O CLAMOR DA ALMA! Lucas 22.39-46

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Quando sua alma agonizante clama a Deus , saiba que a sua oração jamais ficará sem uma resposta de conforto e esperança.

Notes
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Grande ideia: Quando sua alma agonizante clama a Deus , saiba que a sua oração jamais ficará sem uma resposta de conforto e esperança.
Estrutura: o clamor agonizante (vv. 39-42) e a resposta confortadora (vv. 43-46).
Lucas 3.21 NAA
Ao ser todo o povo batizado, Jesus também foi batizado. E aconteceu que, enquanto ele orava, o céu se abriu,
Lucas 6.12 NAA
Naqueles dias, Jesus se retirou para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.
Lucas 9.18 NAA
E aconteceu que, enquanto Jesus estava orando em particular, achavam-se presentes os discípulos, a quem perguntou: — Quem as multidões dizem que eu sou?
Lucas 19.46 NAA
dizendo-lhes: — Está escrito: “A minha casa será ‘Casa de Oração’.” Mas vocês fizeram dela um covil de salteadores.
Lucas 21.36 NAA
Portanto, vigiem o tempo todo, orando, para que vocês possam escapar de todas essas coisas que têm de acontecer e para que possam estar em pé na presença do Filho do Homem.
Em Fervente Oração Harpa Cristã Em fervente oração, vem o teu coração. Na presença de Deus derramar. Mas só podes fruir o que estás a pedir. Quando tudo deixares no altar.
Quando tudo perante o Senhor estiver. E todo o teu ser Ele controlar. Só então hás de ver que o Senhor tem poder. Quando tudo deixares no altar.
Maravilhas de amor te fará o Senhor. Atendendo à oração que aceitar. Seu imenso poder te virá socorrer. Quando tudo deixares no altar.
Se orares, porém, sem o teu coração. Ter a paz que o Senhor pode dar. Foi por Deus não sentir que tua alma se abriu. Tudo, tudo, deixando no altar.
Estando em agonia (v. 44). A única explicação adequada da experiência de Jesus conforme é descrita neste verso é a que sua natureza total foi encolhida devido ao fardo misterioso da culpa do mundo que estava sendo posta sobre Ele.
2Coríntios 5.21 NAA
Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
Isaías 53.6 NAA
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.
Clamor agonizante. (vv. 39-42)
(a) Jesus tinha o costume de orar no “Monte das Oliveiras”. Que lugar era esse?
Lucas 21.37 NAA
Jesus ensinava todos os dias no templo, mas à noite saía e ficava no monte chamado das Oliveiras.
João 18.1 NAA
Depois de dizer isso, Jesus saiu juntamente com os seus discípulos para o outro lado do ribeiro de Cedrom, onde havia um jardim; e aí entrou com eles.
Dicionário Bíblico Lexham Características Físicas

O Monte das Oliveiras fica na borda oriental de um longo trecho de solo calcário que dá origem aos numerosos olivais que cobrem sua superfície (Mare, The Archaeology of the Jerusalem Area, 23). O Monte provavelmente não teria o nome de seus olivais se não houvesse visivelmente mais do que em outras partes da região. As azeitonas também teriam sido economicamente significativas para Jerusalém durante o período do Segundo Templo, quando eram cultivadas e colhidas, como fica evidente na Mishná em Pesah. 14a. O azeite de oliva também foi provavelmente o único produto de exportação de Jerusalém (Jeremias, Jerusalem in the Time of Jesus, 7).

2Samuel 15.30 NAA
Davi seguiu pela encosta do monte das Oliveiras, subindo e chorando; tinha a cabeça coberta e caminhava descalço. Todo o povo que ia com ele, de cabeça coberta, subiu chorando.
Zacarias 14.4 NAA
Naquele dia, os seus pés estarão sobre o monte das Oliveiras, que está em frente de Jerusalém, para o leste. O monte das Oliveiras será fendido pelo meio, do leste ao oeste, formando um grande vale. Metade do monte se afastará para o norte, e a outra metade, para o sul.
Lucas 19.29 NAA
E aconteceu que, ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, Jesus enviou dois dos seus discípulos,

Após a última refeição juntos, Jesus e os discípulos saem para o Monte das Oliveiras (τὸ ὄρος τῶν ἐλαιῶν, to oros tōn elaiōn). Apenas Mateus e Marcos especificam que eles se estabeleceram em um lugar chamado Getsêmani (que significa “prensa de óleo”) na base do Monte, de frente para Jerusalém. Mais uma vez, o paralelo em João não menciona o Monte explicitamente, mas diz que depois de seus discursos na última refeição, Jesus e os discípulos saem pelo Vale do Cédron para um jardim onde ele é preso. Como o Getsêmani fica do outro lado do Cédron, na base do Monte das Oliveiras, esse é provavelmente o cenário em todos os relatos.

Lucas 24.50 NAA
Então Jesus os levou para fora, até Betânia. E, erguendo as mãos, os abençoou.
Atos dos Apóstolos 1.12 NAA
Então os apóstolos voltaram do monte das Oliveiras para Jerusalém. A distância até a cidade é de cerca de um quilômetro.
(b) O lugar escolhido, foi o Getsâmane (“o lugar da prensa do azeite”).
Mateus 26.36 e Marcos 14.32
Marcos 14.32 NAA
Então foram a um lugar chamado Getsêmani. Ali, Jesus disse aos seus discípulos: — Sentem-se aqui, enquanto eu vou orar.
EBD:
GETHSEMANE - lagar de azeite, nome de um pátio de oliveiras ao pé do Monte das Oliveiras, para onde Jesus costumava se retirar (Lucas 22:39) com seus discípulos, e que é especialmente memorável por ter sido a cena de sua agonia (Marcos 14:32; João 18:1; Lucas 22:44). O terreno apontado como Getsêmani está agora cercado por um muro e tem a aparência de um jardim de flores europeu moderno. Ele contém oito oliveiras veneráveis, cuja idade, no entanto, não pode ser determinada. O local exato do Getsêmani ainda está em questão. O Dr. Thomson (The Land and the Book) diz: "Quando cheguei a Jerusalém pela primeira vez, e por muitos anos depois, esse terreno estava aberto a todos, sempre que quisessem vir e meditar sob suas oliveiras muito antigas. Os latinos, no entanto, conseguiram nos últimos anos tomar posse exclusiva e construíram um muro alto ao redor... Os gregos inventaram outro local um pouco ao norte... Minha impressão é que ambos estão errados. A posição é muito próxima da cidade, e tão perto do que sempre deve ter sido a grande via de acesso para o leste, que nosso Senhor dificilmente a teria escolhido para se retirar naquela noite perigosa e sombria... Estou inclinado a colocar o jardim no vale isolado a várias centenas de metros a nordeste do atual Getsêmani".

Nosso Senhor, depois de ter comido a Páscoa e celebrado a Ceia com os Seus discípulos, foi com eles ao monte das Oliveiras e entrou no jardim de Getsêmani. O que o induziu a escolher aquele lugar para ser o cenário de Sua terrível agonia? Por que lá, em detrimento de qualquer outro lugar, Ele seria preso por Seus inimigos? Não podemos conceber que, como em um jardim, a autoindulgência de Adão nos arruinou, portanto, em outro jardim, as agonias do Segundo Adão deveriam nos restaurar? O Getsêmani fornece o remédio para os males que vieram como resultado do fruto proibido do Éden!

(c) A oração acompanhava a vida de Jesus nos seus momentos mais desafiadores, e deveria acompanhar os nossos também.
Lucas 11.4 NAA
perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve; e não nos deixes cair em tentação.”
J Wilbur Chapman diz que "tentação é o tentador olhando pelo buraco da fechadura para o quarto em que você vive; pecado é o ato de você destrancar a porta e fazer com que seja possível ele entrar." Lutero afirma que “quanto mais oramos, a gente se acautela contra o pecado e a injustiça”. E John Owen assevera que “sem um espírito constante de oração, podemos ser distraídos por uma corrente contínua de tentações”.
Lucas 18.1 NAA
Jesus lhes contou uma parábola para mostrar que deviam orar sempre e nunca desanimar:
Efésios 6.18 NAA
Orem em todo tempo no Espírito, com todo tipo de oração e súplica, e para isto vigiem com toda perseverança e súplica por todos os santos.
Romanos 12.12 NAA
Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação e perseverem na oração.
1Tessalonicenses 5.17 NAA
Orem sem cessar.
(d) E esse tempo de oração, em específico, vemos a angústia de Jesus, em expor ao Pai, o seu próprio coração.
Mateus 26.37–39 NAA
E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a sentir-se tomado de tristeza e de angústia. Então lhes disse: — A minha alma está profundamente triste até a morte; fiquem aqui e vigiem comigo. E, adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: — Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice! Contudo, não seja como eu quero, e sim como tu queres.
Marcos 14.33–36 NAA
E, levando consigo Pedro, Tiago e João, começou a sentir-se tomado de pavor e de angústia. E lhes disse: — A minha alma está profundamente triste até a morte; fiquem aqui e vigiem. E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela hora. E dizia: — Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice! Porém não seja o que eu quero, e sim o que tu queres.
O termo “cálice” foi usado muitas vezes no Velho Testamento para indicar essa ira (Sl 11.6; Is 51.17; Ez 23.33) e Jesus sabia bem como isso seria terrível.
Gouvêa de Oliveira, Flávio. O Evangelho em Carne e Osso: Uma exposição do evangelho de Lucas para pessoas de corpo e alma (Portuguese Edition) (p. 392). Flávio Gouvêa de Oliveira. Edição do Kindle.
Tim Keller: Ele que sempre sabia o que estava se passando: nada parecia abalá-lo. Mas de repente, lemos que ele “começou a afligir-se”. No grego, o termo traduzido como “começou a afligir-se” na verdade significa “ficar atônito”, “ficar aturdido”. Segundo o texto, Jesus também “começou a angustiar-se”. Aqui o termo grego significa “ser tomado pelo horror”.
Wachaman Nee: “Ele só queria saber se o cálice era ou não a vontade de Deus. Depois de orar três vezes dessa forma, ficou sabendo que o cálice e a vontade de Deus eram uma coisa só. Portanto, acrescentou rapidamente: “Acaso, não haverei de beber o cálice que o Pai me deu?” (João 18.11).
Tim Keller: Jesus, na verdade, não está tomando as circunstâncias em suas mãos. No final, ele está obedecendo- abrindo mão do controle sobre suas circunstâncias e submetendo seus desejos à vontade do Pai. Ele diz a Deus: “todavia não seja o que eu quero, mas o que tu queres”. Ele luta, mas obedece em amor.
João 6.38 NAA
Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
Isso não sugere a existência de qualquer conflito entre a vontade do Pai e a vontade do Filho. Foi uma expressão perfeitamente normal de sua humanidade o fato de ele ter recuado do cálice da ira divina (ver nota em Mateus 26: 39). Mas, mesmo que o cálice fosse abominável a Cristo, ele, voluntariamente, se submeteu, porque essa era a vontade do Pai. Nessa oração, ele estava consciente, deliberada e voluntariamente subjugando todos os seus desejos humanos à vontade perfeita do Pai. Assim, não houve conflito entre Pai e Filho, tampouco entre a divindade de Cristo e seus desejos humanos.
MacArthur, John. Comentário bíblico MacArthur (pp. 2825-2826). Thomas Nelson Brasil. Edição do Kindle.
2. Resposta confortadora. (vv. 43-46)
(a) Apenas Lucas fala do anjo do céu que o confortava.
(b) Também, apenas Lucas fala do suor de Jesus tornando-se como gotas de sangue.
Hematidrose. Conhece este fenômeno raro?
É raro, são poucas as pessoas que estão sujeitas a esta condição, mas ainda assim não deixa de ser um ‘pesadelo’ para quem tem de passar por isto.
SOL
24 de Outubro 2017
Transpirar sangue parece algo impossível de acontecer, mas a verdade é que há pessoas que passam por isto. É um fenómeno raro, mas é uma condição médica humana bem real.
Chama-se hematidrose, e é uma patologia que ficou agora mais conhecida por estar a falar-se, na internet, de um destes casos. Uma rapariga de apenas 21 anos sofre desta doença e expôs o seu testemunho de forma a dar a conhecer esta condição médica rara que afeta uma em cada 10 milhões de pessoas.
A hematidrose afeta o rosto, as orelhas, o nariz e os olhos, mas na sua na origem também está um outro fenómeno: as lágrimas de sangue. No caso da jovem, o sangue aparece inesperadamente no seu rosto.
Para já a ciência sabe que este fenómeno do corpo humano está associado a momentos de maior pressão, tensão ou stress.
De acordo com a Time, o medo e o stress emocional intenso podem também impulsionar esta condição, pois estes estados emocionais têm um impacto direto nos micro vasos sanguíneos das glândulas sudoríparas, que explodem' e dão origem à saída de sangue, em simultâneo com o suor.
(c) Lucas atesta que Jesus estava em “agonia”, e por conta disso orava “mais intensamente”.

αγωνια agonia

de 73; TDNT 1:140,20; n f

1) luta pela vitória

1a) exercício gisnástico, luta romana

2) de lutas e emoções mentais severas, agonia, angústia

εκτενως ektenos

de 1618; adv

1) seriamente, fervorosamente, intensamente de um verbo que significa “estender a mão.”, assim significa ser estendido — sério, resoluto, tenso.

Também é digno de nota o tipo de sentimentos pelos quais Cristo se viu tentado. Mateus diz que ele foi afetado por tristeza e dor (ou ansiedade); Lucas diz que ele se viu apoderado de angústia; e Marcos agrega pavor. E de onde veio sua dor, angústia e pavor, senão porque sentiu que havia na morte algo mais triste e mais pavoroso do que a mera separação de alma e corpo? E, certamente, ele suportou a morte, não meramente para ir da terra para o céu, mas, antes, para que, ao levar sobre si a maldição à qual somos passíveis, pudesse libertar-nos dela. Portanto, ele não teve horror da morte simplesmente como uma passagem do mundo, mas porque teve diante dos olhos o terrível tribunal de Deus, e o próprio Juiz armado com inconcebível vingança; e porque nossos pecados, cujo fardo fora posto sobre ele, o arqueou com seu enorme peso. Portanto, não há razão para surpresa que o terrível abismo de destruição o tenha atormentado profundamente com medo e angústia.
Calvino, João. Harmonia dos Evangelhos (Volumes 1, 2 e 3) (Portuguese Edition) (pp. 1301-1302). Edição do Kindle.
(d) Mas, na contramão de todo esse processo agônico de Jesus, os discípulos dormiam, “de tristeza”.

λυπη lupe

aparentemente um palavra raiz; TDNT - 4:313,540; n f

1) tristeza, dor, angústia, aborrecimento, aflicão, pesar

1a) de lamentação de pessoas enlutadas

(e) Dai, Jesus apela mais uma vez: “Levantem e orem”, vv. 39,44.
Ricardo Barbosa:
C. S. Lewis usa uma imagem que nos ajuda a entender a natureza da bondade de Deus revelada na oração não respondida. Para ele, Deus muitas vezes nos fere apenas para curar e, nesse caso, a súplica por ternura é inútil. Ele usa a imagem de um cirurgião, cujas intenções são inteiramente boas, e “quanto mais gentil e consciente ele é, mais sem piedade prosseguirá cortando. Se ele desistir diante de suas súplicas, se ele se detiver antes que a operação chegue ao fim, toda a dor até aquele ponto terá sido inútil”. Para Lewis, a bondade de Deus jamais permitiria algum sofrimento que não fosse necessário. Um cirurgião tem um conhecimento que o paciente não tem. Percebe a gravidade da enfermidade que o paciente não percebe, por isso age de forma que não agrada ao paciente, mas seu objetivo é curá-lo, não simplesmente ferir.
3. Outras aplicações:
(a) Como Jesus, precisamos aprender que nem sempre recebemos o que pedimos, mas é importantíssimo crermos que recebemos sempre o que precisamos.
Filipenses 4.19–20 NAA
E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, tudo aquilo de que vocês precisam. A nosso Deus e Pai seja a glória para todo o sempre. Amém!
Ricardo Barbosa:
A transcendência envolve não apenas a majestade e grandeza divinas, que são maiores, mais profundas e mais amplas do que tudo que possamos imaginar, mas também o mistério do Deus eterno que desce dos céus e vem ao nosso encontro. O Deus bíblico vem até nós na pessoa do seu Filho, entra em nosso mundo ferido, cansado e fragmentado, sofre as nossas dores, carrega sobre si o peso do nosso pecado e assume a nossa morte, oferecendo-nos o perdão, a reconciliação, a salvação e a ressurreição. A maneira como Deus se identifica com nossas fraquezas nos oferece um caminho para a prática da oração, porque, quando consideramos a humilhação de Deus manifestada em Jesus, percebemos que o caminho para a vida de oração requer de nós humildade e submissão.
(b) Quem não tem vida de oração, dorme de tristeza. Agora quem tem comunhão com o Senhor, dorme o “sono dos justos”.
Salmo 4.8 NAA
Em paz me deito e logo pego no sono, porque só tu, Senhor, me fazes repousar seguro.
João 13.1 NAA
Antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.
Dane Ortlund:
O texto nos diz. “Tendo amados os seus (…) amou-os até ao fim”. Bunyan nos introduz às dinâmicas de seu amor:
É comum para iguais amar e para superiores serem amados, porém, para o Rei dos príncipes, para o Filho de Deus, para Jesus Cristo amar o homem assim: isso é incrível e ainda mais porque o homem, objeto de seu amor, é tão baixo, tão vil, tão imerecedor, e tão desprezível, como as Escrituras em todo lugar lhe descrevem.
Ele é chamado de Deus, o Rei da glória. Mas quem por ele é amado é chamado de transgressor, pecador, inimigo, pó e cinza, inseto, verme, sombra, vapor, vil, imundo, pecaminoso, impuro, tolos ímpios, loucos. E não nos causaria surpresa, e não nos afetaria, de modo a dizermos: tu vais colocar teus olhos sobre estes? Mas quanto mais quando descobrimos que ele vai colocar seu coração sobre nós?
O amor nele é essencial ao seu ser. Deus é amor; Cristo é Deus; portanto, Cristo é amor, naturalmente amor. Ele só deixaria de amar caso deixasse de existir (…).
O amor de Cristo requer não levar em conta a beleza no objeto amado. Ele pode agir de si e por si, sem qualquer dependência. O Senhor Jesus dispõe seu coração a amá-los.
Mateus 26.43–46 NAA
E, voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os olhos deles estavam pesados. Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. Então voltou para os discípulos e lhes disse: — Vocês ainda estão dormindo e descansando! Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores. Levantem-se, vamos embora! Eis que o traidor se aproxima.
Ilustr.:
Podemos encontrar muitas outras alusões bíblicas no tratamento que a feiticeira dispensa a Aslam imediatamente antes da morte dele. Uma vez que ela fez a sua reivindicação baseada na lei do Imperador de Além-Mar, você poderia pensar que ela simplesmente executaria o sacrifício rapidamente e daria a volta por cima. Se fosse meramente uma questão de justiça, você pensaria que esses procedimentos seriam ordeiros e sérios. Mas não é isso que ela faz. Ela quer atormentá-lo, escarnecê-lo e derramar todo o seu ódio sobre ele antes de sua morte. Ela diz: “Primeiro, cortem-lhe a juba” (p. 170). Foi isso o que aconteceu a Jesus também. Como previra o profeta Isaías, ele foi torturado e escarnecido (Isaías 53; Mateus 27.26-31). E, como Jesus, Aslam não oferece resistência: “Mas ele não se moveu.
E isso pareceu enfurecer toda a turba”.10 Por fim, no momento em que está prestes a matá-lo, ela lança uma última palavra de abuso: “Compreenda que você me entregou Nárnia para sempre, que perdeu a própria vida sem ter salvo a vida da criatura humana. Consciente disso, desespere e morra” (p. 171). Então, após Aslam morrer, ela dispara para seus seguidores: “Sigam-me todos e acabemos com o que resta da batalha. Não será difícil esmagar o verme humano e os traidores, agora que o grande louco, o gatão, está morto” (p. 172). Em outras palavras, a justiça não é a intenção de forma alguma. Ela está planejando quebrar sua parte no acordo perseguindo Edmundo e os demais assim que tiver acabado com Aslam. Ela usou a alegação de justiça apenas como instrumento de barganha e, tendo alcançado seu objetivo, desfez-se de todas as pretensões de buscar justiça.
Mas a feiticeira enganou-se profundamente. Ao amanhecer, a Mesa de Pedra estava partida em duas, e Aslam ressurge. O que isso significa? Explico [disse Aslam]: a feiticeira pode conhecer a Magia Profunda, mas não sabe que há outra magia ainda mais profunda. (p. 174) A feiticeira sabe tudo sobre magia dentro do tempo, mas não sabe nada da magia “mais profunda” de “antes da aurora do tempo”. De acordo com essa magia eterna, “se uma vítima voluntária, inocente de traição, fosse executada no lugar de um traidor, a mesa estalaria e a própria morte começaria a andar para trás”. Note que essa magia profunda é desde a eternidade. Ela não está enraizada no método deste mundo; está enraizada nos métodos de Deus. É por isso que a feiticeira não a vê surgindo.
Por meio dessa história, Lewis consegue comunicar o que muitos teólogos lutam para fazê-lo: a morte substitutiva ou “vicária” de Cristo por seu povo. Este é o significado da fé cristã: Cristo morreu em seu lugar, salvando-o por pura graça, sem esforço algum de sua parte. Do mesmo modo, o sacrifício central de Aslam é o fundamento de toda graça que aparece alhures em Nárnia. E Lewis revela a verdadeira natureza da graça por Edmundo não ter feito absolutamente nada para merecer ou conquistar o que Aslam fez por ele.
Wilson, Douglas. O que aprendi em Nárnia (Portuguese Edition) (pp. 116-117). Editora Monergismo. Edição do Kindle.
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