NÃO ESTAMOS PRONTOS! Lucas 22.31-34

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Temos de matar diariamente a víbora do orgulho que tenta tomar posse do nosso coração.

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Grande ideia: Temos de matar diariamente a víbora do orgulho que tenta tomar posse do nosso coração.
Estrutura: Pedro é exposto em seu orgulho, adiantando o evento em que ele vai negar a Jesus por três vezes.
Carta de Jonathan Edwards dirigida a uma jovem – 1741
Lembre-se que o orgulho é a pior víbora que está no coração, o maior perturbador da paz da alma e da doce comunhão com Cristo. Foi o primeiro pecado cometido, é o mais difícil de ser erradicado, e fica na base mais profunda de toda construção de Satanás. É o mais oculto, secreto e enganador de todos os desejos; muitas vezes se arrasta para o meio da Fé sem que seja notado, até mesmo, às vezes, sob o disfarce da própria humildade. “Temer ao Senhor é odiar o mal; odeio o orgulho e a arrogância, o mau comportamento e o falar perverso”.
Proverbs 8:13 NAA
O temor do Senhor consiste em odiar o mal. Eu odeio a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca que fala coisas perversas.
"O orgulho lhe dirá que ele não precisa da graça diária, que a experiência passada servirá para amanhã - que ele sabe o suficiente, trabalha o suficiente, ora o suficiente. O orgulho o fará esquecer que ainda não alcançou o fim; não permitirá que você avance para as coisas que estão adiante, esquecendo as coisas que estão para trás. Ele entra em seu coração e o tenta a estabelecer um negócio independente para si mesmo; e até que o Senhor traga uma falência espiritual, o orgulho o impedirá de ir a Deus. O orgulho tem dez mil formas; nem sempre é aquele cavalheiro rígido e engomado que você o imagina; é uma coisa vil, rastejante e insinuante, que se torcerá como uma serpente em nossos corações." (from "Orgulho e Humildade" by C.H. Spurgeon, C.H Spurgeon, Jacqueline Moura, Henrique Curcio)
Pedro, Pedra Guilherme Kerr
Jonas foi seu pai Maria, sua mãe Seu irmão mais novo, André Homem duro e firme em suas posições Pedro, pedra, rocha e fé Só certezas lá dentro de si Petulância no crer e no agir Declarou para espanto dos seus És Cristo e Filho de Deus Mas chegou o dia E sempre há de chegar Valentia encontra o chão Diante do calvário Pondo-se a alegar Não conheço o cidadão Só tristezas lá dentro de si Como quem quer chorar e sumir Canto amargo, pois se arrependeu Rompeu, a rocha cedeu Finda a tempestade Morto o salvador Volta Pedro a rede ao mar Eis que lhe aparece Vivo o seu Senhor Pedro, eu vim te perdoar Vem meu povo alimentar Meu rebanho apascentar
1. Pedro e seu orgulho. (vv. 31-34)
(a) Jesus cita, no texto paralelo de Marcos, uma profecia feita por Zacarias:
Mark 14:27 NAA
E Jesus disse aos discípulos: — Serei uma pedra de tropeço para todos vocês, porque está escrito: “Ferirei o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas.”
Zechariah 13:7 NAA
“Levante-se, ó espada, e ataque o meu pastor e aquele que é o meu companheiro”, diz o Senhor dos Exércitos. “Fira o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas. E voltarei a minha mão para os pequeninos.
(b) Jesus garante que ele iria à frente dos seus discípulos. Ele assume a dianteira de todo o processo.
O texto diz que Satanás pediu para “peneirar” todos os discípulos, mas Jesus orou por Pedro: “para que a sua fé não desfaleça”.
"Como ele é impelido por tão furiosa demência a nos destruir, nada é mais irracional do que, exaustos, nos rendermos. Assim, antes de haver aparente necessidade para a luta, devemos estar já preparados, pois sabemos que Satanás aspira à nossa destruição e, com grande habilidade e assiduidade, lança mão de todo método com o fim de nos prejudicar. E, quando nos envolvermos em conflitos, devemos saber que todas as tentações, sejam de qual canto venham, foram forjadas na oficina daquele inimigo." (from "Harmonia dos Evangelhos (Volumes 1, 2 e 3)" by João Calvino, Tiago J. Santos Filho, Valter Graciano Martins)
A frase peneirá-los como trigo significa algo como “despedaçar alguém”. Leon Morris diz que a metáfora não tem paralelo, mas é óbvio que significa grandes provações. Pelo fato de Pedro ser um líder, Satanás usou seu arsenal mais pesado contra ele. Embora todos os discípulos estivessem em perigo, a intercessão é focada em Pedro.
Foi o diabo quem no princípio trouxe o pecado ao mundo, através da tentação de Eva. Satanás é descrito no livro de Jó como aquele que vive a “rodear a terra e a passear por ela”; é aquele que o nosso Senhor chamou de “príncipe deste mundo”, assassino e mentiroso. Ele é o leão que ruge, a serpente venenosa e o dragão furioso. Ele é o acusador dos nossos irmãos. Aquele que rouba a semente do evangelho dos corações, semeia o joio no meio do trigo e suscita perseguições, sugerindo falsas doutrinas e suscitando divisões. O mundo é uma armadilha contra o crente. A carne é um fardo. Mas não existe inimigo tão perigoso quanto o diabo, um inimigo incansável, invisível e experiente.
(c) Mas Jesus disse de forma específica: “roguei por ti”.
Aramis de Barros:
A fé operosa de Pedro, que a todos impressionara em diversas ocasiões, era a mesma que agora necessitava uma intervenção particular para não esmorecer! Como observa Arndt, o verbo grego traduzido por rogar em Lucas 22.32 significa literalmente a expressão de uma petição baseada em uma necessidade real (Chave Linguística do Novo Testamento, p. 153). Com efeito, as horas que se seguiram àquele discurso, provaram o quanto Pedro verdadeiramente careceu de tal intercessão.
(d) Mas Pedro tem uma imagem errada de si mesmo, ele se vê como corajoso, seu medo é camuflado. Sua petulância é muito próxima da nossa. Fazemos lindas declarações de amor por Jesus, mas poucas vezes estamos dispostos a sofrer por Ele e pela sua causa.
A expressão “quando te converteres” não quer dizer que Pedro ainda não era salvo. Há robustas evidências nos Evangelhos de que, exceto Judas, o filho da perdição, todos os demais apóstolos fossem homens salvos pela graça (Jo 13.10; 15.3; 17.12). Rienecker é oportuno quando escreve: “Ao peneirar os discípulos, Satanás recebe tão somente a palha, ao passo que Deus guarda os próprios grãos. Embora Pedro chegue quase a perder a fé por causa de sua profunda queda, o Senhor apesar disso lhe promete que continuará sendo apóstolo e, depois de se arrepender, fortalecerá seus irmãos”.
(e) Jesus fala com ele sobre o canto do galo e sua humanidade é denunciada:
1 Corinthians 10:12 NAA
Por isso, aquele que pensa estar em pé veja que não caia.
Proverbs 28:26 NAA
Quem confia no seu próprio coração é tolo, mas o que anda em sabedoria será salvo.
Luke 22:34 NAA
Mas Jesus lhe disse: — Eu lhe digo, Pedro, que hoje, antes que o galo cante, você negará três vezes que me conhece.
Mark 14:30 NAA
Mas Jesus lhe disse: — Em verdade lhe digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes.
Jesus coloca Pedro em seu devido lugar: sua coragem vai acabar antes das três horas da manhã!
William Barclay:
Jesus conhecia, não só quem Pedro era, mas sim o que ele poderia ser. Sabia que aquele momento Pedro não poderia segui-lo, mas estava seguro de que chegaria o dia em que ele também seguiria o seu caminho de martírio. A grandeza de Jesus está em que Ele viu em Pedro um herói quando ele era mais do que um covarde, Ele tem o amor de ver o que podemos ser, e o poder para nos ajudarmos a alcançar esse ideal.
"O crente tem um Amigo poderoso, assentado à direita de Deus, um Amigo que vive sempre para interceder pelo crente. Existe um Advogado atento, que está sempre pleiteando em favor do crente, contemplando todas as suas necessidades diárias e obtendo o suprimento cotidiano de graça e misericórdia para sua alma. A graça na vida do crente nunca acaba, porque seu Advogado vive a interceder (Hb 7.25)." (from "Meditações no Evangelho de Lucas (Meditações nos Evangelhos Livro 3)" by J. C. Ryle, Tiago J. Santos Filho, Editora Fiel)
(f) Ninguém admitia a possibilidade de abandonar a Jesus, mas foi o que fim aconteceu:
John 21:2–3 NAA
Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus. Simão Pedro disse aos outros: — Vou pescar. Os outros responderam: — Nós também vamos com você. Foram e entraram no barco, mas, naquela noite, não pegaram nada.
(g) É tristemente possível caminhar tão perto de Jesus e ainda sim, desejar ter “a vida de volta”, no retorno às antigas lealdades. Tudo por conta desse instrumento tão nocivo à alma humana: o orgulho.
Jonathan Edwards:
“O orgulho toma muitas formas e manifestações e envolve o coração como as camadas de uma cebola – ao se arrancar uma camada, existe outra por baixo dela. Por isto, precisamos ter a maior vigilância imaginável sobre nossos corações com respeito a essa questão e clamar àquele que sonda as profundezas do coração para que nos auxilie. Quem confia em seu próprio coração é insensato”.
(h) Contexto vital de Pedro.
John 13:36–38 NAA
Simão Pedro perguntou a Jesus: — Para onde o Senhor vai? Jesus respondeu: — Para onde eu vou você não poderá me seguir agora; mais tarde, porém, me seguirá. Pedro disse: — Senhor, por que não posso segui-lo agora? Darei a minha vida pelo senhor. Jesus respondeu: — Você dará a sua vida por mim? Em verdade, em verdade lhe digo: antes que o galo cante, três vezes você me negará.
Pedro queria saber o caminho onde Jesus trilharia, para ele tratava-se apenas de mais uma viagem. Jesus estava se referindo à sua derradeira viagem, seu sacrifício, seu caminho de humilhação e quebrantamento.
Ali, no cenáculo, não era muito difícil crer-se preparado para morrer pelo Mestre; mais tarde, no ambiente impróprio e intimidador do palácio do sumo sacerdote, sua firmeza acabaria fraquejando. (F. F. Bruce)
Pedro naquele momento ainda não estava preparado, mas seu dia chegaria! Assim como o nosso também chegará!
As palavras sérias de Cristo deviam conduzido Pedro à razão; mas ele esteve por demais autoconfiante e de fé em seus próprios poderes, para que as levasse a sério, como o devia ter feito. Cada cristão em Cristo devia examinar-se seriamente neste sentido, a saber, se seu amor e sua fidelidade no cristianismo se apóiam só em seus sentimentos pessoais ou na Palavra do Deus eterno. Fidelidade até à morte só é possível no poder do Senhor. (Kretzamann)
A declaração petrina: “Por ti darei a minha vida!” é linda, mas irrelevante se o coração não estiver em dependência do Senhor.
Pedro tinha uma ideia exagerada e errada da sua própria fidelidade, v. 37. Ele tinha uma confiança orgulhosa em si que o deixou no perigo muito grande de cair, e caiu. O crente assim cai no pecado mais vezes do que os outros crentes, porque é convencido da sua fidelidade e da impossibilidade de cair, e por isso não aceita o aviso do perigo de cair e cai mesmo, como Pedro caiu. O crente duro demais com os outros e sem paciência e compaixão para os irmãos que caem no pecado, e com uma confiança orgulhosa em si cai mais no pecado do que os outros.
2. Outras aplicações:
(a) Deus vai tratando da nossa vida, pois o que ele quer é o “trigo mais fino”. Por isso, somos peneirados pelas aflições, mas sempre assistidos por Ele.
2 Corinthians 4:16–18 NAA
Por isso não desanimamos. Pelo contrário, mesmo que o nosso ser exterior se desgaste, o nosso ser interior se renova dia a dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória, acima de toda comparação, na medida em que não olhamos para as coisas que se veem, mas para as que não se veem. Porque as coisas que se veem são temporais, mas as que não se veem são eternas.
(b) Reconheça seus limites. A nossa humanidade é o sinal de que precisamos depender de Deus não apenas hoje, mas todos os dias da nossa vida.
1 Corinthians 10:13 NAA
Não sobreveio a vocês nenhuma tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar; pelo contrário, juntamente com a tentação proverá livramento, para que vocês a possam suportar.
Outro testemunho relativo ao martírio de Pedro e Paulo, é fornecido por Clemente de Roma em sua Epístola aos Coríntios (escrita cerca de 95-97 AD), em que ele diz: "Por zelo e astúcia o maior e a maioria dos Discípulos íntegros (da Igreja) sofreram perseguição e foram levados à morte. Coloquemos diante de nossos olhos o bom Apóstolo São Pedro, o qual foi submetido a um tratamento injusto e cruel, sofrendo numerosas misérias, e assim, tendo dado testemunho do SENHOR, foi martirizado, e entrou no lugar merecido da glória". A seguir, ele menciona Paulo e vários outros eleitos que juntos ou isoladamente, sofreram o martírio “entre nós” (hemin de en, i.e., entre os romanos, IV). Clemente de Roma está se referindo a perseguição que Nero covardemente fez aos cristãos, e aqui, ele coloca em realce o martírio que Pedro e Paulo sofreram naquela época.
Aramis de Barros:
(…) Talvez o que mais nos apaixone nele (Pedro) seja o fato de sua personalidade ambígua, contrastante e- por vezes- chocante retratar fielmente as oscilações da natureza humana. Cada um de nós encontra muito de si mesmo em Simão Pedro.
(…) A vida do discípulo Pedro ensina-nos o quanto erramos quando nos estribamos em nossa própria virtude ou coragem para tentar servir ao Senhor.
(…) Pedro nos ensina sobre as riquezas da misericórdia de Deus para conosco e sobre a possibilidade de sermos plenamente restaurados, quando arrependidos de nossas falhas.
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