O Bem provém de Deus

Sobre o Livro de Tiago  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Tiago deseja que os irmãos entendam o caráter de Deus.

Notes
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Tiago 1.16-18

Na seção anterior do Livro, Tiago descreve a benção recebida por quem suporta as dificuldades da vida, ao fim das labutas daqui o prêmio será a coroa da vida, que é melhor compreendia como a coroa que é a vida, essa pessoa será “bem-aventurado”, terá a eternidade sem a lembrança daquilo que já passou. O Deus que é descrito na passagem, é alguém que abençoa aqueles que agem com fidelidade ainda que passem que tantas provações nessa vida, como era o caso dos leitores primários da carta, estavam longe da sua terra, dependendo de outros que se aproveitavam deles, mas ainda recebem o incentivo de agirem com fidelidade mesmo em meio a isso.
Após essa descrição, Tiago passa a defender Deus e explicar quem é o agente causador do mal, nós mesmos! No verso 13, ele diz que não se deve colocar a culpa em Deus, pois ele não é tentado e nem tenta. Deus não coloca armadilhas como as vezes é necessário se fazer em casa quando há algum animal indesejado. Logo, dos versos 14 e 15 o autor revela que, no fim, o pecado é a consequência de nossa própria cobiça.
Como uma isca de pescaria que sorrateiramente atrai o peixe para ser fisgado, assim é a nossa cobiça que inclina nossos olhos para aquilo que desejamos para nos entrega a recompensa de seguir nossos desejos, a morte! A atração do pecado é atraente no principio, e fatal no fim.
Nesta seção Tiago amplia sua defesa sobre Deus, ele quer que os leitores não criem uma concepção errada sobre o criador, ele deseja que os leitores entendam que: Deus não muda! Assim, dentro desses três versos vamos notar isso no texto.
Verso 16 - Sem margem ao engano
De principio Tiago usa a expressão “não vos enganeis”.
Essa expressão também é usada por Paulo em outro contexto.
Em 1 Coríntios 6:9 "Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas,”
Paulo usa a expressão para denotar a resposta correta para a questão que ele levantou, os injustos não herdaram o reino dos céus, e se somaram a eles os demais grupos citados nos versos 9 e 10.
Ele faz isso para que os irmãos de Corinto, não mudassem o pensamento e começassem a praticar injustiça, já que isso é uma marca de quem não herdará o reino de Deus.
Logo, Tiago após descrever que o pecado é originado pela nossa própria cobiça, o nosso desejo que pode ser tornar impuro, também deixa a mesma lição para os irmãos.
“Não errem nesse pensamento” “Não culpem a Deus pelo erro que é de vocês mesmos”.
Essa clareza de pensamento era algo que Tiago desejava tanto repassar aos irmãos, que isso pode ser constatado pela utilização de “irmãos” a primeira vez com o adjetivo “amados”.
Isso poderia ser ilustrado com a mãe explicando pro filho sobre algo que ele não deve fazer, e ela para indicar o tanto que se importa com aquela lição poderia dizer: Meu filho amado, me escute! Isso é para o seu bem!
De modo semelhante poderia ser aplicado a importância que Tiago dá para o modo como enxergamos Deus, ele deve ser visto como alguém que não nos induz a pecar, mas como alguém que nos induz a sermos maduros na caminhada cristã.
Como explicado por Tiago, mesmo com todas as desculpas que colocamos: precisamos crer que nosso pecado é nossa responsabilidade, a culpa é nossa!
Mas hoje sabemos que alguém morreu para que o prêmio fosse diferente para todo aquele que crê em Cristo como Salvador.
Se dissemos que Deus é culpado pelo pecado, ignoramos nossa culpa e também a obra de Cristo na Cruz.
Deus nos deu o seu melhor para que hoje o nosso pior pudesse ser vencido.
Hoje através da perseverança que vai se afiando em nossa vida, podemos escolher o melhor caminho e dizer não para o pecado.
Verso 17 - Todo bem provém de Deus
Após essa indicação de permanecer sem “errar” sobre como Deus é, Tiago agora passa a escrever sobre coisas boas da vida.
É como se ele relembrasse aos irmãos que tudo o que é bom tem como origem o céu, como está ai no texto “do alto”.
3. No dialogo de Jesus como Nicodemos ele diz que: João 3.3 “A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”
4. Esse nascer de novo tem o mesmo equivalente ao utilizado por Tiago ao escrever “são do alto”, de onde é a procedência de toda boa dádiva e dom perfeito?
5. A isso nós diríamos, é do céu! Como a nova vida descrito por Jesus a Nicodemos.
6. Portanto, o céu é o lugar de onde aquilo que é bom vem. Por isso algumas traduções dizem “vêm do alto” no lugar de são.
7. Toda as bonanças que esses irmãos já passaram é dádiva que vem do céu, é uma benção cedida daquele lugar.
8. Por isso, era importante para Tiago não permitir uma visão contrário dos irmãos, pois se não fosse assim, haveria uma tensão.
9. Do seguinte modo: Então do céu tanto o que é bom como o que é ruim vem? De modo algum!
10. Enquanto a morte é o resultado das nossas ações, aquilo que é bom é como um presente dado por Deus.
11. Já que, como o texto explica “descendo do Pai das Luzes”. Indica a ação de Deus em conceder isso a sua criação.
12. Pai das Luzes é uma indicação da obra criacional de Deus sobre os luminares. Aquele que criou e preserva sua obra.
13. O que Tiago está fazendo até aqui é uma preparação para retomar a ideia já mencionado nos versos 12 e 13, ele abençoe e não tenta.
14. A benção dele é algo constante por conta de um atributo próprio de Deus, que é explicado no fim do verso 17, “em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”.
15. Podemos crê que tudo que é bom provém do céu, por conta que não há possibilidade do ser de Deus ser alterado em algum momento.
16. A imutabilidade de Deus é algo próprio dele, por isso não poderíamos dizer o seguinte: Eu sou tão inconstante, seria que deveria confiar mesmo em Deus? Vai que ele muda...
17. Sim, eu posso! Porque essa inconstância é uma marca nossa, nossos costumes vão mudando ao longo do tempo, nossas preferências não são as mesmas de quando eramos crianças.
18. Mas, diferente de nós, Deus não tem esse tipo de atitude.
19. Então, ao depositar minha confiança em Deus, posso ter tranquilidade por conta de quem ele é!
20. Por que eu confio em Deus? Porque ele não muda, foi isso que ele disse em Malaquias 3.6 “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.”
21. A tradução capta bem a ideia de que não há espaço para até mesmo uma aparência de mudança em Deus.
22. Na minha cidade na época de chuva é difícil ter algum prognostico de como será o dia, fica um clima muito variável. Ou chuva muito ou o tempo fecha e faz bastante calor.
23. O clima tem essa variação, essa mudança, diferentemente daquele que o projetou.
24. Irmãos, podemos crer em Deus porque ele não voltará atrás, ele cumprirá seus planos. Ele não vai acordar um dia estressado e querer jogar tudo para o alto.
25. Ele é quem conceder tudo o que temos de bom, de forma permanente.
26. Logo, por razão de Deus não mudar eu posso, ainda que alegue qualquer mérito noas conquistas: reconhecer que cada dádiva recebida foi dele, e mesmo as dificuldades tiveram um bom motivo para terem acontecido.
Verso 18 - Somos fruto do querer imutável de Deus
Como é do seu hábito, Tiago desenvolve seu raciocínio sem conectar de maneira bem explicita os versos.
O modo como devemos fazer isso dentro dessa seção é entender que ele permanece descrevendo o caráter de Deus.
Somando-se a sua ação de abençoar aquilo que criou, uma dessas dádivas nos afeta tanto agora como no futuro.
No verso 18 ele descreve o modo como a nossa nova vida começou. Ele é fruto do desejo de Deus.
Foi porque ele quis, esse querer perfeito e imutável, que nós hoje somos agraciados com o dom da nova vida.
A conexão entre as ideias nos ajuda, como no verso 17 ele iniciou falando sobre toda boa dádiva e todo dom perfeito...
Aqui, ele liga essas coisas com o fato de sermos primícias da boa vontade de Deus. Isto é uma das dádivas que ele dá lá do alto.
O meio utilizado é a palavra da verdade, isso é um outro modo de falar do Evangelho, da pregação da palavra de Deus.
Em Colossenses 1.5 “por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho,” nos ajuda a ter essa conclusão.
Através da mensagem do Evangelho, a pouco simbolizada pela ceia do Senhor, é o instrumento que Deus utilizou para que fossemos gerados.
O texto deixa a finalidade de tudo isso, o “para que” nós que já confessamos Cristo como Senhor de nossas vidas somos uma demonstração, ou uma pequena parte, daquilo que ainda será no final.
Como ele também fez no verso 11, utilizando uma linguagem do campo para explicar as verdades eternas, ele aqui descreve os crentes como um pagamento inicial, que assegura e garante a conclusão do trabalho.
Paulo também fez algo semelhante em 1Coríntios 15.20 “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.” Se a ressurreição de Cristo é uma garantia da nossa, aqueles que vem crendo ao longo dos séculos é uma garantia de que Deus salvará todos os seus.
Como ele é alguém que não muda, que constantemente nos dá boas dádivas como a nova vida, também podemos confiar que sua trabalho será completa.
Deus é alguém confiável, constantemente somos alvos de sua graça, não precisamos ficar numa inconstância duvidando de que ele é bom.
Isso é fato que nunca mudará.
Aplicação: Queria deixar algumas aplicações para nossa reflexão essa noite.
1. Deus com seu caráter imutável nos dá todas as provas que ele é bom, devemos crer com todo coração nisso.
2. Lembrar que Deus não muda, e isso pode me dar paz mesmo em meus maus momentos.
3. Fomos gerado pela palavra da verdade, e somos primícia da nova criação. Devemos viver como alguém que aguarda a plenitude dessa vida.
Conclusão: Não podemos frutificar um pensamento que fere o caráter de Deus, ele é perfeito em tudo que faz, seu ser é um lembrete contínuo que nos temos uma fé vazia, mas uma fé viva. Que tenhamos a mesma convicção que Allan Harman diz:
Onde há confiança verdadeira no caráter de Deus, então pode haver cânticos de alegria que enalteçam o que ele é para seu povo.
Allan M. Harman
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