Um Salmo messiânico para fechar o ano!
Notes
Transcript
Salmo 110.1-7
Salmo 110.1-7
Entre reis e governantes, vivemos numa crise de autoridade
Cada um deles arroga para si mais autoridade do que o outro
Não sabemos mais a divisão do poder em nosso solo
Cada um acaba agindo como acha mais correto
Diante disso, estamos nós, que à luz deles não passamos de reles mortais
E, quando essa sensação bate mais fundo, questionamos onde está o governante do mundo
Como tanta coisa pode estar desorganizada desse jeito?
Quando o encaixe correto vai aparecer?
Até mesmo quando ele baixou entre nós, sua autoridade não foi respeitada pelas autoridades menores
Isso quer dizer que ele não tem o poder para consertar o erro?
Diante de questões complexas como essas, o Salmo 110 é um balsamo que acalma nossa alma, ele era lido quando havia alguma entronização real, e bastante utilizado em Israel, e possivelmente, desde o reino de Salomão. Apesar desse Salmo ser aplicável aos reis que ascenderam ao trono judeu, sua aplicação é realizada de modo completo em Cristo. E nele, em seu reino ainda invisível aos nossos olhos, já podemos ter pequenos pedaços do quadro inteiro que será claramente visto um dia. Vamos observar esse Salmo, e guardar na nossa mente que: O verdadeiro Rei do mundo já está reinando! Ao longo desta passagem, vamos entendendo o progresso desse reino.
O início do Salmo v.1 narra uma fala de Deus a uma pessoa que foi descrito como “senhor”.
Deus convida o “senhor” do salmista para assentar-se à direita dele.
Sentar-se à direita representa uma posição de honra junto ao Senhor (1 Reis 2.19, no relato a mãe do Rei Salomão sentar-se à direita dele como sinal de honra).
Mas quando aplicamos isso a Jesus, é compreendido como o ato de exaltação do Messias.
Todos os seus inimigos, um dia não irão passar de um estrado na qual ele pisará. Destacando sua vitória total sobre eles.
Como é notado no verso, esse chamado tem o tempo de duração “os inimigos debaixo dos teus pés”, O Senhor convida o senhor para um lugar de honra, simbolizando reinar com ele, até que os inimigos sejam colocados debaixo dos seus pés.
Em Colossenses 2.14–15 diz: “tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.”
Essa vitória já teve o inicio no ministério de Cristo, a própria ressurreição testifica isso.
Assim, o mundo espiritual já viu a vitória de Cristo, como diz Stenio Marcius em sua canção O que ninguém viu: “E Jesus em triunfo arrastando inimigos no ar
Ah, amarrados expõem pelos céus
O inferno, a morte, os troféus”.
No verso 2, Deus enviará o cetro do seu poder, representando autoridade, para que o “senhor” domine entre os inimigos.
Este domínio tem como inicio Sião, que é Jerusalém. Por isso, em Mt 28.18-19 e Atos 1.8, Jesus fala com autoridade para espalhar a mensagem do reino, pois ele já tinha autoridade para enviar seus discípulos.
Jesus inaugurou a seu reino, e já começou a dominar os adversários, as forças deste mundo tenebroso.
Lembrar disso, deve acalmar nosso coração mesmo ouvindo o noticiário.
Mesmo ouvindo que a injustiça impera nos maus, pois sabemos que um dia isso terá fim.
Um dia, O povo, como é dito no verso 3, no qual ele governará será facilmente dominado, eles aceitaram de bom grado esse domínio sobre eles.
O Senhor “enviará de Sião” isso demonstra que o governo não será apenas em Jerusalém, mas desde lá o Rei governará sobre toda a terra.
O verso quatro é o centro do quiasmo presente no texto, tudo isso acontecerá pois Deus não voltará atrás com sua palavra “não se arrependerá”.
Cristo que hoje intercede por nós diante de Deus, não perderá sua condição de Rei/Sacerdote.
Aquele que, como Melquisedeque, não necessitou de linhagem para exercer seu oficio, permanecerá continuamente a agir em nosso favor.
Este rei futuro, não apenas exercerá o domínio real, mas também será sacerdote de uma linhagem superior, diferentes da dos levitas, conforme a ordem de Melquisedeque.
Essa promessa tem termos absolutos, Jesus é superior pois tem em si tanto o oficio de rei como de sacerdote, diferente dos demais reis e sacerdotes anteriores, sendo evidenciado o tipo superior que ele representa.
Chegando ao verso 5, vemos quando o Senhor agirá para destruir, no fim das contas, os povos revoltosos contra o “Rei/Sacerdote”, Deus agirá para dar o cabo no “dia da vingança” que está paralelo ao dia do “teu poder” do verso 3.
Além de exercer domínio sobre seu povo, ele também eliminará a maldade presente.
O Verso 6 é bastante forte no texto, pois demonstra como a paciência de Deus se encerrou contra a impiedade da terra.
Esses que passaram tanto tempo agindo como se nunca fossem estar diante de alguém superior, finalmente vão ter o salário da sua jornada.
O Ungido (Jesus) já entronizado verá os reis da terra sendo derrotados pelo Senhor, sendo uma vitória sem qualquer sombra de dúvidas.
O fato interessante nessa passagem é que a vitória é tão certa que ele pode até parar um pouco para se refrescar na torrente.
Ele agirá sem qualquer preocupação, e sem qualquer possibilidade de ser impedido.
Nunca devemos esquecer que o ungido, que o Novo Testamento demonstra ser o Senhor Jesus, atualmente está sentada na destra de Deus (Mt 28.18-20; At 2.34-35).
Jesus reinará até todos os inimigos serem derrotados, após entregará o reino a Deus Pai, (1 Co 15.25-28). Esse Salmo como um salmo da entronização real representa tanto a posse dos reis do Antigo testamento, como também prenuncia que um dia o Messias viria e reinará sobre toda a terra.
Este Salmo serve como um lembrete de que cremos num Deus vivo, que não é domesticado, sua misericórdia é a mais elevada, mas sua justiça também será manifestada.
Para este novo ano que logo mais se iniciará, que possamos viver nossa vida entendendo que somos súditos de um Rei Justo. Que nos ama, e intercede por nós, que venceu a morte para que ela perdesse sua força sobre nós.
Aplicações: Partindo para as aplicações.
1. O Deus foi fiel às suas promessas ao permitir que reis judeus ascendessem ao trono. (Isso deve guardar o nosso coração de levantar qualquer senso de infidelidade sobre Deus)
2. Hoje estamos vivendo no reino espiritual do Messias, mas aguardando quando isso será claro a todos. (O reino presente que ainda aguarda sua consumação futura).
3. O mal tem um fim tão certo quanto que reis judeus já reinaram em Israel. (Sempre quando lembrarmos do mal, também devemos lembrar da certeza que ele acabará).
4. A vitória de Deus é certa, não precisamos temer que alguém o vencerá. (Sempre quando alguém pensar que pode derrotar Deus, não faz ideia de como isso é impossível)
Conclusão: Que nesse novo ano, possamos ter o mesmo desejo que Thomas Kempis descreveu um dia:
Todos os reis da terra desejaram ver Salomão e ouvir sua sabedoria; e eis aqui um maior do que Salomão. Permita-me então entrar, para que eu possa beijar Seus pés. Pois é Ele a quem os profetas predisseram, a quem os anjos anunciaram, a quem os pastores visitaram. É Ele a quem busco, a quem amo, a quem desejo ver.
Thomas à Kempis
Amém! Que em meios as incertezas desta vida, a única certeza que realmente temos nunca venha a ser largada, Um dia veremos nosso amado Senhor!