NAS PEGADAS DE JESUS (PARTE 2) Marcos 8.34-38

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O discipulado é uma proposta para a vida inteira e não para uma etapa apenas de nossa existência.

Notes
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Grande ideia: O discipulado é uma proposta para a vida inteira e não para uma etapa apenas de nossa existência.
8.1-10: Jesus multiplica pães e peixes pela segunda vez na Galiléia.
8:11-13: Os fariseus insistem em pedir um sinal a Jesus, e logo são rebatidos com o argumento de que nenhum sinal lhes seria dado, a não ser o de Jonas.
Mateus 16:4
4 - Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-se.
8.14-21: Jesus lança torpedos sobre os seus discípulos ao perceberem que eles estavam flertando com o fermento dos fariseus (formalismo religioso) e o de Herodes (licenciosidade moral).
8.22-26: Em Betsaida, Jesus cura (em duas etapas) um cego fora da cidade, que tinha uma marca indelével em sua história: era incrédula em relação a Jesus:
Mateus 11:21
21 - Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza.
8.27-33: Agora em Cesaréia de Filipe Jesus indaga seus discípulos para verificar se eles estão conscientes de sua identidade e de sua missão.
1. O discipulado é obediência a um chamado. (vv. 34,35)
(a) Jesus faz uma convocação bem ampla: multidão e os discípulos.
Jesus reúne toda a sua audiência, que se dividia em dois grupos distintos na mente dele: multidão e discípulos.
(b) Jesus não somente abraça o caminho da cruz, mas exige o mesmo de seus seguidores.
BLH
Mc 8:34 Aí Jesus chamou a multidão e os discípulos e disse: —Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe.
(c) Ele fala em tons bem pessoais e autônomos: “se alguém quer”.
(d) Agora algo fica claro: o discípulo não pode escolher seu caminho, “vir após mim”.
(e) O discipulado tem um preço a pagar: “negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Trata-se de uma convocação: “se (opcional) alguém (sem acepções) quiser (vontade pessoal) vir após mim (postura em relação ao evangelho)”.
(f) Elementos de renúncia (“negue-se a si mesmo”), identificação (“tome a sua cruz”) e siga-me (discipulado).
(g) A lógica por detrás de “quiser salvar a sua vida”, tem a ver com valores que julgamos relevantes em relação à nossa vida. O que julgamos imprescindível à nossa vida?
(h) Só vive intensamente quem abre mão de qualquer controle de sua vida. Quem confia inteiramente que o propósito da vida está em algo além da própria vida.
Jim Elliot (1927-1956) procurou servir a Jesus com todas as suas forças e a maior parte de sua vida e de seu ministério é contado por sua esposa Elizabeth em dois livros publicados posteriormente. Sua célebre frase, encontrada em seu diário nos inspira a entregar sem reservas a nossas vidas nas mãos do Mestre: "Aquele que dá o que não pode manter, para ganhar o que não pode perder, não é um tolo".
(i) A proposta temática do evangelho de Marcos era justamente dar aos cristãos perseguidos um estimulo para persistirem, independentemente das pressões recebidas.
Propósito: Embora Mateus tenha sido escrito principalmente para seus irmãos judeus, o Evangelho de Marcos parece ser direcionado aos crentes romanos, particularmente os gentios. Marcos escreveu como um pastor para os cristãos que já tinham ouvido e acreditado no Evangelho (Romanos 1:8). Ele desejava que eles tivessem uma narrativa biográfica de Jesus Cristo como Servo do Senhor e Salvador do mundo a fim de fortalecer a sua fé diante da perseguição severa e ensinar-lhes o que significava ser Seus discípulos.
Leia mais:http://www.gotquestions.org/Portugues/Evangelho-de-Marcos.html#ixzz3KlP44Mhk
(j) O discipulado é o caminho da cruz.
Hernandes Dias Lopes:
Ser discípulo não é ser um admirador de Cristo, mas um seguidor. Um discípulo segue as pegadas de Cristo. Assim como Cristo escolheu o caminho da cruz, o discípulo precisa seguir a Cristo não para o sucesso, mas para o calvário. Não há coroa sem cruz, nem céu sem renúncia.
Lucas 9:23
23 - E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.
(k) Repare aqui na ênfase: “por amor de mim e do evangelho”. A preeminência de Jesus em relação ao seu evangelho. Quem ele é precede o que ele fez. Não há distinções da identidade e missão de Jesus.
2. O discipulado é reafirmação da nossa identidade. (vv. 36,37)
(a) Há quem se preocupe excessivamente em “ganhar o mundo” e esquece-se de sua “alma”.
(b) O homem tem buscado nas riquezas e prazeres terrenos a realização de seus sonhos e ideias de vida. O autor de Eclesiastes, porém, tem razão: “tudo é vaidade”.
A mensagem:
Qual é a vantagem de conquistar tudo que se deseja e perder a si mesmo? O que vocês teriam para dar em troca da própria alma?
Strong:
ψυχη psuche de 5594; TDNT- 9:608,1342; n f 1) respiração 1a) fôlego da vida 1a1) força vital que anima o corpo e é reconhecida pela respiração 1a1a) de animais 1a1b) de pessoas 1b) vida 1c) aquilo no qual há vida 1c1) ser vivo, alma vivente 2) alma 2a) o lugar dos sentimentos, desejos, afeições, aversões (nosso coração, alma etc.) 2b) a alma (humana) na medida em que é constituída por Deus; pelo uso correto da ajuda oferecida por Deus, pode alcançar seu o seu mais alto fim e eterna e segura bem- aventurança. A alma considerada como um ser moral designado para vida eterna 2c) a alma como uma essência que difere do corpo e não é dissolvida pela morte (distinta de outras partes do corpo).
(c) Alma aqui tem a ver com “identidade, personalidade, individualidade”.
C. S. Lewis: somente quando me volto para Cristo, quando me rendo a personalidade dele, é que finalmente começo a ter uma personalidade inteiramente minha (...) (A despeito disso), não se deve ir a Cristo por causa de (um novo ser). Enquanto sua preocupação for apenas a sua própria personalidade você não irá a Cristo, em absoluto.
(d) Temos de cuidar para não errarmos o caminho!
William Hendriksen: Jesus desafia cada pessoa em sua audiência a não seguir o caminho errado- o caminho de olhar só para dentro de si, numa tentativa de agarrar-se aos “tesouros” da terra.
(e) Uma triste constatação:
Há pessoas que já tentaram dar tudo o que tinham para fazer o tempo correr mais lentamente para poder recuperar as coisas que se perdem com o avançar dos dias. Mas, isso é impossível.
2. O discipulado é confiar em valores eternos. (v. 38)
(a) Jesus coloca a sua audiência em um grupo muito específico: “geração adúltera e pecadora”.
(b) Agora, temos a exortação que o discípulo não pode ignorar, sob pena de perder a significância da vida: sua postura em relação ao Mestre Jesus:
BLH:
38 Portanto, se nesta época de incredulidade e maldade alguém tiver vergonha de mim e dos meus ensinamentos, então o Filho do Homem, quando vier na glória do seu Pai com os santos anjos, também terá vergonha dessa pessoa.
(c) O que seria se envergonhar de Jesus e de seu ensino? (mais uma vez o ser precede ao fazer):
Temos de reparar no contexto, onde Jesus recriminou a incredulidade dos seus opositores e imaturidade dos seus discípulos várias vezes. Para William Hendriksen envergonhar-se de Cristo significa ser tão orgulhoso a ponto de não desejar ter nada com ele.
(d) Jesus aqui aponta para os “últimos dias”: “quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos”.
Havia uma forte expectativa messiânica nessas palavras: Jesus era o Messias que havia de vir, e isso tem implicações fortíssimas na mente judaica daqueles dias.
http://solascriptura-tt.org/Cristologia/RazoesCrerJesusMessiasDeIsrael-DHunt.htm
Obviamente teria sido ridículo que Jesus se deixasse crucificar, a fim de convencer um pequeno bando de seguidores incultos e ineptos de que Ele era o Cristo. De fato, nem seus discípulos nem qualquer outro judeu, inclusive João Batista, poderia crer (embora as provas fossem claras, conforme Cristo sempre explicou) que o Messias seria crucificado. Pelo contrário sua morte até pareceu uma prova de que Ele não era o Messias, cumprindo, assim, as profecias referentes à sua crucificação, ao pé da letra, como Ele o fez, não sendo esse o meio de adicionar o que se seguiria. De fato, a morte de Cristo em cumprimento da Sagrada Escritura foi para pagar a penalidade dos nossos pecados.
A profecias referentes à sua morte (Salmo 22:16; Isaías 53:5; 8:10; Zacarias 12:10, etc.) eram evitadas pelos judeus como mistérios impenetráveis, pois pareciam totalmente acidentais em relação a outras profecias declarando claramente que o Messias subiria ao trono de Davi e governaria um reino magnífico. Como poderia o Messias estabelecer um reino de paz sem fim (Isaías 9:7) e ainda ser rejeitado e crucificado pelo seu próprio povo? Parecia impossível. E mesmo quando Jesus explicou esse fato ao correr do tempo, ninguém conseguiu entendê-lo. Mas haveria a ressurreição para abrir os olhos deles.
(c) De fato:
William Barclay: o que importa é como aparecerá aos olhos de Deus o balanço da nossa vida. Até porque, depois de tudo, Deus é o auditor que, ao final, devemos enfrentar.
3. Outras aplicações:
(a) O discípulo de Jesus realmente não tem escolha: ele deve abandonar outras lealdades, para se apegar somente ao seu Mestre.
Lucas 14:26-27
26 - Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
27 - E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.
(b) E o interessante é que, quem abandona (“ama menos”) seus familiares diretos, acaba recebendo sua recompensa nesta vida.
Lucas 18:28-30
28 - E disse Pedro: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos.
29 - E ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus,
30 - Que não haja de receber muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna.
(c) Quem busca centralizar sua vida no seu “eu” acaba perdendo-se a si mesmo, a sua “alma”. Talvez esse seja o espelho de nossa sociedade cada vez mais tecnológica e com relacionamentos descartáveis e superficiais.
(d) Tudo que você tem é do Senhor Jesus. Tome nota disso: nada que você chama de “seu” é realmente seu.
Juan Carlos Ortiz: Nós erramos muito no passado, por termos deixado de pregar a mensagem completa. Nós dissemos aos homens que tudo que pertence a Jesus passa a ser deles, mas esquecemos de mencionar que tudo que temos se torna do Senhor. E, se não fizermos isto, não existe senhorio.
(e) Chegará um tempo em que suas decisões arriscadas em prol do evangelho de Jesus surtirão o efeito que você tanto espera, e assim, sim “irá valer a pena”.
Romanos 1:16
16 - Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.
Ilustr.
Um pobre, mas fiel cristão francês, comentou com seu conselheiro espiritual, com muita preocupação no coração: "Eu creio muito em Deus, porém, às vezes, eu me sinto fraco e cheio de dúvidas, embora tente manter minha vida cristã o mais fiel possível neste mundo. Estou certo de que Deus não está contente comigo. Eu luto para superar minhas incertezas, mas nem sempre consigo". O conselheiro, com muito amor, falou a ele: "O Rei da França tem dois castelos, em diferentes áreas, e envia um chefe para cada um deles. O castelo de Mantleberry encontra-se em um local distante, longe de perigo, mas o castelo de La Rochelle está na costa, onde está sujeito a constantes ataques. Agora, qual dos dois chefes você acredita que esteja em posição mais elevada no conceito do Rei -- o chefe de La Rochelle ou o de Mantleberry?" "Sem dúvida", disse o homem pobre, "o Rei estima mais o que tem a tarefa mais dura e enfrenta os maiores perigos". "Você está certo", respondeu seu conselheiro, "E agora aplique esse conceito ao seu caso e ao meu."
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