(Êx 20:22-26) A Vontade de Deus e o Seu Altar

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22 >> A Palavra sobrenatural
Ryken: “Nos capítulos seguintes, Moisés aplica a lei de Deus a várias situações da vida. Mas a primeira coisa que Deus queria que seu profeta fizesse era lembrar ao povo sobre quem falou com eles na montanha: o grande Deus da aliança. A partir desse momento, tudo o que Moisés diria estaria fundamentado nesse grande fato de que Deus havia falado ao seu povo.”
Toda autoridade da Adoração está na Palavra de Deus. A quem devemos consultar pra saber como adorar a Deus? A Deus! E hoje Deus não fala mais “do céu”, mas da Sua Palavra escrita. Por que devemos acreditar na Bíblia?
CFW 1.5: “Pelo Testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço pela Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, a eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a Palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interior do Espírito Santo que, pela Palavra e com a Palavra, testifica ao nosso coração.”
23 >> A Palavra e a natureza de Deus
Ryken: “para o povo de Deus, ver jamais é apenas crer – é também adorar. Obter uma visão clara de Deus sempre nos leva ao ponto do louvor.”
Assim, depois de lembrar ao povo aquilo que eles viram, Deus dá instruções quanto à adoração.
Deus aqui repete pelo menos os dois primeiros mandamentos, sobre não ter outro deus, e não fazer imagens de escultura. Podemos ser tentados a pular já que isso já foi dito, mas perceba que Deus está, por alguma razão, enfatizando o problema da idolatria. Mas algumas coisas são novas aqui, como a menção da prata e do outro (talvez riqueza) e as possíveis representações, dar alguma forma a Deus.
Deuteronômio 4.1–2 “Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cumprirdes, para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o Senhor, Deus de vossos pais, vos dá. Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que eu vos mando.”
Deuteronômio 4.9 “Tão somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos.” Deuteronômio 4.15–20 “Guardai, pois, cuidadosamente, a vossa alma, pois aparência nenhuma vistes no dia em que o Senhor, vosso Deus, vos falou em Horebe, no meio do fogo; para que não vos corrompais e vos façais alguma imagem esculpida na forma de ídolo, semelhança de homem ou de mulher, semelhança de algum animal que há na terra, semelhança de algum volátil que voa pelos céus, semelhança de algum animal que rasteja sobre a terra, semelhança de algum peixe que há nas águas debaixo da terra. Guarda-te não levantes os olhos para os céus e, vendo o sol, a lua e as estrelas, a saber, todo o exército dos céus, sejas seduzido a inclinar-te perante eles e dês culto àqueles, coisas que o Senhor, teu Deus, repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus. Mas o Senhor vos tomou e vos tirou da fornalha de ferro do Egito, para que lhe sejais povo de herança, como hoje se vê.”
24-26 >> A Palavra e a Vontade de Deus na Adoração
Um altar de terra ou de pedras não lavradas, sem uso de ferramentas, e não sobre degraus.
Ryken: “Deus queria impedir que seu povo adorasse como os pagãos. Construir altares de blocos retangulares, edificar pirâmides de degraus, adorar sem roupa – essas práticas eram comuns na Mesopotâmia. Quando os cananeus adoravam seus ídolos, eles o faziam em altares de pedras lavradas, construídos sobre pedestais por motivos de espetáculo, como os arqueólogos têm descoberto. Sabemos também que a adoração cananeia era obscena. Ela combinava idolatria com prostituição ritual e outras formas de exposição indecente. Mas Deus queria que seu povo o adorasse corretamente, e isso significava evitar a aparência de idolatria. Significava construir os altares com a terra e as pedras que ele criara. Significava também permanecer completamente vestido. Na verdade, mais tarde, Deus instruiu seus sacerdotes a usarem roupa de baixo feita de linho (28.42) para preservarem sua modéstia.”
John Mackay: “‘Pedras lavradas’ eram usadas pelo povo de Canaã para construir seus altares, pois representavam material de construção da mais alta qualidade, do qual toda aspereza havia sido removida. Um altar feito dessa pedra cara e esteticamente agradável seria um tributo à arte humana, mas estaria manchado do ponto de vista do Senhor, porque desviaria a atenção dele e de sua bondade. A restrição à pedra natural ressaltava que ela era uma provisão de Deus e não um ato de concepção humana.”
Ryken: “Encontramo-nos sob uma obrigação semelhante de adorar a Deus do jeito que ele quer, não do jeito que nós queremos. Muitas vezes, isso significa que, na igreja, fazemos as coisas de maneira diferente de todos os outros. Grande parte do nosso pensamento sobre adoração e evangelismo começa com a suposição contrária, ou seja, que deveríamos nos adequar à nossa cultura da melhor forma possível. Mas, assim como Deus instruiu os israelitas a não adorarem como os cananeus, ele nos instrui a não moldarmos a nossa adoração segundo os valores da cultura à nossa volta. As instruções de Deus também nos ensinam algo sobre a beleza simples que sempre caracteriza a verdadeira adoração bíblica. Deus não queria que seu povo construísse um altar sofisticado que os distraísse de oferecer louvor verdadeiro. Tudo que ele queria era um simples altar feito de boa terra e pedra bruta que ele criara. Nossa adoração também deve ser simples. O que Deus exige é que o adoremos em atos comuns de hinos e cânticos, orações e petições, celebrando os sacramentos do batismo e da Ceia do Senhor, dando dízimos e ofertas e lendo e ouvindo a sua Palavra. Nada deve ser feito como espetáculo.”
Em todo lugar… virei a ti e te abençoarei. Aqui vemos como o culto ao Senhor está ligado à nossa bênção. Adorar a Deus é não apenas um privilégio, é a fonte do nosso bem. Isso é crescente e em todo lugar. Em todo lugar, quar dizer que não importa onde você esteja, você deve adorar a Deus e ali você será edificado e abençoado. E isso vai crescente e ficando maior até o Culto solene, no domingo. Aqui Deus se encontra com seu povo de modo mais especial, e somos ainda mais beneficiados. Significa que quando se ausenta do culto, ou deixa de adorar a Deus, não é Deus quem está perdendo algo, é você.
Não subirás por degrau… Deus se preocupa com a imagem do sacerdote. O ministro deve ser irrepreensível e fugir da aparência da sesualidade e da maldade. Isso também está ligado ao Culto. A pureza do culto é preservada pela pureza do ministro. Essa é a responsabilidade do Sacerdote, que deve evitar, por mais incomodo que seja, que o culto do Senhor seja profanado no menor dos detalhes. Mas essa preocupação com a roupa deve também cair sobre todos os adoradores, afinal todos somos sacerdotes do Senhor, no sentido de que todos nos achegamos à presença de Deus. Então todos vocês tem o dever de fugir e toda aparência de sensualidade e vaidade que desenrom ao Senhor. Isso inclui as roupas de vocês. E lembrem-se, não apenas no culto solene, porque devemos adorar a Deus em todo lugar, correto? Por isso em todo lugar devemos estar apresentáveis ao Senhor, em todo lugar devemos honrá-lo com tudo o que temos.
Holocausto e ofertas pacíficas. Ryken: “Os israelitas precisavam ter cuidado com o tipo de altar que construíam. Seu tamanho, os materiais usados e sua localização eram regidos pela ordem de Deus. Também precisavam ter cuidado com o que vestiam quando se aproximavam do altar. Mas a coisa mais importante de todas era o que acontecia no altar. A palavra traduzida como “altar” provém da palavra hebraica para abate (z~B~ch), portanto, o altar era um lugar para fazer sacrifícios pelo pecado.”
Existiam vários tipos de sacrifícios que são regulamentados em levíticos. Mas aqui Deus menciona apenas dois. O primeiro é o holocausto, onde o sacrifício era inteiramente consumido pelo fogo. Era um sacrifício de expiação pelo pecado.
Ryken: “um animal perfeito era colocado sobre o altar e então consumido pelo fogo. A palavra holocausto significa “elevar”, e a ideia era que a fumaça do sacrifício se elevava ao céu, onde Deus reconheceria que um sacrifício havia sido feito pelo pecado.”
Tremper Longman: “Primeiro [...] o adorador colocava sua mão na cabeça do animal. É com esse ato que chegamos à essência do significado do sacrifício "l~h [...] Não se tratava de uma transferência mágica entre o sacrificador e o animal, mas de uma identificação simbólica. Esse passo era crucial, pois, quando o animal era sacrificado, a morte do animal ocorria claramente no lugar da morte do adorador. A suposição por trás disso era que o adorador era um pecador entrando na presença de um Senhor santo. Como pecador, o participante humano merecia a morte, mas o animal assumia seu lugar. O adorador, então, abatia o animal. O verbo implica que a garganta do animal era cortada. Após a morte do animal, o sangue era coletado e aspergido contra a lateral do altar. [...] Então, o animal inteiro era colocado sobre o altar pelos sacerdotes e queimado completamente, e a fumaça se elevava ao Senhor.”
O segundo tipo era o sacrifício pacífico, ou de comunhão, também chamado sacrifício de paz.
Ryken: “O sacrifício de comunhão também lidava com o pecado, mas sua ênfase era diferente. Ele mostrava o tipo de relacionamento que Deus tinha com seu povo após a expiação pelo seu pecado ter sido feita. Sacrifícios de comunhão eram feitos em várias ocasiões, às vezes, para agradecer a Deus por uma bênção especial ou por uma resposta específica a uma oração e, às vezes, simplesmente para louvar a Deus por sua glória. Qualquer que fosse a razão, o sacrifício de comunhão era um lembrete palpável de que o povo não estava mais separado de Deus, mas estava em comunhão com ele. Em reconhecimento da reconciliação de Deus com o seu povo, o sacrifício de comunhão não era consumido pelo fogo. Essa era a diferença principal entre o holocausto e o sacrifício de comunhão. O holocausto era queimado até as cinzas, mas, no caso do sacrifício de comunhão, apenas a gordura era queimada. Em outras palavras, a melhor parte do animal era oferecida a Deus. O resto era cozido e comido pelos adoradores como maneira de celebrar Deus e sua graça. O sacrifício de comunhão era um banquete dedicado à glória de Deus.”
Longman: “shalom se refere à condição que resulta de estar em aliança com Deus. O pecado perturba o shalom e, assim, o shelamim descreve a condição que resulta quando essa ruptura é resolvida. Como veremos, o sacrifício era uma celebração alegre, um tipo de festa religiosa em que sacerdotes e adoradores se deleitavam num banquete suntuoso na presença de Deus.”
Deus menciona esses sacrifícios específicos após a entrega da lei. Ele sabia que seu povo desobedeceria, então ele providenciou uma maneira para expiar os seus pecados e voltar a ter comunhão com ele. Então esses sacrifícios eram destinados a um povo que precisa de salvação.
Cristo
Todos os altares construídos e os sacrifícios feitos, desde o jardim do Éden, preparam o camiho para o Senhor Jesus e seu sacrifício perfeito e definitivo. Romanos 3.25 “a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;”
Lutero: “Lutero disse: Todos os profetas viram isso, que Cristo viria a ser o maior ladrão, assassino, adúltero, bandido, profanador, blasfemador, etc. que jamais existiu no mundo. Agora ele não está agindo em sua própria pessoa. Agora ele não é o Filho de Deus nascido da virgem. Mas é um pecador, que tem e suporta o pecado de Paulo, o antigo blasfemador, perseguidor e assaltante; de Pedro, que negou a Cristo; de Davi, que era adúltero e assassino e que fez com que os gentios blasfemassem o nome do Senhor. Em suma, ele tem e suporta todos os pecados de todos os homens em seu corpo – não no sentido de tê-los cometido, mas no sentido de ter tomado esses pecados cometidos por nós sobre seu próprio corpo, a fim de pagar por eles com seu próprio sangue.”
Assim, não é necessário mais sacrifício de sangue para expiação de pecados. Mas o Novo Testamento fala ainda de outro sacrifício que fazemos, de gratidão a Deus.
Romanos 12. “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”
Hebreus 13.15–16 “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome. Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz.”
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