A GRANDE INVERSÃO! Lucas 22.24-30

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Na política de Jesus o maior é como o menor e quem lidera como quem serve.

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Grande ideia: Na política de Jesus o maior é como o menor e quem lidera como quem serve.
Estrutura: uma animada e indecorosa disputa (vv. 24-25) e a lição de Jesus: o reino de Deus é um reino de servos (vv. 26-30)
Comentário Bíblico Africano:
Os apóstolos ficaram profundamente entristecidos quando Jesus lhes disse que sofreria traição por parte de um dos seus e perguntavam qual deles seria o traidor (22.21-23). Seu desalento, no entanto, rapidamente se tornou um questionamento sobre quem, entre eles, mereceria o lugar mais alto. Era de esperar que, nesse momento especial, eles devessem celebrar seu sentimento de união, entretanto, enquanto comiam com Jesus e participação da Santa Comunhão, envolveram-se numa discussão em razão de seu desejo por status (1Co 3.1-4 ; Jo 13; Mt 23.1-12).
C. S. Lewis:
O prazer do orgulho não está em se ter algo, mas somente em se ter mais que a pessoa ao lado. Dizemos que uma pessoa é orgulhosa por ser rica, inteligente ou bonita, mas isso não é verdade. As pessoas são orgulhosas por serem mais ricas mais inteligentes e mais bonitas que as outras. Se todos fossem igualmente ricos, inteligentes e bonitos, não haveria do que se orgulhar. É a comparação que torna uma pessoa orgulhosa: o prazer de estar acima do restante dos seres. Eliminado o elemento de competição, o orgulho se vai.
A verdadeira prova de que estamos na presença de Deus é que nos esquecemos completamente de nós mesmos ou então nos vemos como objetos pequenos e sujos. O melhor é esquecer-nos de nós mesmos.
Se alguém quer adquirir a humildade, creio poder dizer-lhe qual é o primeiro passo: é reconhecer o próprio orgulho. Aliás, é um grande passo. O mínimo que se pode dizer é que, se ele não for dado, nada mais poderá ser feito. Se você acha que não é presunçoso, isso significa que você é presunçoso demais.
Lucas: Jesus, o Homem Perfeito Mania de Grandeza entre os Discípulos, um Pecado Reprovado (22.24–30)

William Barclay chega a dizer que uma das coisas mais tristes do relato evangélico é que os discípulos discutiram acerca de seus privilégios mesmo à sombra da cruz. Estando Jesus tão perto da cruz, seus discípulos mais íntimos estavam tão longe do espírito dele.

Alguns pontos devem ser aqui destacados.

Uma indecorosa disputa. (vv. 24-25)
(a) Incrível que, mesmo em um cenário marcado pela humildade (Jesus na mesa com seus discípulos), ainda há espaço para rivalidades.
Mateus 18.1 NAA
Naquela hora, os discípulos se aproximaram de Jesus e perguntaram: — Quem é o maior no Reino dos Céus?
Marcos 9.34 NAA
Mas eles se calaram, porque, no caminho, tinham discutido entre si sobre quem era o maior.
Lucas 9.46 NAA
Surgiu entre os discípulos uma discussão sobre qual deles seria o maior.
Phllip Yansey:
Apenas algumas poucas denominações executam a prática da lavagem dos pés; quanto às demais, toda a ideia lhes parece primitiva, rural, nada sofisticada. Pode-se discutir se Jesus pretendia entregar esse mandamento apenas para os doze discípulos ou para todos nós no futuro, mas não temos evidência nem mesmo de que os Doze seguiram as instruções.
Mais tarde naquela mesma noite surgiu uma discussão entre os discípulos acerca de quais deles eram considerados mais importantes. Notavelmente, Jesus não negou o instinto humano de competição e de ambição. Simplesmente redirecionou-o: “o maior entre vós seja como o menor; e quem governa seja como quem serve”. Foi quando proclamou: “Eu vos confio um reino”- um reino, em outras palavras, fundamentado no serviço e na humildade. Na lavagem dos pés, os discípulos haviam visto um quadro vivo do que ele queria dizer. Seguir esse exemplo não ficou mais fácil em dois mil anos.
(b) Interessante que o texto não fala de “qual deles era o maior”, mas “qual deles parecia ser o maior”.
(c) Jesus fala aqui de “domínio” sobre outras pessoas, nestes termos:

κυριευω kurieuo

de 2962; TDNT - 3:1097,486; v

1) ser senhor de, governar, ter domínio sobre

2) de coisas e forças

2a) exercer influência sobre, ter poder sobre

(d) E fala de “autoridade concedida”. E Jesus usa aqui de uma fina ironia, ao falar do modo como esses senhores da política eram costumeiramente chamados, “benfeitores”.
Lucas: Jesus, o Homem Perfeito Mania de Grandeza entre os Discípulos, um Pecado Reprovado (22.24–30)

Lawrence Richards diz que, no primeiro século, euergetes, “benfeitor”, era um título, em vez de uma descrição. Os governantes antigos, que exploravam cruelmente seus súditos, queriam o nome de Benfeitor sem o custo de verdadeiramente servi-los.

2. Um Reino de servos. (vv. 26-30)
(a) Jesus chama a nossa atenção aqui, com um forte: “mas”.
Lucas 22.26 NAA
Mas vocês não são assim; pelo contrário, o maior entre vocês seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve.
(b) Há uma grande inversão aqui entre o “maior” e o “menor”, o “que dirige” com o “que serve”.
Donald Kraybill:
Ao descrever João Batista, Jesus diz: “Eu digo que entre os que nasceram de mulher não há ninguém maior do que João; todavia, o menor no Reino de Deus é maior do que ele” (Lc 7.28). o que significam essas palavras desconcertantes? Entre as pessoas nascidas na carne, nenhuma é maior do que João. Ele é o maior, o último dos profetas.
Porém no reino, entre os nascidos do Espírito, mesmo o menor é maior do que João. Se o menor dos cidadãos do reino é maior do que João, o resto é obviamente maior. Jesus não está zombando do significado de João. Ele está apenas dizendo que todo o nascido do Espírito é tão grande quanto o maior profeta. Os olhos dele cintilam. Ele está argumentando que no reino de ponta-cabeça, todo mundo é o maior! Em suma, não existem pessoas pequenas neste reino.
Jesus está parodiando a linguagem do “maior e menor”. Esse tipo de conversa não tem lugar nas conversas do reino. Em veze de trocar uma antiga hierarquia por uma nova, Jesus aplaina as hierarquias. Ele entende que as hierarquias, muito facilmente, começam a agir como divindades. Os seres humanos se curvam, adoram e obedecem. Jesus, de uma vez por todas, desfaz a autoridade das hierarquias em agir como deuses. Ele nos chama a participar de um reino plano onde todos são os maiores. Neste reino, os valores do serviço e da compaixão substituem os do domínio e do comando. Nesta família plana, os maiores são aqueles que ensinam e obedecem aos mandamentos de Deus (Mt 5.19). Eles amam a Deus e aos outros tanto quanto a si mesmos.
(c) Jesus volta a falar sobre a “mesa”. Quem merece destaque no Reino quem está à mesa ou quem serve à mesa?
João 13.12–17 NAA
Depois de lhes ter lavado os pés, Jesus pôs de novo as suas vestimentas e, voltando à mesa, perguntou-lhes: — Vocês compreendem o que eu lhes fiz? Vocês me chamam de Mestre e de Senhor e fazem bem, porque eu o sou. Ora, se eu, sendo Senhor e Mestre, lavei os pés de vocês, também vocês devem lavar os pés uns dos outros. Porque eu lhes dei o exemplo, para que, como eu fiz, vocês façam também. Em verdade, em verdade lhes digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Se vocês sabem estas coisas, bem-aventurados serão se as praticarem.
(d) Nesse ponto, Jesus fala do seu Reino que é confiado àqueles que “permaneceram com ele nas suas tentações”.
Hebreus 2.18 NAA
Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, quando foi tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.
Hebreus 4.15 NAA
Porque não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas; pelo contrário, ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.
(e) O Reino de Deus é um reino de servos.
Mateus 25.34 NAA
— Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: “Venham, benditos de meu Pai! Venham herdar o Reino que está preparado para vocês desde a fundação do mundo.
2Timóteo 2.12 NAA
se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará;
(f) Iremos julgar desde os céus, todas as “doze tribos de Israel” (o povo de Deus).
Mateus 19.28 NAA
Jesus lhes respondeu: — Em verdade lhes digo que, na regeneração, quando o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, vocês que me seguiram também se assentarão em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
3. Outras aplicações:
(a) Definitivamente precisamos aprender que quem está na mesa com Jesus não pode ceder lugar em seu coração para vanglória ou partidarismos.
Donald Kraybill:
Esta não era a primeira vez que o nosso Rei tinha tocado fundo. O rei Jesus lavou os pés dos outros por toda a vida. O comportamento da toalha e da bacia caracterizou toda a sua missão. Durante três anos, Ele estava usando a bacia. Porém não para excluir outros como fizeram os fariseus com seus rituais de purificação. Nem como Pilatos, que usou uma bacia para se livrar da responsabilidade pela morte de Jesus. Ao contrário de Pilatos e dos fariseus, a bacia de Jesus era um sinal de amor e serviço. Ele assumiu a responsabilidade pelos outros e os acolheu no reino plano. Porém não se engane- foi o trabalho de sua bacia que preparou o terreno para a cruz. Foi de fato a política de seu ministério da bacia que o levou a morte.
A cruz não caiu milagrosamente do céu. Jesus poderia ter evitado isso suavizando Sua mensagem, permanecendo fora de Jerusalém, ou não oferecendo perdão livre, mas Ele não o fez. Ele, ousadamente, anunciou e decretou o reino de Deus. A cruz era a reação natural das forças do mal à presença assertiva do serviço amoroso, sem considerar sexo, nação, religião ou etnia. O árduo madeiro era a ferramente violenta dos poderosos tentando esmagar o ministério de sua bacia. Sem uma bacia, provavelmente não haveria cruz. Em outras palavras, devemos distinguir entre a cruz e o que o conduziu a ela. A bacia e a cruz, bandeiras de dois reinos, mostram a grande diferença em seus valores e métodos.
(b) No céu, reinaremos com Jesus em uma modalidade de justiça. Não haverá a rigor, desigualdades no céu.
Às vezes, em especial nas exposições populares, o céu é retratado principalmente como um lugar de grande prazer físico, um lugar em que tudo que mais desejamos aqui na terra é atingido em grau máximo. Assim, o céu parece uma simples ampliação das condições terrenas (ou até mundanas). A perspectiva correta, porém, é ver a natureza básica do céu como a presença de Deus; presença da qual fluem todas as bençãos do céu.
(…) A presença de Deus significa que vamos atingir conhecimento perfeito.
1Coríntios 13.9–12 NAA
Pois o nosso conhecimento é incompleto e a nossa profecia é incompleta. Mas, quando vier o que é completo, então o que é incompleto será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. Porque agora vemos como num espelho, de forma obscura; depois veremos face a face. Agora meu conhecimento é incompleto; depois conhecerei como também sou conhecido.
1João 3.2 NAA
Amados, agora somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.
(…) O céu também será caracterizado pela remoção de todos os males.
Apocalipse 21.4 NAA
E lhes enxugará dos olhos toda lágrima. E já não existirá mais morte, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.
A presença do Deus perfeitamente santo e do Cordeiro sem mácula significa que não haverá pecado ou mal de espécie alguma.
Mateus 24.30 NAA
Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem. Todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.
Mateus 25.31 NAA
— Quando o Filho do Homem vier na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória.
Apocalipse 21.18–21 NAA
A muralha é feita de jaspe e a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido. Os alicerces da muralha da cidade estão enfeitados de todo tipo de pedras preciosas. O primeiro alicerce é de jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda; o quinto, de sardônio; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o décimo primeiro, de jacinto; e o décimo segundo, de ametista. Os doze portões são doze pérolas, e cada um desses portões é feito de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente.
Apocalipse 21.23 NAA
A cidade não precisa do sol nem da lua para lhe dar claridade, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua lâmpada.
Apocalipse 22.5 NAA
Então já não haverá noite, e não precisarão de luz de lamparina, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão para todo o sempre.
Ilustr.:
Em 1845, o ex escravo Frederick Douglass, logo após obter sua liberdade, escreveu sobre o cristianismo americano:
Eu amo o cristianismo puro, pacífico e imparcial de Cristo. Portanto, odeio o cristianismo corrupto, escravagista, espancador de mulheres, predador, partidário e hipócrita desta terra. Na verdade, não consigo ver razão alguma, exceto a mais enganosa, para chamar a religião desta terra de cristianismo. Olho para ela como o clímax de todas as contradições, a mais ousada de todas as fraudes e a mais grosseira de todas as calúnias (…) Sou tomado de um ódio indescritível quando contemplo o espetáculo e a pompa religiosos aliados às horríveis incoerências que me rodeiam por toda a parte (…) O homem que empunha o chicote de couro manchado de sangue durante a semana ocupa o púlpito no domingo e alega ser um ministro do manso e humilde Jesus. O homem que me priva dos meus ganhos no fim da semana de trabalho vem ao meu encontro como um mestre na manhã de domingo, com o propósito de me mostrar o caminho da vida e o caminho da salvação. Aquele que vende a minha irmã para a prostituição se apresenta como um piedoso defensor da pureza. Aquele que proclama a leitura bíblica como um dever religioso nega-me o direito de aprender a ler o nome do Deus que me fez (…) O defensor ardoroso da santidade da relação familiar é o mesmo que dispersa famílias inteiras- separando maridos e esposas, pais e filhos, irmãos e irmãs, deixando a cabana vazia e o lar desolado.
(…)
Eles participam com rigor farisaico das formas exteriores da religião e, ao mesmo tempo, negligenciam os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Estão sempre prontos para o sacrifício, mas raramente mostram misericórdia. Trata-se de pessoas que são retratadas como os que professam amar a Deus a quem não veem, enquanto odeiam seu irmão a quem veem. Amam os pagãos que vivem do outro lado do globo. Oram por eles, dão ofertas para que a Bíblia chegue até suas mãos e para que missionários sejam enviados para instruí-los, mas desprezam e negligenciam totalmente os pagãos que vivem dentro das portas de suas casas.
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