A MALIGNIDADE DO PECADO - Pág. 23-30

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Câncer! Uma palavra temida, uma palavra que geralmente evoca desespero e, muitas vezes, até desesperança.
Outro termo para câncer é malignidade. Na medicina, malignidade descreve um tumor que tem potencial ilimitado de crescimento e que invade os tecidos vizinhos atingindo outras áreas do corpo por metástase. Se for deixada à vontade, a malignidade se infiltra e avança pelo corpo todo e, por fim, causa a morte. É fácil entender por que câncer e malignidade são palavras que causam pavor.
1. Pecado é espiritualidade espiritual e moral. Se for deixado à vontade, acaba se espalhando por todo o nosso ser, contaminando cada área de nossa vida.
1.1. O que é ainda pior é que geralmente atinge por “metástase” a vida dos cristãos ao nosso redor. Ninguém é uma ilha espiritual ou social. Nossas atitudes, palavra e ações, até os pensamentos jamais verbalizados, costumam afetar as pessoas que nos cercam. Paulo deveria estar pensando nisso ao escrever Efésios 4:29
1.2. De modo geral, nossa conversa, seja sobre outros ou com outros, destrói ou edifica. Corrompe as mentes dos ouvintes ou, então, as agracia. Esse é o poder das nossas palavras. Quando fofoco, destruo outra pessoa e perverto a mente do meu ouvinte. Quando reclamo sobre as circunstâncias difíceis da vida e contesto a soberania e bondade de Deus, instigo meu ouvinte a agir do mesmo modo. Dessa forma, meu pecado entra no coração dos outros por “metástase”.
2. Pecado, no entanto, é muito mais que atitudes erradas, palavras grosseiras ou maus pensamentos que nunca expressamos. Pecado é um princípio ou força moral em nosso coração, em nosso íntimo.
2.1. Nossos pensamentos, palavras e comportamentos pecaminosos são simples expressões da lei do pecado que reside em nós, mesmo naqueles cujos corações foram transformados. O Apóstolo Paulo chama essa lei de carne ou natureza humana. Essa lei, chamada carne, é tão real que algumas vezes Paulo a personifica. Romanos 7:8-11; Gálatas 5:17
2.2. Agora, eis aqui a verdade nua e crua que precisamos aplicar aos nossos corações. Apesar de nossos corações terem sido transformados, termos sido libertos do domínio absoluto do pecado, e o Espírito Santo de Deus habitar em nossos corpos, essa lei do pecado continua espreitando nosso íntimo e guerreando contra nossas almas.
2.3. Quando deixamos de reconhecer essa verdade estarrecedora, providenciamos solo fértil para que nossos pecados “intocáveis” ou “aceitáveis” cresçam e floresçam.
2.4. Nós, os cristãos, costumamos usar a cultura moral do meio em que vivemos para avaliar nosso caráter e conduta. Como nosso padrão moral normalmente é mais alto do que o da sociedade em geral, é fácil nos sentirmos orgulhosos de nós mesmos e pressupormos que Deus sente a mesma coisa. Assim, deixamos de considerar a realidade do pecado que continua habitando em nós.
2.5. Uma das verdades sobre o câncer é que ele pode, muitas vezes, passar despercebido até atingir um estado crítico ou terminal. Na verdade, a palavra pérfido é um termo moral que pode ser usado para descrever como o câncer normalmente age. Ele dá a impressão de que foi vencido; mas, de repente, surge em outro lugar do corpo.
3. O modo como o câncer age é uma boa analogia de como o pecado, especialmente o pecado considerado aceitável ou discreto, opera em nossas vidas.
3.1. Outro termo bem descritivo é pecado sutis. A palavra sutil tem uma variedade de significados, alguns positivos, como “as nuances sutis de azul em um quadro”. Mas normalmente o termo tem uma conotação bastante negativa que se aplica a astuto, ardiloso ou traiçoeiro.
3.2. É esse o sentido da palavra no caso de pecados sutis. Os pecados aceitáveis são sutis porque nos enganam e nos levam a pensar que não são tão maus assim ou simplesmente que não são pecados, ou – pior ainda – porque nos induzem a não pensar neles de modo nenhum!
3.3. A verdade é que alguns de nossos pecados requintados são tão sutis que os cometemos sem pensar, seja no momento, seja depois. Geralmente vivemos em estado de negação inconsciente de nossos pecados “aceitáveis”.
4. Até certo ponto, nós cristãos de hoje somos influenciados pela filosofia do “sinta-se bem com você mesmo”. Em contraste, os cristãos puritanos do século XVII tinham uma visão diferente deles próprios. Temiam a realidade do pecado que ainda habitava neles.
4.1. Todos aqueles pastores viam o pecado exatamente como ele é : uma força diabólica dentro de nós. Ralph Venning, autor de A pecaminosidade do pecado, descreve o pecado em palavras bem vívidas ( no sentido negativo). Em apenas algumas páginas, ele afirma que o pecado é vil, feio, odioso, maligno, pestilento, nocivo, hediondo, vingativo, venenoso, virulento, bandido, abominável e mortal.
4.2. Gaste alguns minutos analisando esses adjetivos para sentir o impacto total deles. Essas palavras não descrevem somente os pecados escandalosos da sociedade, mas também os pecados “intocáveis” que toleramos em nossas vidas. Pense em pecados tais como impaciência, orgulho, ressentimento, irritação e autocomiseração.
4.3. Têm cara de odiosos ou nocivos? E de fato são. Tolerar esses pecados em nossa vida espiritual é tão perigoso quanto tolerar um câncer em nosso corpo. Os “pecadinhos” acabam levando a pecados mais graves. Olhares cobiçosos geralmente levam ao vício da pornografia e, talvez, ao adultério. O assassinato quase sempre tem sua raiz no rancor, que se transforma em amargura, depois em ódio e, finalmente, em morte.
5. Até aqui, vimos o efeito do pecado em nossa vida. Observamos sua direção maligna em nossa vida e na vida das pessoas que nos cercam. No entanto, a questão mais importante é como o nosso pecado atinge o coração de Deus.
5.1. Alguém descreveu o pecado como traição cósmica. Se a descrição parece exagero, saiba que na Bíblia a palavra transgressão, como usada em Levítico 16:21, tem o sentido verdadeiro de rebeldia contra autoridade – nesse caso, a autoridade de Deus. Quando guardo ressentimento de alguém em vez de perdoar de todo coração, estou me rebelando contra Deus.
5.2. Em Isaías 6:1-8, o profeta recebe uma visão de Deus em sua majestade absoluta. Qualquer judeu entenderia que as três repetições da palavra santo exprimem o maior grau possível de santidade. Ou seja, Deus é infinitamente santo. Mas o que significa isso?
O termo santo, quando usado em relação a Deus, refere-se à sua infinita e transcendente majestade. Fala de seu reinado absoluto sobre toda a criação.
Assim, quando pecamos, quando infringimos de algum modo a lei de Deus, por menor que seja a infração aos nossos olhos, estamos nos rebelando contra a autoridade soberana e a majestade transcendente de Deus.
Falando francamente, nosso pecado é um ataque à majestade e ao governo soberano de Deus. É, sim, uma traição cósmica.
6. Você se lembra do adultério de Davi com Bate-Seba e de como o rei tramou a morte do marido dela, Urias, para encobrir o caso? II Samuel 12: 9,10
6.1. Observe o uso da palavra desprezaste nos versículos 9 e 10. No primeiro, Davi despreza a palavra (a lei) do Senhor. No segundo, Deus, falando por meio de Natã, o acusa: “Você me desprezou”. Vemos, então, que pecar é desprezar ao próprio Deus.
6.2. Portanto, quando mergulho em qualquer pecado que considero aceitável, não estou eu desprezando somente a lei de Deus; estou desprezando também o próprio Deus. Pense nisso da próxima vez que for abrir a boca para criticar ou massacrar alguém.
7. Ao expor o pecado em nossos relacionamentos, Paulo é claro: Efésios 4:25-32
7.1. Quando entendemos que nosso pecado é rebeldia contra a autoridade soberana de Deus e menosprezo à sua lei e à sua pessoa, reconhecemos que o Senhor tem direito de governar e julgar.
7.2. No entanto, quando reconhecemos que nosso pecado ofende o Espírito Santo – ou seja, ofende a Deus - , reconhecemos que Deus é nosso redentor e Pai. Nosso pecado magoa nosso Pai celeste.
7.3. Além de magoarmos nosso Pai celeste com nosso pecado, também abusamos de sua graça. Paulo afirmou que Deus nos perdoa segundo a riqueza da sua graça. Efésios 1:7
Mas o pecado, na sutileza de sua enganação, cochicha em nossos ouvidos que as palavras grosseiras e os ressentimentos não importam, pois Deus já os perdoou.
8. Deveríamos abusar da graça de Deus e, assim, tolerar em nossa vida o pecado que pregou Cristo na cruz? Observe bem que cada um de nossos pensamentos, palavras e atitudes é realizado na presença de Deus. Salmo 139:1-4
8.1. Isso significa que toda a nossa rebeldia, todo o nosso desprezo por Deus e sua lei, toda a mágoa que causamos ao Espírito Santo, todo pouco caso com a graça divina, e todo o nosso pecado acontecem abertamente na presença de Deus. É como se estivéssemos encenando o nosso pecado diante de Deus enquanto ele assiste a tudo do seu trono real.
8.2. Não importa se nosso pecado é escandaloso ou intocável, todo nosso pecado é pecador, somente pecador e totalmente pecador. Se é pequeno ou grande aos nossos olhos, é hediondo aos olhos de Deus. Deus perdoa nosso pecado porque Cristo derramou seu sangue, mas ele não o tolera.
8.3. Pelo contrário, cada pecado que cometemos, até o mais sutil, aquele em que nem pensamos, foi colocado sobre Jesus quando ele recebeu o castigo de Deus em nosso lugar. E aqui reside a malignidade do pecado. Cristo sofreu por causa de nossos pecados.
CONCLUSÃO:
Essa é, então, a má notícia sobre o nosso pecado; e, como você viu, ele é muito, muito ruim mesmo. Qual é a sua reação diante disso?
É redirecionar essa notícia para as pessoas que você julga que são pecadoras?
É pensar em como seria bom que determinada pessoa lesse esse capítulo?
Ou essa visão de nosso pecado faz com que você queira cair de joelhos perante Deus em arrependimento e contrição pelos pecados que tem tolerado em sua vida?
Se essa última atitude é o seu desejo, então você está pronto para a boa notícia, e ela é muito, muito boa mesmo.
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