Arrependimento e o Reino

Mateus 3.1-2

Umas coisas mais comuns em nossas vidas é recebermos alguém em nossa casa. Pelo menos uma vez na semana isso pode acontecer em sua residência. E, para demonstrar que somos bons hospedeiros, preparamos sempre o melhor disponível para que nossa visita se sinta bem. Afinal de contas, quem iria querer ser conhecido como um mau anfitrião? Não, de modo algum, jamais quero ser chamado disso! Esse desejo vai se tornando mais forte a depender da pessoa que será recebida, talvez se for apenas um amigo seu, bem intimo, você já o ver como alguém de casa e não precisa ter tanto esforço assim. Mas, se for alguém mais importante em sua concepção, cada detalhe tem o seu valor e não pode ser ignorado.

Nesta passagem, uma pessoa anuncia a chegada do maior rei de todos, nem preciso descrever a importância disso. Nessa época, após cerca de 400 anos, outra vez surge um profeta em Israel, e suas ações foram antecipadas numa profecia ainda mais tardia. E, aplicando essa metáfora da recepção, há algo bastante importante no que se refere a essa chegada aqui dita. Esse profeta que tinha uma aparência bastante simples, mas traz uma mensagem que nos afeta diretamente. A vinda do grande Rei deve ser acompanhada de arrependimento, e isso vamos observar no texto.

No início de verso aparece a expressão “Naqueles dias”.

Essa é uma expressão típica de textos proféticos, como também aparece de modo recorrente no Antigo Testamento.

Então, após esse tempo de espera considerável, o povo ansiava por enfim a chegada do seu Rei que o libertaria dos seus opressores romanos.

O povo já tinha passado por tanta dificuldade, essas provações tinham que chegar num fim logo, e seus escritos da época atestam esse desejo.

E a localização é de modo curioso, o “grande” anunciante, diferente de qualquer propaganda moderna, não estava bem vestido ou tinha uma grife legal que chamaria atenção.

Ele estava num lugar pouco atraente, sua posição era o deserto, e lá anunciava um grande evento!

Isso aos nossos olhos modernos enfraquece bastante a potência do discurso, já que, se o seu desejo fosse, simplesmente, convencer, haviam meios bem melhores para isso.

Talvez, transpondo para nossos dias, isso poderia se assemelhar a você querer fazer um grande anuncio num mercado lotado de pessoas comprando…

Qual a possibilidade de você ser ouvido?

No entanto, os meios que Deus utiliza são bem superiores aos nossos, mesmo aqueles que julgamos tão sem valor.

A atitude de João Batista, o homem que batizava, colaborava exatamente com o conteúdo da sua mensagem.

Sua localização, não era algo tão estranho ao seu povo, há um livro que marca bem o significado desses dois versos de Mateus.

Êxodo! Deus faria um novo êxodo, não apenas para libertar o seu povo da opressão de um império superior.

Mas de algo até mesmo invisível em alguns momentos, Deus libertaria o povo da opressão que o pecado proporcionava em cada um.

Já que o mesmo pecado que foi a causa das demais opressões que esse povo passou.

Com isso, Deus não estava tapando o sol com uma peneira, mas iria resolver o principal problema desse povo.

Numa terra árida, que representa bem um coração afastado de Deus, ele iria iniciar um novo tempo.

Algo que é importante ser dito antes de tudo, é que o conteúdo das palavras de João é também interessante.

Até aquele momento, o povo de Israel era o povo da aliança, eles eram semente de Abraão, era um povo salvo.

Mas, eles pecaram, e não honraram a graça que seus pais receberam.

E, dentro dessa nova dinâmica proposta desde João, um elemento não pode ser de modo algum ignorado.

Esse elemento é o arrependimento, mesmo aquele povo da aliança, de uma aliança inquebrável.

Não poderia permanecer sem ter uma mudança de coração, o tempo da Nova Aliança estava próximo.

Um novo coração era o caminho correto diante de seus olhos.

O tempo do reino tão aguardado estava batendo em suas portas.

E, para esses, não bastava apenas ter uma boa aparência, ou ter as melhores casas.

Ou mesmo alegar sua descendência! Não, nada disso!

Esse povo deveria reconhecer o pecado, o seu pecado individual, e se arrepender de suas más ações.

Imagine-se no lugar de cada um deles, você que por tanto tempo achou que tava tudo bem, que as coisas iriam se resolver mais ou menos dias.

Você que talvez tenha se sentido por tanto tempo privilegiado, ouvir que: Se arrependa!

Como assim? Pois é! Para chegada do rei, não adianta ter uma aparência boa por fora, se dentro de você os piores trapos permanecem lá!

Esse arrependimento para os judeus estava no contexto do reino que iria se inaugurar com a ascensão de Jesus, após sua ressurreição.

Por isso o verso dois utiliza o “porque”, ele explica qual a razão para esse arrependimento.

Mas como isso se aplica ao nosso contexto? Afinal de contas, Jesus já ressuscitou e iniciou o seu reino espiritual. A igreja é uma grande prova dessa verdade.

Para nós hoje, a aplicação fica no sentido de também participarmos desse reino, e aguardarmos a sua consumação.

Cristo veio, mas ainda virá, e todos aqueles que já se arrependeram dos seus pecados, vivem na expectativa desse segundo retorno.

Já usufruímos da comunhão do reino, já temos as primícias de tudo isso, mas ainda há coisas que chegaram.

Talvez você mesmo pode dizer que já conhece Jesus, que já ouviu os evangelhos, que até mesmo escutou outras pregações que falam desse mesmo assunto.

Mas, já sabendo de tudo isso, o que você fará hoje?

Você está pronto para se apresentar diante de Deus?

O seu coração já está arrependido dos pecados?

Não adianta nada saber de tantas coisas, mas isso não ser demonstrado em uma nova vida.

De igual modo, não adianta viver apenas pensando nos bens que temos aqui.

Se você acha que tem algo para se orgulhar, esses homens que escutaram essa pregação há dois mil anos atrás também tinham.

Mas nada disso adianta, se você não tem Cristo como salvador de sua vida!

Há tempo para se arrepende, há uma porta aberta ainda!

O que você fará? O reino de Deus já está presente, isso é bom para você! Já que já pode hoje participar disso!

Mas se sua resposta for negativa, observe bem o verso 8-10.

Mesmo aqueles filhos de Abraão, se não se arrependessem, seriam cortados do reino, o mesmo se dará a você.

Se arrependa hoje, aproveite sua oportunidade, pois um dia ela não será mais ofertada.

Rogue a Deus misericórdia, e para que o Espírito Santo faça morada em você.

Faça isso enquanto é tempo, pois até mesmo o tempo um dia vai acabar!

Deus os abençoe, amém.