A ÚLTIMA PÁSCOA! Lucas 22.1-13

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Jesus é a nossa Páscoa! Seu sacrifício por nós foi perfeitamente eficaz. Sua morte nos trouxe vida!

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Grande ideia: Jesus é a nossa Páscoa! Seu sacrifício por nós foi perfeitamente eficaz. Sua morte nos trouxe vida!
Estrutura: Judas foi a “forma de matar Jesus” encontrada pelos sacerdotes e escribas (vv. 1-6), e a Páscoa foi o contexto para matar Jesus (vv. 7-13).
Lucas 22.1–2 NAA
Estava próxima a Festa dos Pães sem Fermento, chamada Páscoa. Os principais sacerdotes e os escribas procuravam uma forma de matar Jesus; porque temiam o povo.
Lucas 22.7–8 NAA
Chegou o dia da Festa dos Pães sem Fermento, em que era necessário fazer o sacrifício do cordeiro pascal. Então Jesus enviou Pedro e João, dizendo: — Vão e preparem a Páscoa para que a comamos.
Charles Swindoll:
Todo ano, na quarta quinta feira do mês de novembro, muitos norte-americanos preparam uma farta refeição. Convidamos nossos mais próximos e queridos- familiares e amigos- e celebramos a refeição do dia de Ação de Graças. Esse é meu feriado favorito durante todo o ano. É um tempo em que nos reunimos por duas simples razões: ter uma refeição e relembrar.
A Páscoa pode ser considerada a celebração do dia de Ação de Graças dos judeus. Não é um dia de ação de graças com perus, enfeites e peregrinações, mas um tempo de lembrar de alguma coisa muito mais significativa.
Quando os judeus estavam no Egito, Deus chamou Moisés para tirá-los da escravidão e levá-los para a Terra Prometida. Êxodo 12.1-29.
Isso iniciou a mais simples e mais importante de todas as práticas judias. Apropriadamente, é chamada de “Páscoa”. Deus tornou claro que eles deveriam lembrar o período daquela noite em diante; e quando o fizessem, deveriam explicar o significado aos seus filhos. A refeição se tornou a mais importante celebração dos judeus.
Na sua última noite com os discípulos, Jesus celebrou a Páscoa, como os devotados judeus tinham feito durante séculos. De maneira apropriada, ele usou aquela refeição como lembrança para levar a atenção deles para a sua morte que se aproximava.
A forma para matar Jesus. (vv. 1-6)
(a) Todos temiam a Jesus: e ao mesmo tempo procuravam uma forma de matá-lo.
Lucas 19.47 NAA
Diariamente, Jesus ensinava no templo. Os principais sacerdotes, os escribas e os maiorais do povo procuravam tirar-lhe a vida,
Lucas 20.19 NAA
Naquela mesma hora, os escribas e os principais sacerdotes procuravam prender Jesus, porque entenderam que ele havia contado essa parábola contra eles; mas temiam o povo.
William Hendriksen:
As coisas não aconteceram conforme eles haviam determinado: “não durante a festa”, diziam os conspiradores. “Na festa”, disse o Todo-Poderoso. Esse era o decreto divino.
(b) Não precisava ter sido assim: mas Judas permitiu que seu coração fosse tomado por Satanás.
Lucas 22.22 NAA
Pois o Filho do Homem vai segundo o que está determinado, mas ai daquele por quem ele está sendo traído!
Mateus 26.24 NAA
O Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do Homem está sendo traído! Melhor seria para ele se nunca tivesse nascido!
(c) Ao dizer isto, Jesus está dizendo que tudo o que lhe estava ocorrendo, inclusive sua traição, prisão e morte, está integralmente de acordo com o decreto eterno de Deus.
João 13.2 João 13.27
João 13.2 NAA
Durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que traísse Jesus,
João 13.27 NAA
E, depois que Judas recebeu o pedaço de pão, imediatamente Satanás entrou nele. Então Jesus disse: — O que você pretende fazer, faça-o depressa.
N. T. Wright:
Em menor proporção, Judas deu aquilo que os chefes dos sacerdotes precisavam: uma oportunidade para prender Jesus quando não houvesse multidões por perto. (Foi para evitar esse perigo que Jesus planejou secretamente a celebração da Páscoa.) Mas, na compreensão de Lucas- e isso é vital para o que ele vê acontecendo na própria ceia-, “satanás” está usando Judas com um propósito. O objetivo de satanás sempre é acusar. Jesus deverá ser acusado de impostor, rebelde, falso profeta, falso Messias: em outras palavras, um mentiroso que está pondo Israel em perigo. A traição de Judas é o primeiro passo nesse processo de acusação.
(d) Vamos tentar penetrar no coração de Judas:
William Hendriksen:
Entre o coração egoísta de Judas e o coração infinitamente generoso de Jesus havia um abismo tão imenso, que ou Judas teria de implorar ao Senhor que lhe outorgasse a graça da regeneração e a plena renovação, pedido que o traidor perversamente se negou a fazer, ou teria de oferecer sua colaboração para se ver livre de Jesus.
Afinal, que poder das trevas ou que profundeza pecaminosa da alma humana podem arrastar a um desejo tão vil e mesquinho, um indivíduo que saboreou, por algum tempo, tão sublime graça, fazendo-o desprezar, em função de um reles prêmio terreno, as bem-aventuranças eternas de uma vida com Deus? Essa mesma indagação levou, certa vez, um comentarista católico a registrar:
A queda de Judas representa para nós uma advertência. Causa vertigem pensar que um homem bom, escolhido e preparado por Deus para realizar uma grande missão, um homem que conviveu intimamente com o próprio Jesus, e que tinha todas as condições para ser fiel até o fim e muito santo, tenha caído tão fundo.
Essa advertência torna-se ainda mais forte, se nos lembrarmos de que não foi só Judas que traiu. Os outros apóstolos também traíram o Senhor, embora de outro modo, e até o próprio Pedro (…) negou covardemente o Senhor.
Judas e Pedro. Duas histórias que nos colocam diante do mistério do mal, dos abismos de maldade que existem no coração de todo ser humano.
(e) De fato:
Lucas, Volumes 1 e 2 22.1–6. O Plano dos Principais Sacerdotes e Escribas de Matar Jesus e o Acordo entre Judas e os Conspiradores

Não existe justificativa válida para essa ação repulsiva e espantosa. Judas era, acima de tudo, uma pessoa altamente privilegiada. Era “um dos 12”, como todos os quatro evangelistas concordam em realçar (Mt 26.14; Mc 14.10; Lc 22.3; Jo 6.70,71). Durante vários meses Judas viveu na presença imediata de Cristo; ele comeu, bebeu e viajou com ele. Presenciara o poder da voz do Mestre quando acalmou a tempestade, amaldiçoou a figueira estéril e repreendeu os que devoravam as casas das viúvas. Mas Judas também tinha se imbuído da ternura dessa mesma voz quando rogou aos pecadores, inclusive Judas (!), que descansassem nele. Tinha ouvido os maravilhosos discursos do Salvador e as respostas decisivas e autoritativas que dera às perguntas dos que tentavam surpreendê-lo, com a intenção de fazê-lo cair em uma armadilha. Judas tinha visto o Grande Médico no ato de restaurar com ternura o inválido ou de inclinar-se compassivamente sobre os enfermos e curá-los … e em seguida acrescentar (algumas vezes): “Sua fé o curou”. Sim, Judas havia testemunhado tudo isso e muito mais. Cf. Mateus 13.17. E depois de tudo isso, ele decidiu entregar este insuperavelmente poderoso, sábio e compassivo Benfeitor nas mãos de homens cruéis … “por 30 moedas de prata”.

2. O contexto para matar Jesus. (vv. 7-13)
(a) Vamos entender a relação da Páscoa com a “Festa dos Pães sem Fermento”.
Êxodo 12.12–13 NAA
Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e matarei na terra do Egito todos os primogênitos, tanto das pessoas como dos animais, e executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor. — O sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês se encontram. Quando eu vir o sangue, passarei por vocês, e não haverá entre vocês praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.
Êxodo 12.6 NAA
Vocês guardarão o cordeiro até o décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o matará no crepúsculo da tarde.
Êxodo 12.18 NAA
Vocês comerão pães sem fermento desde o dia catorze do primeiro mês, à tarde, até a tarde do dia vinte e um do mesmo mês.
Deuteronômio 16.3 NAA
Na Páscoa, vocês não devem comer pão fermentado. Durante sete dias, comam pães sem fermento, o pão da aflição — porque às pressas vocês saíram do Egito —, para que todos os dias da vida vocês se lembrem do dia em que saíram da terra do Egito.
(b) Apenas Lucas menciona os nomes dos discípulos enviados ao planejamento: Pedro e João.
Êxodo 12.3–4 NAA
Falem a toda a congregação de Israel, dizendo: No dia dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família. Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então o chefe da família convidará o seu vizinho mais próximo, conforme o número de pessoas. Conforme o que cada um puder comer, por aí vocês calcularão quantos são necessários para o cordeiro.
Sem ter uma base infalível como a Bíblia para nos ensinar sobre isso, vou me limitar à essência, tirada da explicação dada pelo casal de judeus convertidos Ceil e Moishe Rosen em seu livro "Cristo na Páscoa." Os participantes reclinavam à mesa, costume babilônico dos homens livres, e servos ou escravos os serviam. A cerimônia incluia abluções e determinadas orações. Era obrigatório beber pelo menos quatro cálices de vinho tinto misturado com água morna, símbolo de alegria e representando o sangue do cordeiro que fora sacrificado e cuja carne era comida. Para comer, além do cordeiro assado, das ervas amargosas e de pães asmos (sem levedo), símbolo da aflição (Deuteronômio 16:3) mandados por Moisés, havia outros alimentos cerimoniais na mesa. Água salgada ou vinagre era usada para mergulhar as ervas uma só vez, e também usavam uma mistura doce de maçãs e nozes, na qual mergulhavam as ervas e o bocado de pão antes de comer. A ordem do culto era a seguinte: 1. Oração de consagração da refeição antes do primeiro cálice vinho, recitada pelo anfitrião (Lucas 22:17-18). 2. Primeira lavagem das mãos (João 13:4-5). 3. Mergulho da erva na água salgada ou vinagre, que era então passada por ele a todos os participantes. 4. Vinho é despejado no segundo cálice, depois de removida a comida. 5. Seção de perguntas pelos filhos ao pai sobre o significado da páscoa, quando em família, e lembrança da história do povo desde o chamado de Abraão até a saída do Egito e a entrega da Lei. 6. A comida volta à mesa, o pai continua a falar, explicando os elementos: o cordeiro, as ervas amargosas e os pães asmos que estavam para comer. 7. Canto dos salmos 113 e 114, e o segundo cálice é bebido. 8. Lavagem das mãos pela segunda vez, como ato de respeito pelo pão. 9. O anfitrião parte um dos pães em sinal de humildade, lembrando que os pobres só têm migalhas de pão para comer. Depois dá graças reconhecendo que Deus dá o alimento, e pelo mandamento que o pão não deve conter levedo. 10. O anfitrião dá um pedaço do pão partido, depois de mergulhado em ervas amargosas e mistura doce, a cada um dos participantes (Mateus 26:21, João 13:26, 27b e 30a). 11. A carne do cordeiro é comida (Depois disto, o Senhor outra vez tomou pão, deu graças e deu aos Seus discípulos dizendo: "Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim" Mateus 26:26b; Lucas 22:19; 1 Coríntios 11:23-24). 12. O anfitrião despeja o terceiro cálice de vinho (Lucas 22:20; 1 Coríntios 11:25) e todos recitam a bênção de após-refeição, e cantam um corinho especial para o vinho no terceiro cálice, e todos bebem 13. Os salmos 115 a 118 são recitados, e todos bebem o quarto cálice. 14. Encerramento com um cântico ou hino (Mateus 26:30).
(c) Tudo é muito bem detalhado, de acordo com a vontade soberana de Deus.
"Portanto, Jesus tinha de ser plenamente Deus e plenamente homem. Tinha de ser plenamente Deus para que o pagamento que ele daria tivesse valor infinito, satisfizesse totalmente as exigências de um Deus infinitamente santo contra o nosso pecado. Mas Jesus também tinha de ser plenamente humano a fim de que sua morte fosse substitutiva. Ele morreu em nosso lugar, morrendo a morte que merecíamos morrer, levando em seu corpo, na cruz, o pecado que cometemos (1 Pe 2.24); e, para fazer isso, Cristo tinha de ser um homem. Enquanto o valor infinito do pagamento de Cristo por nosso pecado está ligado ao fato de que ele era plenamente Deus, a natureza substitutiva da morte de sua morte — que ele tomou nosso lugar, levou nosso pecado e morreu a morte que merecíamos morrer — está ligada, mais exatamente, ao fato de que ele era plenamente humano. Outra vez, a morte expiatória de Cristo foi eficaz somente porque Jesus, que morreu por nosso pecado, era um ser humano total e integral." (from "Cristo Jesus, homem: reflexões teológicas sobre a humanidade de Cristo" by Bruce Ware, Tiago J. Santos Filho, Francisco Wellington Ferreira)
1Pedro 3.18 NAA
Pois também Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir vocês a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito,
Isaías 53.7 NAA
Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca. Como cordeiro foi levado ao matadouro e, como ovelha muda diante dos seus tosquiadores, ele não abriu a boca.
(d) Trata-se de uma refeição pascal.
Lucas 9.31 NAA
que apareceram em glória e falavam da morte de Jesus, que ele estava para cumprir em Jerusalém.
N. T. Wright:
Ele veio fazer por Israel e por todo o mundo o que Deus fez por meio de Moisés e de Arão no primeiro Êxodo. Quando as forças do mal que escravizavam o povo de Deus chegaram ao limite da maldade, Deus agiu para julgar o Egito e salvar Israel. E o sinal e o meio usados para o juízo e a salvação foram a Páscoa: o anjo da morte feriu o primogênito de Deus, “passando sobre” suas casas por causa do sangue do cordeiro nas ombreiras das portas (Êxodo 12). Agora viria o juízo que pairava sobre Israel e Jerusalém, o juízo sobre o qual Jesus havia falado tantas vezes; e Jesus libertaria seu povo levando sobre si a força do mal. Sua própria morte permitiria que seu povo escapasse.
(e) Por fim, sobre a Páscoa:
Augustus Nicodemus:
Portanto, cristãos não celebram a páscoa, que é uma festa judaica. Para nós, era simbólica do sacrifício de Jesus, o cordeiro de Deus, cujo sangue impede que o anjo da morte nos destrua eternamente. Os cristãos comem pão e bebem vinho em memória de Cristo, e isto não somente nesta época do ano, mas durante o ano todo.
A Páscoa, também, não é dia santo para nós. Para os cristãos há apenas um dia que poderia ser chamado de santo – o domingo, pois foi num domingo que Jesus ressuscitou de entre os mortos. O foco dos eventos acontecidos com Jesus durante a semana da Páscoa em Jerusalém é sua ressurreição no domingo de manhã. Se ele não tivesse ressuscitado sua morte teria sido em vão. Seu resgate de entre os mortos comprova que Ele era o Filho de Deus e que sua morte tem poder para perdoar os pecados dos que nele creem.
Por fim, coelhos, ovos e outros apetrechos populares foram acrescentados ao evento da Páscoa pela crendice e superstição populares. Nada têm a ver com o significado da Páscoa judaica e nem da ceia do Senhor celebrada pelos cristãos.
Em termos práticos, os cristãos podem tomar as seguintes atitudes para com as celebrações da Páscoa tão populares em nosso país: (1) rejeitá-las completamente, por causa dos erros, equívocos, superstições e mercantilismo que contaminaram a ocasião; (2) aceitá-las normalmente como parte da cultura brasileira; (3) usar a ocasião para redimir o verdadeiro sentido da Páscoa.
Eu opto por esta última.
1Coríntios 5.7–8 NAA
Joguem fora o velho fermento, para que vocês sejam nova massa, como, de fato, já são, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento do mal e da maldade, mas com o pão sem fermento, o pão da sinceridade e da verdade.
3. Outras aplicações:
(a) Todos temos um “Judas” dentro de nós, quer admitamos ou não. Precisamos diariamente nos render à graça de Deus, pois podemos nos afogar mesmo que seja em uma gota de moralismo.
Efésios 2.8–9 NAA
Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.
(b) Mais do que um evento, a Páscoa precisa ser um enredo para que a nossa história seja visto como parte de uma “Grande História”. Somos livres. Jesus nos libertou.
João 8.34–36 NAA
Jesus respondeu: — Em verdade, em verdade lhes digo que todo o que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, fica para sempre. Se, pois, o Filho os libertar, vocês serão verdadeiramente livres.
Irmão André:
Êxodo 12.7 NAA
Pegarão um pouco do sangue e o passarão nas duas ombreiras e na viga superior da porta, nas casas em que o comerem.
Alguns podem protestar dizendo que isso não soa como um Deus amoroso. Onde está a graça? A graça está no sangue. Era verdade ontem, e é verdade hoje. Sem derramamento de sangue não há graça. Ou pagamos o preço pelo pecado, ou podemos seguir as instruções de Deus e permitir que outro pague a pena. Podemos pensar que ganhamos o favor de Deus, mas o que pensamos é irrelevante.
A única esperança para os hebreus era seguir as instruções claras de Deus. Isso ainda é o caso hoje em dia. Em nossa cultura ocidental, não é considerado tolerante insistir que a única forma de salvação é por meio do sangue de Jesus Cristo, que foi derramado na cruz. No entanto, isso é fato. Há apenas uma maneira pela qual podemos ser salvos.
Os israelitas não poderiam escolher como eles seriam salvos. Nem nós.
Ilustr.:
Brenan Manning:
Creio que aquela noite, no cenáculo, foi um momento definitivo na vida de João. Cerca de sessenta anos após a ressurreição de Cristo, o apóstolo- como um garimpeiro que explora o ribeiro de sua memória- lembra de tudo o que acontecera durante os três anos de sua amizade com Jesus. Faz uma referência especial àquela noite sagrada, quando todas as coisas passaram a fazer sentido, e afirma a essência de sua identidade com estas palavras: “Então, Pedro voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus” (Jo 21.20).
Se fizéssemos a seguinte pergunta a João: “Qual a sua identidade primordial, sua percepção mais coerente a respeito de si?”, ele não responderia: “Sou discípulo, apóstolo, evangelista”, mas: “Sou aquele a quem Jesus amava”.
O encontro íntimo do discípulo amado com Jesus naquela noite de quinta-feira não passou despercebido pela Igreja Primitiva. Oferecendo testemunho explícito da autoria de João para o quarto evangelho, Irineu (cerca de 180 d.C.) escreveu: “Por fim, também João, o discípulo do Senhor que se reclinou sobre seu peito, ele mesmo produziu um evangelho enquanto esteve em Éfeso”.
Ler João 13.23-25 sem fé é fazê-lo sem nenhum proveito. Para nos arriscarmos numa vida apaixonada, precisamos ser “afetados por” Jesus como João foi; precisamos senti-lo com a vida, e não apenas com a memória. Até que seja capaz de reclinar minha cabeça sobre o peito de Jesus, ouvir as batidas de seu coração e me apropriar da experiência com Cristo, da qual João foi testemunha ocular, minha espiritualidade será apenas uma derivação. Meu impostor, muito astuto, tomará emprestado aquele momento íntimo de João e tentará tomar conta dele como se fosse uma experiência minha.
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