Marcos 12:1-12

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Marcos 12:1-12

Os Lavradores Maus:

Introdução
Jesus continua no templo ensinando...
OBSERVAÇÕES DO TEXTO
A) A parábola dos “lavradores maus”:
Então, entrou Jesus “a falar-lhes por parábolas” (v.1).
A temática que esta parábola segue, tem paralelo com Isaías 5:1-7. Também uma parábola, que usa figuras iguais. Mas no texto profético, Isaías chama a atenção do povo para recordarem os cuidados do Senhor para com eles, à vinha.
Por mais que exista proximidade entre os textos, a diferença existe, e aqui se apresenta no número de personagens e a temática. Aqui, temos os seguintes personagens destacados: 1º) O proprietário/dono da vinha, que cuidou muito bem da mesma (v.1); 2º) uns lavradores, à quem o proprietário arrendou as terras — para compreendermos aqui, o proprietário arrendou a terra, daí receberia o pagamento dos lavradores —; 3º) uns servos enviados para receber o pagamento e 4º) o filho do proprietário/dono da vinha.
Na parábola existem três momentos: 1ª — O terreno cuidado e arrendado; 2ª — O envio dos servos, a violência e homicídio por parte dos lavradores e 3ª — O envio do Filho do Dono da Vinha e a julgamento do Dono da Vinha.
Marcos nos faz perceber dos versículos 10-12 que o alvo da Parábola não eram gentios e os que estavam próximos a eles, mas sim os fariseus e todos aqueles que tinha sua história envolva nesta trama: tomar o governo do Senhor para si e acabar com qualquer um que tente impedi-los de dominar.
Nesta parábola nós temos “os lavradores” que arrendam a vinha. Eles recebem um lugar cheio de frutos, para cuidar e desfrutar dos mesmos. O dono arrendou a terra para eles; a ideia que o texto nos trás é que: eles cuidariam da terra e se beneficiariam da mesma, este é o valor que eles ganhariam. Mas preferiram diferente. Escolheram não pagar o justo ao dono da terra e tomá-la para si.
Eles foram violentos e tornaram-se homicidas. Esta não é a história que começa com Israel e Judá. São expressões que nos remetem ao Jardim no Gênesis e o mandato cultural que o homem recebeu em Gênesis 1:27-28:
Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.
A queda veio, o pecado surgiu, mas o plano do Senhor continuou, por isso ele escolheu um homem (Abrão), mudando-lhe o nome (Abraão) e fazendo-lhe uma promessa: abençoaria os lavradores da terra através de sua descendência. Daí então, chegaria até Israel (antes Jacó) e Judá (seu filho).
Acredito que Jesus nos comunica muito nesta parábola. Do versículo 1-2 nós temos um panorama histórico que vai da Criação à Queda — de Noé até os Hebreus. Depois, dos versos 2b-5, temos um panorama do período Mosaico ao Profético. Onde o povo muitas vezes pecou e preferiu acabar com os servos (profetas/arautos) do Dono da Vinha. Do versículo 6-9 temos o presente momento, onde os lavradores tentavam contra o Filho de Deus, o Filho do Dono da Vinha. Eles conseguiriam matá-lo, como sabemos. Os lavradores maus tinham consciência de que matando o Filho do Dono da Vinha, a tomariam para si, eles eram maquiavélicos, premeditavam isto.
Algo surge muito importante nesta parábola, algo lógico. Para os lavradores, o Filho tem igual autoridade como o Pai. Por isso, “matando-o tomariam sua herança” (v.7b). Sua herança é o que pertence ao Pai. Aqui, temos um reforço à Cristologia, doutrina que faz parte da nossa ortodoxia que nos leva a compreensão de que Jesus, sendo o Cristo, o Filho de Deus, partilha da mesma natureza do Pai.
Aqui nós sabemos que não nos é contada sobre a vitória destes sobre o Filho do Dono da Vinha. Mas sobre a vitória do proprietário sobre estes ímpios. No versículo 9 nos é comunicado que o Dono da Vinha “virá, exterminará aqueles lavradores e passará a vinha a outros”.
Por isso Jesus pergunta aos que escutavam seu ensino: “Vocês não leram o que está na Escritura?” — o que está escrito? No Salmo 118:22-23:
A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos.
Texto usado pelo apóstolo Pedro, não somente na epístola, mas também em Atos 4:11: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular”. Onde Pedro declara as principais autoridades em Israel e os Anciãos. Estes que, ao serem citados por Cristo quando prenunciou sua morte, assombraram o apóstolo. Agora eram alvo da evangelização do mesmo e de seus irmãos. Eles foram os “construtores” que rejeitaram a Pedra. Como está escrito em João 1:11: Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. E a marca da Nova Aliança, em Cristo, é a expansão da graça aos gentios. Por isso Jesus declarou no versículo 9b: “exterminará aqueles lavradores e passará a vinha a outros”.
Eles ficaram irados com Jesus. Esta era a reação destes, os alvos da denuncia nesta pregação do Mestre. Eles queriam prendê-lo de alguma forma, mas não a qualquer custo. O povo gostava dele. Mas estes, os superiores em Israel, compreenderam que esta parábola fora proferida contra eles.
Eles procuraram fazer-lhe mal, mas temiam o povo. Pois diferente deles, o povo gostava das palavras de Jesus, de suas denuncias, e esperança nas Palavras. E eles dependiam do povo para muito, vide as vendas no templo que perderam pois Jesus os expulsou.
Eles procuravam, mas então desistiram e se retiraram. Ali ficou o povo, sendo alimentado pelo Senhor, diferente destes que ouviam suas Palavras e nutriam ódio pelo Senhor.
TRANSIÇÃO: .
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Feitas estas considerações, vamos observar verdades espirituais advindas do texto, e assim avaliarmos nosso compromisso como servos do Senhor, participantes do Reino de Deus:
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1. CRIAÇÃO
RECEBEMOS DÁDIVAS PARA HONRÁ-LO E NOS ALEGRARMOS N’ELE
No CMW pergunta 1, está escrito:
Qual é o fim supremo e principal do homem?
Resposta: O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre.
No versículo 1 está escrito:
“Um homem plantou uma vinha”. Dentro da parábola este personagem é Deus, o Pai. Ele fez isto, visando cuidar bem da mesma — da criação (em sentido geral). Por isso, construiu 1º) Uma cerca ao seu redor, com a intenção de organização — colocando limite; 2º) Um lagar. Que são duas cavidades no chão. Uma para colocar as uvas e as mesmas serem pisadas pelos servos e a segunda cavidade ficar cheia de suco de uva, para produzir vinho. Vinho que é um simbolo interessante em toda a Escritura. E em 3º) Uma torre. Que no original nos leva a compreender que seria uma torre de vigia, para proteger a vinha de salteadores.
Perceba que Deus fez tudo isto e arrendou para lavradores realizarem tal serviço. Eles serviriam a “terra criada e cuidada” pelo Dono da Vinha. Desfrutariam do resultado do fruto em troca de seu trabalho e a honra devida ao Dono, pois o mesmo tomaria do que fora produzido da terra. Estes eram os que cuidavam da Casa de Oração naqueles dias: principais sacerdotes e anciãos do povo.
Em outras palavras, eles receberam algo que vem da graça de Deus. Eles não tem como pagar. Receberam dadivas, que foram acompanhadas da responsabilidade que teriam: produzir algo que honrasse o Dono da Vinha, devolvendo-lhe o que é seu. Ao mesmo tempo que receberam dadivas que produziriam alegria em seus corações. Dons de Deus.
Sobre o que era produzido da uva, o vinho, a Escritura diz em:
Salmo 104.15
o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças.
E em Ec 10:19
O festim faz-se para rir, o vinho alegra a vida, e o dinheiro atende a tudo.
O resultado do suco produzido da vide é uma bebida que alegra o coração. Que entendo ser no texto um simbolo para alegria que os servos fieis devem possuir ao viverem para o Senhor. Não faço aqui uma apologia ao consumo de álcool irmãos, estou considerados os detalhes no texto, a luz do todo da Escritura.
Por isso, somos levamos a segunda verdade. Que nos traz um aspecto negativo apontado no texto.
Aplicações:
Você tem honrado o Senhor com os frutos das dádivas que recebeu? Por exemplo: sendo fieis em dízimos e ofertas.
Você recebeu do Senhor dádivas que alegram seu coração? Como você tem desfrutado das mesmas? Com equilíbrio? Ou tem desfrutado das dádivas do Senhor como sendo o próprio Deus?
Pergunte a você mesmo: e se estas dádivas cessarem por determinado período, como ficarei? Onde minha alegria está firmada? No doador das dádivas ou no receber os presentes?
TRANSIÇÃO:
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2. A QUEDA
O PECADO NOS LEVA A COLOCARMOS AS DÁDIVAS NO LUGAR DO SENHOR
Estes lavradores tomaram a vinha para si, e “expulsaram” o Dono da Vinha do meio deles.
Veja como estava o templo quando Jesus condenou os salteadores ali. A casa de oração tornou-se um covil de salteadores. De pessoas que estavam com seus corações no lucro, no que ganhariam. Deixaram de depender do Dono da Vinha, para fazer conforme bem entendiam.
Eles colocaram o bem que recebiam do Senhor, acima do mesmo. Eles queriam mais, mais denário, mais lucros. Por isso, se fosse necessário transformar a casa de oração em feira livre, assim seria. Pois quem eram os proprietários agora? Segundo a perspectiva deles: os principais sacerdotes e anciãos eram os proprietários.
O pecado deles era a cobiça. O possuir algo, esquecendo-se quem os presenteou com, levou-os a inverter o lugar. No deserto o povo precisava dos suprimentos, num determinado momento, eles forjaram um bezerreiro de ouro para adorarem crendo que receberiam o que pediam e foram punidos por isso.
No decorrer da história, eles receberam graciosas dádivas (o que é redundante para um cristão, pois tudo é dádiva) do Eterno. Ali mesmo no deserto: pão e carne. E no decorrer das eras a devida proteção e cuidados da parte do Senhor.
Aqui, no presente momento, eles viviam como judeus — religiosamente falando —, tendo toda a história desfrutada nesta “vinha plantada pelo Eterno”, mas vivendo como se nada tivessem recebido d’Ele.
Por isso, substituíram o abençoador pela benção. A vinha, pelo Dono da mesmo que arrendou para eles, sem custo.
Nós recebemos muitas dádivas do Senhor. No meio reformado mesmo isso é muito debatido. Há uma escola que entende que existem dádivas diversas, ex.: comida, bebida e sexo. Dádivas que não são pecaminosas em si. Mas que se você se entrega a glutonaria, ou a embriagues e a prostituição (em suas diversas facetas) está substituindo o abençoador pela benção.
Isso é fruto do pecado. Depois da queda esse desequilíbrio frente às tantas bençãos que recebemos é comum entre os homens (seres humanos). Essa é a segunda verdade: o pecado nos leva a colocarmos as dádivas no lugar do Senhor.
Mas não somente isto, o pecado também nos leva o inferirmos que por recebermos dádivas, somos insubstituíveis.
Aplicações:
Como você tem usufruído das dádivas que recebe do Senhor? Que lugar elas tomam no seu coração?
Pequenas ou grandes, que papel estas dádivas tem na sua piedade para com o Senhor? Ela os levam a ser um discípulo fiel ao Senhor? Ou elas estão trazendo problemas para você?
Você pensa que o problema está nas dádivas, ou no seu coração?
TRANSIÇÃO:
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3. A REDENÇÃO
A DÁDIVA DAS DÁDIVAS NOS FOI DADA EM CRISTO
Aqui Jesus nos ensina o que fora feito na história:
Os lavradores maus o prenderam, mataram e atiraram-no fora da vinha. Pensando estes que haviam tomado tudo para si. Estes foram muito tolos.
Jesus declara que o Dono da Vinha exterminaria aqueles lavradores (não entenda isto como aquela etnia, mas sim os que fizeram mal para o Filho do Dono da Vinha).
Mas e os servos? Foram mortos. Mas e o Filho? E a herança?
Jesus afirma: “passará a vinha a outros” (v.9b). Outros que não rejeitaram o governo do Dono da Vinha. Outros que receberam as dádivas do mesmo, mas dentre elas, receberam a superior.
Receberam o que procede do Senhor, o que é maravilhoso aos olhos. A dádiva das dádivas, a salvação em Cristo Jesus. Através desta, a reação destes servos não é como a destes homens (v.12). Estes eram os lavradores maus, nós sabemos.
Aqueles que elevaram em seus corações as dádivas acima do doador das mesmas. O pior é ouvir tudo isso e persistir, manter-se como inimigo do Senhor. Como um idolatra neste sentido.
Aqueles que receberam a dádiva das dádivas, compreenderiam o que Jesus Cristo ensinou nos versículos 1-11 e se arrependeria. Testemunharia esperança diante dele, pois Jesus não diz que a história tem um final triste, mas um final cheio de regozijo. Pois o Dono da Vinha continua como tal. Ele não pode ser tirado do seu status, do seu trono, do seu governo.
Aplicações:
Você recebeu a dádiva das dádivas?
Como você observa as demais bençãos? O pão de cada dia? A comunhão entre os irmãos? Estas dádivas não são um fim em si mesmas, certo?
Todas estas estão fundamentadas em Cristo, a Pedra Angular?
Em Cristo, desfrutando da dádiva das dádivas, a salvação, você tem liberdade. Não há nada que o prenda a este mundo. Ou mesmo que o faça substituir o abençoador pela benção.
Se você está em Cristo, você não é como um lavrador mal.
TRANSIÇÃO:
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CONCLUSÃO:
???
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