(Rm 4:13-17) A Justiça da Fé
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Argumentos de que Abraão não foi justificado pela lei, mas pela fé:
(1) Argumento da história (4:13): Abraão não poderia ter sido justificado pela lei, porque esta só foi dada 430 anos depois do patriarca (Gl 3.17). Logo, Abrão não poderia ter sido justificado por uma lei que não conhecia nem havia sido dada ao povo ainda.
Gálatas 3.17 “E digo isto: uma aliança já anteriormente confirmada por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a pode ab-rogar, de forma que venha a desfazer a promessa.”
Sproul: “Se pudéssemos receber as dádivas de Deus à parte da fé – por nossas obras e das lutas e tentativas de conseguir mérito –, então teríamos, com efeito, esvaziado o significado da fé... A promessa de Deus a Abraão e sua descendência não tem qualquer efeito à parte da fé.”
(2) O argumento da linguagem (4:13-16): Paulo usa neste parágrafo várias expressões como “lei”, “promessa”, “fé”, “ira”, “transgressão” e “graça”. A lei e a promessa não podem funcionar simultaneamente. Se a herança depende da lei, já não depende da promessa de Deus:
Gálatas 3.18 “Porque, se a herança provém de lei, já não decorre de promessa; mas foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão.”
- Lei e promessa pertencem a categorias diferentes; são incompatíveis. A lei exige obediência; a promessa requer fé :
Gálatas 3.12 “Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá.”
- O que Deus disse a Abraão não foi: “Obedeça a esta lei e eu o abençoarei”, mas “Eu o abençoarei; creia em minha promessa”.
- Se lei, transgressão e ira formam a primeira trilogia; fé, graça e promessa formam a segunda trilogia.
John Stott: “A lei de Deus faz exigências que nós transgredimos, e assim nós incorremos em ira (4.15); a graça de Deus faz promessas nas quais nós confiamos, e assim nós recebemos bênção (4.14,16).”
“transgressão” (4:15) - Sproul: “Se Deus não existe, tudo é permitido”. Vivemos numa sociedade que procura banir o próprio conceito de pecado da consciência humana; entretanto, para conseguir isso, precisamos banir Deus da equação.”
BCW: “O que é pecado?”. A resposta dada é: “Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer transgressão dessa lei”
Sproul: “Quando quebramos a lei de Deus – algo que fazemos, ou que fizemos ou que continuamos a fazer – o problema não é simplesmente o fato de que violamos algum padrão moral abstrato que denominamos “lei”. A lei de Deus é uma questão pessoal. Quando pecamos, não pecamos apenas contra alguma norma abstrata, ou um item da legislação. Pecamos contra aquele a quem a lei pertence. Cometemos violência contra ele, o próprio Autor de nossa vida”.
(3) Argumento da teologia (4:16-17a): A salvação não se destina apenas aos judeus da circuncisão, mas também aos gentios da incircuncisão. Abraão não é apenas o pai dos judeus circuncisos, mas também dos crentes gentios incircuncisos. Segundo Stott, “somente o evangelho da graça e da fé pode unir, abrindo a porta para os gentios e igualando todo mundo aos pés da cruz de Cristo”
Romanos 3.29 “É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios,”
USOS
Faça bom uso da Lei de Deus. A Lei do Senhor não será usada por nós de maneira benéfica, se a gente achar que a gente é justificado por cumprir os mandamentos. Lembre-se que você não consegue cumprir a vontade de Deus perfeitamente. E que ainda que você consiga guardar os mandamentos com dificuldade, você não faz mais do que a sua obrigação. Você deve saber que não há mérito nosso em fazer a vontade de Deus. É pura graça de Deus quando conseguimos guardar os seus mandamentos, e a glória é toda dele. Você também não fará bom uso da Lei de Deus se ela for pra você um fardo (1João 5.3 “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos,”). Talvez você trate o cristianismo como uma lista de regras chatas para se cumprir, mas não é assim que deve ser tratada a vontade de Deus - de maneira moralista. O remédio pra isso também não é deixar de fazer a vontade de Deus (“Ah, eu acho que não precisa viver desse jeito também, aí é muito exagero”). Não pense assim. O remédio pra que a gente pare de considerar a vontade de Deus um peso, é ter prazer na Lei de Deus. Veja como Davi amava a Lei do Senhor:
Salmo 119.1–7 “Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor. Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições e o buscam de todo o coração; não praticam iniquidade e andam nos seus caminhos. Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca. Tomara sejam firmes os meus passos, para que eu observe os teus preceitos. Então, não terei de que me envergonhar, quando considerar em todos os teus mandamentos. Render-te-ei graças com integridade de coração, quando tiver aprendido os teus retos juízos.”
Salmo 119.96–105 “Tenho visto que toda perfeição tem seu limite; mas o teu mandamento é ilimitado. Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre comigo. Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais prudente que os idosos, porque guardo os teus preceitos. De todo mau caminho desvio os pés, para observar a tua palavra. Não me aparto dos teus juízos, pois tu me ensinas. Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca. Por meio dos teus preceitos, consigo entendimento; por isso, detesto todo caminho de falsidade. Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.”
Faça bom uso das promessas de Deus. As promessas de Deus são a nossa verdadeira segurança, e asegurança da nossa fé. É lembrando e meditando nas promessas que a gente pode descansar. No período do holocausto, um famoso médico psiquiatra judeu chamdao Viktor Frankl percebeu que o que sustentou muitos judeus durante aquele terrível peíodo de sofrimento a esperança. Muitos tinham certeza de que saíriam de lá e reencontrariam seus familiares. Era a motivação de algo fora daquele lugar que os sustentava ali. Assim são as promessas de Deus. Nós devemos confiar naquilo que ele disse sobre Ele mesmo, o que ele fez e fará por nós, e assim descansar.
2Pedro 1.4 “pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,”
William Spurstowe: “Medite com muito cuidado e frequência nas promessas e […] considere-as como fez a virgem Maria com as coisas que se falavam a respeito de Cristo: “Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração” (LUCAS 2:19) […] quando o coração e as afeições se concentram totalmente na meditação de uma promessa, ah!, a promessa é tal qual um espelho brilhante aos olhos da fé! Que legiões de belezas aparecem então de todos os lados, que extasiam e enchem a alma do cristão com grande deleite! […] Uma promessa na qual alguém reflete e medita cuidadosamente é como um pedaço de carne bem mastigado e digerido, que distribui mais nutrientes e força ao corpo do que grandes quantidades quando ingeridas por inteiro.”
Isaías 43.1–7 “Mas agora, assim diz o Senhor, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate e a Etiópia e Sebá, por ti. Visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra, e eu te amei, darei homens por ti e os povos, pela tua vida. Não temas, pois, porque sou contigo; trarei a tua descendência desde o Oriente e a ajuntarei desde o Ocidente. Direi ao Norte: entrega! E ao Sul: não retenhas! Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra, a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e que formei, e fiz.”
Isaías 41.10–16 “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel. Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que estão indignados contra ti; serão reduzidos a nada, e os que contendem contigo perecerão. Aos que pelejam contra ti, buscá-los-ás, porém não os acharás; serão reduzidos a nada e a coisa de nenhum valor os que fazem guerra contra ti. Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo. Não temas, ó vermezinho de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu Redentor é o Santo de Israel. Eis que farei de ti um trilho cortante e novo, armado de lâminas duplas; os montes trilharás, e moerás, e os outeiros reduzirás a palha. Tu os padejarás, e o vento os levará, e redemoinho os espalhará; tu te alegrarás no Senhor e te gloriarás no Santo de Israel.”