A IGREJA COMO CORPO DE CRISTO
INTRODUÇÃO
A carta de Paulo aos Romanos é muito mais que simplesmente uma carta, é um tratado teológico. É o maior compêndio de teologia do Novo Testamento. É a epístola das epístolas, a mais importante e proeminente carta de Paulo. Na linguagem de John Murray, é uma exposição e uma defesa do evangelho da graça.3 John Stott considera Romanos uma espécie de manifesto cristão. Já F. F. Bruce chama Romanos de “o evangelho segundo Paulo”.5 Guilherme Orr diz que doutrinariamente Romanos é o maior livro já escrito.
Nenhum livro da Bíblia exerceu tanta influência sobre a teologia protestante e nenhuma carta de Paulo revela de forma tão clara o pensamento teológico do apóstolo aos gentios. Calvino chega a registrar o temor de que seus elogios a essa carta, longe de aumentarem sua grandeza, pudessem apenas diminuí-la, uma vez que ela explica a si mesma desde o princípio e se dá a conhecer mais claramente do que jamais poderíamos expressar com palavras.8
A influência de Romanos alcança até mesmo o meio acadêmico. Francis Schaeffer diz que até bem pouco tempo o livro de Romanos era estudado em escolas de direito norte-americanas, a fim de ensinar aos estudantes a arte de tecer uma argumentação.
Com uma mente transformada e renovada sob o controle do Espírito, é impossível ser arrogante e egocêntrico. Em vez disso, nossa mente estará centrada em agradar aos outros, em vez de manipulá-los para agradar a nós mesmos. Com humildade e espírito de doação, usaremos nossos dons e forças para ministrar uns aos outros.
ILUSTRAÇÃO: ÓCULOS PARA DALTONICOS. Aqueles que antes não enxergavam certas cores agora enxergam de maneira mais clara.
O REINO DE DEUS MUDA A NOSSA ÓTICA DA VIDA. UMA EXPERIENCIA COM JESUS NOS COLOCA NA FAMILIA DE DEUS E O NOSSO REINO PASSA A SER OUTRO E, ENTÃO, VIVEMOS A PARTIR DA CULTURA DESSE REINO.
Afirmação Teológica: Todos os Filhos de Deus são vocacionados porque receberam Dons Espirituais para participarem da Missão de Deus.
DONS ESPIRITUAIS – é uma capacitação espiritual manifestada na vida do crente, e assim na Igreja, com a finalidade de dinamizá-la, no que diz respeito à sua adoração, (culto), evangelização, (cumprimento missiológico), e vida comum (unidade e testemunho), proporcionando crescimento espiritual, 1 Co 12. Basicamente os dons espirituais encontram-se distribuídos em três referências principais no Novo Testamento: 1 Romanos 12, sendo os dons relacionados, a) profecia; b) serviço ou ministério; c) ensino; d) exortação; e) contribuição; f) liderança; g) misericórdia. 2 1 Coríntios 12, consta os dons mencionados anteriormente, e mais, a) sabedoria; b) conhecimento; c) fé; d) cura; e) milagres (operação de maravilhas); f) discernimento de espíritos; g) línguas; h) interpretação de línguas; i) apóstolo; j) socorros; l) governos (administrar, liderar, presidir). 3 Efésios 4, todos os dons relacionados, e mais: a) evangelistas; b) pastores
Diversos escritos do NT mencionam vários dons espirituais; mas é Paulo que oferece toda uma estrutura para melhor se entender seu propósito e operação mediante a descrição que faz da igreja*, como corpo de Cristo, comparando as funções de seus diferentes membros no uso dos dons que receberam, com as diversas partes do corpo humano (1Co 12; Rm 12.3ss; Ef 4.11–16). Os principais destaques nessa analogia são que: Cristo continua a manifestar sua vida, seu ministério e sua palavra no mundo por meio da igreja, como seu corpo; que ele confere dons aos membros desse seu corpo, mediante seu Espírito que neles habita; que os dons dos diversos membros e as funções deles resultantes diferem de um membro para outro; que os dons são dados sempre para o bem do corpo, e nunca para benefício puramente pessoal; que a proeminência de um dos dons, ou sua falta, nada tem que ver com sua importância; que os dons devem ser usados sob a direção do Senhor e controlados pelo amor; e que o uso dos dons deve ser examinado e provado por aqueles que detenham autoridade sobre a congregação ou mediante discernimento espiritual maduro.
Sentença de Transição: O texto nos apresenta 3 razões pelas quais Deus chamou os Filhos para lhes darem o privilégio de serem usados por Ele.
3 RAZÕES
1ª Razão: Deus nos deu uma essência única (v. 3)
a. O complexo de superioridade (12.3). Não podemos pensar acerca de nós mesmos além daquilo que convém. Não há espaço para a soberba, arrogância e altivez no coração de quem foi salvo pela graça. Tudo o que temos é o que recebemos de Deus. Tanto a salvação que recebemos pela fé como os dons que recebemos para o serviço são dádivas do Deus triúno. Warren Wiersbe diz corretamente que os dons espirituais são instrumentos que devem ser usados para a edificação, não brinquedos para a recreação nem armas de destruição. Paulo denuncia o pecado do complexo de superioridade em 1Coríntios 12.21: “Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não preciso de vós”.
b. O complexo de inferioridade (12.3). Tanto os que se exaltam como aqueles que se rebaixam aviltam a graça de Deus. Negar a realidade da nossa salvação, negar a honrosa posição que temos como filhos de Deus é uma falsa humildade. Os puritanos diziam: “Achas pouco o fato de seres amado por Deus?” O cristão não pode ter uma autoimagem achatada. Ele é filho de Deus, herdeiro de Deus, a herança de Deus, a menina dos olhos de Deus. Paulo combateu o pecado do complexo de inferioridade quando escreveu: “Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser” (1Co 12.15,16).