Cristo no Centro: Uma Perspectiva Teológica Baseada na Revelação Bíblica

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Introdução

A teologia cristã, em sua essência, é uma jornada de descoberta e compreensão da Palavra de Deus revelada nas Escrituras. Esta redação explora a centralidade de Cristo na teologia, fundamentada na revelação divina, como exposto na Bíblia, e refletida na aula "Introdução à Bíblia". A revelação, que se manifesta de maneira geral na criação e de forma especial na Escritura, culmina na pessoa e obra de Jesus Cristo, conforme afirmado por Paulo em Colossenses 1:15-20 e João 1:14.

Desenvolvimento

Revelação Geral e Especial
- A Revelação Geral, evidenciada no Salmo 19, apresenta a criação como um testemunho mudo da glória e do poder de Deus. Esta forma de revelação, embora declare a existência e alguns atributos de Deus, é insuficiente para transmitir o conhecimento necessário para a salvação.
- A Revelação Especial, por outro lado, é encontrada nas Escrituras. Ela é detalhada, verbalizada e direcionada especificamente para a redenção da humanidade. Segundo 2Timóteo 3:16-17, toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, repreender, corrigir e treinar em justiça.

Cristo: O Fulcro da Revelação Especial

- Em Mateus 5:17, Cristo declara que não veio abolir a Lei ou os Profetas, mas para cumpri-los. Esta afirmação reitera que toda a revelação aponta para Ele.
- Hebreus 1:1-2 explica como, em tempos passados, Deus falou de várias maneiras através dos profetas, mas nestes últimos dias, falou-nos por meio de Seu Filho. Isso estabelece Jesus como a revelação máxima e final de Deus.

A Teofania e a Profecia Apontando para Cristo

- As teofanias e profecias do Antigo Testamento, como mencionado em Deuteronômio 18:15, prenunciam a vinda de um Profeta maior que Moisés, que é Jesus.
- João 1:45 indica que Jesus é o cumprimento das promessas e profecias do Antigo Testamento, unindo a Revelação Geral e Especial em Sua pessoa.

Conclusão

A teologia cristã é inequivocamente cristocêntrica. A revelação de Deus, tanto geral quanto especial, converge em Jesus Cristo, o Verbo feito carne. A compreensão de que Cristo é o ápice da revelação divina não apenas confirma a autoridade e inerrância das Escrituras, mas também as coloca como central em qualquer estudo teológico. Portanto, um estudo teológico eficaz e transformador é aquele que reconhece e se aprofunda no entendimento de Cristo, conforme revelado nas Escrituras, iluminando assim todos os aspectos da fé e da prática cristã.
Passagens Bíblicas
A revelação divina, um tema central na teologia cristã, é um processo pelo qual Deus se faz conhecido à humanidade. Este processo é ricamente ilustrado em diversas passagens bíblicas, conforme destacado no documento "TS01-AULA-02.pdf". Utilizando a versão Almeida Revista e Atualizada (ARA) da Bíblia, exploraremos como estas escrituras delineiam as múltiplas facetas da revelação de Deus.
Em Hebreus 1:1-2 (Hebreus 1:1-2 ARA), encontramos uma síntese da revelação progressiva de Deus. Inicialmente, Ele falou aos pais pelos profetas em diversas ocasiões e de várias maneiras. Esta multiplicidade de abordagens reflete a riqueza e a complexidade da comunicação divina. No entanto, nos últimos dias, essa revelação atinge seu ápice em Jesus Cristo, o Filho, por quem Deus falou de maneira definitiva e completa.
Salmos 19:1 (Salmos 19:1 ARA) nos leva a contemplar a revelação geral de Deus através da criação. O universo, em sua vastidão e beleza, proclama silenciosamente a glória de Deus, oferecendo a todos os povos um testemunho da Sua existência e poder.
Romanos 1:18-32 (Romanos 1:18-32 ARA), e mais especificamente Romanos 1:20 (Romanos 1:20 ARA), expandem essa ideia. Paulo argumenta que, desde a criação do mundo, os atributos invisíveis de Deus, como Seu eterno poder e divindade, são perceptíveis nas coisas criadas, tornando a incredulidade inescusável.
No Antigo Testamento, a revelação divina também ocorre de maneira mais direta e pessoal. Em Deuteronômio 34:10 (Deuteronômio 34:10 ARA) e Números 12:6-8 (Números 12:6-8 ARA), vemos que Moisés teve um relacionamento único com Deus, falando com Ele face a face, uma forma de revelação íntima e direta.
A autenticidade da revelação profética é abordada em Deuteronômio 18.20–22 “Porém o profeta que presumir de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não mandei falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto. Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Sabe que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba, a falou o tal profeta; não tenhas temor dele.” e Deuteronômio 13:1-5 (Deuteronômio 18:20-22 ARA, Deuteronômio 13:1-5 ARA). Estes textos estabelecem critérios para discernir um verdadeiro profeta de Deus, enfatizando a importância da conformidade de suas palavras com a realidade.
Deuteronômio 13.1–5 ARA
Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Andareis após o Senhor, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis. Esse profeta ou sonhador será morto, pois pregou rebeldia contra o Senhor, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o Senhor, vosso Deus, para andardes nele. Assim, eliminarás o mal do meio de ti.
No Novo Testamento, a revelação divina alcança sua plenitude em Cristo. Em Mateus 11:13 (Mateus 11:13 ARA), Jesus identifica João Batista como o último dos profetas do Antigo Testamento, marcando o fim de uma era e o início de uma nova. Em João 14:9 (João 14:9 ARA), Jesus afirma que vê-Lo é ver o Pai, indicando que Ele é a revelação plena de Deus.
Lucas 9.29E aconteceu que, enquanto ele orava, a aparência do seu rosto se transfigurou e suas vestes resplandeceram de brancura.” descreve a transfiguração de Jesus, um evento onde Sua natureza divina foi visivelmente manifestada aos discípulos, reforçando a ideia de que em Cristo, Deus se revelou de maneira única e definitiva.
Finalmente, em Filipenses 2.5–8Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” , Paulo reflete sobre a kenosis, o esvaziamento de Jesus, que, sendo em forma de Deus, assumiu a forma de servo. Esta passagem destaca a humildade e o amor sacrificial de Cristo, aspectos centrais da revelação de Deus em Jesus.
O sujeito da kenōsis, portanto (aquele que esvaziou a si mesmo), é aquele que tinha glória com o Pai antes da fundação do mundo.
Donald Macleod
Estas passagens bíblicas, fundamentais para a compreensão teológica, demonstram que a revelação de Deus é multifacetada, progressiva e culmina em Jesus Cristo. Através delas, percebemos como Deus se fez conhecido, desde a criação até a encarnação, oferecendo uma visão abrangente e profunda de Sua natureza, propósitos e amor pela humanidade.
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