Batalha pela fé

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Judas
Judas 1–4 BEARA
Judas,servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo, a misericórdia, a paz e o amor vos sejam multiplicados. Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela féque uma vez por todas foi entregue aos santos. Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.
1. O alerta para a batalha (v. 3). Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.
Os crentes são os amados de Deus e são amados também por Judas. Diante da ameaça iminente dos falsos mestres, Judas apressa-se a escrever para a igreja sobre a salvação concedida por Deus ao povo. Werner de Boor diz que não é pela salvação que a igreja tem de lutar. A salvação foi conquistada pelo Filho de Deus quando, ao morrer, fez soar seu grito de vitória: Está consumado. Para Judas, a salvação não significava apenas o livramento do passado (v. 5), mas também a experiência presente (v. 23,24) e o futuro desfrutar da glória de Deus (v. 25).
O propósito de Judas é exortar os crentes a entrar numa luta renhida contra a mentira, contra as falsas doutrinas, contra os falsos mestres, empregando nesta batalha toda sua atenção e todas as suas armas.
O alvo desta batalha é a fé entregue aos santos. Essa fé é o conteúdo final da verdade. Esta fé foi entregue de uma vez por todas, de forma final. Não há outra revelação a ser recebida. Judas não deixa espaços para “inovações”, tal como os homens ímpios (v. 4) estavam introduzindo. A revelação de Deus é final. Possui validade perpétua e nunca mais precisa ser repetida. Os princípios da verdade e da vida cristã não eram uma moda passageira, mas permanentes e irrevogáveis.
Lucas 18.7–8 BEARA
Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?
Warren Wiersbe tem razão em dizer que, neste contexto, a fé é o conjunto de doutrinas dadas por Deus à igreja por intermédio dos apóstolos. É o evangelho proclamado pelos apóstolos e, portanto, equivale à doutrina dos apóstolos (At 2.42).
2. O inimigo (v. 4). Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.
Tanto Jesus quanto seus apóstolos advertiram que esses falsos mestres surgiriam e, no entanto, algumas igrejas não deram ouvidos. Infelizmente, algumas igrejas continuam surdas para essas advertências hoje.
Judas escreve para alertar a igreja sobre a batalha da fé, visto que a igreja estava a ser minada por falsos mestres (v. 3). Dois males notórios, intimamente ligados, incomodavam a igreja no final dos tempos apostólicos e pós-apostólicos:
1) antinomismo;
2) gnosticismo.
Judas escreve tendo em mente esses dois erros – pelo menos na sua forma primária.
Os antinomistas afirmavam que a graça os libertara da lei moral. Eles transformavam a graça de Deus em uma desculpa para cometer todo tipo de imoralidade (v. 4,18,19).
Os gnósticos afirmavam que a salvação era alcançada pelo conhecimento, e não pela fé salvadora em Jesus Cristo. Defendiam a posição dualista do universo, composta de matéria má e espírito bom. Assim, o gnosticismo não aceitava as doutrinas da criação, encarnação e ressurreição. Seguindo a linha gnóstica de pensar, esses falsos mestres criam que seus corpos eram essencialmente maus, por isso não era importante o que uma pessoa fazia em relação a seus apetites, desejos e paixões. Também criam que a graça de Deus era suficiente para cancelar, limpar e cobrir todo pecado. Por que se preocupar com o pecado, uma vez que a graça é maior do que todo o pecado? Em resumo, a preciosa graça de Deus era pervertida para justificar o pecado.
A doutrina falsa é um veneno mortal a ser identificado, rotulado e evitado a todo o custo. É conhecida a afirmação de Charles Spurgeon: “Não consigo suportar as doutrinas falsas, por mais primorosa que seja sua apresentação. Você comeria carne envenenada só porque lhe é servida em um prato de porcelana finíssima?”.
Judas agora identifica o inimigo nesta batalha, os apóstatas, e traça suas características.
Eles são dissimulados (v 4a). O termo grego significa “insinuar-se secretamente, infiltrar-se disfarçamente”. Os falsos mestres entram na igreja porque os crentes dormem (Mt 13.25,38). Os falsos mestres têm um verniz de seriedade. Aparentemente, estão interessados no bem-estar das ovelhas. São lobos vestidos de ovelhas. Eles não se declaram hereges. Não negam inicialmente a verdade. Introduzem-se no meio do rebanho como os iluminados que alcançaram um nível mais profundo da verdade e estão dispostos a ajudar os demais a alcançar esse mesmo nível.
Eles são ímpios (v. 4b). Os falsos mestres alegam pertencer a Deus, mas são ímpios na forma de pensar e agir (2Tm 3.1-5). Falam em nome de Deus, mas apartam as pessoas de Deus. O discurso deles está desconectado da vida. São atores que desevolvem um papel no palco. Usam um disfarce para esconder sua verdadeira identidade. Não levam Deus a sério.
Eles são inimigos da graça de Deus (v. 4c). Os falsos mestres entram na igreja para mudar a doutrina. Querem encontrar base doutrinária para justificar sua conduta libertina. Prometem liberdade, quando eles mesmos são escravos (2Pe 2.13,14). É muito comum um indivíduo criar um sistema doutrinário para justificar seus atos reprováveis (fariseus). Em vez de entrar pelas portas do arrependimento, preferem criar um caminho sinuoso de heresia.
Eles negam a supremacia de Jesus Cristo (v. 4d). Os falsos mestres podiam até afirmar que Jesus era um grande mestre, mas não o verdadeiro e soberano Deus e Senhor. Os falsos mestres desconstroem os pilares do cristianismo. Adulteram os fundamentos da fé. Negam o soberano Senhor da igreja e vão contra aquele que é digno de honra, glória e louvor.
Eles são destinados à condenação(v. 4e). O texto não diz que os falsos mestres foram destinados à apostasia, como se Deus fosse responsável por seus pecados. Por se tornarem apóstatas, é que Deus os destinou à condenação. Como a igreja enfrentará os falsos mestres? Batalhando pela fé, ou seja, pela verdadeira doutrina. O púlpito deve tanto proclamar a verdade como denunciar o erro.
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