FE QUE PROCURA UMA PATRIA

ABRAAO  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Capitulo 12
Esta não é a história de Abraão, mas sim a história de Deus. A história de um Deus soberano que controla todos os eventos da existência. Ele havia criado a humanidade perfeita para sua gloria e louvor. Porém, por causa da desobediência de um só homem, o pecado entrou no mundo e pelo pecado a morte, e ela passou a todos os homens (Rm 5.12). O homem é expulso da presença de Deus, do paraíso do Éden. Deus então vai restaurar esse homem caído e conduzi-lo, não mais ao Éden, mas a uma nova terra, uma outra pátria. E ele começa essa condução da humanidade, uma nova humanidade ao longo da história e chama um homem para caminhar com ele, seu nome é Abrão.
Quando lemos o chamado de Deus a Abrão no capitulo 12, algo nos escapa. Veja o que diz Atos 7.2-4: Estêvão respondeu: Varões irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, quando estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, e lhe disse: Sai da tua terra e da tua parentela e vem para a terra que eu te mostrarei. Então, saiu da terra dos caldeus e foi habitar em Harã. E dali, com a morte de seu pai, Deus o trouxe para esta terra em que vós agora habitais.
Perceba que Estevão coloca o chamado de Abrão ainda em Ur, porem o verso 31 do capitulo 11 diz que foi o pai dele Terá que saiu de Ur. Então como entendemos esse texto? Precisamos ler os seguintes textos 12.1-3; 11.31-32; 12.4-5.
12.1-3 Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; 2 de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! 3 Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.
11.31-32 Tomou Tera a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; foram até Harã, onde ficaram. 32 E, havendo Tera vivido duzentos e cinco anos ao todo, morreu em Harã.
12.4, 5 Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o SENHOR, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã. 5 Levou Abrão consigo a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as pessoas que lhes acresceram em Harã. Partiram para a terra de Canaã; e lá chegaram.
Perceba que Deus faz o chamado em Ur do Caldeus, mas é o pai de Abrão que parece tomar a iniciativa da mudança. Não sabemos porque ele sai, Deus não o chamou, mas sim seu filho Abrão. Precisamos lembrar que neste tempo Abrão não é um patriarca, seu pai é o chefe da família, e Deus não chama o chefe da família. Mas porque ele teve a iniciativa? Nós não sabemos! Talvez pelo fato de um dos seus filhos (Harã) ter morrido em Ur. Talvez por ter sido constrangido pela certeza e convicção de Abrão; não sabemos. Mas o texto diz que ele toma a iniciativa de sair. Porém o outro irmão de Abrão não vai com eles, parece ficar em Ur, embora depois no capitulo 22 ele vai aparece em Harã. E quando o pai de Abrão sai, ele sair para ir para, Canaã. Embora ninguém soubesse qual era aterra que Deus daria a Abrão (Hb 11.8). Mas era para Canaã que ele estava conduzindo aquela família, porem Terá morre no meio do caminho.
No verso 4 então, é dito que Abrão partiu como Deus tinha ordenado, saindo de Harã, onde tinha enterrado seu pai, e indo para Canaã. O texto fala que ele tinha 75 anos quando começou sua peregrinava em Canaã, e que levou sua esposa Sarai, seu sobrinho Ló e todos os bens que tinha.
Enfim Abrão chega a Canaã. A primeira migração a Canaã sob Tera fracassou. Esta, sob o comando de Deus, triunfa. Chegaram em um lugar chamado Siquem, e acampou perto de um carvalho de Moré (mestre). Naquele tempo estás arvores altas e majestosas eram utilizada para os cultos pagãos. O texto então diz que o Senhor apareceu a Abrão, não sabemos como foi isso. Antes Deus havia apenas falado a Abrão. E prometeu a ele que aquela terra seria dos seus descendentes, embora os cananeus habitassem nela. Abrão então constrói um altar ali ao senhor, fica claro o contraste entre o Deus de Abrão e as divindades adoradas debaixo do carvalho.
Abrão então segue para o sul construindo altares ao senhor, e indo até o limites de Canaã no Neguebe. Neguebe significa seco, árido não sabemos por Abrão foi para lá.
O texto segue dizendo que havia fome na região do Neguebe, não era uma fome como no tempo de Jose que veio sobre toda a terra, mas era algo regional sazonal. E Abrão então desce ainda mais para o sul, indo ao Egito. Ele poderia ter retornado ao norte para Betel. O Egito já é neste tempo uma potência econômica. Abrão deixe de confiar na providencia do senhor e passa a confiar na economia egípcia. Sai da terra que Deus lhe havia mostrado e vai para uma terra que era igual de onde Deus o havia tirado.
Antes da alfandega do Egito ele orienta sua esposa a mentir sobre a relação deles, que eram irmãos. Porque tinha medo de ser morto por causa de Sara e sua beleza. Com isso Abrão foi favorecido pelo faraó e ganhou muito dinheiro. Deus puniu o faraó por causa de Sara cumprindo sua promessa de Abençoar quem abençoava e amaldiçoar quem o amaldiçoasse, mesmo estando Abrão fora da sal vontade. Sara é devolvida, eles são expulsos, escoltado para fora do Egito e eles retornam para Canaã.
Junto com eles, sai do Egito Agar, a escrava que vai ser mãe de Ismael. Ou seja, se Abrão não tivesse saindo do Egito, muita dor de cabeça seria evitada. Todavia Deus continua soberano sobre os eventos, e no fim sua vontade poderosa irá se cumprir. Nosso problema é tentar conciliar os desvios de rotas do homens com os propósitos divino. Gosto de como Agostinho coloca isso: “mudas a tua obras, mas teu proposito permanece inalterado” (Confissões Livro I, Cap. IV)
CHAMADO PARA DEIXAR
Mas como foi esse chamado?
Deus chama Abrão a deixar três coisas: a sua terra, seus parentes e a casa do pai. Porém, para cada coisa que ele tem que deixar, Deus faz uma promessa. A ordem de Deus é: sai, deixe, ande em direção de. Está no imperativo, é uma ordem. Abrão então não teve um chamado, ele ouviu uma ordem. Um chamado pode ser recusado, é um convite, um desejo, não é o caso aqui. Aliás, Deus não chama, ele ordena. Deus está levantando um povo para si, uma nação santa, raça eleito, um povo adquirido, e isso jamais fica a mercê da vontade humana, Deus não põe em risco seus desígnios sua vontade, o chamado feito a Abrão é imperativo.
É uma caminhada com Deus rumo a uma nova humanidade, nova terra, nova realidade. Deus então ordena para que deixe sua terra. O lugar onde nasceu, deixe sua origem, sua identidade, sua cidadania suméria, suas referências, seus costumes, seus modos, seu jeito de viver, sua cosmovisão.
Vai para um terra que te mostrarei... Deus o chama a ser cidadão de outra terra. É novo nascimento, sua origem agora é a fé, sua identidade agora não é filho de Terá, mas filho de Deus, sua cidadania é reino dos céus, outros modos, outros costumes, outra cosmovisão, é uma terra que eu te mostrarei. É diferente de tudo, é outra realidade.
Deixe seus parentes. Naquela época isso era um contra censo, uma loucura, uma irresponsabilidade. Os parentes, as famílias, quanto maiores, melhor. Famílias grandes eram sinônimo de segurança, em um tempo onde não existia sistema judiciário, policiamento, então as famílias se protegiam. Era sinônimo de poder, influencia, armas, guerreiros, contingente militar. Era sinônimos de provisão, contra fome, peste doenças, em uma crise todos se ajudavam. Mas Deus manda Abrão abandonar tudo isso.
Mas não o deixa sem uma promessa. Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra. Deus seria a proteção, o escudo de Abrão. O senhor dos exércitos pelejaria por ele. Deus seria sua justiça! Deus seria sua provisão, seu sustentador. Agora o poder não se concentraria mais em ter uma grande família, mas sim no fato de Deus ser o todo poderoso. Mas essa promessa, não era apenas a Abrão, mas se estenderia a todas as famílias da terras. Por causa daquilo que Deus estava fazendo na vida de Abrão, as famílias da terra seria beneficiadas.
Abrão é desafiado a deixar a casa do seu pai. Talvez para aquela cultura, essa foi a coisa mais difícil no chamado de Deus. Deixar a casa do pai significa deixar de pertencer aquela família, aquele clã, abandonar o sobrenome. Talvez o sentimento mais próximo disso que temos hoje. É quando um muçulmano crê em Jesus e sua família faz o funeral dele, pois para eles é como se aquela pessoa tivesse morrido.
Em contrapartida, Deus faz promessa. De ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Perceba quem é que faz aqui, o próprio Deus. A proposta é Deus ser o pai. Abrão levaria agora o nome do próprio Deus, Deus seria conhecido como Deus de Abraão. Deus faria de Abrão, também pai de uma nação.
Deus é soberano no chamado, se ele não viesse a Abrão teria morrido perdido. Deus é o agente ativo e Abrão é o passivo. Deus ordena, Deus faz, e Abrão apenas reage. Todas as vezes que Abrão é o agente ele erra. Foi Deus quem te chamou para caminhar com ele, a ele a gloria por isso. Da mesma forma Jesus da a mesma ordem: Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Mt 16.24. Seguir a Cristo vai te custar tudo. Você é desafiado a deixa sua vida passada para trás. Você já deixou? Você foi visto aqui nesta história. Deus tinha a intenção de te abençoar e ele começou isso em Abrão. Ser abençoado, não significa não passar dificuldades. Diante da fome, Abrão tenta se refugiar na potência financeira da época, o Egito. E todos que fazem parte daquela potência, também se sentem uma potência. Deus não te chamou para ser uma potência, mas para andar com ele na estrada da fé. Tentar matar a fome no Egito, é não confiar em Deus e sua providencia. Ir para o Egito, é retornar para o mundo de onde Deus nos mandou sair. Nossas necessidades são todas supridas em Cristo, ele é o pão vivo dado por Deus a nós. Somo iguais a Abrão na nossa fraqueza, saímos do centro da vontade de Deus. Mentimos sobre quem somos por medo. E Deus por misericórdia precisa nos trazer de volta para Canaã que é a sua vontade. No Egito Abrão tem medo, talvez por não estar mais onde Deus mandou ele ir, e por isso não confiava mais na proteção divina. No Egito Abrão mente, trapaceia. Queridos irmãos este mundo não é nosso destino final. Nossa pátria não é aqui. Não construa sua vida para este mundo e sim para a eternidade. Não acumule tesouros aqui, estamos de passagem neste mundo. Deixe para tras a vida e o passado de onde Deus te chamou. Fé não é apenas olhar para o futuro e cre naquilo que Deus fará, fé também deixar o passado, e crer que Deus te chama para uma caminhada com ele. Hoje Deus te chama a uma caminhada de fé com ele. Jesus hoje te dá uma ordem: Vem e segue-me! Você que já começou essa caminhada de fé, hoje te convido a levantar um altar e renovar sua aliança com Deus. Talvez você tenha se desviado para o Egito, volte agora. Talvez você tenha abandonado seu ministério, levante um altar de oração e renove sua aliança com Deus.
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