IPA | 90 anos (2)
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IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ
PLANEJAMENTO PASTORAL – SERMÕES TEMÁTICOS
FEVEREIRO/2024
Rev. Mateus Lages
PROPÓSITO TEMÁTICO: Em 2024 nossa Igreja completa 90 anos de organização. Pensando e orando sobre essa data histórica, bem como, sobre tantos homens e mulheres usados por Deus para escrever essa história, teremos um ano memorável para juntos agradecer. Além disso, à luz do que aprendemos nos últimos anos, reconheceremos que Deus age sempre a partir daqueles que se dispõe. Assim ocorreu em nossa história, pois incontáveis foram as vidas encontradas por Jesus a partir da nossa Igreja. Diante disso, aprenderemos biblicamente sobre como Deus participa da história da nossa vida, mas, especialmente, por sua graça, nos torna participantes da história da redenção, que ele escreveu desde antes da fundação do mundo para Sua glória.
Como fonte criativa, usarei o livro Deus nas histórias da Bíblia, de Philip Graham Ryken, publicado pela nossa Editora em 2022.
DEUS É COM SEU POVO - Como Deus intervém na história: Moisés no monte do SENHOR (Êx 24.15-18)
DEUS É COM SEU POVO - Como Deus intervém na história: Moisés no monte do SENHOR (Êx 24.15-18)
Introdução
Introdução
Irmãos, o que pesa quando vocês estão prestes a decidir por algo? Naquele momento crucial, em que você precisa tomar uma decisão, o que pesa em seu coração? A consideração que temos pelas pessoas pesa. O medo de perder um vínculo com alguém pesa. O temor de ficar desempregado pesa. O temor de ser pêgo em flagrante pesa. Enfim, quando usamos esse termo, sobre o que pesa, entendemos que significa o que nos paralisa, mas também o que nos move.
Pois bem, outra pergunta: quanto Deus pesa?
No livro “Deus no redemoinho”, publicado pela nossa Editora, David Wells comenta que “Umas das características da nossa época é que Deus não tem mais peso. Ele perdeu sua importância para a vida humana. Aqueles que confirmam as opiniões de suas crenças na existência de Deus podem, no entanto, considerá-lo menos interessante do que a televisão; seus mandamentos, menos mandatários do que seus apetites por riqueza e influência; seu julgamento não é mais inspirador do que as notícias da noite; e sua verdade é menos convincente do que a doce neblina de bajulação e mentiras dos anunciamentos. isso é ausência de peso”.
Com isso, queremos dizer, irmãos, que é a ausência do peso de Deus, mais do que qualquer outra coisa, que explica as falhas da Igreja evangélica brasileira. As suas falhas.
Constantemente citamos o fato de que no Brasil o número de evangélicos quintuplicou em 20 anos. Mas o amor fraternal, a doação pelo bem comum, o testemunho de fé e a teologia bíblica continuam tímidos. O que faz com que atestemos que fomos transformados em filhos de um Deus sem peso.
Para pensarmos sobre isso, notemos que o termo traduzido por “glória” (KAVOD) no texto que lemos vem da palavra pesado. Ao tratar do físico do sacerdote Eli, em 1Samuel 4.18 “Quando ele fez menção da arca de Deus, Eli caiu da cadeira para trás, junto ao portão da cidade, quebrou o pescoço e morreu. Ele era um homem velho e pesado”. O termo aqui é KAVOD. Contudo, ao dizer que Abraão era pesado, em Gênesis 13.2 “Abrão era muito rico; possuía gado, prata e ouro.” o termo KAVOD trata, figuradamente, de riqueza, no sentido de muitas posses.
Portanto, peso físico, mas também honra, poder e reconhecimento, são descritos pelo termo KAVOD.
Contudo, o mais pesado de todos é nosso Deus Todo-Poderoso. Ninguém é mais relevante do que ele, nem tem maior influência, nem posição ou mais alta reputação do que o SENHOR. Não importa quão desprovido de peso ele possa parecer na Igreja brasileira ou na sua vida, Deus é glorioso!
Deus é glorioso naquilo que faz. Ele é o Criador e sustentador de todas as coisas, de modo que sua assinatura esteja visível a todos: Salmo 19.1 “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.” Trazendo tudo à existência, Deus também é glorioso naquilo que faz por meio da obra Redentora. Deus traz glória para si quando salva o seu povo.
Em Êxodo, Deus está salvando o seu povo. Quando os filhos de Israel foram escravizados no Egito, Deus os libertou por meio de grandes manifestações de poder. Mas antes, explicou a Moisés como iria fazer isso: Êxodo 14.4 “Eu vou endurecer o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército. E os egípcios saberão que eu sou o Senhor. Eles assim o fizeram.”
Sabemos que Deus faz obras gloriosas, porque é um Deus glorioso por ser quem ele é. Mesmo que nunca tivesse feito nada ou salvado ninguém, ele ainda seria glorioso em seu ser. É da natureza de Deus ser pesado, ou, glorioso. Mas nós, jamais saberíamos disso se ele nunca tivesse manifestado sua glória de modo pessoal a nós. Em sua grandiosidade, beleza e majestade, Deus revela porções da sua glória.
Durante o deserto, depois da saída do Egito, Deus guiava o seu povo por meio de uma coluna de fogo durante a noite e uma nuvem durante o dia. A Bíblia chama essas manifestações de glória do SENHOR: Êxodo 13.21 “O Senhor ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os iluminar, a fim de que caminhassem de dia e de noite.”, posteriormente, por essa figura, a nuvem, manifesta-se a glória do SENHOR: Êxodo 16.10 “Enquanto Arão falava a toda a congregação dos filhos de Israel, olharam para o deserto, e eis que a glória do Senhor apareceu na nuvem.”
Essa nuvem, algumas vezes traduzida por fumaça, é chamada na Escritura de SHEKINAH, como no caso do relato do profeta Ezequiel: Ezequiel 10.4 “Então a glória do Senhor se levantou de sobre o querubim e foi para a entrada do templo. O templo se encheu da nuvem, e o átrio ficou cheio do brilho da glória do Senhor.”
A partir dessa introdução, vamos ao tema:
Moisés no monte do SENHOR (Êx 24.15-18)
Moisés no monte do SENHOR (Êx 24.15-18)
Neste texto, notamos a glória de Deus na face de Moisés. Ao chamar Moisés para subir ao monte Sinai, Deus demonstra o desejo de revelar suas normas para o comportamento humano, especialmente por meio do Decálogo, ou Dez Mandamentos. Mas, irmãos, quando Moisés descesse da montanha e começoasse a dizer ao povo o que fazer, como eles saberiam que ele não estava criando aquelas normas por si mesmo? Como saberiam que deveriam corresponder àquelas ordens? Para que o povo tivesse uma manifestação visível da sua grandeza, Deus desceu na montanha numa brilhante nuvem de sua glória: Êxodo 24.17 “o aspecto da glória do Senhor era como um fogo consumidor no alto do monte.”
A partir disso, a glória de Deus permaneceu refletida na face de Moisés. Esse era o brilho remanescente de sua experiência no alto do monte Sinai. Um mínimo resplendor da glória de Deus irradiou para a face de Moisés de modo que fez seu rosto brilhar.
Sobre isso, comenta Philip Ryken: As pessoas olharam para Moisés e ficaram amedrontadas. Por isso, aprendemos que mesmo quando estiver somente refletida na face de um ser humano, a glória de Deus exige medo e adoração.
A face de Moisés ensina duas coisas sobre a glória de Deus. Primeiro, ela mostra que os seres humanos são capazes de refletir a glória de Deus. Você crê nisso? Crê que em sua vida você é capaz de refletir a glória de Deus?
Somente Deus é todo-glorioso em si mesmo. Nós, porém, somos feitos para refletir a luz de sua glória. A aparência que Moisés tinha quando desceu do monte do SENHOR é a que todos os seres humanos deveriam ter o tempo todo. Lembre-se: Deus nos fez um pouco menores do que os seres celestiais, coroados de glória e honra (Sl 8.5). A questão não é figurada, pois, criados à imagem de Deus, temos a capacidade de brilhar com a glória de Deus, como Moisés. Você deseja isso em sua vida? Deseja que em sua face seja manifesta a glória de Deus? Busque a presença do SENHOR, obedeça seus mandamentos e disponha-se para servi-lo.
Segundo, a face de Moisés mostra, por comparação, como Deus deve ser glorioso. Tudo o que Arão enxergou foi o reflexo posterior da glória de Deus na face do seu irmão, no entanto, o que viu era tão estraordinário que teve receio de olhar: Êxodo 34.30 “Quando Arão e todos os filhos de Israel olharam para Moisés, eis que a pele do seu rosto resplandecia; e ficaram com medo de chegar perto dele.”
Medo e adoração, irmãos. O reflexo da glória de Deus era muito para que qualquer pessoa pudesse suportar. Se você deseja isso para sua vida, lembre-se do medo e da adoração. Tema ao SENHOR. Adore ao SENHOR. Seja um luzeiro neste mundo.
CONCLUSÃO/APLICAÇÃO
Concluindo, irmãos, aprendemos hoje que Deus é com seu povo - Como Deus intervém na história por meio de Êx 24.15-18 que nos ensina sobre Moisés no monte do SENHOR.
Como em cada sermão cristão, não encerramos centralizando um personagem bíblico, mas Cristo. A glória de Deus na face de Cristo é o que deve chamar nossa atenção por meio desse acontecimento na vida de Moisés, mas que apontava para Cristo. Todos os atributos de Deus estão revelados na pessoa de Jesus Cristo, o Deus-homem: Hebreus 1.3 “O Filho, que é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu Ser,”. O Filho tem o mesmo peso infinito do seu Pai.
Seu nascimento, vida e morte foram comuns, enquanto nada de comum ocorreu em seu nascimento, vida e morte, porque a glória da sua natureza divina fez com que o anúncio do seu nascimento fosse glorioso, mas também que anjos cantassem: Lucas 2.14 “Glória a Deus nas maiores alturas,.” Em sua vida comum, Jesus operou milagres por causa da sua natureza divina: transformou água em vinho, curou enfermos e ressuscitou mortos, para que ao fim de todas as coisas pudesse dizer a seu Pai: João 17.4 “Eu te glorifiquei na terra, realizando a obra que me deste para fazer.”
Por fim, em sua morte, não havia nada de glorioso. Contudo, como comenta Phili Ryken, ao morrer amaldiçoado na cruz, sua morte se tornou peso de glória para nós. Em sua morte humilhante, sofrida, sangrenta e agoniosa, Jesus levou sobre si a punição de Deus pelos nossos pecados, fazendo isso de maneira que seja digno de receber os direitos exclusivos da glória pela nossa salvação: Apocalipse 5.12 “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor.”
Sabemos que Jesus não foi derrotado pela morte, mas triunfou sobre ela, de modo que por ter ressuscitado dos mortos, no fim dos tempos voltará glorioso: Mateus 24.30 “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem. Todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.”
A partir disso, irmãos, cabe a nós glorificar o SENHOR Jesus Cristo em todo tempo e em todo lugar. Então: glorifique na Igreja, por meio da adoração comunitária. Glorifique por suas boas obras e por meio das suas palavras para que outras pessoas O conheçam. Glorifique contribuindo com a obra missionária, participando das atividades da Igreja, fortalecendo a sua fé ao frequentar a reunião de oração e o estudo bíblico. E, por fim, glorifique a Deus no seu descanso. Escolha bem as músicas que ouvirá, os lugares que frequentará e o que assistirá no celular, no entendimento de que em todos os seus dias Deus se manifesta por sua presença espiritual conosco.
Que Ele receba toda a glória por meio de cada pensamento, sentimento e comportamento de nós, os seus filhos: Romanos 11.36 “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre. Amém!”
SANTA CEIA (1Co 11.23-26)
SANTA CEIA (1Co 11.23-26)
Pense nisso: Se você glorificar a Cristo hoje, um dia ele o glorificará. Como Moisés ficou resplandecendo a glória de Deus, assim você e todo filho de Deus também ficará: Colossenses 3.4 “Quando Cristo, que é a vida de vocês, se manifestar, então vocês também serão manifestados com ele, em glória.” Por meio dessa manifestação receberemos eterno peso de glória: 2Coríntios 4.17 “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória, acima de toda comparação,”. Deus seja louvado!
ORAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO