Como Deus Se Revela
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Salmo 19.1-14.
Esse salmo vai falar da revelação natural e da revelação especial. A revelação natural é dirigida aos olhos e a revelação escrita é dirigida aos ouvidos.
A primeira parte do salmo 19 trata daquilo que se pode conhecer por meio da criação de Deus. (Sl 19.1-6)
A segunda parte fala do conhecimento perfeito que o Senhor revelou por meio da lei. (Sl 19.7-14)
De acordo com alguns comentaristas, as duas partes constituíam salmos separados. É possível que sim, mas nesse caso foram combinadas e unidos nesse cântico pelo salmista Davi, e as duas partes tratam da revelação do Senhor.
Onde a obra da criação exalta sua glória, mas não proporciona plena compreensão de sua vontade revelada na lei. Nesse contexto, o termo traduzido por “lei” corresponde à totalidade das instruções ou ensinamentos de Deus.
Davi revela a fonte de seus estudos da natureza e da Bíblia, e Deus o inspirou para escrever esse salmo belíssimo.
V.1-6 - Revelação Geral/Natural (A Criação)
V.1-2: Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. 2- Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite.
Os céus declaram, ou melhor, continuam declarando a glória de Deus, e isso todos os dias, a cada virada da noite, a criação, o mundo criado por Deus testemunha do seu poder e glória anunciando as obras das suas mãos.
É como se a cada dia, a criação pregasse dizendo: vejam os céus, o mar, a lua, as estrelas, o sol e tudo o que há, isso tudo é a manifestação da glória de Deus, pois, somos obras das mãos d’Ele.
A grandeza da criação aponta para um Criador infinitamente maior! Dia e noite, os céus proclamam a magnitude de seu poder e de sua sabedoria.
O firmamento anuncia, sem cessar, as maravilhas das obras das suas mãos. (Na Bíblia, o termo “firmamento” se refere à vastidão dos céus.)
Nas palavras de Isaac Newton, “A natureza se levanta e, em alta voz, canta louvores ao Criador até os lugares mais distantes”.
V.3-4a: 3- Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; 4- no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo.
A voz da criação alcança até aos confins do mundo, e sem uso de palavras ou mesmo som algum, mas, por toda terra se faz ouvir a sua voz e palavras. A criação é uma pregação muda, e por isso ela nada diz sobre Jesus. Mas, só o fato que olharmos para os céus, nós seres humanos somos capazes de saber que há um Deus e perceber seu poder eterno.
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;
V.4b-6: 4b-Aí, pôs uma tenda para o sol, 5- o qual, como noivo que sai dos seus aposentos, se regozija como herói, a percorrer o seu caminho. 6- Principia numa extremidade dos céus, e até à outra vai o seu percurso; e nada refoge ao seu calor.
Deus pôs uma tenda para o sol, ou seja, criou um “aposento” para o sol na terra (19:4b).
O salmista descreve o caminho que o sol percorre pelo céu desde a alvorada até o ocaso em termos poéticos.
A aurora é como noivo que desperta com regozijo e sai vestido com seus trajes mais finos, pronto para a celebração. É como herói militar preparado para comandar o ataque na batalha. Nenhuma outra criatura proporciona tanta alegria à terra como o seu noivo, o sol; e ninguém, seja cavalo ou águia, pode, por um instante, comparar-se em rapidez com aquele campeão celestial. Mas toda a sua glória é apenas a glória de Deus; até o sol brilha com a luz emprestada do Grande Pai das Luzes.
Nada pode impedi-lo de cumprir seu objetivo (19:5). O calor e a luz do sol estão presentes em toda parte (19:6), fato que ilustra a verdade expressa em 19:3-4. Assim como todos, em toda parte, conhecem o calor e a claridade do sol, o louvor do sol ao Criador e o conhecimento da criação chegam a todos os povos. Ao iluminar o mundo inteiro, o sol proclama a revelação de Deus a todas as criaturas.
A mensagem dessa primeira parte do salmo é estreitamente ligada ao ensinamento de Paulo:
“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Rm 1:20-21).
V.7-14 - Revelação Especial (A Bíblia)
A criação revela o poder absoluto do Senhor. Sua Palavra, em contrapartida, revela como ele entra em uma relação de aliança com seu povo. As obras de Deus demonstram seu conhecimento e poder, enquanto sua palavra manifesta seu amor e graça. Os fatos científicos podem estimular nosso intelecto, mas as verdades espirituais falam ao coração e à consciência!
Em seu tributo à Palavra de Deus, Davi a descreve não somente como a lei do SENHOR, mas também como o testemunho do SENHOR […] os preceitos do SENHOR […] o mandamento do SENHOR […] o temor do SENHOR e os juízos do SENHOR. O salmista atribui oito virtudes à Palavra de Deus:
A Bíblia é
Perfeita: pois não há erros na Bíblia, ela é a verdade absoluta.
Fiel: a palavra não muda, é sempre firme e constante, ela é o testemunho fiel de Deus para os homens.
Reta: ou seja, são regras para vida diária, e as regras corretas que devemos obedecer e que traz benção para nosso viver.
Pura: Sl 12.6: As palavras do Senhor são palavras puras, prata refinada em cadinho de barro, depurada sete vezes. Ela é pura, n’Ela encontramos o caminho da pureza.
Límpida: sem imoralidade, limpa.
Verdadeira e justa e permanece para sempre: a palavra é justa e verdadeira. Não há injustiça ou mentira.
O que a Bíblia faz?
Converte/Restaura a alma: a Bíblia nos fala quem é Jesus, e assim, a nossa fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus.
Dá sabedoria aos símplices: Salmo 119.97-104: 97- Como eu amo a tua lei! Medito nela o dia inteiro. 98- Os teus mandamentos me tornam mais sábio que os meus inimigos, porquanto estão sempre comigo. 99- Tenho mais discernimento que todos os meus mestres, pois medito nos teus testemunhos. 100- Tenho mais entendimento que os anciãos, pois obedeço aos teus preceitos. 101- Afasto os pés de todo caminho mau para obedecer à tua palavra. 102- Não me afasto das tuas ordenanças, pois tu mesmo me ensinas. 103- Como são doces para o meu paladar as tuas palavras! Mais que o mel para a minha boca! 104- Ganho entendimento por meio dos teus preceitos; por isso odeio todo caminho de falsidade.
Alegra o coração: é na palavra que nós crentes em Jesus encontramos alegria.
Ilumina os olhos: Sl 119.130: A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples.
Adverte o servo de Deus: ela nos faz prevenir o pecado e evitar os problemas. o crente conhece a Palavra e a obedecer, pois, ela o adverte e ele se converte dos seus erros. Além disso, por eles se admoesta o teu servo. Por meio da Escritura, o cristão aprende a resistir ao diabo, fugir da tentação, abominar o pecado e evitar toda aparência do mal.
V.10: O valor da Palavra não pode ser calculado em termos de ouro, mas possui algo em comum com esse metal: é preciso cavar para encontrar seus tesouros. Grandes riquezas estão escondidas no Livro de Deus, e somos amplamente beneficiados quando as buscamos. “A glória de Deus é encobrir as coisas, mas a glória dos reis é esquadrinhá-las” (Pv 25:2).
Posso dizer com sinceridade que nenhum garimpeiro se alegra tanto em descobrir ouro quanto eu me alegro em encontrar tesouros espirituais na Bíblia! Por mais que goste de mel, ele não me é tão doce quanto o sabor da boa Palavra de Deus! Não há como descrever a satisfação e o enriquecimento que encontro em minha Bíblia.
V.12: Quando pensamos no quanto a lei do Senhor é santa, justa e perfeita, percebemos como ficamos aquém dela e, assim como Davi, perguntamos: “Quem há que possa discernir as próprias faltas?”
V.13: O salmo nos ensina a orar não apenas para sermos purificados das faltas ocultas, mas também para que o Senhor nos preserve da soberba, ou seja, de pecados que nascem do orgulho e da confiança em nós mesmos. O orgulho é o pecado-mor do universo. Foi o motivo da rebelião inicial de Lúcifer contra Deus. Mais do que qualquer outra coisa, o salmista temia que a soberba exercesse domínio sobre sua vida. Se escapasse dela, ficaria livre de grande transgressão, mais especificamente da grande transgressão de se afastar de Deus e se rebelar contra ele.
V.14 Termina aqui o tributo. Davi exaltou o livro da criação e o livro da revelação. Agora, faz uma oração final para que suas palavras […] e o meditar do seu coração sejam agradáveis ao SENHOR, sua rocha […] e redentor. A imagem de Deus como rocha expressa força, segurança e salvação. Como nosso redentor, Deus, em Cristo, nos redime do pecado, da servidão e do opróbrio.
Conclusão
Cornelius van Til “[…] somente aquele que olha a natureza através do espelho da Escritura entenderá a revelação natural como o que ela realmente é”
Aplicação:
Creia em Jesus a Palavra encarnada
Dê glória a Deus
Busque conhecer mais a Deus na Palavra