Tiago 4:13-17
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Estudo 8
Estudo 8
Tiago, agora, nos versículos 13–17, vai falar sobre o risco da presunção. A presunção vem de um entendimento errado de nós mesmos e das nossas ambições. A presunção é assegurar a nós mesmos que o tempo está do nosso lado e à nossa disposição.93 Presunção é fazer os nossos planos como se estivéssemos no total controle do futuro. Presunção é viver como se nossa vida não dependesse de Deus.
A presunção é um sério pecado. Ela envolve tomar em nossas próprias mãos a decisão de planear e comandar a vida à parte de Deus. A presunção olha para a vida como um contínuo direito e não como uma misericórdia diária. Precisamos ter alvos, planos, sonhos, mas não presunção.
Como nós podemos nos proteger da presunção?
Em primeiro lugar, tendo consciência da nossa ignorância: “No entanto, não sabeis o que sucederá amanhã” (4.14).
Em segundo lugar, tendo consciência da nossa fragilidade: “Que é a vossa vida? Sois um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece” (4.14).
Em terceiro lugar, tendo consciência da nossa total dependência de Deus: “Em lugar disso, devíeis dizer: se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo” (v. 15).
Podemos afirmar que a vida humana está em certo aspeto sob o controle humano. Precisamos tomar decisões e somos um produto das decisões que fazemos na vida: quem queremos ser, com quem andamos, com quem nos casamos, o que fazemos. Por outro lado, a vida humana, não está em nosso controle. Nós não conhecemos o nosso futuro nem sabemos o que é melhor para nós. Devemos procurar saber quais são os sonhos de Deus para a nossa vida..
Tiago em seguida considera a sublime questão da vontade de Deus (4.13–17). E apresenta três atitudes que uma pessoa tem diante da vontade de Deus: ignorá-la, desobedecê-la ou obedecê-la.
Alguns ignoram a vontade de Deus (Tg 4.13,14,16)
A visão de Tiago é de que não há área alguma da nossa vida que não esteja sob o domínio de Deus. O Cristianismo não é somente acerca do destino futuro de nossa alma, mas também acerca de nossa vida neste mundo.
São apresentados quatro argumentos para revelar a tolice de se ignorar a vontade de Deus: a complexidade, a incerteza, a brevidade e a fragilidade da vida.
1. A complexidade da vida (4.13). Pense em tudo o que envolve a vida: hoje, amanhã, comprar, vender, ter lucros, perder, estar aqui, ali. A vida é feita de pessoas e lugares, atividades e alvos, dias e anos. Todos nós tomamos decisões cruciais dia após dia.
2. A incerteza da vida (4.14a). Esta expressão é baseada em Provérbios 27.1: “Não te glories do dia de amanhã; porque não sabes o que produzirá o dia”. Estes negociantes faziam planos seguros para um ano, enquanto não podiam ter garantia de um dia sequer. Eles diziam: nós iremos, nós permaneceremos, nós compraremos e teremos lucro. Esta postura é a mesma que Jesus reprovou na parábola do rico insensato em Lucas 12.16–21. Aquele que pensa que pode administrar o seu futuro é tolo. A vida não é incerta para Deus, mas é incerta para nós. Somente estando dentro da vontade de Deus é que podemos ter confiança no futuro.
3. A brevidade da vida (4.14b). Tiago compara a duração da vida com uma neblina. O livro de Jó revela de forma clara a brevidade da vida: 1) “Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão…” (Jó 7.6); 2) “…nossos dias sobre a terra são uma sombra” (Jó 8.9); 3) “…os meus dias são mais velozes do que um corredor” (Jó 9.25); 4) “O homem, nascido da mulher, é de poucos dias e cheio de inquietação. Nasce como a flor, e murcha; foge também como a sombra, e não permanece” (Jó 14.1,2). Moisés diz: “…acabam-se os nossos anos como um suspiro… pois passa rapidamente, e nós voamos” (Sl 90.9,10). Porque a vida é breve não podemos desperdiçá-la nem vivê-la na contra-mão da vontade de Deus.
4. A fragilidade da vida (4.16). A presunção do homem apenas tenta esconder a sua fragilidade. O homem não pode controlar os eventos futuros. Em suma, qualquer tentativa para achar segurança longe de Deus é uma ilusão.
Alguns desobedecem à vontade de Deus (Tg 4.17)
Conhecimento implica responsabilidade. As pessoas conhecem a vontade de Deus, mas deliberadamente desobedecem.
Por que as pessoas que conhecem a vontade de Deus, deliberadamente desobedecem?
· Em primeiro lugar, por orgulho. O homem gosta de considerar-se o dono do seu próprio destino, o capitão da sua própria alma.
· Em segundo lugar, pela ignorância da natureza da vontade de Deus. Muitas pessoas têm medo da vontade de Deus. Pensam que Deus vai fazê-las miseráveis e infelizes. Mas a infelicidade reina onde o homem está fora da vontade de Deus. O lugar mais seguro para uma pessoa estar é no centro da vontade de Deus.
O que acontece àqueles que deliberadamente desobedecem a vontade de Deus? Eles são disciplinados por Deus até se submeterem (Hb 12.5–11). Eles perdem recompensas espirituais (1Co 9.24–27). Finalmente, eles sofrerão consequências sérias na vinda do Senhor (Cl 3.22–25).
Outros obedecem a vontade de Deus (Tg 4.15)
A comida de Jesus era fazer a vontade do Pai (Jo 4.34). A vontade de Deus é que dirigia sua vida. A vontade de Deus é que Seu povo se alegre, ore e dê graças em tudo (1Ts 5.16–18). Deus revela a Sua vontade para todos aqueles que desejam obedecê-la: “Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, há de saber se a doutrina é dele…” (Jo 7.17). Nós devemos procurar compreender qual é a vontade do Senhor. O apóstolo Paulo ordena: “Por isso, não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor” (Ef 5.17). Nós devemos experimentar a vontade de Deus (Rm 12.2). Nós devemos fazer a vontade de Deus de todo o nosso coração (Ef 6.6).
Aqui Tiago coloca a vontade de Deus como o fator dominante da história, das circunstâncias e de nossa vida: “se o Senhor quiser”. A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Rm 12.1). O querer de Deus é que determina o sucesso de nossos planos. Primeiro, porque dele depende se viveremos ou não: “se o Senhor quiser… viveremos”. Nosso Deus mantém em suas mãos a vida humana. Ele a sustenta e nutre. Precisamos estar vivos para que nossos planos se realizem. Segundo, porque dele depende também as nossas realizações: “se o Senhor quiser… também faremos isto ou aquilo”. Essa última parte da frase mostra que devemos dizer Deo volente (se Deus quiser) para cada pequeno ato da nossa vida.
Quais são as recompensas daqueles que fazem a vontade de Deus? Eles se regozijam em profunda comunhão com Cristo (Mc 3.35), têm o privilégio de conhecer a verdade de Deus (Jo 7.17), têm suas orações respondidas (1Jo 5.14,15) e a garantia de uma gloriosa recompensa na volta de Jesus (Mt 25.34).
Qual é a nossa atitude em relação à vontade de Deus? Ignoramo-la? Conhecemo-la, mas deliberadamente desobedecemos ou obedecemos com alegria? Quem obedece à vontade de Deus pode até não ter uma vida fácil, mas certamente terá uma vida mais santa, segura e feliz.
O pecado referido por Tiago é aquele de omissão. Os negociantes das igrejas cristãs da Dispersão às quais Tiago escreve pecavam por deixar de fazer aquilo que sabiam fazer, ou seja, dizer “se Deus quiser” após cada pequena ação idealizada em seus planos de expansão. Eles sabiam, por serem judeus e cristãos, que seus planos de expandir os negócios dependiam exclusivamente de Deus para funcionar. Esse conhecimento, que deveria levá-los à submissa adoração e dependência do Senhor, tornou-se a sua própria sentença condenatória, em virtude do mundanismo de sua atitude de jactância arrogante.