A Luz do Natal

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Isaías 9.1-7.
É comum no Natal as pessoas falarem que a mensagem ou o sentido do Natal é o amor e a paz, e principalmente a união. Mas, isso é um erro. Muitos defendem a ideia que o Natal é o feriado onde todos somos chamados a união e a fraternidade para vencermos o mal. Porém, isso não é verdade. Muitos ainda afirmam que se juntarmos forças faremos do mundo um lugar melhor. Mas isso não é verdade.
Lembro quando pequeno e próximo a casa da minha avó havia um poste que estava com um problema que vez por outra estava apagando a sua luz. Mas, descobrimos que sempre que apagasse era só bater um pouco nele e logo voltava a acender a luz. E sempre fazia isso e dava certo. Mas, teve uma vez que faltou luz em toda cidade e ai eu estava ali próximo do poste e tentei me esforçar para ligar a luz novamente e tomei distância corri em direção ao poste e pulei ali com uma pancada com o pé nele, mas, não houve nenhum resultado. então, meus amigos que estavam comigo pensaram que conseguiriam ligar a luz indo todo de uma vez, pois, pensaram que com mais esforço poderíamos ligar novamente a luz. E assim fizemos, e não houve nenhum resultado. Não teve jeito, tivemos que esperar a energia voltar para que toda a luz do bairro fosse acesa novamente.
O Natal é sobre isso, é sobre pessoas que estão na escuridão e que precisam de luz, e que por sua própria força e esforço não conseguem luz, mas, pela graça podem crer na luz que é Cristo e podem assim ser salvos da escuridão.
Isaías 9.1–7: “Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios. O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. Tens multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste; alegram-se eles diante de ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando repartem os despojos. Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas; porque toda bota com que anda o guerreiro no tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue serão queimadas, servirão de pasto ao fogo. Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo , e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto. ”
Este texto está dentro de um contexto de invasão, os assírios haviam invadido, um período de guerra.
Israel, Judá e a ameaça assíria: No século 8° a.C., a Assíria era a maior potência militar do mundo, sendo conhecida por sua crueldade. As nações vizinhas tinham muito medo do seu poder.
Nessa época, o povo hebreu se en­contrava dividido entre Israel, o reino do Norte, com capital em Samaria e frontei­riço a Aram; e Judá, o reino do Sul, com capital em Jerusalém.
A guerra siro-efraimita: Nesse contexto de medo, algumas nações se sujeitavam voluntariamente, outras ousavam se rebelar contra a Assíria. Uma dessas nações rebeldes foi a pequena Aram, ou Síria. Mas, eles eram um reino tão pequeno e podia pouco contra a Assíria e, por isso, uma aliança militar com outra nação era necessário e urgente.
Aram, então, entra em aliança com Israel, o reino do Norte. E juntas, as duas nações decidem atacar Judá. Não se sabe ao certo se isso ocorreu como vingança por Judá ter se recusado a participar dessa aliança, mas provavelmente o principal objetivo da aliança era aumentar o pode­r de guerra contra a Assíria.
De qualquer modo, o fato é que Judá se encontrava com medo não só da som­bra gigantesca da Assíria pairando sobre ela, mas também da ameaça verdadeira e real, que estava próxima que era seus irmãos do Norte, em aliança com Aram.
Diante disso, Isaías diz que eles estavam em trevas, e a pergunta é: é possível ter fé nesse contexto?
Pois, nesse contexto podemos perceber como o povo de Judá vive em uma situa­ção de grande perigo e tensão. Na lingua­gem do profeta, o povo vivia um tempo de grandes trevas. A qualquer momento podia acontecer um grande desastre.
É nesse contexto que Isaías traz para o povo uma palavra de esperança. O profeta não dirá que está tudo bem e que não há ra­zão para temores. Pelo contrário, ele dei­xa muito claro que está tudo mal, mas que é possível ter fé em Deus e em sua ação salvadora. Deus promete trazer vida e paz, e isso deve gerar esperança, apesar das cir­cunstâncias. O profeta Isaías tem uma mensagem de esperança que se opõe a toda a realidade visível.
Existe no capítulo 8 um clima de tensão e medo.
O capítulo 8 revela profundas divisões e tensões internas na sociedade do tempo de Isaías. Essa tensão aparece traduzida no verso 12, no contexto de acusações sobre conspirações. Além disso, existia a destruição concreta, pois algumas partes do reino do Norte já haviam sido dominadas pelo exército assírio, que, as­sim, estava se aproximando de Judá.
A necessidade de fé e firmeza
Nos versos 19 em diante, o profeta esclarece quais parâmetros devem nortear a atitude de confiança em Deus em opo­sição à atitude de incredulidade e ao pragmatismo do povo, que já começava a depositar sua confiança não mais em Deus, porém, sua fé era depositava em encantadores e médiuns. Esses parâmetros são a lei e os mandamentos, isto é, a Palavra de Deus (v. 19-20). As figuras mencionadas no verso 19 consistiam no que melhor havia em termos de consultoria política na épo­ca. Eram os gurus e líderes da cultura po­pular. Voltar-se para as Escrituras como fonte de sabedoria e segurança contra o que a cultura afirma ser o mais sábio cur­so de ação requer temor e devoção à Palavra de Deus.
O real medo ao caos e às trevas
Os versos 20b-22 retratam as tris­tes consequências da rejeição a Deus e sua palavra: caos e trevas. É marcante como o povo que rejeita a Deus em suas maqui­nações depois culpa o próprio Deus por seu fracasso e desespero (v. 21). A visão das trevas no final do verso 22 nos reme­te ao que vemos em Deuteronômio 28.15-29: um mundo sem uma visão de Deus é um mundo em absolutas e pro­fundas trevas.
Outro ponto interessante é que, em um contexto de guerra, as pessoas passam por situações de privação e fome. Os ver­sos 21 e 22 falam sobre a situação na qual a fome gera um senso de revolta e blasfê­mia contra Deus. Nesses termos o profe­ta descreve seu período: as pessoas olham para cima para amaldiçoar a Deus; olham para terra e só veem escuridão, trevas, des­graça, sofrimento e morte.
E nesse contexto que surgem as pala­vras de Isaías, em 9.1-7. O texto é consi­derado uma das principais profecias messiânicas e veio moldar decisivamente a visão messiânica do Novo Testamento e do cristianismo. Na narrativa da anunciação, presente no Evangelho de Lucas, as pró­prias palavras proclamadas pelo anjo Gabriel ecoam essa passagem (Lc 1.32-33).
A promessa a respeito do Salvador não tem data determinada para se cumprir. Não é especificado o momento em que o Mes­sias iria aparecer. As pessoas que viveram no tempo de Isaías não viram o cumpri­mento dessa promessa. O povo de Israel esperaria ainda cerca de setecentos anos para que acontecesse seu cumprimento.
Mas o profeta Isaías fala de algo verdadeiro e relevante e que trazia esperança imediata para as pessoas naquela época: a firmeza das promessas de Deus e seu pro­pósito de oferecer salvação. Naquele mo­mento, Judá não via a luz, mas a certeza absoluta era de que a luz viria e que a ale­gria do povo seria multiplicada.
A Promessa da Vinda da Luz(v.1-2)
Zebulom e Naftali, território na região norte de Israel, que se havia tornado desprezível por causa das invasões, se tornará glorioso.Essa terra estava sem luz, mas, agora é dito que a luz nascerá, e que ela virá alumiar a terra. E é dito isto apontando para Jesus, a verdadeira luz que vinda ao mundo ilumina a todo homem. A Galileia dos gentios é citada, e aqui foi onde o Salvador passou sua infância e onde exerceu parte de seu ministério público. A primeira vinda de Cristo trouxe luz à Galileia.
Deus no tempo de Isaías havia humilhado Zebulom e Naftali quando foram conquistado pelo império da Assíria. Mas, o Senhor promete que irá trazer restauração e bênção.
Jesus, a luz é prometido.
Seu nascimento trará alegria (V.3-5)
O verso 3 descreve a luz em termos do cuidado soberano de Deus, que garan­te crescimento desimpedido e prosperida­de. A alegria mencionada no verso 3 é com­parada com dois momentos significativos no contexto histórico e cultural do Antigo
Oriente Próximo: a alegria pela ceifa e a de quando se repartem despojos após uma vitória militar.
Alegria da ceifa é alegria da colhei­ta, alegria de desfrutar da natureza, do fruto do trabalho e o dom da vida. O con­texto urbano contemporâneo de vida em grandes cidades nos desconecta desse meio e nos faz perder a noção de que a ceifa era um momento de extrema alegria, momen­to da garantia de vida e mantimento.
Repartir os despojos é outro tipo de alegria, a de quando se vence uma guerra. Então também é alegria pela so­brevivência, vitória e preservação da vida. E extremamente significativo que para um povo que passa fome e sofre a amea­ça da aniquilaçao seja dito pelo profeta que é possível se alegrar como quem co­lhe e como quem vence. O profeta Isaías mostra que, quando há intervenção de Deus, mesmo na situação de fome e de derrota, é possível ter a esperança de co­lheita e de vitória.
O verso 4 esclarece que a vitória con­siste no livramento do jugo opressor, presumivelmente as forças vindas do Nor­te, que oprimiam o reino do Sul. A base para a confiança está em um evento do passado. A referência ao dia dos midianitas remete a Juizes 6 e 7 e à libertação, por intermédio de Gideão, das mesmas áre­as descritas.
A esperança do povo de Deus não se fundamenta no “pensamento positivo”. A esperança bíblica tem base na confiança que depositamos no caráter e ação de Deus. No texto de Juizes, fica claro que, embora possa haver alguma participação humana no processo, em última instância, a vitó­ria é um ato sobrenatural de Deus, mes­mo diante de chances improváveis.
No verso 5, temos mais uma das belíssimas visões de paz de Isaías, assim como em 2.4. Nesse caso, o aparato mi­litar, que outrora serviu para a violên­cia, passa a ter como única serventia a alimentação de uma fornalha ou foguei­ra, item necessário para a manutenção da vida.
Seu nascimento trará Paz (V.6-7)
Os versos 6-7 mostram que a base para a vitória duradoura, prometida nos versos anteriores, é o nascimento de um monarca da linhagem de Davi, capaz de garantir a paz e a prosperidade eternas do povo.
Esse monarca tem seu poder centrado em suas qualidades pessoais ex­cepcionais (v. 6) e na firmeza, justiça e retidão com que seu reino será conduzido (v. 7). Cada um dos títulos confere a ele uma habilidade necessária ao cumprimen­to de sua missão messiânica.-‘
Maravilhoso Conselheiro diz res­peito à sua sabedoria e habilidade de compreender e realizar os planos divinos (cf. 11.2; 25.1; 28.29; 29.14).
A expressão El Gibbor (traduzida como Deus Forte) também pode ser com­preendida como “Herói (ou guerreiro) de Deus” (cf. 10.21).
Pai da Eternidade pode ser conce­bido, em um primeiro momento, como uma amplificação dos votos de eternida­de aos reis (SI 72.5,17; 2Sm 7.16), mas ressalta também a natureza divina do Messias prometido.
Quanto a Príncipe da Paz, é impor­tante observar que a responsabilidade dos reis era garantir a paz. Além disso, a es­perança de paz eterna ocupa um lugar especial na mensagem do profeta Isaías (ver 2.2-5 e 9.2-5).
A última parte da mensagem sali­enta que, acima de tudo, é o zelo do Se­nhor dos Exércitos que garante a vitória do povo e o estabelecimento do rei messiânico.
CONCLUSÃO
As promessas de Isaías 9.1-7 não foram feitas no vácuo. Elas surgiram em um contexto histórico real, marcado por todas as ansiedades, terrores e dificulda­des que uma situação de guerra poderia proporcionar. Quando contemplamos a escuridão em que o povo se encontrava, a grande luz prometida nessa mensagem brilha com muito mais intensidade.
APLICAÇÃO
Deus jamais prometeu ao seu povo uma vida livre de sofrimentos temporais. Alguns desses podem ser extremamente profundos e dolorosos. Algumas situações pelas quais passamos podem nos levar a uma atitude de pavor e desespero. E pre­ciso lembrar que Deus realizou uma ali­ança de salvação com seu povo. Ao con­templarmos a grandeza de suas promes­sas e a forma maravilhosa como ele as con­cretizou, nosso coração se enche de espe­rança e confiança no Deus cujo zelo ga­rante vida e salvação ao seu povo. Você consegue se lembrar de alguma situação de dor, angústia e desespero pela qual te­nha passado? Onde estava Deus quando isso aconteceu? O que ele fez?
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