O Rei ensina sobre graça e justiça - Mt 20.1-16
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IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ
PLANEJAMENTO PASTORAL – SERMÕES EXPOSITIVOS
NOVEMBRO/2023
Rev. Mateus Lages
Tema: Como Deus se tornou Rei!
Dia 19/11: Mt 20.1-16 – O Rei ensina sobre graça e justiça
Deus fala: Saudação – João 6.37
Nós falamos: Oração inicial
Nós cantamos: Hino 79 - Glória ao Salvador
Deus fala: Salmo 104
Nós falamos: Oração de louvor
Nós cantamos: Hino 62 - Ações de graças
Deus fala: Romanos 3.23; 8.1
Nós falamos: Oração de confissão
Nós cantamos: Hino 297 - A chamada final
LOUVOR
Tema: Como Deus se tornou Rei
Mt 20.1-16 – O Rei ensina sobre graça e justiça
INTRODUÇÃO/CONTEXTO
No trecho imediatamente anterior, depois de dizer que é impossível para o ser humano salvar-se, Jesus ouviu dos discípulos: "O que será de nós?" Então, ensina sobre haver uma posição especial no seu reino para os Apóstolos, que não é, necessariamente, uma posição de maior poder, mas de maior honra.
Agora, para ilustrar o que acaba de ensinar, Jesus conta uma parábola, que foi registrada somente por Mateus. A parábola dos trabalhadores de uma vinha - plantação de uvas. Por meio dela, ensinará sobre graça e justiça - tema do sermão de hoje.
Rev Hernandes resume bem o ensino desta parábola ao comentar que: "essa parábola não tem a ver com leis trabalhistas. Nem mesmo trata de direitos humanos. Não é uma retribuição das obras. O ensino básico é que Deus nos convoca para fazermos parte de seu reino em tempos diferentes, e a todos aqueles a quem ele chama, oferece a mesma coisa. Isso é graça."
Por fim, uma curiosidade sobre essa parábola é que Mateus registra seu início no versículo final de Mt 19.30 e o repete como conclusão da parábola em Mt 20.16. Também procuraremos compreender o que isso significa.
Vamos ao texto: Mt 20.1-16 – O Rei ensina sobre graça e justiça: 1) graça, porque Deus chama quem ele deseja e quando deseja para o seu reino (1-8); e, 2) justiça, porque Deus não deve nada ao ser humano, ainda assim age misericordiosamente (9-15).
1) A parábola ensina sobre graça porque Deus chama quem ele deseja, quando deseja para o seu reino (1-8).
1) A parábola ensina sobre graça porque Deus chama quem ele deseja, quando deseja para o seu reino (1-8).
A parábola é auto explicativa. Sem dúvida, reconheço que os irmãos podem compreendê-la com tranquilidade. Quero, apenas, chamar a atenção para alguns pontos que remetem a graça. Notamos que o primeiro grupo é contratado as 6horas da manhã, primeira hora do amanhecer. Com eles foi combinado o salário de um dia de serviço. O denário.
O dia de trabalho, portanto, seria de 12 horas. Das 6 as 18horas. Contudo, diante da necessidade, o proprietário contrata prometendo pagamento justo, mais trabalhadores na 3 hora do dia, ou, 9 horas da manhã. E, por fim, notando trabalhadores na praça já ao final do dia porque ninguém os contratou, na hora undécima, equivalente às 11 horas do dia, portanto às 17horas, o proprietário contrata mais trabalhadores sem combinar valor algum de salário.
Como sabemos, estes últimos serão primeiros. Este ensino introduz e encerra essa parábola. Isso quer dizer que no reino de Deus, o que deve chamar nossa a atencao e cativar nosso coração não é a recompensa, mas a graça. Não é a herança eterna ou o céu com todas as suas promessas, mas a graça. Precisamos compreender de uma vez por todas o motivo de estarmos aqui. A graça soberana de Deus foi favorável a mim e a você. Não é nossa riqueza financeira, sabedoria, poder social, grandeza familiar, que nos permite pertencer ao reino de Deus e desfrutá-lo por toda a eternidade, mas sua graça.
Para conseguir crer nisso, carecemos de nos aproximar de Deus como crianças (13-15), confiantes e desapegados de coisas que tenhamos conquistado durante o caminho, pois, não é possível comprar o favor de Deus. A participação no seu reino se dá pelo seu livre convite e a gratificação por ter trabalhado em seu reino se dá igualmente a todos, porque o não há dois pesos e duas medidas, mas uma só graça e um só favor.
Se você foi chamado desde a infância e trabalha arduamente desde então neste reino, de sol a sol, aguarde. Grande é o seu galardão. Tudo valerá a pena ao final, mas fica meu incentivo: tudo já vale a pena porque quem o escolheu foi o Senhor Deus. Não olhe para quem nem como estão sendo chamados os demais que, junto a você, estão sendo colocados para trabalhar para o proprietário. Ele sabe o que faz. Ele sabe quem e quando deve chamar trabalhadores para si.
E você, que tem alguém na família que se assemelha aos que estão na praça, como que desocupados, não subestime o dono da vinha. A qualquer momento ele pode chamá-los para trabalhar com você. Quando isso acontecer, lembre de sorrir ao contrário destes que reclamaram e ouviram do SENHOR: "são maus os teus olhos porque eu sou bom?" (15).
Diante disso, Na parábola, um grande grupo de trabalhadores recebeu graça. Outro grupo recebeu justiça. Ninguém, entretanto, recebeu injustiça. Todavia, os trabalhadores que se esforçaram o dia todo acharam que receberam injustiça. Eles achavam que o proprietário lhes devia algo.
2) A parábola ensina sobre justiça porque Deus não deve nada ao ser humano, ainda assim age graciosamente (8-15).
2) A parábola ensina sobre justiça porque Deus não deve nada ao ser humano, ainda assim age graciosamente (8-15).
Todos os atributos de Deus comunicam quem ele é. De modo que uma característica não pode suprimir outra. Deus é misericordioso, justo, santo, bom, e nada disso em maior ou menos escala, nem de modo confuso ou instável, mas perfeito.
Assim, dando continuidade a parábola, notamos que, como de costume, os trabalhadores serão pagos no fim do dia. A ordem que o administrador recebe do proprietário é que pague um salário a cada um começando pelos últimos. Notemos, portanto, que nenhum dos trabalhadores receberá mais ou menos. Pois, daquilo que é seu, o proprietário concederá aos que trabalharam em sua vinha conforme desejou, sem influência externa. Este é o ponto.
Isso causa confusão, pois os primeiros se acham mais dignos, como os discípulos demonstram em seu questionamento. Mas Jesus ensina que graça e justiça são complementares no seu reino, de modo que não é a tarefa em si, mas de mérito. E o mérito do nosso serviço no reino é totalmente de Deus. Não é nosso. O princípio, portanto, não é o de recompensa, mas o de graça.
Pensando neste ensino, Louis Berkhof comenta: "O fato de que Deus favorece alguns e passa por alto a outros, não dá direito à acusação de que sobre ele pesa a culpa de agir com injustiça. Só podemos falar de injustiça quando uma parte pode reivindicar algo de outra. Se Deus devesse o perdão do pecado e a vida eterna a todos os homens seria injustiça se ele salvasse apenas um número limitado deles. Mas o pecador não tem, absolutamente, nenhum direito ou alegação que possa apresentar quanto às bênçãos decorrentes da eleição divina. De fato, ele perdeu o direito a essas bênçãos. Não somente não tem direito de pedir contas a Deus por eleger uns e omitir outros, como também devemos admitir que ele seria perfeitamente justo, se não salvasse ninguém, Mt 20.14,15; Rm 9.14,15."
Este é um conceito divino previamente revelado. Porque, humanamente, somos chamados a expressar aquele que é divino em nossos múltiplos relacionamentos. Este é nosso desafio. Como tratamos nosso próximo deve refletir como Deus nos trata. O que fazemos aos demais não deve ser conforme aprendemos com nossos pais ou referências pessoais, mas com Cristo. Com a Palavra de Deus.
Digo isso, porque o que Jesus ensina aos discípulos na conclusão dessa parábola já está contido na lei revelada. Levítico 19.13 e Deuteronômio 24.15 trazem este mesmo conceito, sobre haver prioridade do pagamento justo ao trabalhador, contudo, no ensino de Jesus acrescenta-se algo inusitado. O fato de que o trabalhador no seu reino ter alto privilégio pelo simples fato de integrá-lo. Nisso, a justiça de Deus é manifesta de modo igual a todos.
Por isso o verso 15 nos ajuda a compreender como o dono da vinha, que ilustra a posição de Deus, não é injusto, mas bom. Bom com aquele que nada merece menos porque trabalhou somente uma hora, ou seja, porque teve uma vida inteira fora da Igreja e em muitos pecados e, contudo, igualmente bom com aquele que trabalhou desde a madruada, ou seja, nasceu na Igreja, mas igualmente merece nada porque foi concebido em pecado.
CONCLUSÃO/APLICAÇÃO
Concluindo, aprendemos como o Rei ensina sobre graça e justiça: 1) graça, porque Deus chama quem ele deseja e quando deseja para o seu reino (1-8); e, 2) justiça, porque Deus não deve nada ao ser humano, ainda assim age misericordiosamente (9-15).
Diante disso, ficam duas lições para todos nós, mas especialmente aquela que foi dada aos Apóstolos. Se você trabalha arduamente no reino de Deus, agradeça por integrá-lo. Continue, porque fazer parte deste reino é o maior privilégio.
A você que integra e não trabalha, mas está distraído, notando o proprietário chamar pessoas para trabalhar com grande privilégio de pertencer, cuidado! Talve você esteja na praça, admirando, e na realidade não faça parte dos trabalhadores. Reaja! Trabalhe para o SENHOR. Amanhã pode ser a última hora.
ORAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO