JUDAS, O PERDEDOR (Parte 2) Mateus 27.1-10
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Transcript
Grande ideia:
Estrutura:
Em seu livro “Tentação”, o famoso teólogo e mártir Dietrich Bonhoefer, sugere que Judas fora acometido pelo desesperatio, uma destrutiva condição de alma à qual- segundo o pensador luterano- alguns pecadores se entregam e na qual já não mais creem na possibilidade do perdão divino para si mesmos. Para Bonhoeffer, além de trair o Filho do homem, Judas ao entregar-se ao desperatio tentava a Deus, duvidando acintosamente do poder salvífico de Sua misericórdia:
… desesperando em relação a Deus, (o pecador) não quer mais dar ouvidos à Sua Palavra. E esse desespero haverá de alcançá-lo ou no pecado da blasfêmia ou na autodestruição, chegando ao extremo do desespero, o suicídio, como Saul e Judas (…). Em uma postura de ingratidão, de desobediência e de desesperança, o ser humano se obstina contra a graça de Deus, (…). A promessa de Deus em Cristo não basta mais.
Aramis de Barros:
Desiludido com Jesus, afagado pelos inimigos deste, ferido por uma repreensão e por fim desmascarado, Judas foi afundando cada vez mais no abismo, até tornar quase impossível o arrependimento.
Ora, este homem adquiriu um campo com o preço da iniquidade e, caindo de cabeça, rompeu-se pelo meio, e todos os seus intestinos se derramaram. Isto chegou ao conhecimento de todos os moradores de Jerusalém, de maneira que em sua própria língua esse campo era chamado Aceldama, isto é, Campo de Sangue.
E Pedro continuou:
Porém, ainda aqui, apesar de aparentemente distintas, as narrativas neotestamentárias são perfeitamente reconciliáveis. O verbo grego empregado no relato de Mateus (apenxato, aoristo de apancho) dá a ideia de que Judas, valendo-se de um galho de árvore, apertou um nó ao redor do seu pescoço e saltou em direção ao vazio e para a morte. O evangelista, portanto, encerra sua descrição do suicídio de Judas com a cena do enforcamento, sem dar importância ao horrível incidente que pode ter se seguido a ele. Já o autor de Atos, por outro lado, mostra que Pedro, no discurso do cenáculo, tem em foco não o ato do enforcamento em sim, mas a cena macabra subsequente, algo que, de tão aterrador, ficou gravado na memória daqueles que o testemunharam.
A tendência tradicional de exagerar seus erros e defeitos, desenhando nele um perfil distinto do homem comum, tira ao cristão o ensino que sua tragédia deixou. Olhar para Judas desapaixonadamente é reconhecer- para o assombro de tantos!- que nele pode ter havido, no princípio, um discípulo honesto, um companheiro íntimo de Jesus, conforme predisse o salmista (41.9) e atestou Pedro no cenáculo (!t 1.17). De sua horrível experiência, fica a lição inquietante de que uma barreira pode ser contraposta ao divino na carreira de um verdadeiro vocacionado; um muro não erigido pela única e gigantesca penha do pecado isolado ou daquela transgressão inaudita e assombrosa aos olhos humanos. Mas do gradual ajuntar de pedriscos de escândalo, seixos pecaminosos que, ano após ano, vão se acumulando em uma vida cristã divorciada da contrição e da devida valorização do chamado e da graça de Deus.
John MacArthur:
Em primeiro lugar, Judas é um exemplo trágico de oportunidades perdidas.
Em segundo lugar, Judas é um exemplo de privilégios desperdiçados.
Em terceiro lugar, Judas é a ilustração clássica de como o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.
Em quarto lugar, Judas exemplifica a indignidade e perigo da traição espiritual.
Em quinto lugar, Judas é prova dos ternos afetos de misericórdia de Cristo, da sua paciência e eterna bondade.
Em sexto lugar, Judas demonstra como a vontade de Deus não pode ser frustrada de maneira alguma.
Em sétimo lugar, Judas é uma demonstração vívida de toda a futilidade da hipocrisia e da falsidade.
Judas era orgulhoso demais para se arrepender.
C. S. Lewis:
O prazer do orgulho não está em se ter algo, mas somente em se ter mais que a pessoa ao lado. Dizemos que uma pessoa é orgulhosa por ser rica, inteligente ou bonita, mas isso não é verdade. As pessoas são orgulhosas por serem mais ricas mais inteligentes e mais bonitas que as outras. Se todos fossem igualmente ricos, inteligentes e bonitos, não haveria do que se orgulhar. É a comparação que torna uma pessoa orgulhosa: o prazer de estar acima do restante dos seres. Eliminado o elemento de competição, o orgulho se vai.
A verdadeira prova de que estamos na presença de Deus é que nos esquecemos completamente de nós mesmos ou então nos vemos como objetos pequenos e sujos. O melhor é esquecer-nos de nós mesmos.
Se alguém quer adquirir a humildade, creio poder dizer-lhe qual é o primeiro passo: é reconhecer o próprio orgulho. Aliás, é um grande passo. O mínimo que se pode dizer é que, se ele não for dado, nada mais poderá ser feito. Se você acha que não é presunçoso, isso significa que você é presunçoso demais.
E ali começaram a acusá-lo, dizendo:
— Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, impedindo que se pague imposto a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei.
Moisés Pinto Ribeiro:
Não se deve confundir arrependimento com remorso. O primeiro é construtivo: leva ou restaura a paz- de ambiente e do próprio coração- com Deus. Foi o caso de Pedro que também pecou e se perderia como Judas, caso não se arrependesse sinceramente (26.75): “Dá-me a alegria da tua salvação” (Sl 51.12). O segundo não procede de coração humilde, mas é fruto de um plano fracassado: “vendo que Jesus fora condenado”. Isso mostra que ele tinha um plano formado, quando traiu e vendeu a Jesus. Plano que fracassou com a condenação de Jesus. Nesse caso, ele viu que teria andado melhor se não tivesse vendido o mestre. Foi desmascarado.