o Cristo, vive desde a eternidade em comunhão com Deus Pai e com o Espírito Santo.
Ele é o Verbo, a ação. Ele é a Palavra que dá sentido a todas as coisas, e é mais do que uma força, mas é a segunda Pessoa da Trindade, Ele sustenta tudo.
Somente alguém que esteve presente, antes de tudo existir, é que pode realizar todas estas coisas. Ele, em Sua essência, existe desde a eternidade, não existe um momento na história que Ele surgiu, foi Ele quem Deus usou como instrumento para criar o tempo e o espaço.
É interessante observarmos que João afirma que o Verbo, Cristo, não apenas estava com Deus, mas era o próprio Deus, e o Antigo Testamento também testifica isto:
Salmo 33.6 ARA
6 Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles.
Cristo, sendo a encarnação de Deus, é a revelação contida nas Escrituras, pois tudo se cumpre nEle. Dos vs. 1 a 14, o apóstolo João afirma por três vezes que tudo foi feito por intermédio de Cristo: (v. 3)
João 1.3 ARA
3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.
No v. 7, compreende-se que todos viriam a crer por meio dEle:
João 1.7 ARA
7 Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele.
Agora, observe comigo o v. 4:
João 1.4 ARA
4 A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.
A essência do Ser deste Verbo de Deus é a vida que não somente faz com que tudo exista, mas também permite que tudo funcione com naturalidade. E o que é esta vida? O Espírito que dá fôlego, abre os olhos para que todos conheçam a verdade, a fim de que o homem conheça a Deus e a si mesmo.
E pensando em vida, citada no v. 4, deve-se compreender que, quando a vida se manifesta, é chamada de luz, pois uma das características da luz é resplandecer. Se o homem pecador é marcado por perversidade e ódio, vivendo na escuridão, nas trevas, o homem transformado está iluminado pela luz de Deus, Jesus Cristo.
Aplicação: Realmente Cristo merece ser exaltado acima de todas as coisas deste mundo. Ser o próprio Deus e estar em plena e eterna comunhão por meio da Trindade, e mesmo com todas estas características, vir Se encarnar aqui neste mundo, somente Alguém que existe desde a eternidade possui a capacidade de realizar tal feito.
Nós, muitas vezes, temos dificuldade de levantar do esplendor da nossa cama para vir à igreja em um dia onde tudo favorece pra queremos ficar em casa (chuva, frio, calor, preguiça, sono). Diferentemente de nós, que queremos o conforto, Cristo não teve nenhum tipo de descanso.
Sei que há parentes de alguns irmãos lá na região Norte do país, e eu compreendo a dificuldade e o esforço necessários para os parentes se visitarem, ainda que seja uma viagem longa e tenha de ser feita uma preparação para a adaptação ao local diferente, saiba que nem mesmo a distância mais longa pode ser capaz de ser comparada ao sacrifício de Cristo ao vir ao mundo.
Ele é o Deus eterno, incomparável, Aquele que governa tudo, como pode alguém questioná-Lo sobre Sua maneira de agir, sobre Sua forma de conduzir as coisas?
Ele possui plena intimidade com o Pai. E nós, que intimidade temos com Ele? Será que, no nosso encontro diário com Ele, temos convicção de que é, ao mesmo tempo, o Deus Eterno e o Filho do Deus Altíssimo?
Como tem sido o nosso encontro com Aquele que foi usado para que tudo viesse à existência? A época em que vivemos é marcada pelo racional, e até mesmo, em algumas situações, pelo irracional. Muitos negam a Trindade, desprezam o sacrifício de Cristo, ignoram a ação e o poder de Deus. Quem somos nós no meio disso tudo?
Devemos ter convicção que, se o mundo existe até hoje, foi porque as mãos que o criaram são as mesmas que o sustentam.
Dobradiça: O Verbo Se fez carne para trazer luz ao mundo que vivia na escuridão. Além disso, o Verbo Se fez carne para:
2. NOS USAR COMO INSTRUMENTO (v. 6-9)
João 1.6–9 ARA
6 Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. 7 Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele. 8 Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz, 9 a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.
Explicação: O João que é relatado aqui é João Batista. No v. 15 há uma descrição um pouco mais detalhada sobre como ele age como testemunha de Jesus:
João 1.15–18 ARA
15 João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim. 16 Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça. 17 Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. 18 Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.
João Batista denomina a si mesmo como a voz de clama no deserto, citando Isaías 40, v. 3. Ele é o instrumento de Deus que preparou o caminho para a chegada do Verbo de Deus, o Cristo.
Por ser da linhagem dos judeus, seria mais fácil de ele ser recebido pelo povo judaico ao falar sobre arrependimento e que, depois dele, viria um que é maior do que ele.
João Batista somente pôde testemunhar sobre a luz depois de ter um encontro transformador com ela, um encontro com a luz de Cristo.
Entre Cristo e João Batista, há algumas comparações que eu gostaria de destacar:
Cristo era desde a eternidade, João veio, surgiu, foi criado;
Cristo é o Verbo de Deus, João é um simples homem;
Cristo é o próprio Deus, João foi comissionado, chamado por Deus;
Cristo é a luz verdadeira, João veio para testemunhar sobre esta Luz;
Cristo é o objeto da fé (em quem devemos crer), João é o agente que testemunha a respeito da verdadeira luz;
Aplicação: No estudo desta semana, eu falei aos irmãos que devemos ser testemunhas fiéis de Cristo, relatando tudo o que vimos e ouvimos da nossa experiência espiritual com Ele.
Não podemos nos esquecer que isso tem a ver com nossa identidade, compreende o que somos. Nós não testemunhamos para sermos cristãos, nós somos cristãos para testemunhar. Como eu disse no outro estudo, não podemos falar daquilo que não vivemos.
No intuito de testemunhar e evangelizar, nós recebemos o Pão da Vida gratuitamente, como é que temos a coragem de guardarmos para nós o pão espiritual? Por que temos a mania de esconder o remédio do doente?
Nosso objetivo vai além do que João Batista fez. Ele esteve lá para anunciar a chegada do Cristo prometido, nós, hoje, já temos o Cristo ressurreto, Espírito está nos corações, mas por que ainda nos tornamos agentes secretos?
Aqui, porém, vai outro conselho: quando pregamos, nossa ação não é maior do que Aquele que é o conteúdo da mensagem. Não podemos aparecer mais do que Cristo, seja no momento da Palavra, do ensino, do louvor ou das orações. João, por duas ocasiões, demonstrou humildade de alguém que reconhecia que Cristo é infinitamente mais elevado:
João 1.27 ARA
27 o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.
Naquela época, apenas escravos carregavam as sandálias dos seus mestres. João, porém, não se achava digno nem de ser chamado de escravo de Cristo. Mais à frente, no cap. 3, vemos João declarando:
João 3.30 ARA
30 Convém que ele cresça e que eu diminua.
De que maneira nosso culto está subindo à presença de Deus? Está sendo recebido como cheiro suave, agradável a Deus? Ou temos nos esquecido que não somos nada se comparados a este Deus grandioso?
Que nosso desejo não seja transparecer uma santidade que não está em nós, que não haja falsidade, mas que saibamos que nosso culto é aceito quando Cristo fica em evidência.
Dobradiça: O Verbo Se fez carne para iluminar as nosssas vidas e nos usar como instrumento em Suas mãos. Sua obra por nós também teve como objetivo:
3. TORNAR-NOS FILHOS (v. 10-14)
João 1.10–11 ARA
10 O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. 11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
Explicação: Jesus veio para os judeus, mas foi rejeitado por grande parte deles. De que maneira O rejeitaram? Desprezando Seu ensino, acusando-O de falso profeta e enganador, levando-O à crucificação.
Como poderiam eles desejar a bênção da vida eterna, se rejeitam o próprio Deus encarnado na Pessoa de Jesus Cristo? Eles mesmos já demonstram que os verdadeiros filhos de Deus não são os que possuem algum tipo de descendência como os judeus possuíam. Os vs. 12 e 13 declara quem é adotado para ser filho de Deus:
João 1.12–13 ARA
12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
Deus não adota qualquer um como filho. Antes, Ele dá, por meio de Cristo, o direito de uma pessoa se tornar filho. O direito é, segundo a área jurídica, um privilégio reservado exclusivamente para um grupo ou pessoa em particular.
No nosso caso, acontece somente quando temos a Cristo como nosso Senhor e Salvador. É somente para quem O recebe em seu coração. Ser feito ou tornado filho de Deus é uma ação passiva, uma obra realizada exclusivamente por Cristo.
É para quem crê, quem já recebeu a fé em seu coração. Toda ação divina é ativa, ou seja, Ele realiza, e nós recebemos Suas obras.
João 1.14 ARA
14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
Somente podemos ver a glória de Cristo por causa da Sua essência ao ser o Verbo de Deus e estar no princípio com Ele.
Quando Ele veio ao mundo, o homem pôde ver a glória de Deus de maneira parecida com a qual Moisés recebeu quando viu a Deus:
Êxodo 34.6 NVI
6 E passou diante de Moisés, proclamando: “Senhor, Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade,
Esta é uma declaração muito semelhante a respeito do que havia no momento do resplendor da glória de Deus.
Somente podemos ver porque, obviamente, Ele nos fez, nos deu visão e veio a ser luz resplandescente no meio das trevas.
Aplicação: O filho é recebido na casa, não fica lá fora desprotegido. O filho está agasalhado e é bem alimentado. A condição de filho é a melhor que há. Esta foi a condição que recebemos, o direito de sermos filhos. Com Cristo, somos coerdeiros da promessa da vida eterna! Ligados a Ele, não tememos o mal.
Não somos mais órfãos, Cristo é o Verbo de Deus que faz com que sejamos declarados “perdoados”, “justificados”. Os judeus que desperdiçaram a oportunidade de ter a Cristo em seus corações um dia se arrependerão.
Na liberdade de filhos, possuir a identidade de Cristo é o que mais devemos buscar, sermos mais parecidos com Ele dia após dia.
Não é o nosso sobrenome o que mais importa, não é a tradição da nossa família, isso passa, as lembranças são boas, mas são todas passageiras.
Entender que Deus aceita como filho não segundo a aparência, não pelas nossas conquistas. Eu poderia ser o mais maltrapilho na minha roupa, se eu tenho a Jesus Cristo, o meu interior está purificado, limpo.
O Pai amoroso nos recebe de braços abertos assim como recebeu o filho rebelde na parábola de Lucas 15. Receber a Cristo é tomá-Lo para si de tal forma que todo o passado de vergonha e sujeira é abandonado. O judeu descrente não queria abandonar suas tradições e a obediência cega à lei.
Meu irmão, minha irmã: se há no seu passado algo que te atormenta pra te acusar, como se Deus não te aceitasse, mesmo vendo seu arrependimento, coloque cada coisa no seu devido lugar. Passado no passado, presente no presente e futuro no futuro.
O Verbo Se fez carne, não para você continuar na prisão do pecado, Ele veio para te libertar. E Ele fez isto na cruz, sofrendo a maior das dores, insuportável para nós, pois além da dor física, caiu sobre Ele o peso de todos os nossos pecados, e pior, caiu sobre Ele o abandono do Pai:
Mateus 27.46 ARA
46 Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Ele abriu mão da comunhão com O Pai, e agora, nós temos comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
CONCLUSÃO: Foi para isso que o Verbo Se fez carne. Deus Se encarnou na Pessoa de Cristo para iluminar a existência humana, para usar nossas vidas como instrumento dEle, e também para sermos verdadeiros filhos espirituais que seguem rumo à eternidade.
Com os pés na terra, as mãos na Palavra, e os olhos e o coração voltados para a vida eterna. Esta é nossa maior esperança. Que o Senhor Jesus abençoe grandemente a sua vida!
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