Mais Ensinos Sobre o Discipulado (Mc 9.42-50)

Exaltando Jesus em Marcos  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Introdução

Contexto.
Passagens anteriores: ensino sobre posição (vv. 33-37); ensino contra exclusividade (vv. 38-41).
Não há um acontecimento aqui. Agora, Marcos reúne uma coletânea de ensinos de Jesus, provavelmente dados em momentos diferentes. Esses ensinos diversos dão sequência lógica ao texto anterior (um “pequenino” expulsava demônios) e foram reunidos por palavras-chave (“tropeçar”, “fogo”, “sal”). Provavelmente reunido assim por motivo de memorização.

1. Deem atenção especial aos pequenos na fé (v. 42)!

“Destes pequeninos”

Quem são? Não simplesmente a criança do v. 36. Provavelmente o homem dos vv. 38-41. Não uma criança literal, mas um “discípulo anônimo”, sem posição, ou com fé ainda pequena e frágil, influenciável.

“Tropeçar”

palavra-chave. σκανδαλίζω. Interessante contrapor esse v. com v. 37.
“Levar alguém a pecar”.
1 Corinthians 8:9–13 NAA
9 Mas tenham cuidado para que essa liberdade de vocês não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos. 10 Porque, se alguém enxergar você, que tem conhecimento, sentado à mesa no templo de um ídolo, será que a consciência do que é fraco não vai ser induzida a participar de comidas sacrificadas a ídolos? 11 E, assim, por causa do conhecimento que você tem, perde-se o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu. 12 E, deste modo, pecando contra os irmãos, ferindo a consciência fraca que eles têm, é contra Cristo que vocês estão pecando. 13 E, por isso, se a comida serve de escândalo ao meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo.
“chocar alguém”.
Matthew 26:31 NAA
31 Então Jesus disse aos discípulos: — Esta noite serei uma pedra de tropeço para todos vocês, porque está escrito: “Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas.”
“abandonar a fé”, “desviar da fé”.
Matthew 13:21 NAA
21 Mas ele não tem raiz em si mesmo, sendo de pouca duração. Quando chega a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.
“levar alguém a pecar, frequentemente com uma ideia de apostasia”.

“seria melhor para esse que uma grande pedra de moinho”.

Uma pedra de moinho tão pesada que era geralmente puxada por um animal. Se no v. 37, Jesus fala da grande recompensa em receber um de Seus pequeninos, aqui Ele fala da seriedade de fazê-los pecar.
Um afogamento no mar não é uma pena adequada para quem faz tropeçar; seria bem mais leve do que o juízo que virá sobre essa pessoa na eternidade.

“fosse pendurada”.

essa pedra era vazada no centro, e era pendurada no pescoço do animal.
Por que Jesus deu essa dura palavra aos discípulos? Naturalmente, quem “faz tropeçar” são os de fora, incrédulos. Jesus queria que os discípulos levassem a sério os pequenos em seu meio - os fracos e ainda dependentes na fé (vv. 36, 37).

2. Corte tudo o que te faz pecar (vv. 43-48)!

Esse texto não pode ser entendido de forma literal por dois motivos - um interno ao texto e outro externo:
Interno: v. 47. Um entendimento literal não se encaixa, pois seria necessário arrancar os dois olhos.
Externo: não se encaixa no ensino de Jesus.
Mark 7:20–21 NAA
20 E dizia: — O que sai da pessoa, isso é o que a contamina. 21 Porque de dentro, do coração das pessoas, é que procedem os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os furtos, os homicídios,
O pecado é um problema do interior do coração.
Nessa passagem, a apostasia está no centro.
Jesus cita três partes do nosso corpo: mão, pé, olho. Partes do corpo que podem ser usadas para pecar. Mas essas partes não têm vida própria. Fazem o que nosso interior indica.
E quanto às ordens - “corte-o”, “arranque-o”, “jogue-o fora”?
Se esse texto não deve ser entendido literalmente, como entendê-lo? O princípio aqui é: CORTE TUDO O QUE TE FAZ PECAR. Jesus usou ilustrações de mutilação para descrever a seriedade da questão. Através dos nossos atos, podemos nos afastar completamente de Cristo - apostatar.
A batalha contra nosso próprio pecado não tem meio termo. Ou temos comunhão com Cristo ou com o pecado. De que lado você vai ficar? Paulo ensina:
Colossians 3:5 NAA
5 Portanto, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena: imoralidade sexual, impureza, paixões, maus desejos e a avareza, que é idolatria;
O pecado não deve ser tolerado na nossa vida. Em alguns momentos, precisamos passar por uma CIRURGIA. Cortar fora o que nos afasta de Cristo. Namoro. Hábitos. Amigos. TV. Jogos. Prazeres. Trabalho. Se você adiar uma atitude, o pecado vai te contaminar por inteiro. Se você não for totalmente radical em cortar o que te faz pecar, você será destruído.
Uma mutilação sempre é dolorida. Mas esse tipo de mutilação ensinado por Jesus é necessário. Essa batalha é interminável. É constante. É intensa. Se você não se esforçar realmente, vai perder a luta.
1 Corinthians 9:27 NAA
27 Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.

Jesus citou o inferno.

Marcos só escreve a palavra “inferno” nessa passagem. “Gehena” no grego. Derivado de “Ge-Hinnom”, um local fora de Jerusalém onde os reis Acaz e Manassés queimavam seus próprios filhos ao deus Moloque. Um local de fogo. Tornou-se o lugar onde a cidade queimava seu lixo. Por isso, Ge-Hinnom tornou-se um nome adequado para o inferno.
O inferno será o local da punição eterna dos ímpios. Algumas características (v. 48):
o fogo nunca se apaga. A punição será eterna.
Não lhes morre o verme. O fogo consome por fora; o verme, por dentro. Ilustração para sofrimento interno e externo.

3. Ensinos acerca do sal (vv. 49, 50).

a. “Porque cada um será salgado com fogo”.

Um dos textos mais difíceis de todo o NT.
Leviticus 2:13 NAA
13 Tempere com sal todas as suas ofertas de cereais. Na sua oferta de cereais você não deixará faltar o sal da aliança do seu Deus; em todas as suas ofertas você aplicará sal.
No AT, alguns sacrifícios deveriam ser salgados para serem aceitos. De modo semelhante, os discípulos, eles mesmos vistos como sacrifícios vivos (Rm 12.1), deverão ser salgados com o fogo purificador do sofrimento (Mc 8.34).

b. “O sal é bom; mas se o sal vier a se tornar insípido, como lhe restaurar o sabor?”

O sal é bom porque preserva e dá sabor. Contudo, ele pode perder o sabor. Esse sal seria jogado fora. De modo semelhante, assim como o sal que perdeu todo o seu sabor, os que se opuseram a Jesus não podem ser restaurados, e serão jogados fora na eternidade.

c. “Tenham sal em vocês mesmos”.

Deus deseja que nunca percamos o “sabor”. Devemos ser sal no mundo.

d. “Tenham paz uns com os outros”.

ao contrário do fermento de Herodes e dos fariseus (8.15) que causam divisão, o sal nos discípulos os levam a cuidar uns dos outros para que nem o menor se perca, e isso resulta na paz de Deus.
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