A Autoridade de Jesus Cristo
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Marcos 1.21-28.
Jesus tem autoridade para ensinar (v.21-22)
V.21-22: Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga. 22 Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
Jesus se encontra nessa ocasião na cidade de Cafarnaum, e ele vai ali a sinagoga e começa a lhes ensinar. E todos ali ficaram maravilhados com a sua doutrina, porque ensinava com autoridade.
Quais foram algumas das razões para essa reação das pessoas?
Uma delas pode muito bem ter sido que ele, um carpinteiro (Mc 6.3), revelou tamanha sabedoria.
Mas especialmente por isto: ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
Considere os seguintes pontos de contraste entre o método de ensino de Jesus e o dos escribas.
a. Ele falava a verdade (Jo 14.6; 18.37). Argumentos evasivos e corrompidos marcavam os sermões de muitos dos escribas (Mt 5.21ss.).
b. Ele apresentava assuntos de grande relevância, assuntos de vida, morte e eternidade. Eles com frequência perdiam tempo em trivialidades (Mt 23.23; Lc 11.42).
c. Existia um sistema em sua pregação. Como o Talmude deles prova, os escribas, por sua parte, muitas vezes divagavam sem parar.
d. Ele despertava a curiosidade ao fazer grande uso de ilustrações (Mc 4.2–9,21,24,26–34; 9.36; 12.1–11). A pregação dos escribas era seca como o pó do deserto.
e. Ele falava como quem ama as pessoas, como quem está interessado no bem-estar eterno de seus ouvintes, e apontava para o Pai e seu amor. A falta de amor dos escribas fica clara em passagens como Marcos 12.40 “os quais devoram as casas das viúvas e, para o justificar, fazem longas orações; estes sofrerão juízo muito mais severo.”
f. Finalmente, e este é o ponto mais importante, ele falava “com autoridade”, pois sua mensagem vinha direto do coração e da mente do Pai (Jo 8.26). Os escribas sempre usavam fontes falíveis, sempre citando outros escribas. Eles estavam tentando tirar água de cisternas rotas, mas Jesus tirava de si mesmo, pois ele era “a fonte de águas vivas” (Jr 2.13).
Jesus tem autoridade sobre os demônios (V.23-28)
V.23-24: Não tardou que aparecesse na sinagoga um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou: 24 Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus!
Aquele homem estava possesso por um demônio, o que a Bíblia traduz como espírito imundo. Isso provavelmente significa que o espírito manifestou sua presença deixando o homem fisicamente ou moralmente impuro. Ninguém confunda possessão demoníaca com várias formas de insanidade. As duas coisas são distintas. Uma pessoa possuída pelo demônio é realmente habitada e controlada por um espírito maligno. A pessoa é frequentemente capaz de executar coisas sobrenaturais e muitas vezes se torna violenta ou blasfema quando confrontada com a pessoa e o serviço do Senhor Jesus Cristo.
Não é verdade que os escritores do Novo Testamento, em comum com todos os povos primitivos, atribuíam todas as doenças e anormalidades físicas à presença e à ação de espíritos maus. Isso é contrário ao fato de que a possessão demoníaca é simplesmente outro nome para a insanidade ou outros males da mente. O fato é que a possessão demoníaca descreve uma condição em que um ser distinto e maligno (Marcos: “um espírito imundo”; Lucas 4.33, “o espírito de um demônio imundo”), estranho à pessoa possuída, tomou o controle dessa pessoa.
Hernandes dias comentando esse assunto disse: Há dois extremos que falseiam a verdade quanto a este assunto: o primeiro deles nega a realidade da possessão; o segundo, diz que toda insanidade mental é evidência dela.
Há ainda outros dois extremos: o primeiro é a afirmação de que o fenômeno da possessão foi limitado, quase que exclusivamente ao período de manifestação divina especial, durante o qual a igreja do Novo Testamento nasceu e o segundo é a generalização indiscriminada da possessão, confundindo-a com perturbações mentais de toda a ordem. Tratar uma pessoa doente como possessa é um terrível engano e uma perversa atitude. Alguém já disse que é melhor chamar diabo de gente do que gente de diabo.
A possessão é um fato inegável tanto pelo registro infalível das Escrituras, quanto pelo testemunho inequívoco da experiência histórica. A possessão é uma realidade confirmada pela experiência e não apenas pelos dogmas. Tanto a negação quanto sua confusão com doenças mentais estão em desacordo com o ensino das Escrituras
Uma pessoa possessa está sob o controle do espírito imundo que habita nela (1.23,24). Há vários espíritos em um só homem (1.24). O endemoninhado de Gadara tinha uma legião de demônios, ou seja, seis mil demônios dentro de si (5.9).
Precisamos nos preparar e se cuidar. É uma inocência pensar que nós estaremos protegidos da ação dos demônios dentro da igreja. Esse endemoniado estava na sinagoga, entre o povo de Deus, estava ali infiltrado . E os demônios conhecem Jesus, pois, Ele é conhecido no céu, na terra e no inferno.
V.25-28: Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai desse homem. 26 Então, o espírito imundo, agitando-o violentamente e bradando em alta voz, saiu dele. 27 Todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si: Que vem a ser isto? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! 28 Então, correu célere a fama de Jesus em todas as direções, por toda a circunvizinhança da Galileia.
Jesus não aceitaria o testemunho de um demônio, mesmo se fosse verdadeiro. Então ele ordenou ao espírito: Cala-te e sai desse homem. Deve ter sido estranho ver o homem agitando-se violentamente e ouvir o grito sinistro do demônio ao deixar a vítima. Jesus não aceita um reconhecimento vindo de um demônio totalmente corrupto. Além disso, o demônio não tinha permissão para interromper. O demônio obedece imediatamente. Isso é tudo o que ele podia fazer. Ele obedece.
Quando as pessoas que estavam presente começaram a se perguntar: “o que é isto?”, elas estavam se referindo aos ensinamentos de Cristo e à expulsão do demônio. Quanto ao primeiro, elas perceberam que, quanto ao seu conteúdo e ao seu método (veja o v. 22), o ensino que eles ouviram naquele sábado era diferente de tudo o que tinham ouvido naquele lugar. E, quanto ao segundo, a mesma autoridade e poder exibidos no ensino de Jesus foram demonstrados também nas ordens que deu aos demônios, de tal modo que estes tiveram de se submeter, pois não tinham como resistir. Note que, imediatamente concluíram corretamente que o que fora feito a um demônio poderia ser feito com todos eles. As pessoas não sabiam como entender tudo isso. Elas estavam profundamente impressionadas com as palavras e os atos de Jesus. Que tipo de pessoa era ele? Elas discutiam essa questão entre si, mas ainda não podiam achar uma resposta. Os acontecimentos na sinagoga naquele sábado foram tão impressionantes que, sem mais demora, um vizinho contava para o outro o acontecido. A notícia não poderia ficar confinada em Cafarnaum e, em pouco tempo, já tinha se espalhado por toda a Galileia, ou, como diz Lucas “os relatos… chegaram a todos os lugares da região” (4.37)
John Charles Ryle diz que podemos tirar desse texto, três lições práticas:
Primeira, a inutilidade do mero conhecimento intelectual da religião. Os mestres da lei têm a cabeça cheia de luz, mas o coração cheio de sombras. Eles têm conhecimento, mas rejeitam a Jesus. O conhecimento sem a fé salvadora não nos salvará.
Segunda, o mero conhecimento de fatos e doutrinas do cristianismo não nos salvará. Tal crença não é melhor do que a crença dos demônios. Os demônios sabem que Jesus é o Cristo (1.24,34). Eles creem que um dia ele julgará o mundo e os lançará no inferno. Há algumas pessoas que têm uma fé inferior à fé dos demônios. Não há descrença entre os demônios. Eles creem e tremem (Tg 2.19).
Terceira, precisamos nos certificar de que a nossa fé é uma fé do coração e também da cabeça. Precisamos conhecer a Cristo e também amá-lo. Os demônios conhecem a Cristo, mas não o amam. Temem-no, mas não o obedecem com prazer. Os escribas conheciam a lei, mas negavam o Senhor da lei. Eles em vez de ensinarem o povo o caminho da verdade, desviaram o povo. Em vez de darem glória a Deus, exaltaram-se a si mesmos; em vez de reconhecerem o Salvador, perseguiram-no.