Sem título Sermão (5)

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A soberania e bondade do Senhor prevalecem diante do arriscado plano que coloca em risco o futuro redentivo e a reputação de uma jovem de fé.

Notes
Transcript

Rute 3.1–9 ARA
1 Disse-lhe Noemi, sua sogra: Minha filha, não hei de eu buscar-te um lar, para que sejas feliz? 2 Ora, pois, não é Boaz, na companhia de cujas servas estiveste, um dos nossos parentes? Eis que esta noite alimpará a cevada na eira. 3 Banha-te, e unge-te, e põe os teus melhores vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber. 4 Quando ele repousar, notarás o lugar em que se deita; então, chegarás, e lhe descobrirás os pés, e te deitarás; ele te dirá o que deves fazer. 5 Respondeu-lhe Rute: Tudo quanto me disseres farei. 6 Então, foi para a eira e fez conforme tudo quanto sua sogra lhe havia ordenado. 7 Havendo, pois, Boaz comido e bebido e estando já de coração um tanto alegre, veio deitar-se ao pé de um monte de cereais; então, chegou ela de mansinho, e lhe descobriu os pés, e se deitou. 8 Sucedeu que, pela meia-noite, assustando-se o homem, sentou-se; e eis que uma mulher estava deitada a seus pés. 9 Disse ele: Quem és tu? Ela respondeu: Sou Rute, tua serva; estende a tua capa sobre a tua serva, porque tu és resgatador.
Introdução:
Neste capítulo, Noemi inicia a narrativa, não o narrador como no capítulo 2. Neste capítulo Noemi instrui Rute sobre como reinvindicar Boaz como o seu resgatador em um plano pra lá de arriscado.
Vale a pena recapitular. Depois de terem saído de Belém por causa da fome e ido para Moabe, Elimeleque e seus filhos Malom e Quiliom morrem deixando Rute viúva com as suas duas noras, também viúvas, Orfa e Rute. Que situação desesperadora! Ali, sem marido e filhos, Noemi ouve que deus havia se lembrado do seu povo, dando-lhe pão. Ele decide voltar, mas não sem antes insistir com suas noras para que voltem às casas de seus pais para que se casem novamente. Orfa seguiu o conselho da sogra, mas Rute se apegou a ela e recusou voltar para a casa dos seus pais e permanecer na idolatria daquele povo. Rute decide seguir com Noemi à terra de Belém. Noemi estava arrasada, sentia-se afligida pelo Todo-Poderoso. Entretanto, Deus agiria com bondade com Noemi e com Rute. Rute decidiu trabalhar, ela foi apanhar espigas para o seu sustento e o da sua sogra. Ela entrou no campo de Boaz, o qual era da família de Elimeleque. Elimeleque agiu com graça com Rute e a abençoou tremendamente concedendo-lhe segurança e provisão. Quando Rute chegou em casa e Noemi viu o quanto ela foi favorecida e soube o nome do senhor, em cujo campo ela trabalhou, pela primeira vez no livro, Noemi engradece o nome do Senhor por não deixar a sua benevolência com os vivos e os mortos. Ela disse isso porque sabia que Boaz era parente chegado e um dos resgatadores. O resgatador, segundo a lei do levirato, deveria casar com a viúva do parente a fim de lhe conceder um filho para ele, ou seja, para o falecido. Desta forma o nome da família permaneceria. Se Boaz agisse como resgatador, tanto Rute quanto Noemi se veriam livres da pobreza em que se encontravam e Rute poderia, ainda, gerar filhos e perpetuar a descendencia de seu marido.
S.I.: Você já se viu numa situação em que a sua mente não parava de pensar? Você já se viu pensando em alternativas para fazer um plano dar certo? Você chegou a realizar o plano? Deu certo? Que caminhos você traçou? Arriscou muito? Se não desse certo algo ruim poderia acontecer?
Rute seguiu um plano bem detalhado de Noemi para tentar convencer Boaz a assumir o papel de resgatador, entretanto, Rute deveria estar disposta a colocar em risco a sua reputação, caso algo desse errado.
A ideia central do nosso texto poderia ser a seguinte:
A soberania de Deus leva a bom termo o plano audacioso de Noemi e Rute em despertar Boaz para o seu papel de resgatador.
Vejamos mais de perto essa novela
Noemi se vê como responsável em buscar um lar para Rute (v.1)
Comentários do Antigo Testamento: Rute a. O Plano Inteligente de Noemi (3.1–5)

Ela declarava sua intenção de desempenhar uma obrigação que cabe a pais: preciso assegurar um lar permanente para você.

Noemi entende que a felicidade de Rute estaria atrelada a ela ter um lar (v.1)
Comentários do Antigo Testamento: Rute a. O Plano Inteligente de Noemi (3.1–5)

O verbo bqš no Piel (lit. “procurar”) pode ser um termo legal, dando a entender que o objeto procurado era devido a Rute.13 Neste caso, ela queria um lar permanente (Heb. mānôaḥ, lit. “um lugar de descanso”) para Rute. Derivado de nûah (“estabelecerse”), o termo é sinônimo de menûḥâ (ver 1.9). Vê-se claramente que Noemi tinha em mente um novo casamento e a segurança que o assistia, a permanência, o pertencer que isso daria a Rute.14

A palavra "feliz" pode ser traduzida também por "estar bem colocada ou bem situada". Uma expressão idiomática comum associada com benefícios atraentes. Entre eles:
Felicidade nupcial (Jr 7.23)
Segurança (Jr 42.6)
Vida longa (Gn 12.13; Dt 4.40; 5.16,33)
Prosperidade material (Jr 40.9)
Muitos filhos (Dt 6.3)
Noemi esperava deixar Rute bem antes dela morrer. Seria uma coisa Rute suportar a viuvez numa terra estranha durante a vida de Noemi, e bem outra ela fazê-lo depois que Noemi já tivesse partido. (Robert L. Hubbard Jr., Rute, ed. Cláudio Antônio Batista Marra, trans. Helen Hope Gordon Silva, 1a edição., Comentários do Antigo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2003), 269.)
Noemi orquestra um plano tendo em vista o conhecimento que ela possuía da lei de Deus a respeito do levirato (v.2)
Noemi instiga Rute a seguir um plano ousado e perigoso (v.2-4)
Esse plano envolvia:
Discrição - Rute deveria ir até a eira à noite, quando Boaz estaria limpando cevada na eira.
Na antiga prática agrícola, joeirar era o clímax festivo, alegre, do processo de colheita (cf. Is 41.14–16). O cereal colhido era primeiro amarrado em feixes no campo, depois carregado manualmente ou em carros (Am 2.13) ao terreiro da debulha, um espaço aberto, de rocha exposta ou de terra dura, pisada. Ali o grão era debulhado, i.e., malhado com uma marreta dentada, pisada sob os cascos de animais (Mq 4.13), ou debulhado sob rodas de carros (Is 28.28). O objetivo era remover as cascas dos grãos. O joeiramento então separava os grãos das cascas, resíduos e espigas. Com um garfo ou pá, o joeireiro lançava a mistura na brisa prevalecente.20 O vento espalhava os resíduos a certa distância e o grão mais pesado caía perto do joeireiro. Depois de ser passado numa peneira, os grãos eram ajuntados em montes (Ct 7.3 [port. 2]), a palha dada por alimento aos animais e o restolho usado como combustível". (Robert L. Hubbard Jr., Rute, ed. Cláudio Antônio Batista Marra, trans. Helen Hope Gordon Silva, 1a edição., Comentários do Antigo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2003), 271).
Comentários do Antigo Testamento: Rute a. O Plano Inteligente de Noemi (3.1–5)

a localização do terreiro de debulha regulava em parte a velocidade do vento, e isso pode explicar por que o terreiro de Belém em relação à cidade ficava morro abaixo da cidade.

Não sabemos se os trabalhadores de Boaz faziam o joeiramente eles mesmos, também é incerto o motivo que levaria Boaz a passar o restante da noite ali depois que a parada do vento obrigasse finalizarem essa trabalho. Também não sabemos se o motivo que ele ficou foi preparar algumas cerimônias culticas, costumeiras durante a festa da colheita, mas uma coisa é bem certa, na mente popular os terreiros de debulho estavam associados com a licenciosidade.
Problema: Rute poderia ser violentada por se achar sozinha, sem a companhia das outras servas de Boaz.
Sedução - Rute deveria estar banhada, cheirosa e bonita.
Comentários do Antigo Testamento: Rute a. O Plano Inteligente de Noemi (3.1–5)

Embora não seja óbvio no contexto, paralelos extrabíblicos que usam “banhar-se, ungir-se, vestir bem” juntos sugerem que Noemi possivelmente instruiu Rute a vestir-se como uma noiva.25 Mais comprovadamente, Rute deveria parecer (e ter o cheiro) tão atraente quanto lhe fosse possível.

Problema: Rute poderia ser confundida com uma prostituta e intereiceira.
Indiscrição - Rute deveria espiar um senhor, que havia comido e bebido e, provavelmente, cansado por causa da bebida, pra saber onde ele dormiria.
Exposição - Rute deveria descobrir os pés de Boaz quando ele estivesse dormindo e se deitar aos seus pés. "Aparentemente, ele responderia ao gesto simbólico de Rute com algumas instruções próprias. Assim Noemi levou em conta tanto o horário da reunião como o caráter de Boaz. Ele não tiraria vantagem sexual incorreta da situação. Mais tarde (v.9), no entanto, Rute aparentemente irá além dessas instruções por iniciativa própria, a despeito de sua promessa (v.5). Em todo caso, a estranha ventura, sem dúvida, era arriscada e ousada. Noemi pediu a Rute que entrasse numa situação incerta, comprometedora com muita coisa pendente na balança". (Robert L. Hubbard Jr., Rute, ed. Cláudio Antônio Batista Marra, trans. Helen Hope Gordon Silva, 1a edição., Comentários do Antigo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2003), 276).
Questões teológicas da passagem:
Noemi age pra alcançar algo que ela já havia desejado para Rute (1.8,9), mas agora, ela estava entendendo que Deus estava conduzindo o momento. Robert Hubbart entende que "em resposta a uma oportunidade concedida providencialmente, Noemi começou a responder a sua própria oração! Assim, ela dá o modelo de uma maneira em que as ações divinas e humanas operam juntas: crentes não devem esperar passivamente até que os eventos aconteçam; em vez disso, devem tomar a iniciativa quando uma oportunidade se apresenta. Eles entendem que Deus apresenta a oportunidade" (2003, p. 269).
A soberania e bondade do Senhor prevalecem diante do arriscado plano que coloca em risco o futuro redentivo e a reputação de uma jovem de fé.
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