A GRANDE TENTAÇÃO DEm sétimo lugar, o diabo sugere que Jesus satisfaça imediatamente seus desejos à parte do propósito de Deus. O diabo tenta Jesus, insinuando que o prazer de comer deve estar acima de obedecer ao propósito de Deus. O diabo torna o pecado gostoso, atraente, imperativo. O diabo sugere que Jesus fuja do sofrimento e da privação. Sua proposta é: satisfaça-se; não se reprima!E JESUS
Em terceiro lugar, o diabo questiona a bondade de Deus. O diabo, ao tentar Jesus, sugerindo-lhe transformar pedras em pães, estava também questionando o cuidado e a bondade de Deus. Ainda hoje, ele nos tenta, sugestionando-nos: 1) Se Deus é bom, por que você está com fome? 2) Se Deus o ama, por que você está em apuros? 3) Se Deus é fiel, por que você está doente? 4) Se Deus é amor, por que você perdeu o emprego?
Todos os evangelhos sinóticos afirmam que a tentação de Jesus se deu imediatamente após o seu batismo. Mateus, portanto, situa a tentação em um tempo definido, “A seguir”, e em um lugar específico: “no deserto”. Jesus sai da água do batismo para o deserto da tentação. Do sorriso do Pai para a carranca do diabo. Do revestimento do Espírito para a prova mais amarga. Não há nenhum intervalo entre a unção e a prova, entre a voz gloriosa do Pai e a voz cavernosa do tentador.
Em terceiro lugar, o diabo questiona a bondade de Deus. O diabo, ao tentar Jesus, sugerindo-lhe transformar pedras em pães, estava também questionando o cuidado e a bondade de Deus. Ainda hoje, ele nos tenta, sugestionando-nos: 1) Se Deus é bom, por que você está com fome? 2) Se Deus o ama, por que você está em apuros? 3) Se Deus é fiel, por que você está doente? 4) Se Deus é amor, por que você perdeu o emprego?
Terceiro, a tentação vem nas horas mais esplêndidas da vida. Jesus acabou de sair do Jordão, cheio do Espírito, e foi conduzido pelo Espírito ao deserto. Não houve nenhum intervalo entre a glória do batismo de Cristo e a dureza da tentação. Jesus vai repentinamente do sorriso aprovador do Pai para as ciladas do maligno. Jesus saiu da água do batismo para o fogo da tentação. A tentação não foi um acidente, mas um apontamento. Não houve nenhuma transição entre o céu aberto do Jordão e a escuridão medonha do deserto. A vida cristã não é uma apólice de seguros contra os perigos.
O diabo não começa com uma negação direta, mas com uma dúvida. A dúvida é uma arma sutil do diabo: Se és filho de Deus… (4.3). Essa foi a mesma estratégia que a serpente usou para tentar Eva: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? (Gn 3.1). No caso de Jesus, o diabo pôs em dúvida a verdade do batismo: Este é o meu filho amado (Mt 3.17); Tu és o meu filho amado (Mc 1.11; Lc 3.22). Na verdade, o diabo pôs em dúvida toda uma vida. Desde o início, Jesus estava empenhado nos negócios do seu Pai. Agora, sua filiação é questionada. O diabo também questiona nosso relacionamento com Deus. Ele tenta enfiar a cunha da dúvida nas brechas da nossa mente.
Tentou-o não depois que ele orou e jejuou, mas enquanto orava e jejuava. Quem não vigia e ora, não consegue resistir. A oração não afugenta o diabo, mas fortalece você. Jesus disse: Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. Pedro não vigiou nem orou, por isso negou Jesus.
Em terceiro lugar, o diabo questiona a bondade de Deus. O diabo, ao tentar Jesus, sugerindo-lhe transformar pedras em pães, estava também questionando o cuidado e a bondade de Deus. Ainda hoje, ele nos tenta, sugestionando-nos: 1) Se Deus é bom, por que você está com fome? 2) Se Deus o ama, por que você está em apuros? 3) Se Deus é fiel, por que você está doente? 4) Se Deus é amor, por que você perdeu o emprego?
Em quarto lugar, o diabo explora as circunstâncias adversas. Jesus estava no deserto; depois de orar e jejuar quarenta dias, estava com fome, sozinho e junto das feras:
• Tu estás só – Será que o Pai abandonaria seu filho?
• Tu estás no deserto – É este um lugar para o herdeiro de Deus?
• Tu estás com fome – Como o Pai de amor poderia deixar o seu filho sofrer?
• Tu estás com as feras – Péssimas companhias para o filho de Deus.
Em sétimo lugar, o diabo sugere que Jesus satisfaça imediatamente seus desejos à parte do propósito de Deus. O diabo tenta Jesus, insinuando que o prazer de comer deve estar acima de obedecer ao propósito de Deus. O diabo torna o pecado gostoso, atraente, imperativo. O diabo sugere que Jesus fuja do sofrimento e da privação. Sua proposta é: satisfaça-se; não se reprima!
Quando Jesus citou a Bíblia para o diabo, ele partiu para o segundo round da tentação, com a Bíblia na mão.
Em segundo lugar, o diabo é sempre um mau intérprete das Escrituras. Ele sempre torce a Palavra. É assim que surgem tantas seitas e heresias com gente de Bíblia na mão, mas guiada pelo diabo. O diabo foi o primeiro teólogo liberal. Ele é o patrono dos falsos exegetas.
A tentação política – a ambição (4.8–10)
O diabo tem um arsenal variado e usa todas as armas para alcançar seus nefastos propósitos. Três fatos nos chamam a atenção a seguir.
Em primeiro lugar, o diabo percebe que Jesus está comprometido com o reino de Deus e então lhe oferece os reinos deste mundo (4.8,9).
Em terceiro lugar, o diabo é um estelionatário (4.9). O diabo promete o que não tem. Diz a Jesus: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. O evangelista Lucas registra as palavras do tentador: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser (Lc 4.6). O diabo promete todos os reinos a Jesus, dizendo que ele tinha autoridade para fazer isso. Mentira! Ele promete o que não tem. Ele esconde que é um ser derrotado, condenado e infeliz. Concordo com R. C. Sproul: “A oferta que Satanás fez a Jesus não era algo que ele podia dar. Satanás não tem glória alguma para dar”.
Como vencer as tentações do diabo
Aprendemos com o texto em tela quatro formas que Jesus usou para vencer as tentações do diabo, como exploramos a seguir.
Em primeiro lugar, ter uma vida de intimidade com Deus por meio do jejum e da oração (4.2). Jesus tinha prazer no Pai, e o Pai tinha prazer no filho. Quem ama a Deus, ora. Quem tem apetite pelo pão do céu, jejua. Quem anda com Deus, tem poder para resistir o diabo. O problema não é a presença do inimigo, mas a ausência de Deus.
Em segundo lugar, ter uma vida cheia do Espírito Santo e ser guiado pelo Espírito (4.1). Estamos sempre cheios: do Espírito Santo ou de nós mesmos. Jesus viveu na plenitude do Espírito Santo e foi guiado pelo Espírito. Não vencemos a tentação na força da carne. Só quando somos cheios do Espírito e guiados pelo Espírito que alcançamos vitória nas tentações.
Em terceiro lugar, ter a Palavra de Deus no coração e nos lábios. A Bíblia é a espada do Espírito. Nada de racionalizações: o que eu penso, o que eu acho, o que as pessoas falam. Jesus disse: Está escrito! A única arma que Jesus usou para vencer o diabo foi a Palavra de Deus. R. C. Sproul diz que João Calvino chamava a Bíblia de Vox Dei – Voz de Deus – e disse que nós devemos receber essa palavra como se a estivéssemos ouvindo diretamente dos lábios do próprio Deus.
Em quarto lugar, ter uma atitude de resistir ao diabo. Não devemos subestimar o diabo, nem temê-lo, nem fugir dele, mas resistir a ele. O diabo precisou bater em retirada. Precisamos entender que o diabo já foi vencido, e aquele que o venceu nos assiste quando somos tentados (Hb 2.18). Estamos em Cristo. Sua vitória é a nossa vitória! Você não precisa enfiar a cabeça na coleira do diabo. Você não é mais escravo do pecado. Você foi tirado da potestade de Satanás, da casa do valente, do reino das trevas. Você agora está assentado com Cristo nas regiões celestes.
É uma tentação muito refinada com a qual Satanás se achega a Jesus. É mais perigosa a tentação que nem se parece com uma tentação. Mostrando um interesse comovedor, aquele simpático desconhecido se aproxima de Jesus, que estava totalmente esgotado pela fome. Dá-lhe a sugestão de que, por força de sua condição de Filho de Deus, transforme pedras em pães.
Do mesmo modo como as palavras no paraíso: “Teria Deus realmente dito?”, a expressão se és Filho de Deus formula uma dúvida. Seu significado é: “Se realmente és o Filho de Deus, não tens necessidade de passar fome”. Fome e esgotamento atestam contra a filiação divina. A existência da filiação somente pode ser comprovada se forem utilizadas as capacidades milagrosas contidas na condição de Filho de Deus. Fome e exaustão precisam, portanto, ser eliminadas imediatamente, com ajuda dessas capacidades. Somente quando isso acontece, comprova-se como autêntica a filiação divina. Do contrário não! – Assim insinua o tentador
v. 1: foi conduzido ao deserto. Deserto é muito mais do que uma indicação geográfica que poderia indicar, por exemplo, a zona desértica de Judá. Deserto é o elemento sempre presente na pedagogia profética e indica, contemporaneamente, o lugar onde somos colocados à prova e o lugar do encontro com Deus capaz de
No deserto, Jesus deu a resposta certa. O Filho de Deus é quem faz a vontade do pai. Só, sempre!
O deserto pode formar ou quebrar um homem; ele transforma a força de vontade e o caráter. Entretanto, a força que ele pode dar não é uma força de autossuficiência, mas aquela que procede do conhecimento do Deus vivo.