O Rei purifica o Templo (Mt 21.12-17)

IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ

PLANEJAMENTO PASTORAL – SERMÕES EXPOSITIVOS

JANEIRO/2024

Rev. Mateus Lages

Tema: Como Deus se tornou Rei!

Dia 07/01: M 21.12-14 - O Rei purifica o Templo

Deus fala: Saudação – Salmos 18.30

Nós falamos: Oração inicial

Nós cantamos: Hino 11 - Trindade Santíssima

Deus fala: Malaquias 3.1-12

Nós falamos: Oração de louvor

Nós cantamos: Hino 177 - Firme nas promessas

INTERCESSÃO PELA IGREJA E CONGREGAÇÕES, OFICIAIS E MEMBROS

Deus fala: Jeremias 7.8-11

Nós falamos: Oração de confissão

Nós cantamos: Hino 308 - Escuridão e luz

LOUVOR

Tema: Como Deus se tornou Rei

Mt 21.12-14 - O Rei purifica o Templo

INTRODUÇÃO/CONTEXTO

Jesus esatava aos arredores de Jerusalém. Betfagé, especialmente, onde também ficava um lugar que se tornará muitíssimo importante: Getsêmani - Jardim das Oliveiras. Então, vai a Jerusalém, cumpre a profecia de Zc 9.9, por meio da qual muitos o reconhecem como "Bendito o que vem em nome do Senhor!" (21.9).

Uma vez em Jerusalém, foi ao templo. Lá realiza duas ações purificadores: 1) derruba as mesas dos cambistas (12-13); 2) cura cegos e coxos (14). Essa purificação implica na destruição do Templo (24.2), pois perdeu completamente suas funções: 1) servir de testemunha para as nações como casa de oração; 2) abrigar e surprir os necessitados por meio do repasse das ofertas generosas.

Vamos ao texto: Mt 21.12-14 - O Rei purifica o Templo

1) Derrubando as mesas dos cambistas

O que gera em Jesus essa reação tão incisiva? João é o evangelista que mais explica o momento histórico por trás dessa atitude. Em João 2.13-22 lemos que isso aconteceu próximo da maior festividade judaica: a Páscoa. Então, Jerusalém estava abarrotada de gente, mas também de tudo o que aquela gente foi buscar: propiciação.

Para alcançar o que foram buscar, precisavam de animais puros. Viajar da Galileia até Jerusalém, cerca de 140km, com um animal, qualquer que fosse, era correr sério risco de não cumprir o requisito de pureza exigido na lei de purificação. O animal podia se ferir ou até morrer.

Então, o Templo passou a fornecer os animais por um preço. O problema é que mesmo diante das moedas gregas já existentes em circulação aos arredores de Jerusalém, o Templo permanecia exigindo a moeda local, o que fazia com que além do preço dos animais, fosse acrescentado a taxa de câmbio, troca da moeda. Sabemos que mesmo os mais pobres, que poderiam ofertas pássaros comuns, teriam que trocar seu dinheiro e comprar para que pudessem ofertar e receber o perdão dos pecados.

Talvez, ao ouvir isso você não se incomode nem se indigne. Isso já passou, ficou no passado. Mas e hoje, saber que muitos estão sendo ludibriados por ditos pastores ao entrarem em templos suntuosos buscando a paz que em Jesus é oferecida de graça, mas, ali, só poderá ser comprada. Que isso cause um movimento em você e passe a pregar o evangelho da graça em Cristo com santa indignação.

Foi o que fez Jesus movido por duas advertências antigas contra os líderes do povo de Deus. A primeira advertia que o Templo deveria ser uma casa de oração para perdão do povo, não de comércio para extorsão do povo:

Mt 21.13A: Isaías 56.7 “também os levarei ao meu santo monte e lhes darei alegria na minha Casa de Oração. Os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada ‘Casa de Oração’ para todos os povos.””

A segunda advertia que o templo havia se tornado covil de salteadores, portanto, lugar de abrigo para predadores, poranto, um lugar de perigo, não de segurança:

Mt 21.13B: Jeremias 7.11 “Será que este templo que se chama pelo meu nome é um covil de salteadores aos olhos de vocês?”

Don Carson: "O templo não estava cumprindo seu papel ordenado por Deus de testemuha para as nações, mas, como o primeiro templo, tornara-se o principal símbolo da crença supersticiosa de que Deus protegeria e reuniria seu povo, independentemente da conformidade deles à vontade do Senhor. Por isso, o templo seria destruído (24.2)".

Por isso, essa purificação do templo registrada por Mateus, tem para ele o mesmo peso dos milagres operados por Jesus. Por meio dela, outra profecia se cumpre: Malaquias 3.1 “— Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim. De repente, o Senhor, a quem vocês buscam, virá ao seu templo; e o mensageiro da aliança, a quem vocês desejam, eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos." Contudo, que o novo Templo seria o próprio Senhor Jesus, ninguém podia prever, mas este é o ensino cristão, irmãos. Nós, reunidos, somos a Igreja de Cristo. Nenhum de nós é Igreja sozinho. Somos habitação de Cristo, mas a noiva é adornada enquanto cultua e desde o Antigo Testamento, nunca houve culto solo, sempre coletivo.

2) Curando cegos e coxos (14)

Agora, reconhecemos outro gesto de purificação realizado por Jesus, que já contemplava aquele ato de preconceito justificado pelos líderes por causa do que aconteceu em 2Samuel 5.6–10 “O rei Davi partiu com os seus homens para Jerusalém, para atacar os jebuseus que moravam naquela terra. Os jebuseus disseram a Davi: — Você não entrará aqui. Até os cegos e os coxos poderão impedi-lo de entrar. Com isto queriam dizer: “Davi não entrará neste lugar.” Porém Davi tomou a fortaleza de Sião, isto é, a Cidade de Davi. Davi, naquele dia, mandou dizer: — Todo o que está disposto a atacar os jebuseus suba pelo canal subterrâneo e ataque os cegos e os coxos, a quem a alma de Davi odeia. Por isso se diz: “Nem cego nem coxo entrará na casa.” Assim, Davi morou na fortaleza e a chamou de Cidade de Davi. Ele foi edificando ao redor, desde Milo e para dentro. Davi ia crescendo em poder cada vez mais, porque o Senhor, o Deus dos Exércitos, estava com ele.”

Então, nas leis de homens, que Jesus já condenou em vários outros momentos, foi acrescentado que o Templo não era lugar para cegos e coxos, de modo que os que sofriam deficiência podiam entrar, mas somente em áreas restritas do Templo. O pátio dos gentios seria este lugar, mas era uma áera externa. Ou seja, lugar de pessoas impuras.

Então, se o Templo não recebe os deficientes, aquele que é maior que o Templo (12.6) os recebe e os cura por completo (14).

Nesta ação de purificação, Jesus declara sua superioridade, que imediatamente não será reconhecida pelos principais sacerdotes e escribas ficam indignados (15) e questionam a Jesus para que reaja proibindo aquele louvor e associação com a referência messiânica, mas Jesus responde: Mateus 21.16 “Sim! Vocês nunca leram: “Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste o perfeito louvor”?”, citando Salmo 8.2, para expor a dupla ignorância daqueles líderes que 1) permitiram que o Templo chegasse naquele ponto; 2) não reconheceram Jesus como o Messias.

Saindo, vai para a casa dos amigos em Batânia, pois Jerusalém estava cheia por causa das festividades.

CONCLUSÃO/APLICAÇÃO

Concluindo, aprendemos que o Rei purifica o Templo. Como disse na introdução, em sua purificação do Templo Jesus 1) derruba as mesas dos cambistas (12-13); e 2) cura cegos e coxos (14).

Com essa atitude de purificação, revela como o Templo se tornou um lugar inútil na adoração judaica, pois perdeu completamente suas funções: 1) servir de testemunha para as nações como casa de oração; 2) abrigar e surprir os necessitados por meio do repasse das ofertas generosas.

Hoje, continua assim, irmãos. Notem, não é o Templo da Igreja Presbiteriana que deve ser reconhecido como casa de oração e fonte de ações generosas, mas você, templo do Espírito, morada de Deus.

Você precisa fornecer os clamores que o povo sem Deus tanto necessita e apontar para Cristo como única fonte de todo bem.

Assuma essa responsabilidade. Não terceirize essa função. Ela é sua. Unidos nessa função tornaremo-nos a Igreja que espera pelo retorno de Jesus Cristo. Mas sem exercermos essa função, seremos crentes inúteis como inútil estava aquele suntuoso templo.

ORAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO