Marcos 12:13-34

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Marcos 12:13-34

Encontros no templo:

Introdução
Jesus, no templo, encontra “alguns fariseus e herodianos”, noutro momento “os saduceus” e depois “um dos escribas”. Ele estava rodeado daqueles que queriam ouvi-lo ensinar, e daqueles que queriam “acabar com ele”.
OBSERVAÇÕES DO TEXTO
Quem estava neste encontro:
"Fariseus, herodianos, saduceus e um escriba”.
Note bem a combinação dos primeiros citados. Hendriksen define estes dois primeiros grupos (fariseus e herodianos) da seguinte forma:
“Os Herodes eram amantes das artes, da arquitetura, do atletismo, etc. dos pagãos. Os herodianos seguiam essa linha. Somente em um sentido muito externo essas pessoas praticavam a religião judaica. Sua verdadeira filosofia era o helenismo. Então, os dois grupos, fariseus e herodianos, juntam-se contra Jesus. Aqueles que eram – ou acreditavam que eram – muito interessados em cumprir a lei de Deus e aqueles que eram negligentes e pouco se importavam com os mandamentos divinos tinham um objetivo em comum: livrar-se de Jesus”.
Ele complementa que:
“Cada grupo tinha suas próprias razões para querer destruí-lo. Não era o seu ensino uma denúncia da justiça própria dos fariseus e do mundanismo dos herodianos? Além disso, os herodianos não podiam estar satisfeitos com a entrada real de Jesus em Jerusalém, nem os fariseus com sua entrada como ‘o Filho de Davi’, o Messias. Além disso, ambos tinham inveja de Jesus, pois, como eles percebiam, sua influência sobre o povo estava se tornando grande demais”.
Eles não tinham nada em comum, se não o ódio por Jesus. Eram grupos antagônicos, não fazia sentido nenhum estarem juntos. Mas perceba como o pecado une os menos improváveis: para promover o mal.
Em Mc 11:28 eles fazem uma pergunta para Jesus, com o objetivo de minar sua autoridade diante do povo, consequentemente eles recebem uma contra pergunta como resposta e silenciam com medo do povo.
Aqui eles buscam usar outro método para tentar minar a autoridade de Jesus: a armadilha (iniciando com bajulação). Veja a maneira como se expressam no versículo 14.
Será que eles chegaram a pensar que poderiam ter causado boa impressão em Jesus com estes adjetivos ocultando a bajulação? E terem escondido o que eles intentavam no coração? A boa retórica, o falar bem era com eles mesmo.
Mas como esconder sua real intenção através das “belas palavras” diante de Deus, não é mesmo?
Jesus não deixou-se enganar pela inocência fingida destes homens. Parecia que com os elogios e pergunta que era comum entre os judeus, eles comunicariam humildade e necessidade de ajuda no ensino. Mas O Mestre conhece os corações e introduz sua resposta no versículo 15, com as seguintes palavras: “Por que me experimentais”? Em outras palavras: “Por que vocês me testam”?
E Jesus continua: “Trazei-me um denário para que eu o veja”. Ele toma um denário e mostra o que estava apresentada nas inscrições da moeda. Ali estava registrado na CARA da moeda: Tibério César Augusto, Filho do Divino Augusto. E na COROA da mesma: Sacerdote Supremo. Ambos escritos em latim. De um lado tinha a cabeça do governante e, do outro lado ele é mostrado sentado em seu trono com vestes sacerdotais.
O Mestre responde no versículo 17: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Com esta resposta o Senhor não estava fugindo da pergunta, mas claramente dizendo: “Sim, paguem os impostos”. Com isto Jesus estava ensinando que honrar a Deus não significava desonrar o imperador, recusando-se a pagar pelos privilégios, de uma sociedade relativamente organizada (que promovia segurança e cuidados públicos), que todos debaixo do seu governo o faziam. Tal benção implica responsabilidade, como nos ensina Paulo em 1Tm 2:2, quando afirma que devemos orar “em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito”. E Pedro em 1Pe 2:17 quando afirma que devemos “tratar todos com honra, amando os irmãos, temendo a Deus e honrando o rei”.
Nesta resposta, Jesus adverte a todos, inclusive o imperador — o mais exaltado ali — que o mesmo não deveria reivindicar honras que eram devidas somente a Deus. “O que é devido a Deus, entreguem a Deus”. Afirmando isto, Jesus rejeitava a reivindicação do próprio César, onde na moeda estava escrito “pontifex maximus” (traduzido do latim: sacerdote supremo).
A resposta de Jesus não era esperada por eles. Por isso eles ficaram admirados, sem reação, e assim foram desbaratados pelo Senhor Jesus.
Temos agora o segundo grupo: Os Saduceus.
Estes faziam parte do grupo onde parte dos sacerdotes eram escolhidos. Mesmo assim eram totalmente diferente dos dois grupos anteriores. O que havia em comum entre eles era o mesmo ódio por Jesus.
Eles eram os que tinham maior domínio sobre o templo. Mesmo sendo os maiores materialistas ali presentes. Sendo aqueles que não criam no sobrenatural (anjos, ressurreição etc.).
De todo modo eles eram conhecedores da lei e procuravam segui-la. Por isso eles começam a interação citando a lei mosaica. Em Dt 25:5 está escrito: Se irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem filhos, então, a mulher do que morreu não se casará com outro estranho, fora da família; seu cunhado a tomará, e a receberá por mulher, e exercerá para com ela a obrigação de cunhado.
Para eles — os saduceus — já não fazia sentido tratar deste assunto, pois eles não acreditavam na vida após a morte como acreditavam os fariseus e escribas. Eles tinham a intenção de fazer uma pegadinha com Jesus, e quem sabe “matar dois coelhos com uma cajadada só”. Pois humilhando Jesus com esta crença, estariam humilhando também fariseus e escribas.
Quando você lemos no versículo 22 o exemplo dos “sete maridos”, não temos uma pergunta séria e sim uma exagero retórico de alguém que deseja apenas expor seu oponente ao ridículo. Eles tencionaram esta “corda” até o sétimo marido, sendo que para eles não interessava se era um ou mais, pois eles não acreditavam nesse tipo de ressurreição.
Por isso, Jesus os responde como está registrado no versículo 24: “Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus”? Que fique claro, os saduceus tinham o pentateuco como livro deles, por isso citam a Lei do Levirato, em Dt 25:5-6.
Tinham a lei, mas acompanhada de um problema interpretativo claro. Por que tomar um texto da lei mosaica e aplicá-lo à vida futura (pós-morte)? Sendo que o texto era lei civil para o israel e não para o momento escatológico?
Eles tinham o pentateuco como livro deles, como mencionei. Um compendio de livros que ensina a existência de anjos (Gn 19:1, 15; 28:12; 32:1), algo que eles negavam também (At 23:8). Mostrando incongruência no questionamento que fazem.
Aqui também, o Senhor expõe coração destes questionadores. Eles poderiam vir com adjetivos bajuladores etc., mas não enganariam o Senhor. O Senhor não somente expõe seus corações mas os ensina a verdade. Se eles baseavam seus argumentos nas Escrituras, deveriam conhecer a Escritura. Jesus cita Ex 3:6, texto onde Deus comunica a Moisés que é o Deus dos patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó.
Nesta história eles já estavam mortos, não eram contemporâneos de Moisés. Eles não estavam no mesmo plano onde Moisés estava, mas estavam vivos. Algo que os saduceus não acreditavam.
O texto bíblico nos mostra como Deus não é Deus daqueles que existiram e foram aniquilados (não há mais existência). Quando Jeová afirma ser o Deus de Abraão, Isaque e Jacó ele está declarando que eles ainda estão vivos. Por isso Jesus usa este texto em Êxodo.
Jesus conclui a conversa com eles no versículo 27, afirmando: “Laborais em grande erro”. Vocês se dedicam tanto nisso, mas todos os esforços são para afundar mais no erro. A conversa aqui então é encerrada.
Jesus agora conversa com um dos escribas.
Jesus silencia os saduceus. Será que os fariseus ficaram contentes? Jesus saiu vitorioso neste “embate”. Que maravilha! Mas será que eles poderiam ficar tão felizes assim? É provável que não, pois favoreceria mais a fama de Jesus entre o povo.
Mas, neste momento temos um escriba. Não todo o grupo, mas somente um. Em Mt 22:35 está escrito que mais um teste seria realizado, “um deles, intérprete da Lei (em outras palavras: escriba), experimentando-o, lhe perguntou:”.
Bom, não conhecemos a biografia deste homem. Ele fora enviado sozinho para que Jesus não suspeitasse das suas intenções? Os que o enviaram, realmente o conheciam? Será que a intenção daqueles que o enviaram coincidia com a dele?
Não temos nenhuma resposta certa para estas perguntas. Mas, assim como os demais (possivelmente), ele gostou da resposta de Jesus aos saduceus (cf. v28b). E aproximando-se perguntou, desta vez sem bajulações:
“Qual é o principal de todos os mandamentos”?
Segundo Hendriksen:
“Entre os judeus, havia duas correntes contrárias. Uma delas analisava a lei, dividindo-a em ramificações muito detalhadas e minuciosas. Um bom exemplo é Mateus 5.33–37; 23.16–18. A outra tendência era o oposto, a saber, sintetizar, isto é, expressar o resumo da lei em uma sentença breve. Mesmo antes do tempo de Jesus, muitos rabinos quiseram fazer isso, com vários graus de sucesso.
De certa maneira, a última corrente era excelente. A religião, afinal, é uma questão de selecionar as prioridades certas. Se isso não for feito, facilmente se degenera em maiores sobre menores. Em Mateus 23.23, Jesus, muito concisamente, contrasta o bom com o ruim: ‘Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas! Porque vocês dão dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: justiça, misericórdia e fidelidade’”.
Jesus então o responde, nos versículos 29, 30 e 31. Este homem, que como escriba era conhecedor da literatura religiosa judaica, tanto lei escrita de Deus, como sua interpretação oral e aplicação, ouviu a resposta de Jesus e mais uma vez gostou da sua resposta. Agora reconhecendo-o como Mestre publicamente (cf. v. 32). Expressa que estes mandamentos são prioritários.
De fato não sabemos muito sobre este especialista da lei. Se ele fora hostil antes desta conversa com Jesus, ou não. Fato é que neste encontro, ele endossa a resposta de Jesus e reconhece sua autoridade publicamente.
Jesus responde este homem com uma palavra de misericórdia: “Não estás longe do reino de Deus”, o Senhor afirma. Talvez este escriba preferisse ficar longe de discussões triviais, diferente dos demais (Mt 23:23; Mc 7:3-4). Nesta palavra de Jesus, temos um encorajamento para este homem. Um palavra de estimulo para que ele entre nesse Reino.
Concluindo este diálogo então, “ninguém ousava mais interrogá-lo”.
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TRANSIÇÃO: .
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Feitas estas considerações, vamos observar verdades espirituais sobre a vida eclesiástica, que nos darão um norte para desfrutarmos do Reino de Deus, entre os irmãos:
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1. CRIAÇÃO
FOMOS CRIADOS PARA CONHECERMOS O SENHOR E SEU PODER
Nós temos a Escritura, a Lei do Senhor. Que segundo o salmista no Sl 19:7-9, o mesmo diz que:
A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. O temor do Senhor é límpido e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente, justos.
Tudo isto, o salmista fala sobre a Lei do Senhor, sobre a Escritura. A Revelação Especial.
O Poder de Deus é o resultado da mesma em nossas vidas. O salmista afirma no Sl 19:10-14 o seguinte, sobre a Escritura:
São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos. Além disso, por eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa. Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas. Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão. As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!
Nós só conhecemos o Senhor e seu poder através das Escrituras Sagradas. Que nos abençoam com este resultado de somos fieis em guardar a Lei do Senhor.
Aplicações:
Como você está vivendo? Segundo o conhecimento verdadeiro das Escrituras e do Poder de Deus?
Você tem desfrutado desta verdadeira liberdade? Através da Escritura, a Palavra do Senhor em sua vida?
TRANSIÇÃO:
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2. A QUEDA
A FALHA NA VIDA ECLESIÁSTICA MOSTRA QUE VOCÊ LABORA EM ERRO
Existem aqueles que laboram em erro constantemente.
A maneira como os saduceus se dirigem a Jesus mostra o que estava em seu coração e que “lei” tomava conta deles. Eles eram cínicos, parecendo interessados em Jesus, mas não estavam. Eles eram desrespeitosos, pois usavam de argumentos que não faziam parte da crença deles para zombar de Jesus. A irreverência com que trataram Jesus falava mais sobre eles do que sobre a resposta de Jesus.
O que os ligava aos outros era o ódio por Jesus. Mas nem aqui eles se preocuparam em respeitar os fariseus e escribas. Eles eram hipócritas de carteirinha. Falharam aqui em cobeligerância para com os outros.
Muitos hoje vivem assim. Falham na vida eclesiástica e se preocupam com assuntos que, são importantes até, mas estão errando no fundamental. No que é apontado em Hb 10:25:
Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.
Estes, algumas vezes, se preocupam com as Escrituras — aparentemente — pois a falha no congregar depõe contra esta preocupação.
Aplicações:
Como vai sua vida eclesiástica? Com o que você está preocupado? Em falar sobre a Escritura? Sim! Que maravilha! Mas em vivê-la?
Você conhece o Senhor através da Escritura? Mas e o seu Poder em sua vida?
TRANSIÇÃO:
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3. A REDENÇÃO
JESUS É A ÚNICA PORTA PARA O REINO DE DEUS
Em João 14:6 está escrito:
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
A única forma de entrar no Reino de Deus é através de Jesus. Você pode amar a Deus (conhecendo-o) e amor o próximo como a si mesmo (ser caridoso). Mas se não guardar os mandamentos do Pai, como Cristo ensino nos evangelhos, você falha e testemunha uma vida de risco.
Você não pode estar seguro em apenas “conhecer” no sentido mais simples, etimologicamente falando. Seria um conhecer superficial. Este homem, o Escriba, conhecia. Do mesmo modo que Jesus. Mas o Mestre disse que ele “não estava longe do reino”. Ele não estava no Reino.
Só há uma forma de entrar no Reino: através de Jesus Cristo. Sendo você um presbiteriano, batista, assembleiano. É somente através de Jesus Cristo.
Não é por conhecimento teológico em nível acadêmico.
Aplicações:
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TRANSIÇÃO:
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CONCLUSÃO:
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