O Rei e a figueira infrutífera - Mt 21.18-22
Sermon • Submitted • Presented
0 ratings
· 6 viewsNotes
Transcript
IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ
PLANEJAMENTO PASTORAL – SERMÕES EXPOSITIVOS
JANEIRO/2024
Rev. Mateus Lages
Tema: Como Deus se tornou Rei!
Dia 28/01: Mt 21.18-22 - O Rei e a figueira infrutífera
Deus fala: Saudação – Habacuque 3.17-18
Nós falamos: Oração inicial
Nós cantamos: Hino 55 - Alegria e gratidão
Deus fala: Jeremias 24.1-8
Nós falamos: Oração de louvor
Nós cantamos: Hino 63 - As muitas bênçãos
INTERCESSÃO PELA IGREJA E CONGREGAÇÕES, OFICIAIS E MEMBROS
Deus fala: João 8.12
Nós falamos: Oração de confissão
Nós cantamos: Hino 114 - Brilho celeste
LOUVOR
Tema: Como Deus se tornou Rei
Mt 21.18-22 - O Rei e a figueira infrutífera
INTRODUÇÃO/CONTEXTO
Irmãos, a critério de introdução, pergunto: você saberia responder qual o propósito deste relato bíblico? Por qual motivo os evangelistas Mateus e Marcos registraram este acontecimento, afinal, ele parece desconexo com os relatos anteriores e, a muitos ouvidos, causam estranheza, pois realça certa impaciência e indignação na pessoa de Jesus.
Pois bem, para responder essa pergunta, precisamos atentar para o contexto. Quero que os irmãos deem atenção ao que já aconteceu: Jesus entrou em Jerusalém (21.1-11), e, no Templo, expulsou cambistas e curou cegos e coxos (21.12-17), agora, se depara com uma figueira cheia de folhas, portanto, externamente saudável, mas que, na realidade, somente aparentava saúde. O que isso significa?
Vamos ao texto: Mt 21.18-22 - o Rei e a figueira infrutífera, que: 1) recebeu juízo imediato (18-20); 2) acautelou do juízo posterior (21-22).
1) Recebeu juízo imediato (18-20)
Irmãos, no verso 18 lemos que Jesus sai da casa dos seus amigos em Betânia muito cedo, tão cedo a ponto de no meio do caminho de volta a Jerusalém sentir fome. Sua humanidade sempre me impressiona. Neste caminho, conforme o verso 19, com fome, Jesus vê a figueira cheia de folhas, de modo que, ao se aproximar dela esperasse encontrar frutos para saciar sua fome, mas não é o que acontece.
Para entendermos isso, podemos contar com a seguinte explicação:
Apesar desse acontecimento ter sido em uma época do ano em que não era esperado que houvesse figos maduros (começo do mês de abril), é possível que houvesse figueiras que produzissem figos antes da época, quando localizadas em lugares favoráveis.
Esses frutos chamamos de temporões. Essa é uma explicação suficiente para entendermos o motivo de as figueiras serem denominadas: frutos dos pobres. Estavam po toda parte.
Agora, antes de seguirmos, pergunto aos irmãos: O que causa a morte de uma árvore? A falta de água ou o excesso dela; muita exposição à sombra ou muita exposição ao sol. Mas, aqui, o que causou a morte da árvore foram palavras de Jesus.
Diante do que ocorre no final do verso 19, comenta R. C. Sproul:
[Aqui] testemunhamos a morte de uma figueira. Ela morreu não por falta de água, mas por causa de uma palavra de Jesus. Ele a amaldiçoou quando viu que não produzia figos. De acordo com o relato que Marcos faz deste incidente, não era época de figos (11.13). Mediante tais fatos, a atitude de Jesus de amaldiçoar a árvore pode parecer exagerada e arbitrária. Os críticos do Novo Testamento e de Jesus apontam para esta situação a fim de mostrar que ele nem sempre se comportava com piedade. Eles acreditam que Jesus agiu como uma criança petulante, que faz pirraça quando não recebe o que quer e desconta a frustração em objetos inanimados. É evidente que tal opinião não faz justiça ao texto nem ao próprio Jesus. O que, então, devemos entender dessa estranha cena?
Lembre-se sempre que Jesus não fez nada sem proósito. Portanto, a lição é clara: algumas pessoas produzem muitas folhas, como se fossem espiritualmente muito produtivas, embora isso não corresponda à sua realidade.
Este é o ponto chave deste relato. A figueira, portanto, representa aqui a nação de Israel, que depois de muitos anos de advertência, até aquele momento, permanecia infrutífera, e, agora, na ausência do reconhecimento de Jesus como Messias, tornar-se-á estéril.
A referência evidente disso está na ausência de cumprimento da função do Templo, que é o elemento central de importância em Jerusalém. Jerusalém só é importante porque o Templo se localiza ali. Este Templo deveria ser a Casa de Oração e local de assistência ao povo de Deus, para que nas duas esferas conduzisse as pessoas a Deus, mas, de acordo com o que já vimos, o Templo, sacerdotes, fariseus e escribas, distanciavam as pessoas do Templo e de Deus.
Como uma figueira frondosa, cheia de folhas, aparentemente saudável, assim era templo e assim era Jerusalém. E, mais, assim é todo aquele que por fora aparenta destaque, mas diante de Jesus Cristo não será absolvido, mas condenado por causa da sua exposição moralista e legalista, portanto, não humilde.
2) Acautelou do juízo posterior (21-22)
Agora, a partir do vero 21, temos uma nova fase do relato que ensina sobre o exercício da fé genuína. Por muito tempo, talvez agora, tivemos em mente que o ensino desta segunda parte é: fale com a autoridade e convicção de Jesus para que coisas extraordinárias aconteçam.
Alguns vão dizer, mas é verdade, eu vi na internet, uma criança pegou duas flores. A uma disse palavras de bênção e a outra disse palavras de maldição. A primeira floriu e a segunda morreu.
De todo modo, irmãos, insisto: Não é esse o ensino deste texto.
Precisamos avaliar a referência bíblica conforme o contexto em que está localizada, portanto, diante da referência de que a figueira não cumpriu sua função assim como o Templo não cumpria sua função, agora, Jesus ensina que a função dos Apóstolos é crer nele.
Por isso, quando Jesus faz essas afirmações aos discípulos, obviamente, não quer dizer literalmente que uma montanha se lançará dentro do mar se um de seus discípulos pedir isso com fé, sem duvidar. Este é um exemplo exagerado de milagre, de manifestação de poder, mas que nem mesmo Jesus executou. Eles fez coisas maiores, e nós precisamos desejar fazer coisas maiores do que isso. Precisamos desejar executar pbras de poder espiritual, de manifestações evidentes do poder de Deus em nós e a partir de nós.
Por isso, quero incentivar aos irmãos, com base neste texto, que não peçam coisas em oração. Não peçam um carro novo, não peçam um objeto material ou uma conquista pessoal. Sejam mais crentes do que isso. Peçam por santificação. Peçam por uma mudança significativa para sua vida e para a vida da sua família. Peçam a Deus que destaque nossa Igreja das demais, no sentido de tornar nossa Igreja um celeiro de obreiros para a glória de Deus; tornar nossa Escola Bíblica Dominical um espaço favorável para a modelagem de missionários; tornar nossas congregações localidades de transformação de vidas, famílias e futuros, tanto de pessoas, quanto dos bairros e cidades onde estão.
Digo isso porque limitamos nossa fé a pedir coisas imediatas e com pouco valor, e, isso é fruto de cobiça, não de fé. É pedir mal conforme Tiago 4.2–3 “Vocês cobiçam e nada têm; matam e sentem inveja, mas nada podem obter; vivem a lutar e a fazer guerras. Nada têm, porque não pedem; pedem e não recebem, porque pedem mal, para esbanjarem em seus prazeres.”
Por isso, irmãos, oramos mal quando pedimos coisas que não remetem a glória de Deus. Por isso, creio que quando Jesus usou a figueira para ensinar o poder da oração com fé, não remete a força e poder, mas a confiança e obediência, uma vez que o propósito foi evidenciar como o Templo havia se tornado inútil por causa da desobediência dos líderes que se distanciaram de executar o propósito do Templo quando deixaram de confiar em Deus e no propósito que Deus havia determinado para o Templo.
Mas não pense que esse ensino foi reservado para um acontecimento do passado. Assim também é com nossa vida, por isso, tomemos cuidado. Lembre-se sempre qual é o propósito da sua existência. Você existe para a glória de Deus. Você crê nisso? Se sim, exerça sua fé, por meio do clamor constante e oração frequente, para que sua fé manifeste o poder mais extraordinário de todos, que é o de ajudar você a se manter frutífero e útil no reino de Deus, confiante e obediente à Palavra de Deus.
CONCLUSÃO/APLICAÇÃO
Concluindo, aprendemos sobre o Rei e a figueira infrutífera, que 1) recebeu juízo imediato (18-20); 2) acautelou do juízo posterior (21-22). Como vimos, este relato remete a condição do templo naqueles dias, mas hoje, de todo o que aparenta viver santamente, mas que, por Jesus, será condenado, uma vez que não confiou, nem obedeceu, mas somente aparentou crer.
Diante disso, não faça como o povo do passado, que confiava em seus esforços de ir ao Templo. Ir ao Templo não basta. Você precisa ir a Cristo. Junte todas as suas forças para vir ao Templo no domingo, para que junto com seus irmãos você cumpra a ordenança bíblica de congregar, cultuar, buscar, ouvir, louvar e descansar, mas não esmoreça nos dias da semana, quando precisa juntar forças diariamente para ir a Cristo com a finalidade de, especialmente, descansar na certeza (fé) de que, no Senhor, seus pecados estão perdoados.
ORAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO