Uma Luz Brilhou

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Uma luz Brilhou

Isaías 9.1–7 (NAA)
1 Mas para a terra que estava aflita não continuará a escuridão. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali, mas, nos últimos tempos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios. 2 O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte resplandeceu-lhes a luz. 3 Tu, Senhor, tens multiplicado este povo e aumentaste a sua alegria; eles se alegram diante de ti, como se alegram no tempo da colheita e como exultam quando repartem os despojos. 4 Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia da vitória sobre os midianitas. 5 Porque toda bota com que o guerreiro anda no tumulto da batalha e toda roupa revolvida em sangue serão queimadas, servirão de pasto ao fogo. 6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu. O governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: “Maravilhoso Conselheiro”, “Deus Forte”, “Pai da Eternidade”, “Príncipe da Paz”. 7 Ele estenderá o seu governo, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e para o firmar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.
O surgimento das luzes é um dos primeiros indícios da época de Natal. Há luzes nas ruas, velas nas janelas, brilho por todo lado. Tudo parece estar envolto de milhões de estrelas. Essa tradição começou na Europa, onde no inverno temos as noites mais escuras do ano.
Eu particularmente AMO o Natal, sempre me preparo dentro do calendário litúrgico, começo uma série de devocionais me preparando para o Natal. Releio livros sobre o Natal, entre Eles o Natal Escondido de Tim Keller, no qual eu me baseei para esse sermão.
O Natal é mesmo muito especial, ainda mais porque é um feriado Cristão que é tão bem assimilado por nossa cultura.
O diabo não conseguiu impedir o natal, mas vive trabalhando para que ele seja esquecido. Contudo, é impossível os irreligiosos não perceberem que o antigo significado do Natal se intromete o tempo todo sem ser chamado — por exemplo, por meio da letra das canções tradicionais de Natal. Pode ser irritante ter de responder às indagações das crianças: “O que essa música quer dizer com ‘nasce para nascermos de novo?”. Essa semana fomos fazer compras no Forte Atacadista, e lá estava as músicas sobre Jesus no Natal.
O Natal secular é um festival de luzes, tempo de reuniões em família e época de doação generosa aos que nos são mais próximos e aos mais necessitados.
Mas as luzes de Natal possuem um símbolo, não são apenas decorativas.
A ênfase na luz em meio à escuridão se deve à crença cristã de que a esperança do mundo vem de fora dele. Jesus veio como a luz porque somos espiritualmente cegos demais para encontrar nosso próprio caminho.
No texto de Isaías nos lembramos de verdades preciosas sobre o Natal:

1 - O mundo está em trevas

O Natal contém muitas verdades espirituais, mas será difícil entender as outras se não compreendermos primeiro essa. Que o mundo é um lugar escuro, e que jamais encontraremos o caminho ou enxergaremos a realidade a menos que Jesus seja a nossa Luz.
Em que sentido o mundo está “em trevas”? Na Bíblia, o termo “trevas” se refere tanto ao mal quanto à ignorância. Significa primeiro que o mundo está repleto de maldade e sofrimento atroz. Veja o que acontecia na época do nascimento de Jesus: violência, injustiça, abuso de poder, gente sem ter onde morar, refugiados fugindo da opressão, famílias em cacos e uma angústia sem fim. Exatamente como nos nossos dias. O outro sentido em que nosso mundo está “em trevas” é por ninguém saber o suficiente para curar o mal e o sofrimento nele existentes.
No texto que lemos, o Rei Acaz se recusa a dar passos de fé, e por causa do pecado do povo, vemos no capítulo 8 o significado de escruridão:
Isaías 8.19–20 NAA
19 — Quando disserem a vocês: “Consultem os médiuns e os adivinhos, que sussurram e murmuram”, será que um povo não deveria consultar o seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? 20 À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, jamais verão a luz do alvorecer.
O que acontece aqui? Voltam-se para a terra e para os recursos humanos com o intuito de consertar o mundo. Recorrem a seus especialistas, aos místicos, aos sábios em busca de soluções. Sim, dizem eles, estamos na escuridão, mas podemos vencê-la com nossos próprios esforços. As pessoas afirmam o mesmo hoje em dia. Algumas se voltam mais para o Estado, outras mais para o mercado, e todas se voltam para a tecnologia. Contudo, todas compartilham de idêntica pretenção. As coisas estão obscuras, mas acreditamos ser capazes de pôr fim à escuridão com intelecto e inovação.
A mídia diz constantemente que “O sentido do Natal é que o amor triunfará, e conseguiremos construir um mundo de união e paz”.
Neste ano, a propaganda de natal da Magalu contratou um cantor gospel para sua campanha. A letra da música diz:
“A paz que nós queremos ter, a gente pode ter, se a gente ficar juntos, juntinhos. Amar como nunca amamos antes, Viver o melhor momento e escrever uma nova história de amar”
Um grande banco disse que o sentido do natal e “Respeito”.
Em outras palavras, nós temos a luz em nosso interior, portanto somos nós que podemos dissipar a escuridão do mundo. Podemos vencer a pobreza, a injustiça, a violência e o mal. Se trabalharmos juntos, podemos criar um “mundo de união e paz”.
SERÁ MESMO?
O auge do ser humano, o humanismo, o iluminismo trouze apenas grande frustração. “‘A busca de uma vida de bem-estar não ajudará a humanidade a se salvar, nem a democracia sozinha é suficiente’, disse [Havel]. ‘Um retorno para Deus e a busca de […] Deus são necessários’.”1 A raça humana se esquece a todo instante, ele acrescentou, de que “não é Deus”.

A REALIDADE DO PECADO

Apesar da sinceridade desses anunciantes, a mensagem do Natal não é que “conseguiremos construir um mundo de união e paz”. Na verdade, é exatamente o contrário.
Se nos voltarmos apenas para este mundo e os recursos humanos, a escuridão só piora. Como disse o autor de Eclesiastes, debaixo do sol tudo é vaidade.
O cristianismo não concorda com os pensadores otimistas que dizem: “Podemos dar um jeito em tudo isso se formos persistentes o bastante”. Tampouco concorda com os pessimistas que só enxergam um futuro distópico. Em vez disso, a mensagem do cristianismo é: “As coisas vão mesmo muito mal, e não temos como curar ou salvar a nós mesmos. As coisas vão mesmo muito mal — contudo, há esperança”.
A mensagem do Natal é que “Aos que viviam na região da sombra da morte replandeceu-lhes a luz”. Observe que a Bíblia não diz que uma luz brotou do mundo, mas que uma luz raiou sobre o mundo. Ela veio de fora. Há luz fora deste mundo, e Jesus a trouxe para nos salvar; de fato, ele é a Luz
João 1.4–5 NAA
4 A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. 5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.
João 8.12 NAA
12 De novo, Jesus lhes falou, dizendo: — Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.
Hoje experimentamos morte espiritual: perda de sentido e esperança, desejos descontrolados e instigados por vícios, insatisfação profunda que não pode ser aplacada, vergonha e lutas com a identidade e incapacidade de mudar. Precisamos desesperadamente de alguma coisa que nos dê uma direção.
A Luz nos mostra a verdade. Se você dirigir um carro à noite sem acender os faróis, é provável que colida. Por quê? A razão é que o farol revela a verdade, como as coisas são de fato, e não haverá verdade suficiente que lhe permita manobrar o carro com segurança. A Bíblia também afirma que Deus é a fonte de toda verdade.
A Luz é Bela: A luz deslumbra e dá alegria. Essa é uma verdade literal. Muitos sofrem de depressão em locais onde só há poucas horas com luz do dia em determinadas épocas do ano. Precisamos de luz para ter alegria. Deus é a fonte de toda beleza e alegria. Há uma frase famosa de Santo Agostinho: “Nosso coração não tem sossego até encontrar descanso em ti”.

2 - Uma luz Brilhou

Só Deus, então, tem a vida, a verdade e a alegria que nos faltam e que não somos capazes de gerar. Como essa luz divina pode “raiar” ou, como diz Isaías 9, “resplandecer” literalmente sobre nós? Os versículos 6 e 7, os mais conhecidos do capítulo, respondem com atordoante objetividade. O texto nos fala que a luz veio “porque um menino nos nasceu”.
Isaías 9.6 NAA
6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu. O governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: “Maravilhoso Conselheiro”, “Deus Forte”, “Pai da Eternidade”, “Príncipe da Paz”.
Digno de nota é que os quatro títulos aplicados a essa criança pertencem só a Deus. Ele é o Deus poderoso. É o Pai eterno, que quer dizer Criador; no entanto, ele nasceu. Não há nada parecido com essa afirmação em nenhuma das outras grandes religiões. Ele é um ser humano. Contudo, não se trata apenas de uma espécie de avatar do princípio divino. Ele é Deus!
Nossas comemorações do Natal são muitas vezes limitadas demais. Quando eu era criança eu me ajoelhava e dava parabéns para Jesus, como se o natal fosse a comemoração de seu aniversário. Mas no natal não comemoramos o aniversário de Jesus, mas sim o milagre extraordinário de que Deus se encarnou.
DEUS FORTE:
Antes de tudo, se Jesus Cristo é mesmo Deus Forte e Pai Eterno, não se pode simplesmente gostar dele. Na Bíblia, as pessoas que o viram e ouviram de verdade nunca reagiram com indiferença ou moderação. A partir do momento que compreendiam o que ele afirmava acerca de si próprio, ou tinham medo dele, ou ficavam furiosas com ele, ou se ajoelhavam diante dele e o adoravam. Mas ninguém simplesmente gostava dele. Ninguém dizia: “Ele me inspira tanto. Faz com que eu deseje levar uma vida melhor”. Se o bebê que nasceu no Natal é o Deus todo-poderoso, você deve servi-lo por inteiro.
MARAVILHOSO CONSELHEIRO, PRÍNCIPE DA PAZ
Segundo, se Jesus é Maravilhoso Conselheiro e Príncipe da Paz, você deveria sentir vontade de adorá-lo. Por que ele é chamado de “conselheiro”? Quando você passa por grande dificuldade, é bom conversar com alguém que já trilhou esse caminho, com conhecimento pessoal do que você está enfrentando. Se Deus de fato nasceu em uma manjedoura, então temos algo que nenhuma outra religião jamais afirmou ter. Temos um Deus que o compreende de verdade, na sua experiência mais profunda. Nenhuma outra religião afirma que Deus sofreu, que precisou ser corajoso, que sabe como é ser abandonado pelos amigos, esmagado pela injustiça, torturado e morto. O Natal mostra que ele sabe o que você está passando. Quando você lhe fala, ele entende.
Isaías o chama de Maravilhoso Conselheiro, significando que ele é belo. Talvez agora vislumbremos a razão disso. Ele era detentor da superioridade infinita de ser Deus todo-poderoso, mas tornou-se um de nós, enredado em nossa condição, a fim de conhecer nossa escuridão. Salvou-nos indo para a cruz, e fez isso em uma atitude absolutamente voluntária, espontânea, por puro amor. Isso é belo. Quando consideramos algo belo, não apenas um dever, demoramo-nos e permanecemos diante disso que achamos belo, visto que proporciona satisfação em si mesmo. Desse modo, a razão pela qual deveríamos obedecer-lhe, não só por sermos obrigados, mas também por querermos, é que, à luz de tudo que tem feito por nós, ele é maravilhoso.

3 - A luz precisa ser recebida

Mas como essa luz pode se tornar nossa? Observe que não está escrito apenas: “Porque um menino nos nasceu…”, mas também: “… um filho nos foi dado…”. Trata-se de um presente que só pode ser seu se você estiver disposto a recebê-lo de graça.
O versículo 5 sugere o mesmo. Fala de uma grande batalha, mas diz:
Isaías 9.5 NAA
5 Porque toda bota com que o guerreiro anda no tumulto da batalha e toda roupa revolvida em sangue serão queimadas, servirão de pasto ao fogo.
Esse conjunto de imagens vívidas significa que a grande vitória sobre o mal não exigirá nossa força. Não necessitaremos do calçado pesado do guerreiro. Não precisaremos de armadura ou de espada. Derreta-os. Queime-os. Outra pessoa travará a luta em seu lugar. Quem?
Isaías não nos conta aqui. Você tem de esperar até chegar aos “Cânticos do servo” de Isaías 42—55, nos quais o profeta aponta para um misterioso libertador que está por vir e sobre quem ele fala:
Isaías 53.5 NAA
5 Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados.
Ao ir para a cruz, Jesus pagou a pena por nosso pecado. Quando confiamos na obra de Cristo em nosso benefício, em vez de em nossos próprios esforços mortais, Deus nos perdoa, nos aceita e implanta seu Espírito Santo em nós de modo a nos renovar de dentro para fora. Essa grande salvação, essa luz que resplandece sobre você com toda a nova vida, verdade e beleza que ela traz é concedida como um presente. O único modo de recebê-la é admitindo tratar-se de uma graça imerecida.
Natal tem relação com troca de presentes, mas considere como é desafiador receber determinados tipos de presentes. Alguns, pela própria natureza, o obrigam a engolir seu orgulho.
Uma certa vez recebi de presente uma roupa de academia… EU agradeci, e nesse ato de receber precisei reconhecer que preciso ir para a academia.
Talvez, em algum momento, um amigo seu descobriu que você passava por problemas financeiros e o procurou para oferecer uma grande soma de dinheiro e, assim, tirá-lo do apuro. Se isso já lhe aconteceu, provavelmente você descobriu que receber o presente significava engolir o orgulho.
Nunca um presente que lhe foi oferecido o fez engolir seu orgulho com a profundidade que o presente de Jesus requer. Natal significa que estamos tão perdidos, tão incapazes de nos salvar, que nada menos do que a morte do Filho do próprio Deus poderia nos salvar. Isso mostra que você não é alguém capaz de levantar a cabeça e levar uma vida moralmente correta e boa.
Para aceitar o verdadeiro presente do Natal, você tem de admitir que é pecador. Precisa ser salvo pela graça. Precisa abrir mão do controle de sua vida. Isso é descer mais baixo do que qualquer um de nós tem realmente vontade de fazer. Contudo, a grandiosidade de Jesus Cristo é vista no quanto ele se rebaixou ao vir até aqui nos amar. Sua regeneração espiritual e eventual grandeza serão alcançadas percorrendo o mesmo caminho. Ele desceu para se tornar grande, e a Bíblia diz que só pelo arrependimento você vem para a sua luz.
Na encarnação enxergamos um novo princípio-chave — o poder do Altíssimo, à medida que ele é de fato Altíssimo, de descer, o poder do maior de incluir o menor. […] Em toda parte o grande se insere no pequeno — o poder de fazê-lo é quase o teste de sua grandeza. Na história cristã Deus […] desce; das alturas do ser absoluto ele desce para o tempo e o espaço, para a humanidade. Desce para tornar a subir e trazer consigo o mundo inteiro em ruínas. […] Pode-se pensar no mergulhador, primeiro reduzido à nudez, depois olhando rápido para todo lado em pleno salto, então desaparecendo em um mergulho, sumindo, projetando-se pela água verde e quente até a água escura e fria, atravessando a pressão crescente até a região semelhante à morte do limo, da lama e da velha decomposição; até subir outra vez, de volta à cor e à luz, os pulmões quase estourando, até de repente irromper mais uma vez pela superfície, tendo nas mãos o objeto precioso e gotejante que desceu para recuperar. C.S Lewis

Conclusão

O texto de Isaías termina dizendo:
Isaías 9.7 NAA
7 Ele estenderá o seu governo, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e para o firmar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.
Isaías escreveu essa profecia centenas de anos antes do acontecimento de Belém. Mas agora nós sabemos que ela se cumpriu. Em cristo podemos encontrar PAZ SEM FIM, um rei para sempre.
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