SOBRE O NOME BATISTA
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SOBRE O NOME BATISTA
Uma breve pesquisa na internet e em livros de história da denominação nos informa quem são os Batistas. A própria expressão "batista" vem da palavra grega baptistés, derivada do verbo baptízo podendo ser traduzida por baptista para o latim, ou, o que batiza na língua portuguesa. De acordo com a teologia histórica, há registros de que a expressão já era usada em 1569, na Inglaterra.
Os batistas são assim chamados devido ao zelo doutrinário quanto ao batismo. Em sua teologia pactual, os batistas adotaram o batismo de adultos – credobatismo – por imersão como regra, em detrimento do pedobatismo. Logo, os batistas não realizam o batismo de recém-nascidos (bebês). Em outras palavras, batizamos somente aqueles que já chegaram à idade da razão. Para os batistas é necessário crer no Evangelho para então participar da ordenança do batismo.
A Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira apresenta os Batistas da seguinte forma:
Os discípulos de Jesus Cristo que vieram a ser designados pelo nome batista se caracterizavam pela sua fidelidade às Escrituras e por isso só recebiam em suas comunidades, como membros atuantes, pessoas convertidas pelo Espírito Santo de Deus. Somente essas pessoas eram por eles batizadas e não reconheciam como válido o batismo administrado na infância por qualquer grupo cristão, pois, para eles, crianças recém-nascidas não podiam ter consciência de pecado, regeneração, fé e salvação. Para adotarem essas posições eles estavam bem fundamentados nos Evangelhos e nos demais livros do Novo Testamento. A mesma fundamentação tinha todas as outras doutrinas que professavam. Mas sua exigência de batismo só de convertidos é que mais chamou a atenção do povo e das autoridades, daí derivando a designação “batista” que muitos supõem ser uma forma simplificada de “anabatista”, “aquele que batiza de novo”. (DDBB)
Quando Jesus chama e uma pessoa atende ao chamado e se rende a seus pés, colocando-o como o Senhor da sua vida; este passa pela experiência do Novo Nascimento, pois o pecador, quando responde ao chamado começa a viver uma nova vida, que precisa ser desenvolvida rumo à maturidade cristã.
A Bíblia coloca uma ênfase muito grande sobre a leitura e pregação de Sua Palavra, assim como sobre a transmissão deste Evangelho a todas pessoas. Este chamado geral do Evangelho, contém a supremacia de Deus, Sua ira contra o pecado e Sua promessa de salvação através de Seu Filho, exorta o homem caído a se arrepender de seus pecados e crer na redenção de Cristo Jesus (cf. Is 55.7, Mt 28.19-20, Rm 10.14,17, 2 Tm 1.9-10, 3.15).
Após ser salvo por Jesus Cristo o cristão chamado batista precisa aprender a olhar o mundo através da bíblia. A isto chamamos “Cosmovisão Cristã” ou uma visão cristã de mundo; o que envolve sua vida, sua família, sua igreja e a sociedade em que vive.
Uma das coisas mais extraordinárias que Deus planejou para os seus filhos foi a vida na família cristã. “Assim, já não são estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus.” (Efésios 2.19 - ACF).
AS ESCRITURAS
AS ESCRITURAS
A Sagrada Escritura é a única regra suficiente, certa e infalível de conhecimento para a salvação, para a fé e obediência. É a verdade sem mescla de erro por seu conteúdo. Ela relata as obras da criação e da providência, manifestam a bondade, a sabedoria e o poder de Deus e é através dela que podemos conhecer melhor a Deus e à sua vontade para a nossa vida. A bíblia é nossa “regra de fé e prática” (CFB1689).
Um dos elementos fundamentais para o crescimento e amadurecimento espiritual é o conhecimento da Bíblia, a Palavra de Deus.
A Sagrada Escritura é a única regra suficiente, certa e infalível de conhecimento para a salvação, de fé e de obediência. A luz da natureza, e as obras da criação e da providência, manifestam a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, de tal modo que os homens ficam inescusáveis; contudo não são suficientes para dar conhecimento de Deus e de sua vontade que é necessário para a salvação. (CFB1689) 2
Confira esta base bíblica:
2 Tm 3.15-17: “E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.”
O pastor batista O. C. S. Wallace escreveu que a autoridade das Escrituras está na pessoa de Deus:
Temos a Bíblia porque temos um Deus. Se não houvesse um Deus vivo ou se Ele não se revelasse aos homens, a Bíblia não existiria. Deus nos deu a Bíblia porque está interessado em nós. 3
Base bíblica:
2 Pe 1.19-21: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.”
A Declaração Doutrinária Batista Brasileira defende a autoridade da bíblia por ser ela a voz de Deus em linguagem humana, a revelação de Deus, seu autor:
A Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana. É o registro da revelação que Deus fez de si mesmo aos homens; sendo Deus seu verdadeiro autor, foi escrita por homens inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo; tem por finalidade revelar os propósitos de Deus, levar os pecadores à salvação, edificar os crentes e promover a glória de Deus. (DDBB)
A bíblia contém a verdade, sem mescla de erro:
Seu conteúdo é a verdade, sem mescla de erro, e por isso é um perfeito tesouro de instrução divina. Revela o destino final do mundo e os critérios pelo qual Deus julgará todos os homens. A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas as doutrinas e a conduta dos homens; ela deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo. (DDBB)
Bíblia significa “livros”. Ao todo são 66 livros, sendo 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento.
A Bíblia é também chamada de “Escrituras Sagradas”, “Palavra de Deus” e “Espada do Espírito”. Todos os seus livros foram dados por inspiração de Deus, para serem a regra de fé e vida prática (2 Tm 3.16).
A Bíblia é inspirada por Deus (2 Pe 1.21) e sua mensagem é sempre atual (Mt 24.35).
A autoridade da Sagrada Escritura, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas provém inteiramente de Deus, sendo Ele mesmo a verdade e o seu autor. A Escritura, portanto, tem que ser recebida, por ser a Palavra de Deus (2 Pedro 1.19-21). Fonte: ma Miroshnichenko
O SER DE DEUS
O SER DE DEUS
O Senhor nosso Deus é somente um, o Deus vivo e verdadeiro (Dt 6.4), cuja subsistência está em si mesmo e provém de si mesmo (Is 48.12); Ele é um Espírito puríssimo (Jo 4.24), nenhum homem é capaz de ver (1 Tm 1.17); imutável (Ml 3.6), eterno (Sl 90.2), todo-poderoso (Gn 17.1); em tudo infinito, e santíssimo (Is 6.3).
De que forma podemos afirmar qual é o nome de Deus? Ao se revelar a Moisés, o Senhor não fez questão de adotar qualquer nome próprio. Ele preferiu ser chamado por seus servos através de termos de tratamento, tais como: Senhor, Deus, altíssimo, o Eu sou, etc. Segundo Crabtree isto tem uma explicação, a exaltação do nome triniunitário que remete ao tratamento de “um nome que é sobre todo o nome” (Fp 2.9):
O Nome do Senhor” associa-se também com o conceito da soberania e da glória de Deus. Os trabalhos e os objetivos do homem devem ficar subordinados à vontade do Senhor, porque a sua vontade é superior aos maiores interesses humanos. A soberania do Senhor é absoluta, e a sua vontade não se limita apenas ao homem. A Bíblia põe em relevo a glória de Deus. Ó fim principal do homem é glorificar a Deus, exaltando e santificando o seu Nome.4
Deus é chamado na Bíblia de Yahweh (YHWH) – este é o tetragrama utilizado pelos judeus e se encontra em boa parte do Antigo Testamento.
A existência de Deus pressupõe que Deus é. Ele possui personalidade; esta pode ser vista em sua triunidade revelando-nos seus atributos. Estes atributos são suas características de identificação revelatória.
Sobre Deus, a antiga Confissão de Fé Batista de New Hampshire declara:
Cremos que há um, e somente um, Deus vivo e verdadeiro, um Espírito infinito, inteligente, cujo nome é Yahweh, o Criador e Governante supremo do céu e da terra. Ele é inexprimivelmente glorioso em santidade, e digno de toda honra, confiança, e amor possíveis.
ATRIBUTOS PRÓPRIOS DE DEUS
Mostram o caráter glorioso do Senhor: divindade, eternidade, onipotência, independência, perfeição, imutabilidade, invisibilidade, onisciência, onipresença, glória. São também chamados atributos incomunicáveis.
ATRIBUTOS MORAIS
São atributos que Deus compartilha conosco. São os atributos que podemos ter, ainda que de forma imperfeita, comparada ao Ser de Deus: paz, amor, espiritualidade, sabedoria, vontade, fidelidade, misericórdia, graça, paciência, santidade, zelo e ira. São também chamados atributos comunicáveis.
Por isso, o documento chamado Princípios Batistas nos adverte que “o culto deve ser coerente com a natureza de Deus, na sua santidade”.6
DOUTRINA DA TRINDADE
DOUTRINA DA TRINDADE
Antes de tudo é importante reafirmar aqui o monoteísmo batista. Cremos na existência de um único e exclusivo Deus. As Escrituras apontam evidências internas e externas da existência de apenas um Deus. Quase todas as páginas das Escrituras testificam a verdade de que existe um Deus, por exemplo: “A ti te foi mostrado para que soubesses que o Senhor é Deus; nenhum outro há senão ele” (Dt 4.35; cf. Dt 32.39; Is 43.10; 44. 6-8).
Além do que foi dito acima, iniciaremos com a definição do termo trindade:
A qualificação necessária é que, enquanto três pessoas entre os homens tem uma só unidade específica de natureza ou essência, as pessoas da divindade têm uma unidade numérica de natureza ou essência – isto é têm a mesma natureza ou essência.7
O pastor batista Alva Bee Langston define a trindade como “a tríplice manifestação de Deus ao seu modo triúno de existir” (Langston).
O politeísmo e a idolatria das nações que cercam Israel são fortemente condenados pelo fato de que Javé é Deus e de que não há outro (Is 44.6-20). Atualmente o liberalismo teológico, através do ecumenismo e as novas ideologias tem sugerido que Alá, Ogum, Shiva e outros são representações de um único Deus, porém, nossa denominação abomina esta ideia.
Confira estas evidências bíblicas:
1 Jo 5.7,8: “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam num.” (BKJ 1611)
Mt 28.19: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;”
O ser de Deus é divino e infinito, e ele se revela em três pessoas: o Pai, Filho e Espirito Santo (1 Jo 5.7-8). Aessa maneira tríplice de Deus se revelar chamamos de trindade.
Um só Deus, três revelações: Cada pessoa da trindade possui uma mesma substância, igual poder e eternidade, possuindo cada uma inteira essência divina, que é indivisível (Jo 14.11; 1 Cor 8.6)
Sobre a expressão Trindade: Vem do latim trinitas, que significa “estado de ser três” – representa três agentes pessoais, Pai, Filho e Espírito Santo, que operam juntos para realizar a salvação e a edificação (Rm 8; Ef 1.3-14; 2Ts 2.13-14; 1Pe 1.2).
Por fim, é preciso relembrar que as Escrituras distinguem claramente o Pai do Filho e que o Filho e o Espírito se distinguem da mesma forma:
O Pai enviou o Filho (Jo 3. 16-17; Gl 4.4);
O Pai e o Filho se amam (Jo 3.35; 5.20; 14.31);
Eles falam um com o outro (Jo 11. 41-42. Eles se conhecem (Mt 11.27);
O Filho é nosso advogado junto ao Pai (1Jo 2. 1). Sem o entendimento de que as pessoas do Pai e do Filho sejam distintas, nenhum desses textos teriam sentido;
O Espírito Santo desce sobre o Filho no seu batismo (Lc 3.22);
O Espírito Santo é um Consolador distinto de Jesus, a ponto de um ir e outro descer (Jo 14.16); Jesus, o Filho envia o Espírito Santo (Jo 15.26; 16.7);
O Espírito Santo glorifica o Filho (Jo 16.13-14);
O Pai envia o Espírito Santo (Jo 14.15; 15.26);
O Espírito Santo intercede junto ao Pai (Rm 8.26-27).
Na história da igreja muitos teólogos da igreja estudaram os detalhes da triunidade de Deus, logo, recomendo duas obras para aprofundamento do tema: 1) Trindade de Agostinho e 2) o capítulo 2 da Teologia Sistemática de Augustus Strong. Estas duas obras explicam as deduções lógicas e claras dos ensinamentos das Escrituras acerca da trindade e da triunidade.
CRISTO E SUA OBRA
CRISTO E SUA OBRA
A nossa Declaração Doutrinária apresenta o Senhor Jesus Cristo como aquele que é “um em essência com o Pai, o eterno Filho de Deus”
Consideraremos então diversos pontos significantes sobre a vida e obra de Cristo, especialmente com relação à sua obra de expiação.
Sua obra de expiação definida foi com sangue
derramado: O sangue de Cristo foi derramado como sacrifício
(Rm 3.25; 5.9; Ef 1.7).
A expiação de Cristo nos redimiu e regatou: Cristo redimiu
seu povo por meio de um resgate; sua morte foi o preço que nos
livrou da culpa e da escravidão ao pecado (Rm 3.24; Cl 1.14).
Somos salvos de quê? Somos salvos da ira de Deus! (Rm
5.9) Na cruz, Cristo morreu expiar nossos pecados. Isso significa
que ela aplacou a ira de Deus contra nós expiando nossos
pecados e, desse modo, removendo-os de diante de seus olhos
(Hb 2.17; 1Jo 2.2; 4.10).
A expiação isenta-nos da maldição da lei: Cristo assumiu
nossa identidade e suportou o juízo retributivo que pesava
contra nós, isto é, “a maldição da lei” (Gl 3.13).
A eleição da graça de Deus é operada pela obra de expiação definida: a salvação para a santificação e comunhão
com Deus foi efetiva através do derramamento do sangue de Cristo para a remissão dos pecados (Hb 9.14, 22, 26).
Uma questão importante na obra de Cristo é a Redenção, também chamada de “expiação definida”, é a doutrina a respeito da intenção do Deus trino na Cruz. Na morte de Cristo o Senhor convida a todos que ouvem o evangelho (Rm 9.26; 1 Pe 2.21). O redentor é Jesus Cristo, o parente resgatador dos eleitos de Deus (Lc 1.68).
A obra de Cristo é peculiar porque o Redentor é “o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). Todos os que foram redimidos por Cristo e que, por conseguinte, crerão em Deus, por meio de Cristo, são identificados como pessoas cujos nomes estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. (Ap 13.8; 17.8).
DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
Nascemos de novo graças à ação do Espírito Santo em sua vida. Foi Ele quem nos convenceu do pecado, da justiça e do juízo. Foi ele quem nos mostrou a necessidade de arrependimento e conversão. Foi Ele quem operou em nós a regeneração.
O Espírito Santo é descrito como alguém que guia, fala, ouve, etc. Estas coisas só pessoas são capazes de fazer (Jo 16.13).
O Espírito Santo é claramente declarado como Deus. Assim sendo, podemos concluir que o Espírito Santo é uma pessoa divina. O Espírito Santo deve controlar a sua vida, como evidência de que Deus é o Senhor a sua vida (At 5.3-4).
A Bíblia nos ensina também que o resultado de uma vida cheia do Espírito Santo, ou seja, de uma vida dirigida pelo Espírito Santo é o fruto que o Espírito Santo produz em nossa vida, conforme mencionado em Gálatas 5.22-23.
O termo “dons” é aparece em Rm 12.6, 1 Pe 4.10 e Ef 4.7-8.
O Espírito Santo capacita o novo convertido a realizar o serviço, servindo com a “capacidade” (força) que Deus dá (1 Pe 4.11)
No Manual das igrejas Batistas, o pastor William Carey Taylor traduziu o artigo VIII da Confissão de Fé Batista de New Hampshire da seguinte forma:
Cremos que o arrependimento e a fé são deveres sagrados e graças inseparáveis, operadas em nossas almas pelo Espírito regenerador de Deus; que por elas, convencidos profundamente da nossa culpa, perigo e incapacidade, e do caminho da salvação por Cristo, voltamos para Deus com contrição e confissão sinceras, pedindo misericórdia.9
O que Taylor está ratificando? Que nossa incapacidade é que valida a graça e o dom gratuito de Deus! (Jo 16.8; At 16.30-31; Rm 10.9-10).
A VARIEDADE DE DONS ESPIRITUAIS
A VARIEDADE DE DONS ESPIRITUAIS
Apóstolos (1 Co 12.28; Ef 4.11)
Profetas (Rm 12.6; 1 Co 12.28; Ef 4.11)
Serviço (Rm 12.7; 1 Pe 4.11)
Evangelistas (Ef 4.11)
Sabedoria, conhecimento e administração (1 Co 12.8, 28) Pastores e mestres (Ef 4.11;1 Co 12.28; Ef 4.11)
Exortação (Rm 12.8)
Fé (1 Co 12.9)
Cura (1 Co 12.9,28 - Operação de
milagres (1 Co 12.10,28)
Capacidade de discernir espíritos (1 Co 12.10)
Misericórdia (Rm 12.8)
Habita no crente; guia-o em toda a verdade; capacita-o a obedecer a vontade de Deus. Distribui dons aos filhos de Deus para a edificação do Corpo de Cristo e para o ministério da Igreja no mundo. Sua plenitude e seu fruto na vida do crente constituem condições para uma vida cristã vitoriosa e testemunhante. (DDBB)
A capacitação através dos dons espirituais só é possível pela disposição do Espírito em levar o ser humano a obedecer a vontade de Deus, de forma que Ele distribui dons aos filhos de Deus para a edificação do Corpo de Cristo, para o ministério da Igreja no mundo e crescimento do Reino de Deus, conforme lemos acima.
OS BATISTAS E O DOM DE LÍNGUAS
OS BATISTAS E O DOM DE LÍNGUAS
Crentes sinceros são atraídos constantemente pela mentira de que “só falam em línguas quem realmente foi batizado pelo Espírito Santo” e o discurso de que o crente espiritual deve falar em línguas para que cresça em comunhão com Deus e como resultado de sua experiência com Ele. A Bíblia nunca afirmou isso, pelo contrário! O apóstolo Paulo combateu esta prática veementemente.
Paulo deixa explícito que o tema geral de 1 Coríntios é falta de espiritualidade nesta igreja; De acordo com 1 Co 14.21,22, as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis;
O dom de línguas (que se manifestava em Corinto) era sinal para o povo judeu, os “infiéis” (Is 28.11,12).
Independentemente da visão escatológica que se adote, nenhuma contempla a necessidade da manifestação das línguas para atestação à nação judaica acerca da restauração de Israel.
As línguas manifestadas em Atos 2 eram cumprimento de profecias do AT e sinal de que o Evangelho era de fato universal, ou seja, abrangia também os odiados gentios, de várias nações, que puderam entender a pregação na língua aramaica.
As línguas pronunciadas por aqueles que possuíam o referido dom eram de natureza terrena. No NT, as palavras gregas glossa e dialéktos são usadas para se referir a línguas. Glossa significa “idioma ou língua” e dialéktos significa “idioma ou dialeto”. Isto significa que o milagre de Atos 2 pode ser explicado conforme abaixo:
1 A linguagem figurada mostra aglomeração, barulho e surpresa
1 A linguagem figurada mostra aglomeração, barulho e surpresa
E apareceram umas línguas como de fogo, distribuídas entre eles, e sobre cada um pousou uma.
2 As línguas faladas eram idiomas existentes
2 As línguas faladas eram idiomas existentes
Estavam em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu.
Quando o som foi ouvido, a multidão se aglomerou. E todos ficaram confusos, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua.
E, perplexos e admirados, diziam uns aos outros: Por acaso esses que estão falando não são todos galileus?
Como, então, cada um de nós os ouve falar em nossa língua materna?
Partos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia,
da Frígia e da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia próximas a Cirene, e romanos aqui residentes, tanto judeus como convertidos ao judaísmo,
cretenses e árabes, todos nós os ouvimos falar das grandezas de Deus em nossa própria língua.
Logo, eram idiomas utilizados ao redor do mundo.
Quem não consegue entender em outro idioma não é edificado
Pois quem fala em uma língua não fala aos homens, mas com Deus, porque ninguém o entende, mas pelo Espírito fala mistérios.
A exposição da palavra é maior
Gostaria que todos vós falásseis em línguas, mas muito mais que profetizásseis. Quem profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que as interprete para que a igreja receba edificação.
A edificação da igreja é a prioridade
Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras que se podem compreender, como se entenderá o que dizeis? Pois estareis como que falando ao vento.
É preciso manter a ordem racional do culto
porque Deus não é Deus de desordem, mas sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos,
Atualmente, o dom de línguas não acontece como ficou historicamente marcado no Novo Testamento. Quando olhamos as igreja modernas tentando imitar o ocorrido em Atos 2, percebemos que este fenômeno é uma heresia e podemos demonstrar isto através de suas características:
Repetições de palavras que não existem em nenhum idioma e de fonemas extáticos, consideradas sinal de espiritualidade;
Enquanto Paulo pede para não falar em línguas, algumas igrejas encorajam as pessoas a falar em línguas ;
Para algumas seitas, falar em línguas é evidência de uma vida cheia do Espírito Santo. Nestas igrejas, as pessoas falam em línguas simultaneamente e nunca num idioma humano.
Vale ressaltar que o dom de línguas não teve apoio do Apóstolo e que o mesmo servia de obstáculo para a Igreja de Corinto chegar à maturidade.
O apóstolo Paulo não apoiou o tipo de línguas que estavam sendo faladas na igreja de Cristo que ele fundou em Coríntio. Ele queria advertir a igreja no curso que ela esta seguindo, antes dela se dividir sobre o problema de algumas pessoas que se achavam donas da revelação de Cristo através de dons de línguas e profecia.
Se as línguas de hoje são tão confusas e diferentes do que a Bíblia relata e ensina, se dá pela tentativa de fazer artificialmente o que o Espírito Santo fez no passado com um propósito histórico definido.
O contexto de 1 Coríntios 14 e o fluxo do texto nos puxa para o capítulo anterior. O ponto em questão é o amor em detrimento dos dons espirituais.
Precisamos entender que a profecia de Joel quanto às línguas já se cumpriu historicamente como sinal para os judeus que queriam a salvação apenas para seu povo. Mas, “as línguas eram sinais para confirmar a mensagem do Evangelho na era apostólica”. Este é mistério do dom de línguas: pessoas do mundo inteiro, de qualquer raça, idioma ou dialeto ouvindo e falando as grandezas de Deus. Agora o Evangelho avança pelo mundo, em todos os idiomas para gloria de Deus pai; de maneira que “as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis.” (1 Co 14.22)
A DOUTRINA DA ELEIÇÃO
A DOUTRINA DA ELEIÇÃO
A eleição é o princípio fundamental da graça salvadora de Deus. É a soberania de Deus em relação à salvação do homem. Ela faz parte dos decretos de Deus e é a expressão do amor infinito de Deus para com a raça humana, redimindo o homem do pecado por meio de Cristo e trazendo-o pelo Espírito Santo ao reino de Deus.
A eleição pressupõe a pecaminosidade inteira da raça humana e está baseada na expiação definida de Cristo. Sobre este tema, a Declaração Doutrinária Batista Brasileira diz que:
Eleição é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a eternidade, de pessoas para a vida eterna, não por qualquer mérito, mas segundo a riqueza da sua graça. (DDBB)
Antes da criação do mundo, Deus, no exercício da Sua soberania divina, elegeu, chamou, predestinou, justificou e glorificou aqueles que, no correr dos tempos, seriam chamados eficazmente à salvação (2 Ts 2.13,14).
O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que era bom e agradável a Deus. Essa, porém, era uma condição mutável, pois o homem podia decair dessa liberdade de poder (CF1986).
ELE NOS ESCOLHEU
ELE NOS ESCOLHEU
Na doutrina da soberana eleição de Deus, salvação não é originada na vontade do homem, mas na vontade de Deus João 1.13 “os quais não nasceram de linhagem humana, nem do desejo da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Romanos 9.14–18 “Que diremos? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum. Porque ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e compaixão de quem eu quiser ter compaixão. Assim, isso não depende da vontade nem do esforço de alguém, mas de Deus mostrar misericórdia. Pois a Escritura diz ao faraó: Para isto mesmo te levantei: para mostrar em ti o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Portanto, ele tem misericórdia de quem quer e endurece a quem quer.” , ainda que esta eleição pressupõe a resposta humana “em consonância como o livre-arbítrio de cada um” (DDBB). Isto significa que o Senhor espera uma resposta do ser humano e isto não contradiz a Soberania divina, mas a reforça, pois o homem é convencido do pecado, da justiça e do juízo João 16.8–11 “E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está condenado.”
A verdade da Bíblia expressa a vontade do Espírito, compreendida pela iluminação do mesmo. Ele convence os homens do pecado, da justiça e do juízo, tornando assim efetiva a salvação individual, através da obra salvadora de Cristo [...] Ele atrai o fiel para a fé e a obediência e, assim, produz na sua vida os frutos da santidade e do amor.
A ELEIÇÃO E A SALVAÇÃO
A ELEIÇÃO E A SALVAÇÃO
Não há ninguém que queira ou possa ser salvo, porque como resultado da queda do homem, todo desejo e vontade para o que é bom e para o que é de Deus foi perdido (Jo 5.40; Rm 3.11). Por isso, o plano salvífico batista abraça tanto a soberania divina, quanto a responsabilidade humana: “Antes da criação do mundo, Deus, no exercício da Sua soberania divina e à luz de Sua presciência de todas as coisas, elegeu, chamou, predestinou, justificou e glorificou aqueles que, no correr dos tempos, aceitariam livremente o dom da salvação.” (DDBB) A responsabilidade humana na salvação só é um ato livre após a obra do Espírito Santo em atraí-lo e convencê-lo em Seu poder e ‘‘em conexão com a verdade divina, produzindo como resultado a nossa obediência voluntária ao Evangelho”.
Por isso cremos na doutrina perseverança dos salvos; a eleição é obra completa de Deus no ser humano, de forma que a eleição antecede a regeneração que “é obra do Espírito Santo em que o pecador recebe o perdão, a justificação, a adoção como filho de Deus, a vida eterna e o dom do Espírito Santo. Nesse ato o novo crente é batizado no Espírito Santo (DDBB).
A eleição garante a certeza da salvação – A eleição ou é a missão resgate de Deus (Dt 7.6-9; Atos 13.48; Tito 1.2), por isso, nós batistas costumamos dizer “uma vez salvo, salvo para sempre”. Nossa doutrina é baseada em evidências bíblicas como Jo 3.16,36; Jo 10.28,29; 1 Jo 2.19; Mt 24.13; Rm 8.35- 39; Jo 10.28; Rm 8.35-39; Jd 24. Veja o que o capítulo 6 da Declaração Doutrinária Batista Brasileira nos ensina com base nestes textos:
A salvação do crente é eterna. Os salvos perseveram em Cristo e estão guardados pelo poder de Deus. Nenhuma força ou circunstância tem poder para separar o crente do amor de Deus em Cristo Jesus; o novo nascimento, o perdão, a justificação, a adoção como filhos de Deus, a eleição e o dom do Espírito Santo asseguram aos salvos a permanência na graça da salvação. (DDBB)
Quero destacar que existem particularidades na doutrina da eleição que dividem opiniões quanto ao tempo que ela ocorre e modo que Deus opera esta graça. Logo, ao tratar esta e outras matérias consideramos que historicamente os Batistas estão divididos em seis grupos distintos em matéria soteriológica:
O CHAMADO DO EVANGELHO
O CHAMADO DO EVANGELHO
Para que alguém se torne membro da igreja, deve ser batizado. O batismo só é lícito se a pessoa já estiver salva. O ser humano consciente só será salvo se ouvir a mensagem do Evangelho e responder ao chamado de Deus. Porém, “o homem, uma vez que está escravizado ao pecado, não pode salvar a si mesmo” e precisa da graça de Deus!
OS FATOS BÁSICOS CONCERNENTES À SALVAÇÃO
A QUEDA E O PECADO HUMANO
Deus criou o homem justo e perfeito, e lhe deu uma lei justa, que lhe seria
para vida. Mas o homem não manteve por muito tempo a sua honra.
Satanás valeu-se da astúcia da serpente para seduzir Eva; e esta seduziu a
Adão, que, sem ser compelido, transgrediu voluntariamente a lei instituída
na criação, e a ordem de não comer do fruto proibido. De forma que somos
depravados pecadores (Gn 3.12,13; 2 Cor 11.3; Rm 3.23)
A Queda do Homem, de Rubens
A PENA PELOS NOSSOS PECADOS É A MORTE
A consequência do pecado é a morte, ou seja, a separação de Deus. Se
todos nós pecamos e a consequência do pecado é a separação, logo, todos
os seres humanos separaram-se de Deus e precisam de salvação, isto é,
precisam se reconciliar com Deus (Rm 6.23)
DEUS NOS ESCOLHEU ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO
Deus nos escolheu em Cristo para glória eterna; e isto de acordo com o
seu propósito eterno e imutável, pelo conselho secreto e pelo beneplácito
da sua vontade, antes da fundação do mundo, apenas por sua livre graça e
amor, nada havendo em suas criaturas que servisse como causa ou
condição para essa escolha (Rm 8.30; 9.13,16).
A SALVAÇÃO É PARA GLÓRIA DE DEUS
A SALVAÇÃO É PARA GLÓRIA DE DEUS
Pelo decreto, e para manifestação da glória de Deus, o mistério da cruz se revelou para cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: “Direi ao norte: Dá; e ao sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da terra, a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha glória: eu os formei, e também eu os fiz.” (Is 43.6-7). Somos salvos para louvor da sua graça gloriosa! Os demais são deixados em seu pecado, agindo para sua própria e justa condenação; e isto para louvor da justiça gloriosa de Deus (Ef 1.5-6; Rm 9.22-23).
SÓ A GRAÇA DE DEUS É QUEM TRANSFORMA O HOMEM
Assim pois, a obra da graça na conversão é chamada pela Escritura de criação, vivificação, formação, doação de um novo coração. Tudo isso demonstra que uma verdadeira obra é realizada nas almas dos homens. E todas essas atividades são atribuídas a Deus. É Deus que, pela Sua vontade, faz-nos nascer de novo (recria), nos vivifica e nos gera novamente. Ele nos escolheu, chamou e justificou (Ef 2.8) assim,
entendemos que “salvação vem pela graça de Deus.”
Leia estas bases bíblicas:
2 Tm 1.9: “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos. ”
1 Co 2.14: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.”
Ef 2.4,5: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo, pela graça sois salvos.”
A SALVAÇÃO REQUER ARREPENDIMENTO E FÉ
A pessoa que atende ao chamado “é convertida a Jesus Cristo”. Isso significa que a pessoa reconhece seus pecados e arrepende-se, isto é, vira as costas para o pecado, abandonando-os. O arrependimento é uma graça do Espírito de Deus por meio da qual um pecador é humilhado em seu íntimo e transformado em seu exterior. Além disso, o indivíduo crê em Cristo, depositando sua confiança unicamente na suficiência da obra redentora de Jesus Cristo realizada na cruz do calvário para a sua salvação (Mc 1.15, At 3.19 e 20.21) de forma que, “a salvação é alcançada somente pela fé pessoal no Filho
de Deus” (Ef 2.8).
A salvação acontece pela Graça por meio da fé (Ef 2.8). Para que o indivíduo consciente seja salvo, precisa ouvir a mensagem do Evangelho (Rm 10.17) e responder ao chamado de Deus. De modo que só pode crer em cristo quem foi chamado à salvação (Rm 1.6, Ef 4.4).
Em sua obra O que creem os Batistas, o Dr Wallace esboçou o ato da salvação pela graça da seguinte forma:
A salvação é proclamada pelo evangelho;
Anova de salvação é para todos;
Todo o que recebe a salvação a recebe mediante a fé;
Afé é caracterizada pela obediência ao chamado;
O que reprova o homem é sua depravação.
A fé é um instrumento da salvação, as obras mostram a evidência dela. Somos salvos pela graça e misericórdia de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 5.8); logo, a verdadeira fé não é paliativa, a fé salvadora é manifestada pela vida, pelas ações (Tg 2.14).
PECADO E ARREPENDIMENTO
PECADO E ARREPENDIMENTO
O pecado tem sua origem antes da Queda do ser humano.
Isso quer dizer que o pecado se tornou realidade primeiro entre os seres espirituais que desobedeceram a Deus (Gn 3). Isso fica evidente na figura do tentador no episódio em que Adão e Eva desobedecem a Deus e deram origem ao pecado na raça humana. A isto chamamos doutrina do pecado original onde todos participam desde o nascer (Rm 3.23). O homem não é pecador porque peca, mas peca porque é pecador. As consequências do pecado se estenderam a humanidade: morte
física e espiritual, homicídios, ódio, inveja, fofocas, adultérios, etc.
O conceito de arrependimento nas Escrituras é essencial à vida cristã. Podemos conceituar arrependimento como “a mudança voluntária da mente do pecador na qual ele rejeita o pecado” (Strong). Mas o que significa esta mudança voluntária da mente? A Confissão de fé Batista de 1689 explica:
Não há quem faça o bem e que não peque (Ec 7.20); sob a força da tentação, mesmo as melhores pessoas podem cair em grandes pecados e provocações contra Deus, pois existe no interior do homem um poder enganoso de corrupção. Foi por isso que Deus, no pacto da graça, providenciou misericordiosamente para que os crentes, caindo em pecado, sejam restaurados mediante o arrependimento para a salvação.
A citação acima se refere aos salvos por Cristo, porém, aos pecadores perdidos é exigido o arrependimento, mas sozinho não consegue, por isso:
O Espírito Santo, atendendo à necessidade humana, vem fazer a obra regeneradora na alma, produzindo nela um arrependimento verdadeiro como também a fé salvadora, obra essa que frutifica na salvação eterna.
Este arrependimento salvador é uma graça, por intermédio da qual a pessoa, por obra do Espírito Santo, é levada a sentir os múltiplos males do seu pecado, e, com fé em Cristo, humilha se por causa do pecado (Jo 16.7-11), com uma tristeza santa, ódio ao pecado e repugnância a si mesma (Ez 36.31), orando por perdão e fortalecimento na graça, com o propósito e o empenho de caminhar diante de Deus de um modo agradável em todas as coisas, com o auxílio do Espírito Santo (2 Co 7.11).
[...] após uma certa idade, depois de eles terem vivido algum tempo em seu estado natural e servido a vários prazeres e concupiscências. Mas Deus, ao chamá-lo eficazmente, concede lhes o arrependimento para vida (CFB1689).20
O arrependido vai a Deus que o busca, neste momento ele recebe o perdão do pecado através do arrependimento, como está escrito:
Mt 9.13: “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento. ”
Mt 4.17: “Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.”
... porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Rm.6.23)
REGENERAÇÃO
Nicodemos era um homem muito religioso. Era um dos principais líderes da sua comunidade. Ele procurou Jesus para saber mais sobre a salvação e ouviu dEle uma afirmação que serve também para nós: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3).
O QUE A REGENERAÇÃO NÃO É:
NÃO É REENCARNAÇÃO
Muitas pessoas confundem novo nascimento com a doutrina da reencarnação, que ensina que quando a pessoa morre, reencarna em outra pessoa ou ser vivo. De acordo com a Bíblia não existe a reencarnação, esta é uma doutrina de homens. (Hb 9.27)
NÃO É UMA REFORMA DO CARÁTER
Há pessoas que começam a frequentar a Igreja, chegam a tomar a decisão de se batizar, mas não passam pelo novo nascimento. Mudam a maneira de falar, mudam o modo de vestir, mas não passam disso. É apenas uma reforma, uma maquiagem que acontece exteriormente. Não houve mudança na mente nem no coração. As mudanças foram apenas exteriores. Isso não é novo nascimento. (2 Pe 2.20-22)
O QUE É A REGENERAÇÃO:
É PASSAR DA MORTE PARA A VIDA
O pecado nos matou espiritualmente, isto é, nos separou de Deus (Rm 6.23, Ef 2.1). Mortos espiritualmente não temos nenhuma condição de reagir ao pecado enquanto Deus não operar em nós o novo nascimento (Ez 36.26), também chamado de regeneração. Jesus descreve esse processo como sendo passar da morte para a vida (Jo 5.24).
Cremos que os pecadores precisam ser regenerados ou nascidos de novo, para poderem ser salvos; que a regeneração consiste em dar à mente uma disposição santa; que isto se efetua de uma maneira além da nossa compreensão, pelo poder do Espírito Santo e em conexão com a verdade divina; produzindo como resultado a nossa obediência voluntária ao evangelho; e que a evidência dessa transformação se manifesta nos frutos do arrependimento, fé e vida nova e santa.
É UMA MUDANÇA INTERIOR, DE DENTRO PARA FORA
Jesus disse que é do interior do ser humano (coração e mente) que surgem todas as espécies de pecados (Mt 15.19). Só quando Deus coloca um novo coração dentro de nós é que acontece o novo nascimento (Ez 36.26).
É UMA MUDANÇA DE NATUREZA, OPERADA POR DEUS
Quando nascemos recebemos a natureza pecaminosa da raça humana (Rm 5.12). A Bíblia chama isso de natureza carnal. Quando o Espírito de Deus opera em nós o novo nascimento, recebemos uma nova natureza, a natureza espiritual (1 Cor 2.14-15). Devido à sua natureza pecaminosa, o homem não pode salvar-se a si mesmo.
EVIDÊNCIAS DA REGENERAÇÃO
Como acontece o Novo Nascimento?
Quem opera é o Espírito Santo:
O Espírito é quem nos convence (Jo 16.8-11) de que precisamos nascer de novo, mudar de vida (Lc 9.23).
Acontece no momento da conversão:
Quando respondemos ao chamado de Deus e somos convertidos a Cristo, através de um profundo arrependimento, o Senhor opera em nós o novo nascimento (Lc 5.32; Jo 3.6-8).
Leia estas bases bíblicas:
Jo 6.37: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.”
Jo 17.9: “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.”
Tt 3.3-5: “Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros. Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.”
Quem é nascido de Deus não vive na prática do pecado, não peca habitualmente (1 Jo 3.9). Quem é nascido de Deus pratica a Justiça – faz o que é certo (1 Jo 2.29)
Quem é nascido de Deus tem amor no coração (1 Jo 4.7)
Quem é nascido de Deus vence o mundo – mundanismo (1 Jo 5.4)
Quem é nascido de Deus recebe proteção especial do Pai (1 Jo 5.18)
BENEFÍCIOS DA GRAÇA SALVADORA NO NOVO NASCIMENTO Todos os pecados são perdoados (1 Jo 1.9)
É batizado com o Espírito Santo no momento da conversão (Ef 1.13; Ef 5.18; 1 Co 12.13) Tem o nome escrito no livro da vida (Ap 20.15)
É declarado justo (justificado) diante de Deus (Rm 5.1)
É liberto da condenação (Rm 8.1)
É transformado automaticamente num discípulo de Jesus Cristo (Lc 9.23)
É transformado numa nova criatura (2 Co 5.17)
Abandona a prática do pecado e torna-se frutífera (Lc 3:8-14 e 1 Jo 3.9)
2 Co 5.17: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”
Ef 2.8-10: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.”
Fp 3.8,9: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé.”
Rm 3.24: “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.”
Rm 8.30: “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.”
Afé, assim recebendo e apoiando-se em Cristo e sua justiça, é o único instrumento de justificação (Rm 3.28). Porém, ela não está sozinha na pessoa justificada: está sempre acompanhada de todas as outras graças salvadoras (Gálatas 5.6).
Pela sua obediência e morte, Cristo pagou plenamente a dívida de todos os que são justificados. A favor destes, pelo sacrifício de si mesmo, no sangue da sua cruz, Ele removeu a ira de Deus que nos condenava, nos justificando (Rm 3.25).
A justificação dos crentes, no Antigo Testamento, em todos estes aspectos, foi igual à justificação dos crentes no Novo Testamento.
Quando Cristo morreu e ressuscitou a favor dos que seriam justificados, Ele derramou a
maravilhosa graça da justificação. 23
Os pecados dos crentes foram imputados a Cristo - por isto Ele sofreu e morreu na cruz (1 Pe 2.24; 2 Co 5.21).
O ato de imputação não fez a Cristo pecador ou contaminou Sua natureza – tampouco, de modo algum afetou Seu caráter; este ato só tornou Cristo o responsável legal de tais pecados.
Cristo morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação (Rm 4.25).
DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃO
DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃO
A doutrina da Santificação abrange o homem todo (1 Ts 5.23). Os crentes são vivificados e fortalecidos para a vida de santidade, em todas as graças salvadoras Colossenses 1.11 “fortalecidos com todo o vigor, segundo o poder da sua glória, para que, com alegria, tenhais toda perseverança e paciência,” Logo, cremos que:
A santificação é o processo pelo qual somos feitos participantes da santidade de Deus, segundo a sua vontade; que ela é uma obra progressiva, que começa na regeneração.
Leiamos agora o que ensina a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira:
A santificação é o processo que, principiando na regeneração, leva o homem à realização dos propósitos de Deus para sua vida e o habilita a progredir em busca da perfeição moral e espiritual de Jesus Cristo, mediante a presença e o poder do Espírito Santo que nele habita. Ela ocorre na medida da dedicação do crente e se manifesta através de um caráter marcado pela presença e pelo fruto do Espírito, bem como por uma vida de testemunho fiel e serviço consagrado a Deus e ao próximo. (DDBB)
Os que estão unidos a Cristo, tendo sido chamados eficazmente e regenerados, possuem agora um novo coração e um novo espírito, criados nele por mérito da morte e da ressurreição de Cristo (At 20.32); e, por esse mesmo mérito, são mais e mais santificados individualmente, pela atuação da Palavra e do Espírito de Cristo neles habitando.
O domínio de tudo que é pecado, sobre eles, é destruído (Ef 3.16-19); as suas várias concupiscências vão sendo sempre mais enfraquecidas e mortificadas; e os crentes mais e mais são vivificados e fortalecidos, em todas as graças salvadoras, para praticarem toda a verdadeira santidade (Jo 17.17), “sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Por isso, “a santificação é um dever e um privilégio, levando o crente a se aproximar mais de Deus”.
Santifique-se: A Escritura exorta o crente a viver a vida cristã com piedade (Hb 6.11-12; 2 Pe1.5-7). Desenvolva a salvação: (Fp 2.12-14).
Fuja do pecado: (Rm 6.13-14).
Não viva pecando: (1 Jo 3.9).
A santificação abrange o homem todo (1T 5.23), ainda que imperfeita enquanto nesta vida. Em toda parte, ainda permanecem alguns resíduos de corrupção (Rm 7.18,Romanos 7.23 “mas vejo nos membros do meu corpo outra lei guerreando contra a lei da minha mente e me fazendo escravo da lei do pecado, que está nos membros do meu corpo.” dos quais provém uma guerra irreconciliável: a carne militando contra o Espírito, e o Espírito militando contra a carne (Gálatas 5.17 “Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne. Eles se opõem um ao outro, de modo que não conseguis fazer o que quereis.”
Apesar de ter nossa participação, é uma obra graciosa de Deus em nós. A santificação começa na regeneração, porém é progressiva, ou seja, Deus está sempre trabalhando para purificar o crente. Afeta a pessoa como um todo: intelecto, sentimentos, volição, espírito e corpo físico (1 Ts 5.23) e se completará Glorificação. 26
ORAÇÃO
Estamos envolvidos numa grande batalha espiritual, da qual só podemos sair vitoriosos usando armas apropriadas, como a oração.
Jesus é o nosso modelo em todos os sentidos, especialmente pela maneira como Ele orava. Pelas passagens bíblicas, descubra como era a vida de oração de nosso Salvador e Senhor:
Marcos 1.35 “De madrugada, ainda bem escuro, Jesus levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto; e ali começou a orar.”
Mateus 14.23 “Tendo-as mandado para casa, subiu ao monte para orar em particular. Ao anoitecer, ele estava ali sozinho.”
Mateus 26.36–37 “Então Jesus foi com os discípulos a um lugar chamado Getsêmani e disse-lhes: Sentai-vos aqui, enquanto vou ali orar. E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.”
Lucas 6.12–13 “Naqueles dias, Jesus se retirou para um monte a fim de orar; e passou a noite toda orando a Deus. Depois do amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais também chamou de apóstolos:”
A Palavra de Deus estabelece alguns
E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus.
Lucas 6:12 (Bíblia Online ACF)
princípios que devem ser observados na oração:
João 14.13, 14: Orar em nome de Jesus
Mateus 21.22: É preciso pedir com fé
1 João 5.14: Submeter nossas orações à vontade soberana de Deus.
Tiago 4.3: Pedir com motivação certa.
Salmo 66.18: Orar com coração puro (pecados devem ser confessados e abandonados) Salmo 138.6: Orar com humildade
Mateus 6.5-8: Com sinceridade sendo sempre discreto
No estudo do Pacto das igrejas Batistas temos um capítulo todo dedicado à vida devocional, onde afirmamos que “comprometemo-nos também a manter uma devoção particular e familiar e a educar religiosamente os nossos filhos”. A devoção faz parte da vida diária do Batista:
A oração é uma arma contra a qual o diabo não tem defesa e é derrotado. Ele não teme a nossa eloquência, nem nossas belas vozes, nem os outros dons com que tenhamos sido dotados [...] O diabo teme e não pode resistir à oração e faz tudo para impedi-la. 28
Em Filipenses 4.6, a Palavra de Deus menciona alguns elementos que podem estar presentes numa oração. De acordo com 1Timóteo 2.5 e João 14.6, Jesus é o único mediador, que nos coloca diretamente em comunhão com o Pai Celestial. É por isso que oramos “em nome de Jesus”, ou seja, através dos méritos conquistados por Jesus Cristo através da sua morte por nós na cruz do calvário.
PARA UMA VIDA DEVOCIONAL PIEDOSA SUGIRO QUE VOCÊ:
Separe um tempo para que sua contemplação não seja comprometida, de preferência nas primeiras horas da manhã;
Separe um lugar tranquilo, de preferência um jardim, ou um lugar que possa contemplar a criação de Deus. Um lugar calmo;
Leia a Bíblia, faça a leitura da Palavra de Deus;
Ore os Salmos durante este tempo com Deus;
Ore por você, pois temos a tendência de orar apenas por outras pessoas;
Peça perdão e perdoe.
A IGREJA
A IGREJA
O salvo por Jesus Cristo, certamente deseja crescer espiritualmente e servir a Deus. Para que isso aconteça, é indispensável que faça parte da Igreja de Jesus Cristo.
DEFINIÇÃO DE IGREJA
Etimologicamente, o substantivo Ekklesía (origem das palavras eclésia e eclesiologia) e significa assembleia ou igreja.
PACTO DAS IGREJAS BATISTAS.
A Igreja de Jesus Cristo é a comunidade fraterna de pessoas redimidas por Cristo e tornadas membros da família de Deus. No sentido específico, a Igreja é uma congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão pública de fé, que se reúnem determinado local para adorar a Deus, difundir o seu Reino aqui na terra e edificar-se espiritualmente através do exame da Bíblia e da oração. De acordo com Atos 2.37-38 e 3.19, existem dois passos que precisam ser dados para se tornar um membro da Igreja local: arrependimento e conversão.
Segundo a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, “Igreja é uma congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé. É nesse sentido que a palavra
“igreja” é empregada no maior número de vezes nos livros do N. Testamento.” 31
QUE NOMES SÃO DADOS À IGREJA NA BÍBLIA?
A Igreja é chamada edifício de Deus (1Cor 3.9), a casa de Deus (1Tm 3.15), templo santo (Ef 2.21), família de Deus (Ef 2.19), esposa (Ap 21.2; Ef 5.26), assembleia (1 Ts 2.14).
Construção: AIgreja é como uma construção, onde nós somos as pedras (1Pe 2.5), e Jesus é ao mesmo tempo o construtor (Mt 16.18) e a pedra angular (Ef 2.19-22, Mc 12.10). Toda a base da Igreja está em Jesus Cristo (Rm 11.36, Cl 1.16-17).
Corpo: AIgreja é o Corpo de Cristo, “o senhor Jesus Cristo é o cabeça da igreja” (Ef 1.22-23,
32
Cl 1.18) e nós, individualmente, somos os membros desse corpo (1Co 12.12,27).
Igreja invisível: Todas as pessoas que professam fé no evangelho e obediência a Deus, mediante Cristo, de acordo com o evangelho, compõem a igreja visível, e, por vontade de Deus, entregam-se uns aos outros e ao Senhor, submetendo-se às ordenanças do evangelho (At 5.14; 2 Co 9.13).
Igreja local: Todos que foram chamados a servir ao Senhor devem reunir numa igreja local, como ordena a Palavra de Deus (Hb 10.25).
Cl 1.18: “E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.”
QUAL A MISSÃO DA IGREJA?
Amissão da Igreja é testemunhar e apresentar a salvação eterna através daquele que é o único capaz de salvar o homem perdido – Jesus Cristo, e isso unicamente pela graça, mediante a fé. Nas palavras do Cristo ressuscitado que disse: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21), logo, a igreja possui uma natureza missionária.
BATISMO E CEIA
BATISMO E CEIA
O Batismo e a Ceia do Senhor são ordenanças que foram instituídas de maneira explícita e soberana, pelo próprio Senhor Jesus. Como Batistas, não acreditamos em “rituais que concedem salvação no
batismo”. O batismo simboliza a salvação do crente e a sua união com Cristo e sua Igreja, o Corpo Vivo de Cristo.
O batismo consiste na imersão do crente em água, após sua pública profissão de fé em Jesus Cristo como Salvador único, suficiente e pessoal; simboliza a morte e sepultamento do velho homem e a ressurreição para uma nova vida em identificação com a morte, sepultamento e ressurreição do Senhor Jesus Cristo e também prenúncio da ressurreição dos remidos.
O batismo, que é condição para ser membro de uma igreja, deve ser ministrado sob a invocação do nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (DDBB).
O Batismo é uma ordenança do Novo Testamento, instituída por Jesus Cristo, para ser, para a pessoa batizada, um sinal de sua comunhão com Cristo, na sua morte e ressurreição; de sua união com Ele (Rm 6.1-5); da remissão dos pecados (Mc 1.4); da consagração da pessoa a Deus, através de Jesus Cristo, para viver e andar em novidade de vida (CFB1689).
O BATISMO SIMBOLIZA A SALVAÇÃO
A Bíblia ensina que o batismo simboliza a morte e a ressurreição de
Cristo e também a nossa morte para o mundo e a ressurreição (novo
nascimento) para a nova vida. É um testemunho de que já nasceu de novo,
para uma nova vida em Cristo (Rm 6.1-3).
O BATISMO É UMA ORDEM DE JESUS
Ele ordenou (mandou) que a Igreja batizasse aqueles que se tornassem
discípulos dele (Mt 28.19).
O BATISMO É UM EXEMPLO DE JESUS
Para mostrar a importância do batismo, o próprio Jesus submeteu-se a
ele, mesmo sendo Ele o Filho de Deus (Mt 3.13-16, Lc 3.23).
O BATISMO É A PORTA DE ENTRADA PARA
A IGREJA LOCAL
Fomos chamados para pertencermos à família de Deus (Ef 2.19) e
sermos membros do Corpo de Cristo, que é a Igreja, através do batismo o
crente passa a ser membro da Igreja local (At 2.41).
O BATISMO BÍBLICO É POR IMERSÃO
O elemento externo a ser empregado nesta ordenança será água, na
qual a pessoa será batizada em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo
(At 8.38,39). A palavra batizar significa imergir, mergulhar em água. Em
João 3.23 afirma que João Batista batizava em Enom, porque havia ali
muitas águas.
POR QUE NÃO BATIZAMOS BEBÊS?
As igrejas batistas não praticam o pedobatismo (batismo de
bebês). Dentre vários motivos, o primeiro é o exemplo de Jesus
Cristo: ele não foi batizado como criança, mas com trinta
anos de idade. Também entendemos que para ocorrer o
batismo é necessário que antes haja arrependimento. O bebê
não sabe o que é arrependimento ou pecado. Está na fase da
inocência. Adotamos a Teologia Pactual Credobatista, o que
significa que o batismo requer arrependimento e fé; a bíblia
apresenta vários textos. Veja:
Mt 3.11: “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o
arrependimento”
Mc 16.16: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem
não crer será condenado”.
At 2.38,39: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos
pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; porque a
promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos
os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor
chamar.”
Nas Escrituras Sagradas temos apenas o batismo de discípulos de Jesus Cristo, pessoas que se arrependeram e creram: não eram bebês. Segundo Augustus Strong, todos os batismos encontrados nos relatos bíblicos são de pessoas que se arrependeram e creram verdadeiramente no Evangelho de Cristo, por exemplo:
O eunuco etíope (At 8.36-38)
Os 3000 convertidos (At 2.41)
O apóstolo Paulo (At 22.16)
Os convertidos em Samaria (At 8.12)
Os discípulos de João Batista (At 19.5)
Gaio e Crispo em Corinto (1Co 1.14)
A CEIA DO SENHOR
A CEIA DO SENHOR
A ceia do Senhor Jesus foi instituída por Ele, na mesma noite em que foi traído, para ser observada nas igrejas até o fim do mundo; a fim de lembrar perpetuamente e ser um testemunho do sacrifício de sua morte; para confirmar os crentes na fé e em todos os benefícios dela decorrentes; para promover a nutrição espiritual e o crescimento deles, em Cristo; para encorajar o maior engajamento deles em todos os seus deveres para com Cristo; e para ser um elo e um penhor da comunhão com Ele e de uns com os outros (CFB1689).
A Ceia do Senhor simboliza a Obra Redentora de Jesus na
Cruz e a Comunhão planejada por Jesus para a Sua Igreja. A
Ceia do Senhor promove a nutrição espiritual e o crescimento
em Cristo; encorajando o maior engajamento dos servos de
Deus em todos os seus deveres para com Cristo.
ELEMENTOS E SIMBOLOGIA DA CEIA DO SENHOR
Dois são os elementos, Pão e Vinho devem ser devidamente
consagrados para os usos que Cristo ordenou
1) Pão: Simboliza
o corpo de Jesus, que foi entregue na cruz para nos salvar (1 Cor 11.23, 24);
2) Vinho: Simboliza o sangue que Jesus derramou na
cruz por nós (1 Cor 11.25). O pão e o vinho possuem estes aspectos simbólicos, porém suas substâncias e natureza, continuam sendo apenas pão e vinho, como eram antes (1 Co 11.23-28).
A CEIA DO SENHOR: REALIDADE ESPIRITUAL
Jesus disse: “Tomai, comei, este é o meu corpo, que é dado por vós'' (Mt. 26.26; Mc 14.22). Logo, a ceia é um meio de graça. A ceia não confere salvação, mas cremos que Jesus está presente espiritualmente, sendo Ele o único sustento de nossas almas. Trata-se uma oferta espiritual:
Nesta ordenança Cristo não é oferecido ao Pai, nem qualquer sacrifício real é feito, para remissão do pecado dos vivos ou dos mortos. A ceia é apenas um memorial do sacrifício único que Cristo fez de si mesmo, sobre a cruz e de uma vez por todas; é também uma oferta espiritual, de todo o louvor que é possível oferecer a Deus em reconhecimento ao sacrifício feito por Cristo (CFB1689).34
Por isso nosso Pai Celestial nos convida para que venhamos a Ele, para que, alimentados com este sustento, possuamos dia após dia maior vigor até chegar por fim à imortalidade no céu (1 Co 11.20,30).
ESCATOLOGIA
ESCATOLOGIA
Começando pelo homem e sua composição, os batistas estão divididos principalmente entre dicotomistas e tricotomistas. Particularmente prefiro pensar na integralidade do ser humano, uma vez que o Senhor Jesus quer salvar sua parte material e espiritual, como vemos na doutrina da ressurreição.
Após a morte o corpo humano retorna ao pó e vê corrupção (Gn 3.19). Aalma, porém, não morre nem dorme, porque possui subsistência imortal, retornando imediatamente para Deus, que a deu.
Justos e injustos ressuscitarão (Dn 12.2) e estarão diante do tribunal de Deus. Os corpos dos injustos serão ressuscitados para a desonra, pelo poder de Cristo. Os corpos dos justos serão ressuscitados para a honra (At 24.15), pelo Espírito, e serão conformados ao corpo de Jesus glorificado.
O QUE ACONTECE APÓS A MORTE?
Após a morte o corpo humano retorna ao pó e vê corrupção. A alma, porém, não morre nem dorme, porque possui subsistência imortal, retornando imediatamente para Deus, que a deu (Gn 3.19; At 13.36; Ec 12.7). As almas dos justos são aperfeiçoadas em santidade e recebidas no paraíso, onde estão com Cristo e contemplam a face de Deus (2 Co 5.1,6,8; Fp 1.23; Hb 12.23).
A GRANDE TRIBULAÇÃO
Os servos de Deus já enfrentam a tribulação que é experimentada na presente era. Porém, haverá uma grande tribulação que ocorrerá em um período final de grande apostasia e tribulação antecedendo a volta de Cristo; mas num nível espiritual, os salvos (a igreja) estarão em plena paz e prosperidade.
O ANTICRISTO
É qualquer pessoa que persegue e se opõem ao crescimento do domínio da Igreja na terra (1 Jo 2.18, 22; 2 Jo 1,7; Ap 13.14).
A SEGUNDA VINDA DE CRISTO
Após o milênio (Ap 20.1-6) para os pós-milenistas e amilenistas, e
antes dele para os pré-milenistas, em cumprimento à sua promessa,
Jesus Cristo voltará a este mundo, pessoal e visivelmente, em grande
poder e glória (Mt 16.27; Mc 8.38; Lc 17.24; 21.27). Para amilenistas e pós
milenistas, a igreja já está inserida nos mil anos que iniciou no nascimento
de Cristo e terminará na sua segunda vinda de Cristo; esta ocorrerá após o
‘‘milênio”. Trata-se da era da Igreja, em que o mundo terá a
oportunidade de conhecer as grandezas de Deus através do
evangelho.". Para os pré-milenistas a igreja aguarda a 2ª vinda de Cristo que antecede ao milênio.
O ARREBATAMENTO DA IGREJA
A Segunda Vinda de Cristo e o arrebatamento são o mesmo evento (At 1.11).
O JUÍZO FINAL
No último dia, os santos que estiverem vivos não passarão pela morte,
mas serão transformados (1 Co 15.51-52). As pessoas que viveram sobre a
terra, todas comparecerão perante o tribunal de Cristo (Dn 12.2), e para
prestar conta de seus pensamentos, palavras e ações, para receberem
segundo o bem ou o mal que tiverem feito por meio do corpo (2 Cor 5.10; Mt
12.36; Rm 14.10,12; Mt 25.32-46). O propósito de Deus, ao estabelecer esse dia, consiste em manifestar a glória de sua misericórdia na salvação eterna dos eleitos e na punição eterna dos réprobos (Rm 9.22-23), conforme lemos na confissão de Fé Batista de 1689:
O propósito de Deus, ao estabelecer esse dia, consiste em manifestar a glória de sua misericórdia, na salvação eterna dos eleitos; e a glória de sua justiça, na punição eterna dos réprobos, que são perversos e desobedientes. Naquele dia os justos irão para a vida eterna na presença do Senhor e receberão como galardão eterno uma plenitude de alegria e glória. Mas os perversos, que não conhecem a Deus e não obedecem ao evangelho de Jesus Cristo, serão lançados aos tormentos eternos e punidos com eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder.35
Sobre o dia do juízo final, precisamos lembrar que “Deus, no exercício de sua soberania, ’’está conduzindo o mundo e a história a seu termo final”.
O DIABO E SEUS ANJOS
“Satanás” é o nome pessoal do cabeça dos demônios. “Satanás levantou-se contra Israel e levou Davi a fazer um recenseamento do povo” (1 Cr 21.1). Além disso, Zacarias teve uma visão do “sumo sacerdote Josué diante do anjo do Senhor, e Satanás, à sua direita, para acusá-lo” (Zc 3.1). O nome “Satanás” é uma palavra hebraica (sặtặn) que significa “adversário”.
OS NOMES DO DIABO
A Bíblia usa também outros nomes para Satanás. Ele é chamado:“Diabo” (somente no NT: Mt 4.1; 13.39; 25.41; Ap 12.9; 20.2; etc.); ‘‘serpente” (Gn 3.1,14; 2 Co 11.3; Ap 12.9; 20.2); ‘‘Belzebu” (Mt 10.25; 12.24,27; Lc 1 l.15); ‘‘o príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.1 l),‘‘príncipe do poder do ar” (Ef 2.2), ou “o Maligno” (Mt 13.19; 1Jo 2.13).
SATANÁS E OS DEMÔNIOS SE OPÕEM A DEUS
Assim como Satanás induziu Eva a pecar contra Deus (Gn 3.1-6), ele também tentou induzir Jesus a pecar para que falhasse na sua missão
como Messias (Mt 4.1-11). O NT fala dos anjos maus em dois lugares (2Pe 2.4, Jd 6).
As táticas de Satanás e seus demônios são as de usar as mentiras (Jo 8.44), o engano (Ap 12.9), o assassinato (Sl 106.37; Jo 8.44) e qualquer outra espécie de atividade destrutiva para provocar nas pessoas o abandono de Deus e a destruição delas próprias.
SERES COM PODER LIMITADO
Os demônios são limitados pelo controle de Deus e têm poder limitado.
Durante o “milênio” (Ap 20.1,2) e diabo e os demônios estão presos “com correntes eternas” (Jd 6) e podem ser vitoriosamente rechaçados pelos cristãos por meio da autoridade que Cristo lhes dá (Tg 4.7) “Resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós”. O NT também nos informa que Satanás “foi homicida desde o princípio” e que ele é ”mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).
DEUS CRIOU O MAL?
A ira de Deus mostra sua justiça; o texto de Is 45.6-8 ensina que Deus é único, eterno e soberano sobre a totalidade do pecado e do mal, e por seu amor para conosco, ele ordenou a existência do mal para demonstrar sua paciência e ira, e apresentar sua glória e justiça. Mas é preciso entender que a presença deste mal no mundo é a manifestação da ira de Deus em decorrência do pecado e da desobediência. Teodiceia é a tentativa de justificar Deus diante do homem pelo mal que existe no mundo. Existem cinco tipos comuns de teodiceia: Dualista, harmonista, teleológica, panteísta e reformada.
OS DEMÔNIOS ESTÃO SOLTOS NO MUNDO?
O diabo e seus anjos (demônios) estão com seus poderes limitados pelo Soberano Deus (Ap 20.7). O texto de 2 Pe 2.4 fala da prisão na eternidade como fato dessa limitação. Logo, a ação deles no mundo não é plena de poder maligno.
UM SALVO PODE SER POSSUÍDO POR DEMÔNIOS?
Não. A Bíblia é clara em dizer aquele que é nascido de Deus o Maligno não lhe toca. (1 Jo 5.18), pois o salvo é propriedade exclusiva de Deus (1 Pe 2.9). A Bíblia é clara em dizer que o crente pode – apenas – ser tentado e enganado pelo diabo (1 Pe 5.8).