Os cristãos devem morrer para o mundo e buscar as coisas do alto

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“Ponham seu coração/mente nas coisas do alto”

Agora que fomos criados com Cristo, nossa existência deve ser dominada pelas “coisas do alto”, referindo-se ao nosso novo lar no céu. Paulo usa esta linguagem somente aqui, mas está intimamente ligada à “Jerusalém do alto”, de Gálatas 4.26, e ao “chamado celestial”, de Filipenses 3.14. Como Paulo deixou claro em Colossenses 2.20, agora somos cidadãos do céu e estrangeiros neste mundo. Ele o expressa bem em Efésios 1.3,20; 3.10; 6.12, quando se refere ao “reino celestial” (lit., “celestes”) — parte do reino final de Deus onde já nos encontramos assentados com Cristo (Ef 2.6–7). Observe a lógica por trás do ponto: Não estamos apenas esperando a volta de Cristo, quando receberemos nossa herança e entraremos na casa celestial. Já entramos no céu espiritualmente e fazemos parte dessa nova realidade. Nosso ambiente físico ainda é terreno, mas nosso coração e mente estão concentrados “no alto”, apresentando-nos um conjunto inteiramente novo de prioridades. Há uma distinção espacial (acima/abaixo) e uma distinção temporal (agora/não ainda), pois o nosso é um chamado cada vez maior. Os falsos mestres centravam-se em visões (2.18), acreditando fornecer transporte para o reino celestial. Paulo mostra o erro dessas técnicas meramente humanas para obter acesso ao céu — o que é real, não algo que precisamos “ver” em uma visão. O cristão já mora lá.

A ordem que se segue é a chave do parágrafo, e claramente os dois imperativos dos versículos 1b, 2 (cap. 3) constituem um única ordem: “Ponham seu coração/mente nas coisas do alto”. Se você realmente foi ressuscitado, por razões paulinas, você não pode viver para este mundo, porque ele não é mais sua casa; você se mudou para um novo endereço, e sua visão foi levantada. “Ponham seu coração” traduz o verbo grego zēteite (lit., “continuar procurando”), referindo-se a motivações e prioridades. Estabelecemos o que é de verdadeira importância na vida, e vamos continuamente (tempo presente) “buscar” as novas realidades, em lugar do que costumava comandar nossa atenção. Há um novo conjunto de direções, e obedecemos a um novo conjunto de paradigmas.

Em Colossenses 3.2, Paulo passa da motivação ao pensamento e à vontade, desafiando-nos a “pensar” ou “pôr a mente” nas novas realidades celestiais. Isto inclui a mentalidade e a vida do pensamento, mas vai além delas, indo até as motivações que moldam como vivemos. Nós nos determinaremos a seguir e imitar a mente de Cristo e deixá-la guiar nossos pensamentos e as ações resultantes (Rm 15.5; Fp 2.5; 1Pe 4.1) — uma transformação que o Espírito realizará em nós quando permitirmos que ele “renove nossa mente” (Rm 12.2) e nos encha de preferências celestiais em vez de buscas e ocupações terrenas e mundanas.

Paulo destaca esta dicotomia por meio de uma repetição esclarecedora: “coisas do alto, não sobre coisas terrenas”. Com certeza, Paulo não estabelece duas esferas absolutamente contrastantes entre as quais se deve escolher. Devemos viver em ambas ao mesmo tempo. Mas existe um conflito entre estes dois reinos, e devemos escolher fazer com que o céu domine as coisas terrenas. Isto é bastante semelhante ao dualismo carne/espírito de Romanos 8. Nossa mente deve ser preenchida com as coisas enviadas pelo Espírito de Deus (Ef 5.18), derrotando assim as tendências pecaminosas da carne e do mundo. Nisto Paulo corrige ainda mais os hereges, que afirmavam elevar seus adeptos aos reinos celestiais, mas na realidade tinham desenvolvido um conjunto de rituais carnais que não faziam mais do que negar o corpo. Além disso, eles tentavam minimizar a existência corporal. Em contraste, Paulo afirma que ao encher a mente e os sentidos com Cristo, permitimos que ele eleve ainda mais nosso corpo.

Paulo começou a seção com nossa ressurreição com Cristo; agora ele retorna (2.12,20) à morte com Cristo. Como pode qualquer verdadeiro cristão centrar-se nas coisas da terra depois que “morremos” para elas?

Almeida Revista e Atualizada (Colossenses)
A cidade de Colossos ficava na província romana da Ásia, região que hoje faz parte da Turquia. A igreja dali não tinha sido fundada por Paulo,
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