RESPIRAÇÃO – Parte III – Pág. 174 - 179
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“Tu, porém quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás ao teu Pai, que está em secreto…” (Mt. 6:6)
O Segredo da oração é orar em secreto. Quem se entrega ao pecado para de orar. Mas aquele que ora para de pecar. O fato é que somos pobres mas não humildes de espírito.
A oração é profundamente simples, e ao mesmo tempo profunda. “É uma forma de expressão tão simples que até uma criancinha pode exercitá-la.” Mas é igualmente tão sublime que ultrapassa os recursos da linguagem humana, e esgota seu vocabulário. Lançar diante de Deus uma torrente de palavras não irá necessariamente imprensioná-lo ou comovê-lo. Uma das mais significantivas orações do Velho Testamento foi feita por uma pessoa que não pronunciou palavras: “Seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma.” (1 Sm.1:13) De fato ela não tinha grandes dons de oratória.
A oração é para o crente o que o capital é para um homem de negócios.
Não se pode negar que a maior preocupaçãp da igreja de hoje são as finanças. E, no entanto, esse problema que tanto inquieta as igrejas modernas era o que menos pertubava a do Novo Testamento. Hoje damos mais ênfase à contribuição; eles a davam à oração.
Em nosso dias são poucos os que estão dispostos a assumir a responsabilidade de orar inspirados pelo Espírito, e para esse tipo de oração não há substitutos. Temos que orar, senão pereceremos!
(Extraído do Livro: “Porque tarda o pleno avivamento”)
Leonard Ravenhill (1907-1994)
Qual o Potencial da Oração?
Quem pode calcular as dimensões do poder de Deus? Os cientistas fazem estimativas do peso total do globo terrestre, os estudiosos da Bíblia chegam a decifrar as medidas da Cidade Celestial, os astrônomos contam as estrelas no céu, outros medem a velocidade do relâmpago e dizem precisamente quando o sol se levanta e se põe – no entanto, é impossível estimar o poder da oração.
A oração é tão vasta quanto o próprio Deus, porque é ele mesmo que está por trás dela. A oração é tão poderosa quanto Deus, pois ele se comprometeu a respondê-la. Que Deus tenha compaixão de nós, por sermos tão gagos e hesitantes nesta que é a atividade mais nobre da língua e do espírito do homem. Se Deus não nos iluminar no nosso recinto privado de oração, andaremos em trevas. No tribunal de Cristo, o fato mais vergonhoso que o cristão haverá de enfrentar será a pobreza da sua vida de oração.
8.6. EXPIRAR
8.6.1. Orar é expirar. Inspire, expire. Inalamos as vivificadoras palavras de Deus e as expiramos de volta para Deus em oração. A razão pela qual quis incluir a Escritura e a oração em um único capítulo neste livro sobre crescimento em Cristo é ressaltar quão inter-relacionadas e mutuamente dependentes são.
8.6.2. Podemos facilmente pensar nessas duas disciplinas como atividades independentes. Lemos a Bíblia e oramos. Entretanto, a maneira mais eficiente de orar é tomar sua Bíblia e lê-la em oração, enquanto a melhor maneira de ler a Bíblia é em oração.
8.6.3. Este é um livro sobre crescimento em Cristo, e meu tema ressoante consiste em que a vida cristã é, em essência, uma questão não de fazer mais ou de se comportar melhor, mas de se aprofundar. A primeira ênfase que tenho dado é que crescemos especificamente ao nos aprofundarmos no Evangelho, no amor de Cristo e em nossa união com ele.
8.6.4. Ao pensarmos agora sobre a oração, isto é o que estamos fazendo: refletindo sobre a maneira como nossa alma tem de ir a Deus em Cristo, para desejá-lo, anelar por ele, recebê-lo, viver nele e agradecer-lhe por seu amor infinito. O Evangelho chega até nós por meio das Escrituras, e na oração nós o recebemos e o desfrutamos.
8.6.5. Em outras palavras, conectar a oração com a leitura da Bíblia é simplesmente reconhecer que Deus é uma pessoa real com quem os crentes têm um relacionamento genuíno, a cada instante. A Bíblia é Deus falando conosco. A oração consiste em falarmos com Deus.
8.6.6. Se não orarmos, não cremos que Deus é uma pessoa real. Podemos até dizer que cremos, mas não cremos de fato. Se não orarmos, pensamos realmente que ele é algum tipo de força impessoal, um tipo de ideal platônico, distante e separado, poderoso e abstrato. Não o vemos como um Pai.
8.7. FILHOS CONVERSANDO COM O PAI.
8.7.1. Nunca tive de falar a meus filhos que tentassem começar a falar. Tão naturalmente quanto começaram a respirar assim que nasceram, começaram a tentar falar quando tinham apenas alguns meses de idade. O impulso de falar estava embutido neles. De modo semelhante, os filhos de Deus encontram dentro de si o impulso para falar com seu Pai celestial. Romanos 8:15 e Gálatas 4:6.
8.7.2. Esse é um clamor de intimidade, de dependência, o clamor de um filho. Com frequência, não sabemos o que ou como orar. Jesus nos deu a Oração do Pai-Nosso como um meio de nos ajudar. Porém, outra ajuda é o Espírito simplesmente balbuciar em nosso espírito, ligado a uma mente cheia da Escritura, elevando-nos ao céu com os gorgolejos de um infante. Fomos unidos a Cristo pelo Espírito; portanto, Deus vive em nós. Romanos 8:26.
8.7.3. Assim, passamos o dia em oração. I Tessalonicenses 5:1
Isso talvez pareça impossível. Como vou comer, dormir e conversar com meus amigos se devo orar o tempo todo?
8.7.4. Esse, porém, não é o ensino do texto. O ensino é que avançamos pela vida orando, em vez de apenas separarmos alguns minutos de manhã ou à tarde para a oração. Certamente, tempos planejados de oração focalizada são indispensáveis. Mas, se durante todo o dia, nossa única oração são alguns minutos reservados em que oramos por uma lista de assuntos, não conhecemos Deus como Pai.
8.7.5. Passe seu dia orando. Permita que Deus seja seu Pai a cada momento. Ouça a voz dele na Escritura pela manhã e transforme essa Escritura em oração. Em seguida, permita que esse tempo com ele – essa comunhão de ouvir e falar – conceda a você um dia todo de comunhão com Deus.
8.8. O LIVRO DE ORAÇÃO DA BÍBLIA.
8.8.1. Enquanto refletimos sobre oração, precisamos fazer uma pausa e refletir sobre o único livro da Bíblia que é uma série de orações: o livro de Salmos. Digo frequentemente que a Bíblia é Deus falando conosco. Os Salmos, porém, são o único livro da Bíblia dirigido a Deus. Ali, Deus nos toma pela mão e nos dá palavras para lhe respondermos. Os Salmos são orações.
8.8.2. Por isso, eu lhe proponho que, à medida que for crescendo em Cristo, forme o hábito vital de fazer do livro dos Salmos. Nunca fique muito tempo sem fazer deles sua própria oração. Eles dão voz, voz sagrada, a cada circunstância, a cada emoção, a cada aflição por que passamos no deserto deste mundo caído.
8.8.3. Mais exatamente, os Salmos treinam nosso coração na direção evangélica. Conduzem-nos às grandes, gloriosas e básicas verdades que amamos e confessamos – mais centralmente, à cruz de Jesus, que nos perdoa e é nosso padrão para a vida.
8.8.4. Ao ler os Salmos com calma e de forma meditativa, permitindo que deem voz às aflições de seu próprio coração, você se verá pensando: “Esses poetas me conhecem”. De fato, eles me conhecem melhor do que conheço a mim mesmo. Veem meu pecado mais claramente do que eu o vejo. Em resumo, eles me levam para águas mais profundas, de maneira que fomentam meu crescimento em Cristo.
8.9. INSPIRE, EXPIRE.
· Você não tentaria passar a vida segurando sua respiração. Por isso, não viva sem a leitura da Bíblia ou sem oração. Deixe sua alma respirar.
· Oxigene-se com a Bíblia e expire o gás carbônico da oração, respondendo a Deus com sua admiração, sua preocupação, sua espera.
· Ele não é uma força, um ideal ou uma máquina. Deus é uma pessoa. Mantenha aberto o canal entre sua pequena vida e o próprio céu, por meio da Bíblia e da oração.
· Assim, você crescerá. Você não conseguirá perceber isso diariamente, mas chegará ao fim de sua vida como uma pessoa radiante e firme e terá deixado um rastro de aroma do céu. Terá abençoado o mundo. Sua vida terá sido importante.