LUCAS 14.14-24: PRIORIZE A DEUS
explicação
Os que ouviam Jesus, na casa do fariseu, compreenderam que a parábola era dirigida a eles. O anfitrião e seus hóspedes estavam sendo convidados novamente para o banquete de Deus, ao qual já tinham aceitado comparecer. Eles viriam ou Deus deveria procurar outros, porque os hóspedes convidados se recusavam a ir
Portanto, é provável que aqui termine a parábola. Sua lição central flui facilmente. Jesus mesmo está dizendo a todos os presentes naquele jantar, inclusive ao homem que fez a exclamação (v. 15), juntamente com todo aquele que lê ou ouve essa parábola através dos séculos, que rejeitar o misericordioso convite de Deus para a salvação pela graça por meio da fé terá como resultado a exclusão das bênçãos e dos deleites do novo céu e da nova terra, o reino em sua consumação, a igreja triunfante.
Quando Israel como um todo rejeita a Cristo (vs. 18–20), o plano de Deus não é abandonado. Aqui entre os judeus da antiga dispensação e durante o período do ministério terreno de Cristo houve crentes genuínos (v. 21). Sempre houve esse pequeno remanescente (1Rs 19.18; Is 14.32; 29.19; Lc 6.20; Rm 9.27; 11.15).
Mas agora acontece algo em extremo maravilhoso, já predito, naturalmente, no Antigo Testamento (Is 54.2,3; 60.1–3; cf. Sl 72.8s.; 87): a igreja, já presente na antiga dispensação, agora começa a expandir-se entre os gentios. Agora se torna universal, internacional (veja supra, vs. 22,23), o corpo de Cristo formado por judeus e gentios. Cf. Efésios 2.14,18.
O antigo Israel, isto é, os que rejeitaram o gracioso convite de Deus estendido primeiramente pelos profetas da antiga dispensação, e depois por Jesus pessoalmente e seus apóstolos (veja vs. 16,17), perece. Nem sequer um dos que rejeitou se salva (v. 24). O novo Israel, formado tanto por judeus quanto por gentios (Gl 6.16), continua vivo. “Não pode haver nem judeu nem grego; não pode haver nem escravo nem livre; não pode haver nem macho nem fêmea; pois todos vocês são um em Cristo Jesus”, diz Paulo (Gl 3.28). Em tudo isso se revela o generoso caráter do amor de Deus:
Jesus ensinou a parábola da grande ceia para mostrar que mesmo tendo intenção de honrar nossas obrigações em relação a Deus, quando os cuidados e interesses da vida terrena fazem seus reclamos, nós os pomos em primeiro lugar, e oferecemos nossas desculpas a Deus. Prometemos a Deus amá-lo com todo o nosso coração, toda a nossa mente e toda a nossa alma. Porém, a promessa prontamente se esvazia quando os interesses desta vida exigem nossa atenção. Então, apresentamos nossas desculpas a Deus e dizemos que ele deve compreender o acúmulo de nossas responsabilidades, nossos compromissos, e que as oportunidades não se apresentam com muita frequência. Muitas vezes, nossas obrigações, relacionamentos e conveniências contra riam a promessa de amar a Deus e de servi-lo. Satisfazemos nossos próprios interesses e esperamos que Deus nos dê uma segunda oportunidade.
As desculpas dadas pelos convidados simplesmente não se sustentavam. Elas faziam referência a negócios e assuntos de família que poderiam facilmente ficar em segundo plano em relação ao convite anterior mente aceito. O campo ainda estaria lá no dia seguinte, para ser vistoriado. Os bois poderiam descansar por uma noite e os recém-casados poderiam concordar com uma separação ocasional.
Numa época em que muitos que pertencem à igreja oferecem fracas desculpas para não participarem da obra contínua do reino de Deus, os servos fiéis de Deus devem sair às ruas e becos da vida, com o convite para que todos aceitem a Jesus Cristo, o Salvador do mundo. Enquanto esses que se recusam a tomar conhecimento do chamado de Jesus são preteridos e perdem sua cidadania do reino, estranhos ao reino são convencidos a responder, pela fé, ao chamado de Cristo.
O convidado precisa ter fé para aceitar o convite. Quando o servo chega com o recado do hospedeiro: “Vinde, porque tudo já está preparado”, o convidado vê apenas um homem. Quando um ministro da Palavra de Deus proclama a mensagem de salvação, muitos que ouvem a Palavra veem apenas um homem. É necessário fé para que se possa ver e ouvir, por intermédio do pregador, Jesus Cristo, o Salvador, que oferece, de graça, salvação plena. O carcereiro de Filipos procurou Paulo e Barnabé, e lhe foi dito: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (At 16.31).