12 O RACIONALISMO CRISTÃO

Apologética: Seitas e Heresias  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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12 O Racionalismo Cristão
O Racionalismo Cristão é um movimento religioso de feições nitidamente sincretistas. Quanto à sua concepção, diz-se filosófico-cristão. Quanto às suas crenças, é uma mistura de espiri­tismo, humanismo e panteísmo. E, acima de tudo, hostil ao Cristi­anismo e à Bíblia.
I. O QUE É O RACIONALISMO CRISTÃO
Segundo o panfleto O Que E o Racionalismo Cristão, distri­buído pela sede da entidade na cidade do Rio de Janeiro, "o Racionalismo Cristão trata do espiritualismo racional e científico e explica os porquês da vida, dentro da razão, da ciência, da filo­sofia e do bom senso. É a própria doutrina explanada por Cristo (daí o motivo de chamar-se Racionalismo Cristão)."
1.1. Origem do Racionalismo Cristão
Crendo que essa concepção do homem, da vida e do Univer­so, é tão antiga quanto a própria existência da humanidade, os historiadores do Racionalismo Cristão dizem que este foi "re-implantado" na Terra em 1910, pelo brasileiro Luiz de Mattos, na cidade de Santos, Estado de São Paulo.
Com sede na cidade do Rio de Janeiro, o movimento possui templos e adeptos em outros grandes centros, como São Paulo e Campinas. Suas sessões públicas acontecem nas segundas, quar­tas e sextas-feiras, geralmente das 20 às 21 horas. Além das ses­sões normais noturnas, os templos racionalistas estão abertos de segunda a sexta-feira, inclusive feriados, para prestar orientação e esclarecimento doutrinário a quem interessar.
1.2. A Que se Propõe o Racionalismo Cristão
A doutrina dita racionalista cristã alega ter como proposta e finalidade a espiritualização e a humanização dos povos, esclare­cendo o ser humano sobre a vida fora da matéria e sobre sua com­posição astral e física, ou seja, como força e matéria (espírito e corpo).
A oposição do Racionalismo Cristão ao Cristianismo, e a qual­quer outro sistema religioso organizado, é demonstrada no seguinte trecho extraído do folheto O Que E o Racionalismo Cristão:
"Vale salientar aqui alguns pontos fundamentais que distin­guem e diferenciam o Racionalismo Cristão das seitas e religi­ões, bem como das demais correntes espiritualistas e do próprio espiritismo. O principal deles, isto é, a sua concepção (nova para a maioria da humanidade) da composição do Universo e do homem, logo chama a atenção do observador e estudioso da doutrina. As­sim, Força e Matéria são os dois únicos princípios fundamentais de que se compõe o Universo. A Força é o agente ativo, inteligen­te, transformador; a Matéria é o elemento passivo, inerte, plasmável, o qual é utilizado pela Força como condição ou meio para a sua evolução. Tudo no Universo está indissoluvelmente ligado à ação da Força sobre a Matéria, sendo esta ação permanente a própria definição da vida. A compreensão de Força e Matéria situa-se, pois, dentro da lógica dos fenômenos psíquicos divulgados pelo Racionalismo Cristão. E nestes dois princípios se resume e se explica toda a ciência, que é o conhecimento da Verdade."
O Racionalismo Cristão é a complicação e confusão do ho­mem contrapondo-se à simplicidade da mensagem de Cristo e da Bíblia!
1.3. A Doutrina Racionalista
A doutrina racionalista, dita cristã, se diz apenas uma filosofia de cunho exclusivamente espiritualista, sem nenhuma conotação de caráter religioso, místico e sobrenatural. Nega a existência de mistérios, a validade dos dogmas e a possibilidade da ocorrência de milagres, pois, segundo crêem os racionalistas, tudo no Univer­so, tudo na vida, tem explicação racional e científica. Tanto os fenômenos que obedecem às leis do plano físico, como os que obedecem às leis do plano psíquico, espiritual, e invisível, são exteriorizações da Força e se enquadram, igualmente, nas leis que regem o Universo. Logo, nada há de sobrenatural, mas simples­mente manifestações da Força, em suas numerosas aplicações. Desse modo, o que foge ao entendimento humano e mesmo à ci­ência, no plano terreno, torna-se compreensível em uma esfera mais elevada, onde a inteligência e a evolução dos seres está muito à frente da nossa.
A doutrina racionalista ensina ainda que quando a criatura chega à compreensão de que o espírito é força, luz, inteligência e poder, que dispõe de atributos para vencer racionalmente quais­quer situações, que faz parte integrante do Todo, como partícula da Força Universal, "caem por terra as idéias primitivas de um deus protetor, ilusório, corpóreo, irreal e fictício. Desaparecem as concepções de caráter divino, que trazem o espírito sob o jugo do sobrenatural do mistério e do milagre, compreendendo-se que a Verdade não está nessa concepção deísta, divinal, de sentido adoratório" (Do folheto O Que É o Racionalismo Cristão).
Templo racionalista na cidade do Rio de Janeiro
1.4. Propagação do Racionalismo Cristão
Até onde nos é possível saber, o "Racionalismo Cristão", con­forme concebido no Brasil, não chegou a atravessar as nossas fron­teiras. Apesar disto, os seus adeptos aceitam como satisfatório o crescimento do movimento em nosso país.
A disseminação do Racionalismo Cristão se deve, basicamen­te, ao zeloso proselitismo levado a efeito por seus membros e à literatura que a entidade produz, destacando-se aqui dois livros, intitulados: Racionalismo Cristão e A Vida Fora da Matéria.
Apesar de alegarem clareza de linguagem, ausência de sofis-mas e subterfúgios, os escritos racionalistas são confusos e obscu­ros. São lidos, parece, pelo simples fato de o ser humano gostar de se ver envolvido com assuntos complicados.
1.5. As Sessões de Limpeza Psíquica
As chamadas "sessões de limpeza psíquica", mui comuns nos cultos racionalistas, são espécies de sessões de exorcismo. "Atra­vés destas, o Astral Superior arrebata para fora da atmosfera da Terra os espíritos perturbadores que assistem e obsedam os seres humanos, produzindo, com sua assistência maléfica e fluidos de­letérios, doenças e outros males de ordem física, moral, espiritual e social.
"Tal ação benéfica de saneamento e higienização astral pro­cessa-se principalmente através do fenômeno psíquico do desdo­bramento. O trabalho das Forças Superiores feito deste modo, atra­vés do Racionalismo Cristão, com segurança e eficácia, é uma das revelações mais notáveis de que tem ciência o ser humano, no campo do psiquismo, e seus resultados são inegavelmente benéfi­cos para a humanidade" (O Que É o Racionalismo Cristão).
II. ASPECTOS DA DOUTRINA RACIONALISTA
Já dissemos que o Racionalismo Cristão, apesar do comple­mento "Cristão", constitui-se num movimento religioso nitidamente anticristão e averso à Bíblia. As diferenças básicas entre o chama­do Racionalismo Cristão e o Cristianismo são detectadas na cren­ça racionalista acerca dos seguintes temas:
2.1. A Bíblia Sagrada
O desprezo e desrespeito do Racionalismo Cristão pela Bíblia são revelados na seguinte manifestação racionalista:
"Na Bíblia, todos sabem, foram alterados diversos textos origi­nais, com o fim de favorecer a um vantajoso sistema capaz de propi­ciar fundos suficientes para sustento das legiões que mantém.
"Somente a palavra 'perdão', habilmente introduzida naquele livro, tem proporcionado imensa, incalculada renda.
"Durante muitos séculos, as religiões propugnaram pela igno­rância dos seres. Essa ignorância convinha aos interesses dos orientadores religiosos. Isto porque ricos e ignorantes sempre vi­veram às mil maravilhas com as seitas religiosas que introduziram na Bíblia este versículo repleto de malícia: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus'" (Racionalismo Cristão, p. 55).
Segundo a opinião do Racionalismo Cristão, conclui-se que a Bíblia Sagrada:
a. teve o seu texto interpolado e alterado para satisfazer inte­resses humanos;
b. é objeto de lucros financeiros por parte dos líderes religio­sos que a usam como fonte doutrinária;
c. é usada como forma de manter os seus leitores na ignorân­cia espiritual.
2.2. Deus
A mesquinhez do conceito racionalista quanto ao Ser de Deus é evidente no seguinte raciocínio:
"Grupos afins se reúnem para adorar, de um certo modo, um certo deus. Cada povo, cada raça, criou a imagem desse deus à sua própria semelhança.
"Um chinês, por exemplo, jamais admitiria um deus com fei­ções ocidentais, assim como um ocidental acharia absurda, e até ridícula, a idéia da divindade de rosto asiático.
"Os deuses possuem, invariavelmente, os caracteres físicos e mentais dos seres que os conceberam...
"Na Bíblia, no Velho Testamento — livro sagrado e intocável para tantos adoradores — existem várias referências ao deus de temperamento iracundo e vingativo da época.
"Esse vergonhoso sentimento, especialmente em um deus, nada mais é do que o reflexo do sentimento do próprio povo que o ima­ginou" (Racionalismo Cristão, pp. 50,51).
Segundo um documento racionalista," a expressão 'deus' acha-se profundamente desmoralizada pelo sentido mesquinho, materi­alista e animalizado que lhe emprestaram, através dos tempos, os adoradores e as religiões; e esteado nessa verdade básica da com­posição do Universo, o Racionalismo Cristão substituiu a palavra 'deus' por termos mais condizentes e adequados à realidade, tais como a Força Universal, a Inteligência Universal, a Força Criado­ra ou o Grande Foco, do qual fazemos parte integrante como par­tículas em evolução, possuindo, em estado latente, todos os atri­butos, poderes e dons dessa Força, dessa Inteligência Universal.
"O Grande Foco ou Força Universal ocupa todo o espaço infi­nito, não existindo um só ponto no Universo que não acuse a sua presença vital, inteligente e criadora. Assim, o Racionalismo Cris­tão, evidentemente, não admite a idéia de Deus como terceiro ele­mento no Universo, além da Força e Matéria" (O Que É o Racionalismo Cristão).
O Racionalismo Cristão cai no velho engano panteísta de con­fundir Deus com a Criação.
2.3. Jesus Cristo
O Racionalismo Cristão reinterpreta a Pessoa e obra de Jesus Cristo, a princípio, dizendo que Ele não foi um "milagreiro", mas que apenas utilizou-se das leis naturais e imutáveis que regem o Universo.
Diz o Racionalismo que grandes espíritos movidos por ideais reformadores baixaram à Terra, encarnando, com enorme sacrifí­cio, para ver se conseguiam a desbrutalização da mente humana, que se deixara empolgar pelo sentimento do gozo e dos prazeres apenas materiais.
Segundo o Racionalismo Cristão, esses valorosos espíritos, porém, além de não haverem sido compreendidos, acabaram divinizados pela massa ignorante, como aconteceu com Jesus, Buda, Confúcio e Maomé.
Na doutrina racionalista, Jesus Cristo perde a posição singu­lar de Filho eterno de Deus, conforme documentam as Escrituras e crêem os cristãos, sendo reduzido à posição de um espírito valo­roso e evoluído, ao nível de fundadores de religiões pagas como Buda, Confúcio e Maomé.
2.4. O Homem
Contestando a crença universal da criação do homem como obra de Deus, declara o racionalismo: "Não importa que estes, invertendo a realidade dos fatos, afirmem que foi Deus que criou o homem à sua imagem. A verdade é bem outra, e não é preciso ter grande imaginação para descobrir o logro multissecular de que tem sido vítima a humanidade" (Racionalismo Cristão, p. 50).
Negando o relato bíblico da criação do homem, o racionalismo acolhe a absurda teoria espiritista da reencarnação. Deste modo, divide os espíritos desencarnados em trinta e três classes, espalha­das em mundos diferentes, dezessete delas no nosso planeta.
Distribuídos na série de trinta e três classes, de acordo com o grau de desenvolvimento de cada um, os espíritos fazem a sua evolução partindo da seguinte ordem de mundos:
a. mundos materializados — espíritos da 1a à 5a classe
b. mundos opacos — espíritos da 6a à 11a classe
c. mundos brancos — espíritos da 12a à 17a classe
d. mundos diáfanos — espíritos da 18a à 25a classe
e. mundos de luz puríssima — espíritos da 26a à 33a classe.
O mundo dividir-se-ia, ainda, em duas grandes categorias: mundo de estágio e mundo de escolaridade. Para o primeiro, iriam os espíritos que desencarnam e deixam a atmosfera da Terra, cada um ascendendo ao mundo correspondente à sua própria classe, pois neles não estagiam espíritos de classes diferentes.
Crê o Racionalismo que a Terra é um mundo de escolaridade em que as dezessete primeiras classes da série de trinta e três pro­movem a sua evolução, partindo da primeira e chegando à décima sétima em períodos que variam muito, de espírito para espírito, mas que se elevam, sempre, a milhares e milhares de anos.
2.5. O Pecado e o Perdão
O Racionalismo Cristão nega a realidade do pecado e a possi­bilidade do perdão, quando assevera:
"Quando o indivíduo se convencer de que se praticar o mal terá, inapelavelmente, de resgatá-lo, sem possibilidade de perdão; que numa encarnação se prepara para a encarnação seguinte; que esta será mais ou menos penosa consoante o uso que tenha feito do seu livre arbítrio, na prática do bem ou do mal; que as ações boas revertem em seu benefício e as más em seu prejuízo; que não pode contar com o auxílio de ninguém para libertá-lo das conse­qüências das faltas que cometer e que terá de resgatar com ações elevadas — qualquer que seja o número de encarnações para isso necessárias — por certo pensará mais detidamente, antes de prati­car um ato indigno.
"Os que sabem avaliar o peso da responsabilidade que arras­tam com os próprios atos, fazem todo o possível para se firmarem nos ensinamentos reais que transmitem o conhecimento da Verda­de, rompendo com as entorpecentes mentiras religiosas" (Racionalismo Cristão, p. 58).
O que a Bíblia considera pecado, primeiro como um estado herdado, e em segundo lugar como um ato resultante da escolha pessoal, e a necessidade de arrependimento para confissão, o racionalismo considera fatos normais inevitáveis dentro do pro­cesso evolutivo do homem.
2.6. A Salvação
Quanto à questão da salvação, escreve Luiz de Mattos, funda­dor do Racionalismo:
"Martelando a idéia da 'salvação' na mente da criança, vai-se essa fantasia impregnando no seu perispírito, até criar raízes pro­fundas. Mais tarde, quando adulta, repete, maquinavelmente, o que se habituara a ouvir, sem querer submeter o caso ao raciocínio por sentir um desagradável choque entre o falso, por tanto tempo ar­mazenado no subconsciente, e o verdadeiro, latente no sentido consciente.
"Além de absurdo, é o dogma da 'salvação' um estímulo ao comodismo. O trabalho, a luta que o ser humano precisa travar, o esforço a que se não pode deixar de entregar para conseguir a evo­lução espiritual e o progresso material, não são entendidos pelos sectaristas que melhor confiam na 'graça', nos 'favores', na prote­ção da suposta divindade, do que em tudo mais.
"Ainda mesmo que se trate de vadios, parasitas e malandros, isso não modifica a sua imunidade celestial se vierem ao mundo como eleitos de 'deus' e a salvo, portanto, das conseqüências dos pecados terrenos. De qualquer maneira, não estão aí os represen­tantes da divindade para conceder aos delinqüentes as absolvições e, com elas, o passaporte para o céu?" (Racionalismo Cristão, pp. 139,140).
2.7. O Juízo Final
O Racionalismo Cristão ab-roga a possibilidade do juízo final propugnado pelas Escrituras como uma coisa só concebida por uma mentalidade atrofiada.
Quanto a isto, pontifica o racionalismo: "Céus beatíficos e paradisíacos, purgatórios estagiários e infernos e demônios e cal­deiras incandescentes são imaginosas criações que o próprio bom senso repele. O mesmo acontece com relação a um suposto julga­mento divino. E pura invencionice. Não existem deuses para jul­gar os que desencarnam" (Racionalismo Cristão, p. 104).
O Racionalismo Cristão admite possuir uma vocação messiânica e exclusivista. Admite estar engajado na nobre e árdua tarefa de esclarecer, despertar e transformar as consciências do século XXI. Diz esposar uma doutrina revolucionária, no sentido moral e espiritual, de caráter essencialmente racional e científico, condizente com a evolução dos tempos, capaz de pregar e condu­zir, com segurança, uma nova humanidade pelos caminhos do fu­turo, da supercivilização do próximo milênio. Civilização esta esteada no avanço da ciência e da tecnologia, mas esclarecida e humanizada pela filosofia espiritualista, baseada em Força e Matéria.
O Racionalismo Cristão diz que, em obediência ainda às leis evolutivas que a tudo presidem, tendo passado pelas fases de im­plantação e consolidação, está agora iniciando uma nova etapa de expansão e divulgação. E nesta conjuntura, diz constituir-se mais do que nunca, em mensagem e veemente apelo dirigido às criatu­ras espiritualmente independentes e livres. De modo especial aos jovens e à infância, porque deles depende, evidentemente, o futu­ro da humanidade. "Sobretudo, por serem espíritos de evolução adiantada e ávidos de saber, mais susceptíveis, nessa idade, de se desfazerem e se libertarem, à luz da razão, de seculares erros, pre­conceitos, crenças e crendices, fanatismos e sectarismos religio­sos, enfim de todas as místicas, aceitando as verdades transmiti­das e explanadas pelo Racionalismo Cristão" (O Que E o Racionalismo Cristão).
III. O RACIONALISMO CRISTÃO DESMASCARADO
As teorias do Racionalismo Cristão, com feições inequivocadamente tupiniquins, são demasiadamente frágeis. Eiva­das de erros como são, são incapazes de suportar uma contra-argumentação da Bíblia, da fé e mesmo da razão. Para provar isto, vamos alinhar a nossa refutação às teorias racionalistas, to­mando os mesmos temas na ordem em que foram abordados an­teriormente.
3.1. A Bíblia Sagrada
O Racionalismo diz que a Bíblia está cheia de erros, que ela nada tem a ver com o livro sagrado que diz ser, porém, é incapaz de provar teológica e cientificamente onde está sequer um erro das Escrituras.
Independentemente do arrazoado dos racionalistas, toda a Bí­blia "é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para re­preender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra" (2 Tm 3.16,17 (refs2)).
Vozes autorizadas de grandes mestres das letras levantam-se em defesa da Bíblia como um livro singular. Dentre esses desta­cam-se:
Pedro Calmom, magnífico Reitor da antiga Universidade do Brasil: "Livro dos livros, a Bíblia é o fundamento de uma cultura que se fez com a palavra — no princípio era o verbo — a promes­sa, a divina promessa da justiça, que pacifica os homens; que os incorpora na sociedade; que lhes abre as portas da sobrevivência. Alicerce de uma civilização eminentemente moral, a Bíblia é o eterno documento do espírito, mensagem de comunhão do homem com Deus".
Coelho Neto, polígrafo — homem de fé: "O livro de minha alma, a Bíblia, não o encerro na biblioteca entre os livros de meus estudos. Conservo-a sempre à minha cabeceira, à mão. E dela que tiro a água para a minha sede da verdade; é dela que tiro o bálsamo para as minhas dores nas horas de agonia. E vaso em que cresce a verdade. Nela vejo sempre a verde esperança abrindo-se na flor celestial, que é a fé. Eis o livro que é a valise com que ando em peregrinação pelo mundo".
J.J. Rousseau, filósofo francês: "Eu confesso que a majesta­de das Escrituras Sagradas me abisma, e a santidade do Evangelho enche o meu coração. Os livros dos filósofos com toda a sua pom­pa, quanto são pequenos à vista deste! Pode-se crer que um livro tão sublime e, às vezes, tão simples, seja obra dos homens?!"
Erasmo Braga, teólogo: "Considerando a Bíblia pelo seu as­pecto literário, não se compreende como intelectuais podem per­manecer indiferentes à grande fonte em que se abeberaram os que fizeram a nossa literatura — eminentemente bíblica —, e deram maciez, tom suave, e caminho ao nosso meigo idioma. Como se pode ler Bernard, Frei Luiz, e Vieira, e não possuir o veio de onde lhes saiu o ouro de lei — Deus?"
Tobias Barreto, escritor: "A Bíblia é um modelo de tudo quan­to é bom e belo, e, se outras razões não determinassem sua leitura, bastaria o gosto, o simples instinto literário, para levar-nos a fo­lhear, a admirar as palavras sublimes, as lavras petrificadas que brotaram daquelas bocas abrasadas como crateras do céu".
Victor Hugo, escritor francês: "Há um livro que, desde a primeira letra até a última, é uma emanação superior; um livro que contém toda a sabedoria divina, um livro que a sabedoria dos po­vos chamou de Bíblia. Espalhai evangelhos em cada aldeia: uma Bíblia em cada casa!"
César Cantu, historiógrafo: "A Bíblia é o livro de todos os povos, de todos os séculos, e para todas as idades".
Werner Keller, arqueólogo, autor do laureado livro E a Bí­blia Tinha Razão..., nos dois últimos parágrafos da introdução ao citado livro, escreve: "Nenhum livro de história da humanidade jamais produziu um efeito tão revolucionário, exerceu uma influ­ência tão decisiva no desenvolvimento de todo o mundo ocidental e teve uma difusão tão universal como o 'Livro dos livros", a Bí­blia. Ela está hoje traduzida em mil cento e vinte línguas e dialetos e, após dois mil anos, ainda não dá qualquer sinal de que haja terminado a sua triunfal carreira.
"Durante a coleta e o estudo do material, que de modo algum pretendo seja completo, ocorreu-me a idéia de que era tempo de os leitores da Bíblia e seus opositores, os crentes e os incrédulos, participarem das emocionantes descobertas realizadas pela sóbria ciência de múltiplas disciplinas. Diante da enorme quantidade de resultados de pesquisas autênticas e seguras, convenci-me, apesar da opinião da crítica cética, de que desde o século do Iluminismo até os nossos dias tentava-se diminuir o valor documentário da Bíblia, do que a Bíblia tinha razão!"
Todos estes testemunhos corroboram com a declaração dos Gideões Internacionais na apresentação do seu Novo Testamento de bolso, segundo a qual, a Bíblia contém a mente de Deus, a condição do homem, o caminho da salvação, a condenação dos pecadores e a felicidade dos crentes. Suas doutrinas são santas, seus preceitos são justos, suas histórias verdadeiras e suas deci­sões imutáveis.
Leitor, leia-a para ser sábio, creia nela para estar seguro e pra­tique o que nela está escrito, para ser santo. Ela contém luz para dirigi-lo, alimento para sustê-lo, e consolo para animá-lo.
A Bíblia é o mapa do viajor, o cajado do peregrino, a bússola do piloto, a espada do soldado e o mapa do cristão. Por ela o Paraíso é restaurado, os céus abertos e as portas do inferno des­cobertas.
Cristo é o seu grande tema, e a glória de Deus a sua finalidade. A Bíblia deve encher a mente, governar o coração e guiar os nossos pés.
Leia-a leitor, lenta e freqüentemente, e em oração. É uma mina de riqueza, um paraíso de glória e um rio de prazer. É-lhe dada em vida, será aberta no dia do julgamento e lembrada para sempre. Ela envolve a mais alta responsabilidade, recompensará o mais árduo labor e condenará a todos quantos menosprezam seu sagra­do conteúdo.
3.2. Deus
O Racionalismo Cristão nega a existência de Deus como reve­la a Bíblia, para esposar a crença em um deus impessoal. Chega às raias do absurdo panteísta de ensinar que, no Universo, Deus é tudo e tudo é Deus. Isto é, Deus é não só parte do Universo, Ele se confunde com o próprio Universo.
Apesar de o racionalismo negar a existência de Deus como um Ser pessoal, distinto da Criação, são muitos os argumentos racio­nais, além dos elementos oferecidos pela Bíblia, a favor da existên­cia de Deus. Dentre esses destacam-se os seguintes:
3.2.1. O ARGUMENTO ONTOLOGICO
O argumento ontológico tem sido apresentado de diversas for­mas por diferentes pensadores. Em sua mais refinada forma, foi apresentado por Anselmo, teólogo e filósofo agostinista italiano. Seu argumento é que o homem tem imanente em si a idéia de um ser absolutamente perfeito e, por conseguinte, deve existir um Ser absolutamente perfeito. Este argumento admite que existe na mente do próprio homem o conhecimento básico da existência de Deus, posto lá pelo próprio Criador.
3.2.2. O ARGUMENTO COSMOLOGICO
Este argumento tem sido apresentado de várias formas. Em geral encerra a idéia de que tudo o que existe no mundo deve ter uma causa primária ou razão de ser. Emanuel Kant, filósofo ale­mão, indicou que se tudo que existe tem uma razão de ser, isto deve ter um ponto de origem em Deus. Assim sendo, deve haver um Agente único que equilibra e harmoniza em si todas as coisas.
3.2.3. O ARGUMENTO TELEOLÓGICO
Este argumento é praticamente uma extensão do anterior. Ele mostra que o mundo, ao ser considerado sob qualquer aspecto, revela inteligência, ordem e propósito, denotando assim a existên­cia de um ser sumamente sábio. Por exemplo, o homem, para vi­ver, consome o ar, do qual retira todo o oxigênio, resultando disso o dióxido de carbono, inútil ao ser humano. As plantas, por sua vez, consomem o dióxido como elemento essencial, e produzem daí o oxigênio, que será novamente consumido pelo homem.
3.2.4. O ARGUMENTO MORAL
Este, como os outros argumentos, também tem diversas for­mas de expressão. Kant partiu do raciocínio que deduz a existên­cia de um Supremo Legislador e Juiz, com absoluto direito de go­vernar e corrigir o homem. Esse filósofo era da opinião de que este argumento era superior a todos os demais. No seu intuito de provar a existência de Deus, ele recorria a este argumento. A teo­logia moderna utiliza este mesmo argumento, afirmando que o re­conhecimento por parte do homem de um Bem Supremo e do seu anseio por uma moral superior indicam a existência de um Deus que pode converter esse ideal em realidade.
3.2.5. O ARGUMENTO HISTÓRICO
A exposição principal deste argumento é a seguinte: entre to­dos os povos e tribos da Terra é comum a evidência de que o homem é potencialmente religioso. Sendo universal este fenômeno, deve ser parte constitutiva da natureza do homem. E se a natureza do homem tende à prática religiosa, isto só encontra explicação em um Ser superior que originou uma natureza tal que sempre indica ao homem um Ser superior. É aqui que milhões, inclusive os racionalistas, por ignorarem o único e verdadeiro Deus, envere­dam pelo caminho das heresias. É o anseio da alma na busca do Criador que ignoram, por ter dEle se afastado.
A Bíblia registra vários nomes referentes a Deus, mas jamais o designa como: Inteligência Universal, Força Criadora ou Gran­de Foco, como presunçosamente faz o Racionalismo Cristão.
3.3. Jesus Cristo
A Bíblia diz que "ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11.27). Ora, uma vez que o Racionalismo Cris­tão ignora a Deus, o Pai, como esperar que conheçam a Deus, o Filho e zelem pelo seu Santo Nome?
Conhecer a Jesus como o Cristo, o Filho enviado de Deus, é uma prerrogativa exclusiva daqueles que, a exemplo do apóstolo Pedro, foram iluminados pelo Espírito Santo (Mt 16.16,17 (refs2)).
Jesus Cristo é o personagem principal da História Universal. A humanidade não pode esquecer-se de Cristo enquanto se lem­brar da História, pois a História é a História de Cristo. Omiti-lo seria como omitir da astronomia as estrelas ou da botânica as flo­res. Como apropriadamente afirma Bushnell: "Seria mais fácil separar todos os raios de luz que atravessam o espaço e deles re­mover uma das cores primárias, do que retirar do mundo o caráter de Jesus".
Um autor desconhecido escreveu que poderá haver outro Homero, ou outro Virgílio, ou outro Dante, ou outro Milton, mas jamais haverá outro Jesus. Sejam quais forem as surpresas que possam estar reservadas para o mundo, Jesus jamais será ultrapassado ou superado. Ele é o alvo de toda a bondade, o ápice de todo o pensamento, a coroa de todo o caráter e a perfeição de toda a beleza. Ele é a encarnação de toda a ternura, a focalização do vi­gor, a manifestação da força, a personificação do poder, a concen­tração do caráter, a materialização do pensamento e a ilustração viva de toda a verdade. Ele é a profecia da possibilidade do ho­mem.
Olhamos para Ele e vemos nEle a realização de todas as ex­pectativas humanas: um líder maior que Moisés, um sacerdote maior que Arão, um rei maior que Davi, um comandante maior que Josué, um filósofo maior que Salomão e um profeta maior que Elias. Ele anda como um homem. Fala como Deus. Suas palavras são oráculos. Seus atos, milagres. A coroa da divindade repousa em sua fronte. O cetro do domínio universal está firme em sua mão; o brilho da eternidade, em seus olhos. A retidão eterna está escrita em sua face; o sorriso de Jeová transforma sua aparência.
Ele é a imagem expressa de seu Pai. As crianças se agrupam aos seus pés. Em sua fronte está a coroa da pureza. Os ventos lhe obedecem. Um olhar seu e as águas cristalinas se transformam em vinho cor de âmbar. Os mortos esquecem-se de si mesmos e vi­vem. Os coxos pulam de alegria. Ouvidos que nunca ouviram anseiam pelo próprio som de sua voz e olhos sem visão negam seu passado e descerram suas palpebras abatidas para a beleza de sua presença. A dor se desvanece sob seu toque.
Todas as bênçãos espirituais, por meio das quais a Igreja é enriquecida, estão em Cristo e são concedidas por Cristo. Nossa redenção e remissão de pecados são ambas mediante Ele. Todas as transações graciosas entre Deus e seu povo realizam-se através de Cristo. Deus nos ama por meio de Cristo. Ele ouve as nossas ora­ções mediante Cristo. Ele nos perdoa todos os pecados por meio de Cristo.
Mediante Cristo Ele nos justifica, santifica, sustem e aper­feiçoa. Todas as suas relações conosco são por meio de Cristo; tudo o que temos vem de Cristo; tudo o que esperamos ter, de­pende dEle. Cristo é a dobradiça dourada sobre a qual gira a nossa salvação.
O nome de Cristo permanece sozinho. Deus lhe deu um nome que está acima de todo nome. Nenhum credo pode contê-lo, ne­nhum catecismo pode explicá-lo. A Ele, pois, seja a glória, o do­mínio e o poder para todo o sempre.
3.4. O Homem
A crença racionalista quanto à origem do homem constitui-se declarado desrespeito às Escrituras e afronta à mente inteligente. Suas teorias, seja quanto à reencarnação, seja quanto à evolução, já foram refutadas na análise das doutrinas do espiritismo e do evolucionismo.
O duplo relato da criação do homem (Gn 1.26,27; 2.7 (refs3)) leva os estudiosos do assunto às seguintes conclusões irrefutáveis:
1) A criação do homem foi precedida por um solene conselho divino: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, con­forme a nossa semelhança..." (Gn 1.26).
2) A criação do homem é um ato imediato de Deus: "E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore fru­tífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi... E disse Deus: Produzam as águas abun­dantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus" (Gn 1.11,20 (refs2)). Compare estas declarações com a que se segue: "... criou Deus o homem..." (Gn 1.27). Não há aqui qualquer idéia de mediação na criação do homem.
3) O homem foi criado segundo um tipo divino: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança..." (Gn 1.26).
4) Os elementos da natureza humana se distinguem: "E for­mou o Senhor Deus o homem... e o homem foi feito alma vivente" (Gn 2.7).
5) O homem foi feito coroa da criação divina: "Contudo, pou­co menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coro-aste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés" (Sl 8.5,6 (refs2)).
Deus, e não o homem, é o responsável pela criação, sustenta­ção e futuro da humanidade.
3.5. O Pecado e o Perdão
Assim como a simples negação de uma moléstia não cura um doente, a simples negação da realidade do pecado e da necessida­de de perdão não resolvem o problema espiritual do homem.
Creia ou não o Racionalismo Cristão, "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). E ainda: Cristo "nos mandou pregar ao povo, e testificar que Ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos. A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome" (Act 10.42,43 (refs2)).
A própria história das religiões pagas testifica da universali­dade do pecado. A pergunta de Jó 25.4: "Como, pois, seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce de mu­lher?" é uma pergunta feita tanto por aqueles que conhecem a re­velação especial de Deus, como por aqueles que a ignoram.
Quase todas as religiões dão testemunho de um conhecimento universal do pecado e da necessidade de reconciliação com um Ser superior. Há um sentimento geral de que os deuses estão ofen­didos e de que algo deve ser feito para apaziguá-los. A voz da consciência acusa o homem diante do seu fracasso em alcançar o ideal da vida perfeita, dizendo que ele está condenado aos olhos de alguém que possui um poder superior.
Os altares banhados de sangue e as freqüentes confissões de agravo, feitos por pessoas que buscam livrar-se do mal, apontam em conjunto para o conhecimento do pecado e da sua gravidade. Onde quer que os missionários cristãos se encontrem, apodera-se deles a certeza de que o pecado é um flagelo universal para a hu­manidade.
Os mais antigos filósofos gregos, na sua luta contra o proble­ma do mal, foram levados a admitir a universalidade do pecado, ainda que incapazes de explicar esse fenômeno.
A maior prova em favor da universalidade do pecado é a pró­pria obra realizada por Cristo na cruz, que no seu escopo apresen­ta-se como uma obra de alcance universal, e como remédio único para a doença espiritual de toda a criatura.
Compreendendo a realidade do pecado e a necessidade do perdão, é simplesmente impossível negar a possibilidade de salva­ção oferecida por Cristo, e o julgamento divino dos ímpios e de todas as gentes que se esquecem de Deus (Sl 9.17).
Enoque incluiu os racionalistas, quando, falando acerca do iminente juízo de Deus, disse: "Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos, para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele. Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse" (Jd vv. 14-16).
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