Caminho Exclusivo
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Tiago 4.4–6 “Gente infiel! Vocês não sabem que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo se torna inimigo de Deus. Ou vocês pensam que é em vão que a Escritura diz: “É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?” Mas ele nos dá cada vez mais graça. Por isso diz: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”
EXÓRDIO:: Há muita gente que tem uma característica de ser muito indecisa em tudo. Desde escolher um lanche no cardápio até resolver qual carreira seguir, há pessoas que sofrem muito por não conseguir ter uma certeza, e queremos na realidade um pouco de cada coisa.
Eu mesmo uma vez fiquei tanto tempo indeciso no que assistir no catálogo da Netflix que, quando decidi, já não dava mais tempo.
Por vezes ficamos meio que numa encruzilhada, sem saber para que caminho devemos prosseguir. Faz parte.
NARRATIVA: Entretanto, Tiago no nosso texto nos dá um ultimato, enquanto cristãos, de que há situações em que não podemos cogitar algum arranjo ou ter alguma indecisão. Há coisas em que são necessárias decisões firmes e radicais para que possamos alcançar aquilo que realmente agrada a Deus.
Em nossa última mensagem, nos três primeiros versículos, vimos que Tiago exorta aqueles irmãos pela causa da motivação de sua espiritualidade. Tiago disse que eles pediam mas nada tinham porque pediam mal, para satisfazer de forma egoísta seus desejos. Dess forma, Tiago mostra a eles que não basta apenas ter uma vida de rotina religiosa, era necessário que a religião deles ttivesse as motivações corretas.
Aqui, seguindo esse fluxo de pensamento, Tiago mostra que, por causa dessa motivação, era preciso ser convicto das direções a se seguirem. Segundo a mensagem do texto, na vida do fiel, não há espaços para arranjos, indecisões ou conjugações de partes de fontes diferentes. Em outras palavras, ou se está com Deus, caminhando por meio da direção de sua Palavra ou se está no mundo, caminhando pelo fluxo natural das coisas.
Tiago (O que o Amor ao Mundo Provoca (4.4–5))
O que o amor ao mundo provoca (Tiago 4.4)
“Gente infiel! Vocês não sabem que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo se torna inimigo de Deus”
Tiago passa a censurar fortemente aqueles que estavam dispostos a qualquer coisa para obter a satisfação dos seus desejos carnais “(menos pedir a Deus aquilo que era correto e da forma correta: 4.2b–3).” “Eu conecto este versículo ao anterior. Tiago os chama de adúlteros porque eles se corromperam com as vaidades deste mundo” (J. Calvino).
A linguagem de Tiago aqui é similar à dos profetas do Antigo Testamento, que frequentemente usavam o casamento e o adultério para se referir figuradamente à relação entre Deus e seu povo. Oseias, por exemplo, emprega fortemente essa linguagem:
Disse-me o SENHOR: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos de passas (Os 3.1).
Todos eles são adúlteros… (Os 7.4).
O termo “infiéis” aqui, portanto, refere-se à quebra dos votos e compromissos assumidos por ocasião da conversão e do batismo, em que os cristãos haviam jurado que seriam de Deus e que o serviriam. O adultério espiritual deles se constituía no fato de que, sendo cristãos e pertencendo a Deus pela aliança, estavam amando exatamente aquele que é o inimigo de Deus: não compreendeis que a amizade ao mundo é inimiga de Deus? A “amizade do mundo” significa “amizade ao mundo” ou “amizade com o mundo” (NVI). Tiago vê na atitude daqueles cristãos uma posição radicalmente mundana, isto é, eles seguem os valores e as atitudes da humanidade que não tem Deus. O amor à primazia, ao poder, à honra e à popularidade é o amor ao mundo. Ao buscar de forma carnal e pecaminosa a liderança das comunidades, aqueles cristãos estavam sendo mundanos (4.1–3).
Tiago os questiona a esse respeito: “vocês não sabem?”. A pergunta é retórica. Tiago sabe a resposta. Cegados pela sede de primazia, não percebiam que aquelas disputas internas os colocavam, na verdade, numa relação de inimizade com Deus. De bem com o mundo, mas de mal com Deus. Essa inimizade é tão antiga quanto o jardim do Éden: “porei inimizade entre a tua descendência e o seu descendente …” (Gn 3.15). É como se Tiago estivesse dizendo: “Vocês são como uma esposa infiel, que ama o inimigo do marido”.
Tiago agora os confronta com as consequências da escolha deles: aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Aqui não há exceção. O ponto implícito de Tiago é que o mundo e Deus são duas realidades opostas e inconciliáveis. Não podemos estar de bem com ambos os lados. E, como não há neutralidade alguma neste mundo, somos amigos de um e inimigo do outro. Não há neutralidade, pois o mundo está no maligno (Jo 12.31; 1Jo 5.19). Constituir-se voluntariamente inimigo de Deus é uma posição extremamente arriscada. As Escrituras nos advertem quanto ao que Deus fará no juízo aos que se constituírem seus inimigos: “tu destróis todos os que são infiéis para contigo” (Sl 73.27; 21.8; Lc 19.27; cf. Hb 10.31). Há várias entidades e coisas que a Bíblia declara que são inimigas de Deus: o diabo (Mt 13.24–30), a carne (Rm 8.7), os pecadores impenitentes (Rm 5.10) e a morte (1Co 15.26). É trágico quando crentes passam a fazer parte dessa lista por causa de suas atitudes mundanas!
Ser amigo do mundo é uma decisão pessoal: “aquele, pois que quiser…”. Mais uma vez nos lembramos do ponto de Tiago em 1.13–15: o pecado tem origem no coração depravado do homem. Seus leitores tinham de encarar as consequências da decisão deles, que era “constituir-se inimigos de Deus”. Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8.31). Mas, se Deus for contra nós, quem poderá ser por nós? Como se já não bastasse a inimizade dos contemporâneos judeus e romanos que os afligiam e assediavam, eles agora também tinham o próprio Deus como inimigo! O apóstolo João coloca esse ponto de forma muito similar: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo” (1Jo 2.15–16). À semelhança de Tiago, João entende que o amor ao mundo não se constitui, basicamente, no materialismo, mas em atitudes tais como impureza sexual, cobiça e arrogância – provavelmente as mesmas coisas que Tiago está combatendo em seus leitores. E, à semelhança de Tiago, João considera tais atitudes hostis a Deus.
Tiago 4.5 “Ou vocês pensam que é em vão que a Escritura diz: “É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?”
Se alguém é amigo do mundo e ainda pensa que também é amigo de Deus, não leva a sério o ensinamento da Escritura sobre esse assunto. A palavra “ciúme” se refere, muito provavelmente, ao que o Espírito de Deus sente por nós
A ênfase aqui, segundo Grant Osborne, está em nosso relacionamento com Deus e assim Deus seria um sujeito natural da passagem. Além disso, há muita coisa nas Escrituras sobre o ciúme de Deus por seu povo. Êxodo 20.5 diz: “Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso” (também Ex 34.14; Dt 4.24; Js 24.19–20; Is 26.11; Ez 16.42; Ne 1.2; Zc 8.2). “O espírito que ele fez habitar em nós”, por sua vez, refere-se à criação da humanidade à imagem de Deus e ao fato de terem o “espírito” ou fôlego de vida dado na criação.
Por isso, visto que Deus nos ama como sua noiva, ele tem ciúmes de nós quando nos desviamos em erro na direção de ídolos, sejam tangíveis ou o próprio mundo em si. Isto resulta em duas coisas: sua ira e seu desejo de nos levar ao arrependimento e nos perdoar. Este é o significado de “ele nos concede graça maior”, no versículo 6.
O espírito humano, após a entrada do pecado, “está cheio de desejos violentos” (BLH), que Tiago já descreveu no versículo inicial desse capítulo como “os prazeres que militam na vossa carne” (Tiago 4.1 “De onde procedem as guerras e brigas que há entre vocês? De onde, senão dos prazeres que estão em conflito dentro de vocês?”
CONCLUSÃO: Diante do ultimato que se coloca diante do povo de Deus por meio de Tiago, somos remetidos à mesma formulação que proferiu Josué 24.15 “Mas, se vocês não quiserem servir o Senhor, escolham hoje a quem vão servir: se os deuses a quem os pais de vocês serviram do outro lado do Eufrates ou os deuses dos amorreus em cuja terra vocês estão morando. Eu e a minha casa serviremos o Senhor.”
Não há meio termo, não há terceira via. Como disse o Senhor em Mateus 12.30 “— Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.”
Não há como dizer que se caminha com Cristo com o coração nas cebolas do Egito. Onde está o seu coração? Deus requer de nós exclusividade. Deus requer de nós uma entrega radical, afinal, foi ele mesmo quem disse em João 14.6 “Jesus respondeu: — Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”
Vamos orar?
DESENHO: QUAIS COISAS VOCÊ NÃO DEVE FAZER PARA NÃO DESAGRADAR A DEUS?
As respostas variam, claro. Entretanto, meus irmãos, vimos que pequenas permissões ou relativizações de nossa parte, podem nos colocar na posição de amigos do mundo e inimigos de Deus. Que possamos ser firmes e constantes tendo a Santa Palavra como “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, é luz para os meus caminhos.”