Ap 6.12-17

Sexto selo

O sexto selo é aberto em 6:12, mas o sétimo selo não é aberto até 8:1, o que significa que o sexto selo cobre todo o capítulo 7. Três cenas são reveladas por esse selo, uma série de episódios conectados:

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1. Primeiro, o universo começa a entrar em colapso (6:12-17). As luzes celestiais se apagam, o céu se volta para trás e a Terra dança vertiginosamente. Quando o mundo começa a entrar em colapso, parece que a oração dos mártires está prestes a ser respondida, mais cedo do que esperávamos.

2. Em seguida, João vê quatro anjos nos cantos da Terra retendo os ventos que trariam a destruição final para que um anjo com um selo possa selar 144.000 das tribos de Israel (7:1-8).

3. Na visão final do sexto selo, João vê uma multidão inumerável de pé diante do trono e do Cordeiro (7:9-17).

O primeiro painel do sexto selo, versículos 12-17, é dividido em duas seções:

1. Os versículos 12-14 descrevem o tremor da terra e o colapso dos céus.

2. Os versículos 15-17 descrevem a reação do povo da terra. O versículo 15a lista sete categorias de pessoas: reis, grandes homens, comandantes, ricos, fortes, escravos, livres. O versículo 15b descreve a luta deles para encontrar esconderijos, e os versículos 16-17 registram seu clamor às montanhas e rochas e seu desejo de serem enterrados vivos sob as rochas, de serem apedrejados, em vez de ficarem diante da ira do Cordeiro e daquele que está sentado no trono.

1. Colapso Cósmico, versículos 12-14:

a. Exposição:

- Como muitas outras previsões de um mundo em colapso na Bíblia, essa não é uma previsão do fim do universo físico, mas do fim de um universo político. Um mundo, não o mundo, está chegando ao fim.

- As constelações simbolizavam Israel no AT. No AT, Deus também usa os céus para falar com as pessoas. O sol, a lua e as estrelas também são relógios!

- O tabernáculo e o templo eram pergaminhos celestiais em forma arquitetônica. Dizer que o céu está se enrolando como um pergaminho é uma maneira de dizer que o templo não está mais funcionando como mediador entre a terra e o céu.

‌> Aqueles que não estão em Cristo estão expostos e não recebem nenhuma orientação dos céus.

- O sol está "negro como pano de saco", denotando luto (Mt. 11:2; Lc. 10:13). Uma época está chegando ao fim, um governante brilhante no céu está perdendo seu brilho.

- O vermelho da lua está ligado ao sangue derramado dos mártires sendo espelhada no firmamento.

- As estrelas caem como figos verdes (não maduros) sacudidos por um vento forte. O grande vento do Espírito está prestes a sacudir as estrelas/figueiras de Israel (e do templo).

- Israel permaneceu como “estrelas nos céus” durante toda o AT, apesar de sua rebeldia, devido às promessas. Com a chegada do NT ele está caindo do céu.

- Quando Jesus morre na cruz (terremoto e escuridão), a barreira entre o céu e a terra é removida (véu do templo rasgado), e Israel está descoberto diante da presença de Deus.

- Pelo Espírito, em resposta às orações dos mártires, Deus aplica a realidade que foi concluída na cruz, o trabalho de derrubar o velho cosmo para dar lugar a um novo.

b. Conclusão:

- Agora que o Cordeiro abriu os selos de seu livro, não há outro mediador entre Deus e o homem a não ser o homem Jesus.

- A igreja é o povo celestial, as constelações e estrelas do céu, o povo abraâmico que se tornou tão abundante quanto a areia e as estrelas.

- O Espírito que fala nas Escrituras é agora nossa luz celestial, a única revelação de que precisamos. Vivemos em um mundo iluminado pelo Cordeiro.‌

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2. Reação do povo da terra, versículos 15-17:

a. os fugitivos:

- Na segunda parte vemos a reação daqueles que temem ser colocados face a face com o Cordeiro.

- O contraste com os mártires é nítido: Os mártires querem subir diante do Cordeiro, mas o povo da terra não consegue pensar em nada mais horrível.

‌- Sete categorias de seres humanos são nomeadas: reis, grandes homens, comandantes, ricos, fortes, escravos, livres. Esses são os homens que vivem na "terra"(Israel).

- Os "reis" da terra são sacerdotes, os grandes homens e comandantes são os sacerdotes principais ou outros líderes, e assim por diante. Os líderes (luzes do firmamento) são destacados porque são os protetores do status quo que massacraram os mártires.

> Como Adão no jardim, eles não se arrependem, mas se escondem. Esconder-se é o primeiro instinto dos seres humanos pecadores.

- O orgulho ocupa um lugar de destaque entre os vícios. Por mais desagradável que seja, o senso de pecado pessoal é exatamente o que impede que nosso pecado saia do controle.

- Como os orgulhosos não conseguem suportar as dores de sua própria consciência, eles projetam sua culpa nos outros. O crescimento espiritual requer o reconhecimento de nossa necessidade de crescer.

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b. o esconderijo desprotegido:

- Os habitantes impenitentes da terra buscam refúgio em cavernas. As cavernas são para sepultamento na Bíblia.

Diante do colapso de seu mundo, os grandes homens da terra escolhem a sepultura em vez da exposição penitente que traz vida.

- Jesus usa o termo grego para “caverna” quando fala "covil de ladrões" para descrever o templo (Mt. 21:13; Mc 11:17; Lc. 19:46).

Quando o Senhor começa a destruir o velho mundo e a trazer um novo, os judeus buscam refúgio seguro na caverna que é o templo e sua liturgia.

Eles fogem da ira daquele que está no trono e da ira do Cordeiro, e vão direto para o lugar onde estão mais expostos (véu rasgado), o lugar que Jesus disse que seria totalmente destruído (nem uma pedra sobre a outra).

- As montanhas e as rochas também estão associadas ao templo (Monte Sião). As pessoas aterrorizadas da terra procuram segurança no monte do templo.

Mas somente o templo vivo é uma Rocha inabalável. O único lugar para se esconder é o Cordeiro, e os homens da terra estão fugindo dele.

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c. conclusão:

- A "ira do Cordeiro" - Normalmente, os cordeiros não são raivosos. Os infiéis se escondem da ira de um Cordeiro que se entrega em mansidão pelos pecados do mundo.

- O "grande dia" faz alusão às profecias do AT sobre o dia de Yahweh. Não é um dia específico, mas um termo geral para o juizo de Deus.

- Em Joel 2.31 temos a descrição do "grande e terrível dia de Yahweh". Pedro cita essa passagem em seu sermão de Pentecostes (Atos 2:20). Então o sexto selo também está relacionado à vinda do Espírito.

- Os homens que fogem do Cordeiro estão convencidos de que ninguém pode estar diante do juízo de Deus, e eles estão certos devido as nossas iniquidades. Mas estão errados, pois existe perdão aos que se refugiarem em Jesus.

> Após a cruz, a ascensão e o Pentecostes, os apóstolos derrubaram o mundo existente, chamando as pessoas a seguirem o novo Imperador Jesus para a nova criação, desafiando os líderes judeus, dividindo Israel, virando o mundo greco-romano de cabeça para baixo, proclamando um Rei diferente e maior do que César.

‌# Em resposta às orações dos mártires, Deus começa a destruir o mundo, mas depois interrompe o processo no meio do caminho. O fim ainda não chegou. Mais mártires precisam ser feitos.