Como Deus se tornou Rei: O Rei ensina ... (Mt 20.20-28)

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IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ
PLANEJAMENTO PASTORAL – SERMÕES EXPOSITIVOS
DEZEMBRO/2023
Rev. Mateus Lages
Tema: Como Deus se tornou Rei!
Dia 03/12: Mt 20.20-28 - O Rei ensina que veio para dar a sua vida
Deus fala: Saudação – João 10.11
Nós falamos: Oração inicial
Nós cantamos: Hino 109 - O bom pastor
Deus fala: Salmo 75.1; 9
Nós falamos: Oração de louvor
Nós cantamos: Hino 260 - Amor que vence
INTERCESSÃO POR MISSIONÁRIOS E SEUS CAMPOS
Deus fala: Salmo 75.7-8
Nós falamos: Oração de confissão
Nós cantamos: Hino 267 - Precioso Sangue
LOUVOR
Tema: Como Deus se tornou Rei
Mt 20.20-28 - O Rei ensina que veio para dar a sua vida
INTRODUÇÃO/CONTEXTO
Irmãos, o trecho de hoje trata sobre sofrimento e serviço. E esse tem sido um tema esquecido em muitas Igrejas, o que também tem causado bom crescimento numérico entre os evangélicos no Brasil.
Após fazer a terceira predição de sua morte e ressurreição, trecho pregado pelo - agora, bacharel em Teologia - Júnior, mas até então seminarista, agora Jesus recebe a mãe de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que pede a ele que lhe garanta a realização do seu pedido por meio de uma promessa: Mateus 20.21 “— Mande que, no seu reino, estes meus dois filhos se assentem um à sua direita e o outro à sua esquerda.”
Para a mãe dos díscipulos, a questão ainda é de posição no reino. Jesus já ensinou algumas coisas sobre isso, mas como nós muitas vezes, a esposa de Zebedeu não entendeu claramente. Então, Jesus explicará de outro modo: Mateus 20.23 “Então Jesus lhes disse: — Vocês beberão o meu cálice. Quanto a sentar à minha direita e à minha esquerda, não me compete concedê-lo, pois é para aqueles a quem está preparado por meu Pai.” Assim, fica evidente que esse trecho trata sobre sofrimento, porque cálice significa isso tanto no Antigo quanto no Novo Testamentos.
Pelo Salmo 75, notamos que o derramar do cálice simboliza o juízo de Deus sobre os ímpios. E, aqui, notamos Jesus simbolizar o cálice do mesmo modo, remetendo a sofrimento.
Vamos ao texto: Mt 20.20-28 - O Rei ensina que veio dar a sua vida em meio a 1) sofrimento (20-23) e 2) serviço (24-28)

1) Dar a sua vida em meio do sofrimento (20-23)

Nos versos 20 e 21 temos a cena. A mãe chega com seus dois filhos, já discípulos escolhidos, e faz um daqueles que pedidos que chamamos de encarecidos. Podemos dizer que ela pede encarecidamente que Jesus coloque seus filhos bem próximos dele no seu reino. um de cada lado do seu trono. Ela certamente ouviu que como Apóstolos eles terão doze tronos, por isso pede um lugar de prestígio e maior honra para seus dois filhos.
Isso implica dois significados. Primeiro, que é muito bom, ela crê que Jesus é o Messias e, por isso, reinará. Segundo, não tão bom, ele tem poder de dar preferência aos seus filhos em detrimento dos demais. Digo que essa segunda implicação não é tão boa, porque mostra que ela ainda não entendeu o conceito de graça e gratuidade no ingresso neste reino.
No verso 22, em resposta a mãe e aos filhos, Jesus faz uma afirmação categórica: — Vocês não sabem o que estão pedindo; uma pergunta simples com uma conotação explícita: o sofrimento: Será que podem beber o cálice que eu estou para beber? Ao que os dois responderam: — Podemos.
Essa é uma resposta desesperada, irmãos. Ela é cheia de convicção, mas vazia de conhecimento. Eles respondem conforme imaginam que será o Reino do Messias: domínio sobre os romanos; mas Jesus pergunta conforme logo acontecerá a inauguração do seu Reino: sacrifício.
Pensando na resposta convicta dos discípulos, concordo com Don Carson quando comenta: é a ignorância que busca liderança, poder e glória: os irmãos não sabem o que estão pedindo. Pedir para reinar com Jesus é pedir para sofrer com ele; e eles não só não sabem o que estão pedindo, mas também não têm ainda uma percepção clara do sofrimento de Jesus.
Sobre isso, Mathew Henry, comentarista bíblico puritano do século 17, escreveu: "Não sabemos o que pedinmos quando pedimos a glória de usar uma coroa, e não pedimos a graça para carregar o sofrimento em nosso caminho para ela".
Por fim, outro estudioso bíblico comenta: "Eles estão tão convencidos de que Jesus deve realmente estar seguindo o tipo de plano que eles têm em mente que simplesmente não conseguuem registrar as repetidas advertências de Jesus de que tudo será bem diferente daquilo que pensam. Ele fala sobre ter uma morte horrível, e eles parecem achar que isso é figura de linguagem para a grande vitória que ele teria.
Então, para encerrar aquela conversa, Jesus diz: ²³ "De fato, vocês beberão do meu cálice. Não cabe a mim, no entanto, dizer quem se sentará à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai preparou esses lugares para aqueles que ele escolheu". (NVT). Assim, Tanto o martírio de Tiago (At 12.2) quanto o desterro de João na ilha de Patmos (Ap 1.9) são aqui preanunciados aqui (Hendriksen).
Agora, uma curiosidade sobre os verbos que Jesus usa para descrever os discípulos que não "sabem" o que está "preparado" pelo seu Pai, é que o modo como estes verbos são escritos no texto grego indicam ação completa, terminada, ou seja os discípulos jamais poderão saber o que Deus jamais revelará até o último dia. Assim também é conosco, irmãos.
Quanto ao que não sabemos, compete a nós descansar na compreensão de que o Pai sabe.
Um detalhe é o modo como Jesus diz que remete a compreensão de que não foi revelado a ele, como se isso fosse possível. Quando isso acontece, denominamos de autoridade derivada, como explicamos esses momentos em que o Cristo encarnado não revela o que já está decretado desde a eternidade, porque sua missão de revelar o futuro, mas de se sacrificar. Sobre isso ele vai ensinar agora.

2) Dar a sua vida em serviço (24-28)

Agora, pelo verso 24 recebemos outra cena. Os demais ficam indignados com o que acaba de acontecer, mas, como sempre, Jesus usará a situação para ensinar o que por si mesmos os Apóstolos jamais conseguiriam. Jesus ensina aqui sobre o serviço ao próximo ser o que mais deveriam desejar fazer no seu reino justamente porque ele mesmo veio para servi-los.
Para ilustrar como isso é totalmente divino, pois não se parece com nada que já firam acontecer entre as autoridades humanas, no verso 25, Jesus os faz pensar nos governantes romanos que exercem autoridade dominadora. Jesus não está usando uma terminologia estraordinária pra falar dos governantes daqueles dias, mas dizendo algo que eles facilmente podiam constatar por si mesmos. Por isso, também, deviam constastar algo diferente entre eles (26), pois entre os pertencentes ao reino de Jesus, Mateus 20.26-27 "quem quiser tornar-se grande, que se coloque a serviço dos outros; e quem quiser ser o primeiro, que seja servo;”.
A curiosidade, irmãos, é que no verso 26 Jesus usa um termo para o serviço e no verso 27 outro. Primeiro Jesus usa o termo diáconos, depois doulos. O primeiro, diáconos, traz o sentido é de servir uns aos outros em suas necessidades. Mas o segundo, doulos, remete ao serviço do escravo, de quem é exigida a própria vida em favor do maior, ou do seu senhor.
Don Carson comenta que "no mundo pagão, a humildade era vista não tanto como uma virtude, mas como um defeito. Imagine dar a liderança a um escravo! A ética de Jesus da liderança e do poder em sua comnidade de discípulos, neste ponto, torna-se revolucionária".
Para trabalhar neles esse senso de serviço e fazê-los compreender que a referência de serviço não são os dois irmãos que desejaram posição de prestígio e honra, mas a de Jesus que mesmo sendo digno de completa honra receberá cada vez maior humilhação em favor de quem ele veio resgatar, Jesus evidencia qual é o modelo de serviço que devem seguir: Mateus 20.28 “tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”
Irmãos, Jesus é nosso supremo modelo de serviço uns aos outros. ELe não veio para ser servido por nós em suas necessidades enquanto encarnado. Aquilo que a teologia denomina estado de humilhação do Redentor, porque ele veio ofertar. Quando Jesus diz que veio para dar a sua vida, o sentido é resgate.
Por isso, concordo com o estudioso bíblico que comenta: "Naquele mundo, resgate é o que alguém deve pagar para libertar um escravo. Jesus via seu destino iminente como o pagamento para libertar os que estavam presos pela escravidão do pecado, isso para não mencionar nas garras da cobiça por poder e posição, como Tiago e João e tantos outros".
CONCLUSÃO/APLICAÇÃO
Concluindo, aprendemos como o Rei ensina que veio dar a sua vida em meio a 1) sofrimento (20-23) e 2) serviço (24-28).
Diante disso, irmãos, lembremos a quem estamos servindo. Jesus é o servo sofredor. De quem a Escritura profetiza: Isaías 53.10–12 “Todavia, ao Senhor agradou esmagá-lo, fazendo-o sofrer. Quando ele der a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do trabalho de sua alma e ficará satisfeito. O meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe darei a sua parte com os grandes, e com os poderosos ele repartirá o despojo, pois derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores. Contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.”
Por meio deste pagamento fomos comprados. Os efeitos desse sofrimento e serviço alcançaram a minha e a sua vida para que sejamos dele, e, por isso, neguemos a nós mesmos.
Jesus veio em resgate de muitos. Você faz parte deste grupo? João 1.12 “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome,”.
SANTA CEIA (1Co 11.23-26)
ORAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO
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