Esboço - Pr. Diego Ramos
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Introdução
Como se coloca um elefante dentro de um congelador? As respostas
a essa pergunta poderiam ser as mais variadas.
Um açougueiro poderia pensar em uma faca extremamente afiada e
resistente e uma marreta para cortar o elefante em pequenos pedaços que
pudessem ser melhor encaixados no congelador.
Um lenhador observando o açougueiro poderia sugerir emprestar
sua moto-serra para facilitar o trabalho de corte.
Um engenheiro poderia pensar se o congelador teria estrutura o
suficiente para suportar o peso do elefante e sugerir que antes de tentar
colocar o elefante fossem feitos reforços.
Um químico poderia sugerir que fosse usado algum ácido que
pudesse dissolver a carne e os ossos do elefante sem corroer o congelador.
Um filósofo ao ouvir essa pergunta poderia pedir que antes de
qualquer coisa você definisse o que é um “elefante” e o que é um
“congelador”, bem como o propósito da tarefa em questão.
Um poeta talvez ficasse pensando qual seria o real significado, o sentido mais profundo, por trás de uma expressão idiomática tão intrigante.
Afinal, como se coloca um elefante dentro de um congelador? É
simples! você abre a porta do congelador, coloca o elefante dentro, depois
fecha a porta do congelador.
Agora, como se coloca uma girafa dentro do congelador? Você
poderia responder: você abre a porta do congelador, coloca a girafa dentro,
depois fecha a porta do congelador. Certo? Errado! Você abre a porta do
congelador, tira o elefante, coloca a girafa dentro, depois fecha a porta do
congelador.
Simplicidade. Às vezes nós não gostamos dessa palavra. Às vezes
desconfiamos quando as coisas parecem ser muito simples. Às vezes não
damos o devido valor quando algo não aparenta ter sofisticação. Nós
queremos algo novo, algo mais intrigante, algo mais complexo, algo que nos
faça parecer mais intelectuais, algo que exalte as nossas habilidades.
Quando Paulo escreveu sua primeira carta aos coríntios, ele estava
escrevendo para uma igreja inserida em uma cultura que em muito se
assemelha com o nosso mundo atual no que diz respeito à estima pela
sofisticação intelectual e filosófica. Muito do que Paulo ensina à igreja nessa
epístola tem como objetivo a correção de uma relação errada com a cultura
à sua volta, na qual a igreja estava absorvendo padrões mundanos que se
refletiam nas suas práticas.
Nesta parte inicial da epístola, Paulo tem argumentado em favor da
simplicidade da mensagem do Evangelho; uma mensagem tão simples, tão
fundamentada no evento humilhante da cruz de Cristo, que para muitos era
considerada como loucura e como fraqueza.
Para reforçar este ponto, Paulo prossegue no capítulo 2 a relembrar
os irmãos de corinto como foi o encontro inicial dele com eles. Ao fazer
estes irmãos recordarem da sua experiência de conversão, Paulo quer evitar
que eles recaiam no seu modo cultural de sofisticação intelectual e
preservem a simplicidade da pregação do evangelho.
Então, o que nós vemos Paulo destacar em 1 Coríntios 2:1-5 são 2
razões para preservarmos a simplicidade em nossa apresentação da
mensagem do evangelho.
A Simplicidade do Evangelho Exalta a Sabedoria de Deus (1-2)
[VERSO 1] Quando Paulo começa a recordar o seu encontro inicial
com os coríntios, ele está querendo fazê-los considerar o seu passado para
impedir que venham a ceder à tentação de absorver os padrões de
sofisticação filosófica e argumentativa que marcava a cultura na qual eles se
encontravam.
Paulo está dizendo: “Irmão vocês lembram da minha postura
quando eu trouxe o evangelho para vocês? Vocês não viram em mim um
grande filósofo, eu não me exibi como um grande debatedor, vocês não
viram em mim as qualidade de um grande orador que prende a atenção das
multidões, as palavras que eu usei não eram complicadas de entender. Eu
me apresentei diante de vocês como uma mera testemunha. Como
testemunha de Deus, eu não fiz mais do que apenas relatar o que vi e o que
eu aprendi de Deus. Eu não passava de um menino de recados.”
[ILUSTRAÇÃO] O maior defeito de um professor é não considerar
em que estágio de aprendizado os seus alunos estão. Há 7 anos eu comecei a
dar aulas em seminários para preparação de pastores para pregarem. Um
dos assuntos que tenho mais ensinado é o uso das línguas bíblicas, Grego e
Hebraico, para a interpretação do texto bíblico. Várias vezes eu fui colocado
para ensinar alunos que já haviam feito 1 ano de estudo das línguas originais
e eu deveria dar sequência e avançar o conhecimento deles para que eles
fossem capazes de usar o que tinham aprendido na hora do preparo de
sermões.
Nas minhas duas primeiras experiências ensinando em duas escolas
diferentes eu me deparei com um grande problema resultante de uma séria
falha didática dos professores que me entregaram aquelas turmas.
Os alunos que eu recebi conheciam os livros avançados de
gramática, eles tinham noção das últimas atualizações nos estudos
linguísticos aplicados às línguas bíblicas, ele usavam termos técnicos que
normalmente você encontra em trabalhos mais especializados. Mas quando
eu os coloquei pra ler alguns textos bíblicos em Grego e fazerem
comentários sobre o que se poderia extrair de ensino a partir da gramática
eu percebi que eles não sabiam o básico.
Eles não o significado das palavras mais comuns, eles não sabiam
diferenciar o que era um substantivo e o que era um verbo, eles não sabiam
dizer quem era o sujeito ou o objeto de um verbo. Eles não sabiam o básico,
mas tinham noção do avançado. Eles sabiam o que não precisavam saber
ainda, mas não sabiam o que já deveriam saber há muito tempo.
O que foi que aconteceu? Qual foi a falha didática daqueles
professores? Eu conhecia esses professores. Eu sei que eles tinham e tem
conhecimento. Eu sei que eles são pessoas estudiosas e empolgadas em
estarem atualizados com os avanços nos estudos dos assuntos que eles
ensinam.
O grande problema deles foi deixar que a sua empolgação e o seu
conhecimento avançado atropelassem o processo de aprendizado, fazendos
desconsiderar o estágio de aprendizado que seus alunos estavam.
O grande problema foi eles esquecerem como eles mesmos
chegaram àquele conhecimento avançado, passando por cada uma das
etapas básicas, e querer empolgar ou impressionar os alunos com os últimos
avanços que eles estavam estudando sem montar o alicerce necessário para
os alunos chegarem àquele estágio avançado.
[VERSO 2] Paulo se mostrou assim, não porque lhe faltava educação
e instrução. Assim, como no exemplo daqueles dois professore, Paulo
dominava seu assunto. Paulo era um estudioso da lei. Ele foi discípulo do
grande mestre Gamaliel (Atos 22:3; cf 5:34). Mais à frente, no verso 6, ele
afirma que ele expôs a sabedoria de Deus entre aqueles que já haviam crido
e amadurecido, que já eram “experimentados”.
Mas neste momento inicial, Paulo veio diante dos coríntios em
simplicidade e de propósito. Ele avaliou a cultura dos coríntios, ele
reconheceu seu apreço pela filosofia grega, pela oratória, pela sofisticação
retórica e intelectual, e ele decidiu não atender as suas expectativas, não
sucumbir aos anseios dos seus ouvintes.
Ele tomou a firme resolução de se apresentar como um “ignorante”,
um “Zé Ninguém”, um louco que só sabia falar de um assunto, de uma
pessoa: “Jesus Cristo e este crucificado”. Paulo determinou que ele não
exibiria a sua própria sabedoria, que ele não deixaria que as pessoas se
impressionassem com a sua oratória, que ele não iria vencer as pessoas pelo
poder do argumento, mas que ele exaltaria a sabedoria de Deus
demonstrada por meio da cruz de Jesus Cristo.
A simplicidade da mensagem do evangelho faz com que aqueles
que Deus determinou que seriam salvos sejam atraídos quando eles
enxergam a sabedoria de Deus revelada na cruz. A mesma mensagem
simples espanta, envergonha, causa desprezo e afasta os que se perdem,
porque estes não enxergam nesta mensagem nada além de uma loucura.
Meus irmãos, nós temos lições importantes a aprender com o
exemplo de Paulo. Dentro da igreja há certamente aqueles a quem Deus
dotou de capacidades intelectuais, capacidades de comunicação,
oportunidades de estudos mais aprofundados. Aqueles de nós que foram
assim agraciados são a minoria e nós devemos ser gratos a Deus por estes.
Mas estes mesmos irmãos que foram assim abençoados devem ter o
cuidado de manterem uma postura humilde, de não buscarem apresentar o
seu conhecimento de forma ostentadora, de não se exibirem com sua
linguagem rebuscada, de não atraírem a atenção para si mesmos. Estes
irmãos devem resistir à tentação se alinharem às expectativas e anseios do
mundo por sofisticação retórica e filosófica e adornarem a sua apresentação
do evangelho com simplicidade. Estes irmãos não devem ter medo de
parecerem ignorantes, de parecerem loucos, de decepcionarem as
expectativas dos sábios e entendidos deste mundo e de ouvirem: “Como é
que pode um cara desses ser tão inteligente e só saber falar de Jesus”.
Por outro lado, irmãos, a realidade é que a maioria de nós somos
pessoas simples, poucos de nós somos pessoas consideradas intelectuais,
não há entre nós pessoas ricas, nós não somos pessoas impressionantes. E o
que pode acontecer quando nos deparamos com pessoas que são mais
inteligentes, mais importantes, mais nobres, de posição social mais elevada,
é que nós podemos nos intimidar ao nos percebermos incapazes de falar e
argumentar com essas pessoas a respeito do evangelho.
Mas a lição que aprendemos com a atitude de Paulo é que pela
simplicidade da mensagem do evangelho que apresenta Jesus Cristo
crucificado como o salvador de todo aquele que crê, a sabedoria e o poder
de Deus são exaltados. Pela simplicidade da mensagem do evangelho os
sábios deste mundo são envergonhados, os poderosos são humilhados, os
simples ganham entendimento, os humildes se tornam cidadão do reino e
Deus é glorificado pela loucura da palavra da cruz. Não se intimide, não
queira parecer sofisticado, permita que pela simplicidade da pregação a
sabedoria de Deus seja exaltada. Deus honra a Sua Palavra.
A Simplicidade do Evangelho Exalta o Poder de Deus (3-5)
[VERSO 3] O que Paulo destaca neste versículo a respeito da sua
fraqueza é algo que nós o vemos trazer à tona repetidas vezes em suas
epístolas.
Em 2 Coríntios 4:9-12, Paulo reflete sobre o seu trabalho como
apóstolo e destaca como ele passou fome, nudez, humilhação e cansaço.
Em 2 Coríntios 10:10, os adversários de Paulo, de forma zombeteira,
destacaram que ele só parecia ser valente e forte no tom que escrevia as
suas cartas, mas que “a presença pessoal dele é fraca, e a palavra,
desprezível.”
Em Gálatas 4:13, Paulo destaca que a porta de oportunidade que se
abriu para ele pregar o evangelho a eles foi ocasionada por uma doença que
o deixou fraco e debilitado e forçou uma parada na Galácia.
Em 2 Coríntios 11:23-30, Paulo faz uma longa lista dos seu
sofrimentos, perigos e preocupações internas pela causa de Cristo e conclui
dizendo: “Se tenho de gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha
fraqueza.”
Fraqueza, temor, e tremor nunca foram motivos de desculpa que
impedissem Paulo e os apóstolos de Jesus de cumprirem com o seu
mandato de levar o evangelho.
Fraqueza, temor e tremo nunca envergonharam ou intimidaram
Paulo e os demais apóstolos em sua missão.
Fraqueza, temor e tremor só são motivos de desculpa e vergonha
para quem presume estar em si mesmo a força para realizar a obra de Deus.
Nós não confiamos em nossa força física, nós não confiamos em
nossa boa aparência, nós não nos apoiamos na sonoridade da nossa voz
impostada de radialista. A presença dessas coisas não deve ser a base da
nossa confiança e a ausência dessas coisas não deve ser motivo de
intimidação em nossa missão como trabalhadores do evangelho. O poder
não reside em nós.
Quando Paulo pregou aos coríntios ele usou uma
linguagem simples. No entanto, a sua mensagem foi acompanhada e
autenticada por manifestações poderosas do Espírito Santo. E essas
demonstração de poder indicavam claramente aos ouvintes que, embora
aquele pregador fosse fraco, doente, trêmulo, temeroso, não tivesse boa
aparência, não apresentasse boa retórica, ele representava o Deus que é
maior do que todos, que detém todo o poder, que detém toda a sabedoria, e
a quem ninguém pode resistir, porque Ele opera poderosamente nas mentes
e corações dos pecadores produzindo convicção de pecados e
arrependimento.
O poder do evangelho não está em nossa força, em nossa autoconfiança,
em nossa capacidade de argumentação e persuasão, mas no
Espírito Santo que opera poderosamente o evangelho nos corações das
pessoas.
Quando nós obedecemos o mandamento de Cristo de fazer
discípulos, de batizar e ensinar a obediência a Cristo, nós temos conosco a
promessa da presença de Cristo por meio do Espírito Santo que inspirou a
Palavra que pregamos, que mora dentro de nós que pregamos, e que opera
naqueles a quem pregamos de acordo com a Sua soberana vontade. É
simples, ou pelo menos Deus faz parecer simples.
[ILUSTRAÇÃO] Você já deve ter visto pelas redes sociais ou pelo
YouTube vários daqueles vídeos de receitas fáceis de fazer. Você fica
olhando o vídeo da pessoa mostrando os ingredientes todos organizados,
bem cortadinhos, coloridos. Dá até uma paz no coração ver a pessoa
fazendo a receita com tanta calma, com tanta habilidade, sem fazer
bagunça. Você às vezes até dá um sorrisinho de canto de boca de prazer
vendo aquela coisa linda e aparentemente deliciosa sendo montada. E no
final lá está aquele prato bem montado e atraente. E você começa a sentir
agua na boca e vontade de comer.
Então você decide fazer o mesmo prato. Afinal, pareceu tão simples
e tão rápido. Você decide comprar os ingredientes. E já nesse passo você
começa a ver que não é tão simples. Tem sempre uma coisa que você não
acha exatamente igual. Você decide adaptar e se mantem confiante que vai
dar certo. Aí você começa a organizar, a cortar e começa a perceber que a
sua faca não é tão boa como a do vídeo, você não tem a mesma habilidade e
velocidade, de vez em quando você escorrega a faca e espalha os
ingredientes.
O negócio começa a ficar bagunçado e você começa a perder a paz
que você tinha assistindo o vídeo. Você passa pra outra etapa da receita e
percebe que a massa ou a carne não ficam no mesmo ponto. A sua panela
tambem não é tão boa e as coisas começam a grudar. Você já se arrependeu
de ter se metido a MasterChef. No final de tudo, você olha pro seu prato,
olha pra o do vídeo e não consegue reconhecer que é a mesma receita. Tá
gostoso, mas tá feio e sem forma.
O problema é que você não é um MasterChef profissional. Você vai
querer se meter a ser sofisticado e começa a perceber que o negócio é mais
complicado do que o vídeo faz parecer. A diferença é que lá existe um
profissional, um especialista, com todas as ferramentas e ingredientes
apropriados. Um profissional faz as coisas parecerem simples. Nós vamos
tentar fazer e complicamos as coisas.
A salvação é um milagre, é uma obra impossível, que Deus com Seu
poder e Sua sabedoria faz parecer simples. E a nossa parte em apresentar
essa salvação não é tentar impressionar as pessoas, mas apenas apertar o
botão “play”, isto é, colocar a mensagem simples do evangelho diante dos
olhos e ouvidos das pessoas e deixar que Deus, o MasterChef profissional,
trabalhe através do Seu Santo Espírito.
Irmãos, nós não podemos jamais deixar de nos maravilhar quando o
simples evangelho da cruz de Cristo transforma um traficante de drogas em
um servo de Deus; um perseguidor da igreja em um missionário destemido;
um ateu intelectual orgulhoso em um humilde discípulo de Cristo; uma
pessoa com uma vida moral exemplar aos olhos da sociedade em alguém
com uma profunda noção da sua pecaminosidade e necessidade da graça de
Cristo. O evangelho é simples, mas o poder que opera através dele é
tremendo.
[VERSO 5] Paulo encerra essa seção esclarecendo o seu propósito
em adotar essa postura de simplicidade diante dos coríntios. Ele queria
desviar os olhos dos seus ouvintes para longe dele mesmo como pregador
do evangelho e fixá-los em Deus, que opera Seu poder pelo evangelho. Se
Paulo tivesse adotado a postura que as pessoas esperavam de um orador, de
um filósofo, de um debatedor grego, ele poderia servir de tentação para que
as pessoas se apoiassem sobre o fundamento errado das habilidades,
carisma e poder de persuasão do pregador e estaria “anulando a cruz de
Cristo” (1 Coríntios 1:17)
Assim como nos nossos dias, as pessoas em Corinto pareciam ter
um apego a celebridades. As pessoas querem promover e criar as suas
próprias celebridade de estimação, especialmente se for alguém com quem
ela tenha contato próximo, para que elas possam se orgulhar de serem
amigos das celebridades que eles mesmo criaram e ajudaram a promover.
Duas vezes nessa epístola Paulo traz esse assunto à tona para
repreender estes irmãos (2 Coríntios 1:11-13; 3: 4-6), e isso depois de eles já
terem se convertido. Se Paulo tivesse se apresentado com sofisticação de
linguagem, com uma postura de auto-confiança, buscando impressionar as
pessoas, ele teria falhado em sua tarefa de firmar essas pessoas sobre o
único fundamento capaz de sustentá-las no dia do juízo de Deus: o
fundamento de Jesus Cristo.
Não nos enganemos, irmãos, pessoas que são “ganhas” por
sofisticação argumentativa, pessoas que são “ganhas” por afinidade pessoal,
pessoas que são “ganhas” pela gratidão ou desejo por benefícios materiais,
serão perdidas e sairão pelas mesmas portas que entraram. Bastará ouvirem
e ficarem impressionadas com outro argumento mais sofisticado, bastará
uma desilusão em um relacionamento na igreja, bastará a perda dos
benefícios materiais que as atraíram.
Apenas a pregação simples do evangelho, que exalta a sabedoria de
Deus revelada no escândalo da cruz e que exalta o poder de Deus operado
pelo Espírito Santo, poderá firmar as pessoas sobre o alicerce firme que
Cristo e resultará em glória a Deus.
Conclusão
Alguns dos irmãos sabem que uma das minhas grandes inspirações
como pastor, pregador e teólogo é o Pr. John Macarthur. Deus me deu o
privilégio de ser abençoado pelos livros dele, de ser membro da igreja na
qual ele pastoreia há 52 anos, de estudar com ele no seminário que ele
fundou, de ouvir seus conselhos sobre ministério. Ele é um exemplo de
fidelidade a Deus e de longevidade no ministério. Ele é um testemunho do
fato de que Deus honra a pregação fiel da Sua Palavra.
Em 2010 um historiador da igreja chamado Hughes Oliphant Old
publicou o 7º volume de uma série de livro intitulada “A Leitura e a
Pregação das Escrituras na Adoração da Igreja Cristã”. Nesse volume dessa
obra enorme e notável o Dr. Old analisa de forma muito detalhada e
honesta a pregação do Pr. John MacArthur. A conclusão à qual ele chega
depois de sua análise é muito interessante.
“A retórica do MacArthur é terrivelmente ultrapassada. Mas talvez
ele saiba de alguma coisa que o resto de nós não sabe. Por que tantas
pessoas escutam o MacArthur, este produto de todas as escolas erradas?
Como ele consegue lotar uma igreja num domingo de manhã em uma
época em que a assistência nas igrejas tem caído? Eis um pregador que não
tem nada em termos de personalidade cativante, boa aparência, ou encanto.
Eis um pregador que não nos oferece nada em termos apresentação
homilética sofisticada. Ninguém sugeriria que ele é um mestre na arte da
oratória. O que ele parece ter é um testemunho de uma verdadeira
autoridade. Ele reconhece na Escritura a Palavra de Deus. E quando ele
prega é a Escritura que as pessoas ouvem. Não é que as palavras de John
MacArthur sejam tão interessantes, mas é a Palavra de Deus que é de
supremo interesse. É por isso que as pessoas ouvem.”
O que este homem está dizendo sobre o Pr. John MacArthur,
embora pareça rude e insensivelmente sincero, é o que Paulo está dizendo
nesta passagem. A mensagem é simples, é louca e ofensiva, mas o Deus que
opera pela mensagem é sábio e poderoso, e o pregador é completamente
insignificante.