A Igreja e o Reino de Deus

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Reino de Deus (Breve Definição)
Governo de Deus sobre sua criação, como é exercido e estruturado e qual é seu propósito final.
OBS1: Escrever ou falar da Tabela “O REINO DE DEUS NA BÍBLIA” que está no PDF
OBS2: Gênesis 14; onde encontramos Abraão oferecendo o dízimo dos despojos de guerra a Melquisedeque, um misterioso rei que mais tarde recebeu um status semidivino (Sal. 110) e a quem Jesus foi comparado (Heb. 5:6).

Introdução

Alguns identificaram completamente o reino com a igreja, mas embora a igreja esteja certamente incluída e seja representante do reino, a maioria dos teólogos diria que o reino é um conceito mais amplo em seu sentido pleno e final.

Reino de Deus no Antigo Testamento

Em todo o Antigo Testamento, Deus é referido, repetidas vezes, como um rei sobre toda a criação (1 Cr 29:11; Dn 4:32; Sl 103:19).
Foi predito que haveria um dia em que o reinado de Deus seria reconhecido universalmente(Sl 67).
Termos adicionais da realeza podem ser usados para indicar o conceito do reino de Deus. Por exemplo, Salmos 47:2 afirma que Deus leva o título de "rei". Deus reina como rei (por exemplo, Sl 93:1; 96:10), ele governa (por exemplo, Jz 8:23; Sl 22:28), ele se assenta no trono (por exemplo, 1Rs 22:19; Sl 103:19; Ez 1:26–28) e ele sustenta um reino (por exemplo, Sl 45:6; 2Rs 19:15).
A idéia do reino eterno de Deus (Dn 2:44; Sl 145:11–13). Até reis estrangeiros fazem declarações sobre o domínio eterno do Senhor (por exemplo, Dn 6:26).

O Aspecto Histórico do Reino do Senhor

Para os antigos israelitas, o reino do Senhor era real (Is 43:15). Foi experimentado tangivelmente em suas vidas. Essa natureza real e presente do reino de Deus era verdadeira em parte porque os reis israelitas eram a extensão do domínio celestial de Deus. (1 Sm 8:4–7) Reis terrenos sentaram-se no trono de Deus (1Cr 28:5; 29:23). A dinastia davídica estava intimamente associada ao reino eterno de Deus (1Cr 17:11–14; Is 9:6-7)

O Aspecto Futuro do Reino de Deus

Nem todas as nações estavam sujeitas a ele, e mesmo Israel não estava em plena submissão ao reinado de Deus. Essa experiência levou à crença de que o reino universal de Deus aconteceria no futuro.
Daniel tem uma visão do futuro em que “alguém como um filho do homem” exerceria o domínio de uma dinastia eterna (Dn 7:13–14). O povo em um relacionamento pacífico com Deus e entre si, são características deste reino futuro (por exemplo, Zc 9:9–10; Sf 3:14–20).

Reino de Deus no Novo Testamento

Nos Evangelhos

No Evangelho de Mateus, a frase “Reino dos céus” é, com frequência, usada em lugar de “Reino de Deus”. Isso, provavelmente, é devido ao costume dos judeus mais religiosos de evitar falar sobre Deuse, portanto, utilizar a palavra “céus” como forma de falar de Deus sem mencionar seu nome. (Lamento não ter uma exposição sobre isso; um esboço foi criado mas foi longe de aprofundar)
Nos evangelhos boa parte da pregação e ensinamentos de Jesus referem-se ao Reino de Deus.

A Chegada do Reino (O “já” e o “Ainda não”)

João veio primeiramente com sua advertência da proximidade do reino. (Mt 3:2). Depois, Jesus veio anunciando a presençado reino. (Lc 17.21)
Eis que o reino de Deus está entre vós” (Lc 17.21 – arc). O reino de Deus estava no meio deles porque o Rei estava ali.
Jesus disse que seu reino “não é deste mundo”(João 18:36), o que significa que é uma realidade espiritual e não política.
O reino de Deus é uma realidade futura(Mt 25:1–13; Lc 12:35–48; 19:11–27).

Demônios e Autoridade da Igreja

Asexpulsões de demônios de Jesus também estão diretamente ligadas ao reino de Deus. Ao expulsar demônios, ele estava demonstrando o poder e a presença do reino (Mt 12:28; Lc 11:19–20).
Relembrar (Mt 16:18; 1Jo 5:18)

As Parábolas do Reino

Jesus não define o reino de Deus; ele o descreve apenas através de parábolas. Eleensinou frequentemente por meio de parábolas, e o tema primário das parábolas era o reino de Deus.
Muitas das parábolas começaram com “o reino de Deus (ou o reino dos céus) é semelhante a…” (por exemplo, Mt 13:31–32; Mc 4:26–29; 30–32; Lc 13:18–19, 20–21). Até algumas parábolas que não mencionam especificamente o reino de Deus ensinam sobre isso.Por exemplo, a parábola de Mt 25:1–13 ensina sobre o reino de Deus. A parábola que se segue imediatamente (Mt 25:14–30) não menciona o reino, mas tem temas semelhantes à primeira parábola. Também pode ser lido como um ensinamento sobre o reino de Deus.
As parábolas deixam claro que o reino tem um caráter progressivo.O reino começou pequeno, mas com o passar do tempo começou a se expandir e continuará a crescer até que envolva todas as coisas. Jesus disse que o reino é semelhante a uma semente de mostarda, a menor das sementes (Mt 13.31–32; Mc 4.30–32; Lc 13.18–19). Ele também ligou o reino ao fermento, que se espalha pela massa para que esta cresça (Mt 13.33; Lc 13.20–21).
Após descobrir o reino, a pessoa experimenta alegria(Mt 13:44, 45–46).

O “Filho do Homem” e o Reino de Deus

“Filho do homem” indica o papel terreno de Jesus (por exemplo, Lc 19:10) e descreve seu sofrimento e morte (por exemplo, Mc 8:31; 10:45). Este título também transmite seu papel no reino futuro (por exemplo, Mt 16:28; 19:28). Jesus éo representante do governo real de Deus (comparar Dn 7:13–14).
Jesus, o rei, aparece principalmente de forma muito humilde montando um jumento (Mt 21:5-9), ou morrendo na cruz, onde seu reinado foi “oficialmente” proclamado pelas autoridades romanas, provavelmente com pretenso sarcasmo (Lucas 23:38).

Reino de Deus em Atos

Em Atos dos Apóstolos, o Jesus ressurreto continua a ensinar seus discípulos sobre o reino de Deus (At 1:3). Seus discípulos persistem na crença de um reino político ou nacionalista para Israel (At 1:6). Em Atos, o reino de Deus é frequentemente usado como sinônimo de evangelho ou boas novas (At 8:12; 19:8).

Reino de Deus nas Cartas de Paulo

Paulo ensina que o reino tem dimensões presente e futura.
a. O reino é uma bênção presente para aqueles que foram libertados dos poderes das trevas para o reino de Cristo (Rm 14:17; 1Co 4:20; Cl 1:13; Ef 5:5).
b. Aqueles que exibem um estilo de vida virtuoso herdarão o reino (1Co 6:9, 10; 15:50; Gl 5:21; 1Ts 2:12; 2Ts 1:5).

Reino de Deus nas Cartas Gerais

Em Hebreus 12:22–28, o reino inabalável é a Jerusalém celestial — uma cidade ainda por vir.
Em 2Pedro 1:5–11, os cristãos são incentivados a cultivar certas virtudes para que possam entrar no reino eterno do Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Reino de Deus em Apocalipse

O reino de Deus é um tema principal em Apocalipse (Ap 1:6, 9, 5:10; 11:17; 12:10; 19:6; 20:4; 22:5). Sete trombetas anunciam o triunfo final do reino de Deus e Cristo: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11:15).
De particular importância para a natureza do reino é a questão do reinado de mil anos do Messias, conhecido como o “milênio”, que é descrito em Apocalipse 20. Como literalmente isso deve ser interpretado, tem sido uma importante fonte de controvérsia por séculos. (Comparativo resumido está no final do Esboço)

Conclusão

Cristo reina agora como o Cordeiro que é digno de receber o reino de Deus. (Ap 5:11-14) Esse reino começou e está crescendo, mas não será consumado até que Cristo venha no fim da história humana, para subjugar todos os reinos. Naquele tempo, o reino, que agora é invisível, se tornará visível. Mas, embora o reino seja invisível agora, não é irreal. Na consumação, haverá uma renovação completa da ordem criada como a conhecemos, e Cristo estabelecerá seu reino em toda a sua glória para sempre.

APLICAÇÕES

Jesus deu a missão fundamental da igreja. A Igreja deve fazer que a realidade doreino de Deus seja visível, através da vida e testemunho de cristãos fiéis.
Na Oração do Pai Nosso (Mt 6.9–13). “Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (v. 10). Jesus estabeleceu uma prioridade para o povo de Deus orar pela vinda do reino. (Ver também “Buscai… em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” [Mt 6.33] )
Contar a história dos Morávios (Salvo no WhatsApp) (Alerta sobre “secular” e “sagrado”)
Compartilhar o louvor “Fernanda Brum - Que o Cordeiro Receba.” (Salvo no YouTube) (Alerta sobre “secular” e “sagrado”)
Não há divórcio entre os âmbitos “secular” e “sagrado”.Conseqüentemente, os cristãos exercitam sua dupla cidadania por meio de sua participação responsável em ambos, na igreja e no mundo.

Extra 1 - O REINO DE DEUS (Resumo)

Nos tempos do Antigo Testamento, Deus declarou que estabeleceriaseu reino (seu governo ou reinado sobre as vidas e circunstâncias das pessoas) por meio de seu rei escolhido (o Messias davídico, Is 9.6, 7), numa idade de ouro e de bênçãos. Esse reino veio com Jesus, o Messias, como uma realidade relacional universal, existindo onde quer que o senhorio de Jesus seja reconhecido com arrependimento, fé e nova obediência. Jesus, o soberano designado, ungido pelo Espírito e cheio do Espírito (Lc 3.21, 22; 4.1, 14, 18–21, 32–36, 41), morreu, ressuscitou, ascendeu e está agora entronizado no céu como governador sobre todas as coisas (Mt 28.18; Cl 1.13), Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 17.14; 19.16). A idade de ouro das bênçãos é uma era de benefício espiritual (salvação do pecado e comunhão com Deus), que conduz a um estado futuro de pura alegria num universo reconstruído. O reino é presente em seus primórdios, embora seja futuro em sua plenitude; num sentido, ele já está aqui, mas, no sentido mais rico, ele está ainda por vir (Lc 11.20; 16.16; 17.21; 22.16, 18, 29, 30).

Extra 2 - O MILÊNIO (Apocalipse 20)

Oconceito de milênio é um aspecto altamente debatido da escatologia por causa da natureza da literatura escatológica. A primeira referência ao milênio, um período que se estende por mil anos, ocorre em Apocalipse 20, sendo mencionada com respeito ao aprisionamento de Satanás:
Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo.
Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos.
Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar (Ap 20.1–8).
INTERPRETANDO A LITERATURA ESCATOLÓGICA
Quando consideram o milênio, os teólogos se interessam por sua natureza e seu relacionamento cronológicocom a consumação do reino de Deus. A maneira como esses interesses são respondidos determina se um teólogo sustenta o pré-milenismo, o amilenismo, o pós-milenismo ou outro ponto de vista sobre os fins dos tempos.Os prefixos nas designações desses pontos de vista refletem o que seus adeptos creem em termos de quando ocorrerá o milênio.
Apocalipse 20 é o único lugar na Escritura em que o milênio é mencionado.O fato de que é uma menção solitária não diminui a sua importância, mas o que a torna problemática é que ela ocorre num livro da Bíblia que é altamente simbólico.Literatura deste gênero precisa de regras de interpretação que diferem das regras que usamos para interpretar outros tipos de literatura.
O princípio básico de interpretação bíblica estabelecido pelos reformadores foi a interpretação literal, sensus literaris, o qual significa que intérpretes responsáveis da Escritura sempre interpretam a Bíblia no sentido em que ela foi escrita. A literatura poética deve ser interpretada como poesia, literatura didática deve ser interpretada como didática, e assim por diante. Um verbo permanece um verbo, um substantivo permanece um substantivo, uma comparação é uma comparação, e uma metáfora é uma metáfora.
Por outro lado, o estilo de interpretação chamado “literalismo” envolve aplicar uma interpretação fixa, que não funciona bem com a literatura poética. Por exemplo, quando o salmista diz que os rios batem palmas (98.8), não entendemos isso no sentido de que, de algum modo, os rios estendem as mãos e começam a bater palmas. Não interpretamos figuras poéticas de maneira amplamente literalista.
No que diz respeito à interpretação de literatura profética, a questão é se a linguagem é figurada ou prosa comum, e há ampla discordância sobre isso.Alguns creem que, para sermos fiéis à Bíblia, devemos interpretar de maneira literal as profecias para o futuro. Mas isso pode nos fazer andar em círculos.
POSIÇÕES SOBRE O MILÊNIO
Vejamos brevemente as principais características da várias posições sobre o milênio.
PRÉ-MILENISMO
O pré-milenismo ensina que, antes do retorno de Cristo, haverá um reino literal terreno de mil anos. Aqui, o prefixo preindica a convicção de que Cristo retornará antes de o milênio ser estabelecido. Há duas formas populares de pré-milenismo hoje: pré-milenismo dispensacionalista e pré-milenismo histórico.
A teologia dispensacionalista é um sistema completo de doutrina. É mais notada por seu esquema específico de entender profecias da Bíblia. Os pré-milenistas dispensacionalistasacreditam que as profecias do reino dadas a Israel no Antigo Testamento serão cumpridas literalmente no estado judaico contemporâneo. Eles esperam por uma reconstrução literal do templo e uma reinstituição do sistema de sacrifícios.
Fundamental à posição escatológica dos dispensacionalistas é a crença de que Deus tem dois planos de redenção separados, um para Israel e outro para a igreja.O dispensacionalismo pré-milenista tradicional ensina que Cristo ofereceu aos judeus o reino de Davi, mas os judeus o rejeitaram. Por isso, a vinda do reino de Davi, um reino judaico, foi postergada até algum tempo futuro. Eles também acreditam que a igreja, como a conhecemos, existe na “época da igreja”, um dos sete grandes períodos ou dispensações da história bíblica. A época da igreja é um parêntese entre o advento de Cristo e a vinda futura do reino. Os pré-milenistas dispensacionalistas acreditam que a igreja perderá sua influência no mundo e se tornará apóstata, à medida que se aproxima do final da época da igreja e só será restaurada depois do retorno de Cristo. Por fim, Cristo retornará para arrebatar seus santos antes da grande tribulação.
Este retorno de Cristo para arrebatar seus santos é visto como a primeira de suas duas vindas.Na sua primeira vinda, ele transportará seu povo para as nuvens, pelo que os livrará do sofrimento e da perseguição da tribulação. Depois, Cristo virá novamente para estabelecer seu reino.Ele administrará um reino judaico político, e esse reino durará por exatamente mil anos.Durante esse tempo, Satanás será preso, o templo será reconstruído, e o sistema de sacrifícios do Antigo Testamento será reinstituído. Perto do final do milênio, Satanás será solto, e Cristo e seus seguidores serão atacados em Jerusalém. Nesta altura, Cristo exercerá julgamento do céu, e seus inimigos serão destruídos; acontecerá o julgamento dos ímpios, e a ordem eterna final será iniciada.
Esta versão de pré-milenismo dispensacionalista, na qual a igreja é arrebatada antes da tribulação, é muito popular entre os evangélicos. Há outras versões que colocam o arrebatamento em outros tempos relacionados à tribulação, enquanto mantêm o restante do sistema como essencialmente o mesmo. No entanto, embora o arrebatamento antes da tribulação seja popular porque oferece aos cristãos esperança de evitarem a grande tribulação no fim da era, não acho na Escritura a menor evidência que o apoie.
O pré-milenismo histórico é um pouco diferente. Ensina que a igreja é a fase inicial do reino de Cristo, conforme profetizado pelos profetas do Antigo Testamento. A igreja tem vitórias ocasionais na história, mas, no final, falhará em sua missão. Perderá sua influência e se tornará corrupta, enquanto a impiedade mundial cresce à medida que se aproxima do final da era da igreja. A igreja passará por um tempo mundial de aflição conhecido como “a grande tribulação”, e isso marcará o fim da história como a conhecemos. No final da tribulação, Cristo retornará para arrebatar sua igreja, ressuscitar os santos e realizar o julgamento dos justos, tudo num piscar de olhos. Depois, Cristo descerá à terra com seus santos glorificados, travará a batalha de Armagedom, prenderá Satanás e estabelecerá um reino político de alcance mundial, em que Cristo reinará de Jerusalém por mil anos. No fim do milênio, Satanás será solto, e uma rebelião massiva contra o reino de Cristo acontecerá. Por fim, Deus intervirá com julgamento severo para livrar Jesus e os santos, e isso será seguido pela ressurreição e julgamento dos ímpios.
O AMILENISMO
A posição amilenista, que sustenta alguns pontos em comum com ambas as posições pré-milenistas, acredita que a era da igreja é a era do reino profetizado no Antigo Testamento. A igreja do Novo Testamento se tornou o Israel de Deus. Os amilenistas creem que o aprisionamento de Satanás aconteceu durante o ministério terreno de Jesus; Satanás foi restringido, enquanto o evangelho era pregado ao mundo; e esta restrição continua até hoje. Visto que Cristo reina presentemente no coração dos crentes, a igreja tem certa influência na cultura em que vive, mas não transformará a cultura. À medida que nos aproximamos do fim, o mal crescerá rapidamente, resultando na grande tribulação e num anticristo pessoal. Cristo retornará para findar a história, ressuscitará e julgará todos os homens e estabelecerá a ordem eterna. Na eternidade, os redimidos podem estar no céu ou numa terra completamente renovada.
O PÓS-MILENISMO
O pós-milenismo tem características distintivas. Primeira, sustenta que o reino messiânico de Cristo foi fundado na terra durante seu ministério terreno – a igreja é Israel. Segunda, o reino é essencialmente redentor e espiritual, em vez de político e físico. Terceira, o reino exercerá uma influência transformadora na história, uma crença que alguns têm qualificado como a característica mais distintiva da escatologia pós-milenista. É otimista quanto ao fato de que, com o passar do tempo, a igreja exercerá uma influência positiva e redentora na cultura e no mundo. Apesar de tempo de fraqueza e corrupção, a igreja triunfará finalmente sobre a impiedade deste mundo, e o reino se expandirá gradualmente na terra. Isto será realizado com o poder real de Cristo, mas sem a sua presença física na terra. Por fim, os pós-milenistas acreditam que a Grande Comissão será realizada com sucesso. O que distingue os pós-milenistas dos amilenistas e dos pré-milenistas é a crença de que a Escritura ensina o sucesso da Grande Comissão na era da igreja.
Há diferenças entre os pós-milenistas, assim como há diferenças entre os defensores das outras posições. Há também um debate sobre um ponto de vista conhecido como preterismo, que ocorre nas formas de preterismo pleno e preterismo parcial.
PRETERISMO
O preterismo parcial afirma que muitas das profecias do futuro se cumpriram no século I – principalmente os eventos relacionados à destruição de Jerusalém em 70 AD. A maioria dos preteristas parciais dizem que os primeiros vinte capítulos de Apocalipse já aconteceram, enquanto os dois últimos capítulos ainda têm de ser cumpridos. Preteristas parciais tendem a ser pós-milenistas em sua maneira de pensar, sustentando que o milênio (não mil anos literais) começou com o primeiro advento de Cristo.
Por outro lado, o preterismo pleno ensina que todas as profecias referentes à vinda de Cristo – incluindo o milênio e o julgamento final – se cumpriram no século I. O preterismo pleno é considerado herege, visto que nega uma verdade essencial da Escritura: o retorno do Rei.
Independentemente da posição escatológica que sustentemos, devemos sustentá-la com humildade, porque não sabemos o futuro. Podemos todos olhar para trás, mas não sabemos a agenda de Deus para o que está por vir.Devemos ser humildes e reconhecer que nosso ponto de vista escatológico pode não ser exato. Ao mesmo tempo, muito do ensino doutrinário do Novo Testamento está relacionado a coisas futuras. Por isso, o modo como entendemos as promessas de Deus sobre o futuro tem um impacto dramático em nossa confiança pessoal e nosso envolvimento na missão que Cristo deu à igreja.
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