(Rm 6:1-14) Libertos da escravidão do pecado
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Imagine que um dia um senhor de escravo assinou a carta de alforria de um de seus escravos e deu a ele, mas ele não sabia ler. Ele, por um momento, estava livre sem saber. Agora imagine o que um escravo, depois de anos de dor, humilhação e tantas restrições, não faria depois de entender que estava livre?! O que ele faria sabendo que poderia ir pra onde queria, trabalhar do que quisesse etc…
Assim somos nós muitas vezes, crentes, quando temos a liberdade da escravidão mas nos esquecemos disso: de que o pecado não tem mais poder sobre nós.
Paulo está nos ensinando que, tudo aquilo que ensinou sobre justificação desemboca aqui, na santificação. Aqueles que foram justificados pela graça, devem ser agora santificados. Ou seja, os que estão livres da culpa do pecado, podem agora se ver livres também do poder do pecado.
1-2 >>
Paulo começa respondendo um questionamento que é baseado naquilo que ele entinou antes sobre justificação, especialmente nos versos 20 e 21 do cap 5.
Falsos mestres estavam acusando Paulo de ensinar a libertinagem. Estavam acusando Pauulo de fazer da graça de Deus uma desculpa para continuar no pecado.
Muitas vezes é o que fazemos. Abusamos da graça de Deus. Se Deus me ama tanto, posso continuar pecando. Cuidado, isso pode ser um sinal de que você não foi justificado, de que você não foi salvo. Os puritanos diziam que as deculpas para o pecado são como as roupas de uma prostituta. Estamos tentando cobrir o que?!
Um filho não deve se sentir livre para desobedecer seus pais.
Então Paulo vai mostrar como a vida daquelas pessoas que foram justificadas pela graça foi transformada, e que se elas estão livres da culpa do pecado, então também estão livre de seu poder. Aquele que foi salvo por Jesus não vive mais pecando. Paulo vai mostrar isso através de 3 verbos: Saber, Considerar e Oferecer. Do verso 1-10 devemos saber algumas coisas; a partir do verso 11, devemos considerar outras; e nos versos 12 e 14, devemos oferecer algo. Começando com o que devemos saber, usando as expressões: ignorais… sabendo isto… sabedores de que...
O que devemos saber?
v.2 >> Nós morreoms para o pecado
A graça nos salvou do pecado, mas não NO pecado.
Assim como morremos pelo pecado em Adão, em Cristo nós morremos PARA o pecado.
HDL: Uma mulher no sul dos Estados Unidos da América casou-se com um grande fazendeiro. Ela o amava e o servia com devoção. Quando seu marido morreu, ela mandou embalsamá-lo e colocou-o sentado numa redoma de vidro na entrada da casa. Todos os dias quando voltava para casa, saudava-o: “Olá, John, como vai?” Depois de vários anos, resolveu fazer uma viagem à Europa. Por lá conheceu um homem amável e casou-se com ele. Ao retornarem à América, seu novo marido tomou um grande susto ao entrar no quintal da casa. Carregando a noiva nos braços, chegou à porta e deu de cara com o John. “Quem é este?” A mulher respondeu: “É John. Foi meu primeiro marido, mas é história; ele está morto”. O novo marido abriu uma cova e sepultou o ex-marido de sua mulher. Foi exatamente o que Cristo fez. Muitos crentes, porém, colocam o velho homem numa redoma de vidro e o cumprimentam todos os dias, como se ele estivesse vivo. Você é livre! Cristo já emancipou você.
v. 3 >> Fomos batizados na morte de Cristo
Fomos unidos a Cristo interiormente pela fé e exteriormente pelo batismo. Nosso batismo foi uma espécie de funeral.
v. 4,5 >> Ressuscitamos com Cristo
Não nos unimos a Cristo apenas na sua morte, mas também na sua ressurreição. Isso é manifesto na nossa vida pela NOVIDADE de vida que vivemos.
2Coríntios 5.14–17 “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo. E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.”
v. 6,7 >> Fomos crucificados com Cristo
Nosso velho homem foi crucificado. Não se trata apenas da nossa velha natureza, porque ela está presente com a gente ainda, mesmo depois que a gente se converte. Se trata da vida anterior. Velho homem é a pessoa que éramos antes, à parte da graça. Isso é algo muito específico. Nosso velho homem foi crucificado com Cristo quando colocamos nossa fé nele, mas o sinal disso é que estamos sempre crucificando nossas paixões terrenas. A primeira morte é legal, morremos com Cristo, livres da culpa. Mas a segunda morte é moral: estamos matando o pecado que tenazmente nos assedia. Isso é presente.
Colossenses 3.5–9 “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]. Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos”
O corpo do pecado deve ser destruído. “O verbo grego katargeo não significa aqui eliminar ou erradicar, mas derrotar, incapacitar e destituir de poder. Destruir aqui não é desaparecer (Hb 2.14), mas ser vencido. Não significa ser aniquilado, mas despojado de poder, subjugado e dominado. A natureza adâmica não é extirpada na conversão, mas recebemos poder para subjugá-la e dominá-la.”
Assim Lutero disse que não podemos impedir que pássaros voem acima da nossa cabeça, mas podemos impedir que eles façam ninhos na nossa cabeça.
Agora devemos Considerar.
Aqui a doutrina assume o aspecto da exortação. Considerar aqui significa levar em conta, calcular, estimar. Devemos considerar, levar em conta aquilo que Deus fala, pois isso vale a nossa própria vida. O que devemos considerar?
11 >> Devemos nos considerar mortos para o pecado.
Isso não significa insensíveis ao pecado, mas o contrário. Também não significa que não vamos mais pecar. Paulo não defende que podemos ser perfeitos nessa vida. Não quer dizer que nossa natureza caída, nosso velho homem simplesmente está morto, ele não age mais. Não é isso. Na verdade, nossa velha natureza caída está bem ativa. Lutero disse: eu afoguei o velho homem nas águas do batismo, mas descobri que o miserável sabia nadar.
Quando nos tornamos crentes de verdade, o pecado ainda está presente. A ideia é a seguinte. Na justificação somos livres da culpa do pecado. Na santificação somos livres do poder do pecado. Mas só na glorificação, que ainda vai acontecer, é que somos livres da presença do pecado. Até lá, lutamos contra o pecado, não mais escravos, mas ainda lutamos. E de onde vem essa luta?
Ele vem em primeiro lugar do interior do nosso coração. Nós somos pecadores.
Marcos 7.20–23 “E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.”
Depois vem de fora, do diabo e do mundo. Devemos assim fugir das tentações, resistir ao diabo.
11b >> Devemos nos considerar vivos para Deus.
Viver para glória de Deus é a vida do crente. Tudo o que fazemos deve ser para Ele. Se você então, um resumo disso tudo que falamos, o que vai facilitar mais sua vida, é que você deve viver para glória de Deus. Faça tudo para ele. Beba água com gratidão, coma com gratidão. Ore quando for tomar uma decisão ou quando quiser murmurar. Se case pra glória dele, obedecendo a sua Palavra. Namore pra glória dele. Coverse pra glória dele, vigiando suas palavras. Trabalhe pra glória dele, com honestidade, dedicação e inteligência. Honre as autoridades, porque Deeus as consituiu. Ganhe dinheiro, mas não ame o dinheiro, ame ao Deus que te dá tudo o que você precisa. Viva para ele.
Por fim, devemos Oferecer (12-14)
O resultado de tudo isso é que devemos oferecer nossos corpos a Deus. Nosso corpo não apenas a morada de Deus, mas é também um instrumento em suas mãos.
Assim,
12 >> Não permita que o pecado domine seu corpo
O pecado não é o seu senhor, Deus é o seu Senhor. A ideia aqui é de rebelião a um rei tirano. Paulo está dizendo que devemos nos rebelar contra o senhorio do pecado.
13 >> Não ofereçam os membros do seu corpo ao pecado
Quer dizer, nossos olhos, ouvidos, mãos, pés. Como você tem usado o seu corpo?! O que você visto com seus olhos, ouvido com seus ouvidos, falado com sua boca, apalpado com suas mãos?
13b >> Ofereçam-se a Deus
Como ressurretos e seus membros como membros de justiça.
Livres do reino do pecado.
Essa é a verdadeira liberdade, se oferecer completamente a Deus, tudo o que temos. Absolutamente. Nossa alma e nosso corpo por inteiro. Cada parte de nós. Nosso eu.
Conclusão
Lewis: Não há personalidades reais em nenhum outro lugar [só em Jesus]. Enquanto você não tiver se entregado a ele, não será um “eu” verdadeiro. (…) Mas é preciso que haja uma entrega real do seu eu. Você deve jogá-lo fora, por assim dizer, “às cegas”. Cristo de fato vai lhe dar uma personalidade real, mas você precisa ir ao encontro dele para isso. Enquanto estiver preocupado com sua própria personalidade, você jamais caminhará na direção dele. O primeiríssimo passo é tentar esquecer tudo sobre o seu próprio eu, pois seu eu verdadeiro, novo (que é o de Cristo e também o seu, e seu precisamente porque é dele) não emergirá enquanto você estiver procurando por ele. Ele emergirá quando você estiver procurando por Cristo. (…) Abra mão do seu eu e vai encontrá-lo de verdade. Ponha sua vida a perder e acabará por salvá-la. Submeta-se à morte, morte diária de suas ambições e de seus principais desejos, e também a morte de todo o seu corpo no final; submeta-se com cada fibra do seu ser e acabará por encontrar a vida eterna. Não guarde nada para si. Nada de que você não tenha aberto mão de verdade será realmente seu. Nada em você que não tenha morrido será ressuscitado dos mortos. Se você buscar a si mesmo, só o que irá encontrar, no fim das contas, é o ódio, a solidão, o desespero, a ira, a ruína e a decadência, mas se você buscar a Cristo, acabará por encontrá-lo e, junto com ele, todas as demais coisas.