A parábola do bom pastor

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João 10.1-6

Introdução:
Nessa parábola vamos considerar sete elementos.
1. Em relação ao aprisco (v. 1):
Jesus usou este elemento como um símbolo do judaísmo oficial, uma religião que englobava todos os nascidos da descendência de Abraão. Só depois que a Lei foi dada através de Moisés é que o judaísmo revestiu-se com a roupagem de uma religião formal. Na verdade, durante toda a história do povo judeu, o judaísmo veio se modificando com as diversas interpretações dos rabinos e dos religiosos que chegaram a controlar “a entrada e a saída” das pessoas na instituição que se tornara a religião judaica (conf. 9.22, 34). Assim, esse aprisco do judaísmo pode ser descrito como cheio de restrições e legalismo, que infelizmente não proporcionou descanso e uma vida saudável para as ovelhas.
2. Em relação ao ladrão ou salteador (v. 1): Simbolizava todos os líderes religiosos que não tinham, como sua preocupação primeira, o cuidado das ovelhas, pois, como sabemos, para alguns desses líderes as ovelhas não passavam de uma plebe maldita e que não sabia nada da Lei (7.49).
3. Em relação à porta (v. 2):
Como Jesus mesmo disse, nos v. 7, 9, ele se denominou a porta pela qual deviam entrar o pastor e as ovelhas. A porta é o meio correto de alguém entrar em algum recinto, de ter acesso a um ambiente. Jesus, sendo a porta, é o único que possui o controle, que dá passagem, que permite alguém entrar no aprisco.
4. Em relação ao pastor (v. 2):
É o símbolo do Senhor Jesus Cristo. Nas páginas do Novo Testamento, além dessa passagem, temos outras referências a Jesus como pastor: Mt 26.31; Mc 14.27; Hb 13.20; 1Pe 2.25, 5.4 e Ap 7.17, e em todas elas é enfatizada a direção, o cuidado e a proteção que, como ovelhas, podemos encontrar no Senhor Jesus.
5. Em relação às ovelhas (v. 2):
Elas simbolizam, não só o povo judeu, as multidões que … estavam aflitas e exaustas, como ovelhas que não têm pastor… (conf. Jr 50.6–7; Mt 9.36, Mc 6.34), mas, certamente, simbolizam todos os homens que caminhavam, e ainda caminham, errantes em busca de um aprisco seguro onde pudessem repousar.
6. Em relação ao porteiro (v. 3):
Como mencionamos, na opinião de Unger (2006, p. 446), o porteiro é o símbolo do Espírito Santo. Ele já havia sido prometido desde o Antigo Testamento, como vemos nas profecias de Is 44.3; Jr 31.33–34; Ez 36.24–27 e, Jl 2.28–32. O Espírito Santo veio, não apenas para capacitar Jesus na realização do seu ministério (conf. Lc 4.16ss), mas também de uma maneira definitiva, abrindo a porta para todos: judeus (conf. At 2.1–12); samaritanos (conf. At 8.4–25); gentios (conf. At 10.1–48); e até para os que criam ainda na Antiga Aliança (conf. At 19.1–7). Isso implica em admitirmos que só através Espírito Santo que chegamos à fé em Jesus.
7. Em relação ao pasto (v. 3–4):
Temos um simbolismo interessante. O Sl 23.2 afirma que o Senhor é o bom pastor que nos leva a pastos verdejantes e às águas de descanso. A pastagem, a relva que serve de alimento para as ovelhas, é a própria palavra de Jesus, mas é, ao mesmo tempo, o próprio Jesus, pois a sua ovelha, aquele que é seu discípulo, come sua carne e bebe o seu sangue, estreitando cada vez mais a sua união com ele.
Conclusão: Jesus é o verdadeiro pão que veio do céu, e quem dele se alimenta tem a vida eterna. Você tem experimentado essa relação especial com Jesus? Você é ovelha do seu pastoreio? Você tem se alimentado desse alimento vivificante? Você tem a vida eterna? Tem desfrutado dessa vida que só Jesus pode dar?
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