A centralidade da cruz de Cristo na pregação
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texto: 1Co 1.17,18
texto: 1Co 1.17,18
17 Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo.
18 Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.
Introdução: A centralidade de Cristo. É impossível dar sentido a qualquer texto do Novo Testamento sem referência a Jesus. A Igreja primitiva era unanimemente cristocêntrica em sua mensagem. O conteúdo da sua proclamação era, nada mais nada menos, do que a pessoa de Cristo. As comunidades cristãs empregavam todos os meios culturais e intelectuais para comunicar a importância da vida, da morte e da ressurreição de Cristo. A sua mensagem era a mensagem da Cruz, a mensagem de Cristo crucificado. Era isto que os cristãos lembram liturgicamente por meio da celebração da ceia do Senhor, pois, na cruz, Deus havia providenciado a salvação do mundo.
A cruz de Cristo é sublimemente simples — adorná-la é desonrá-la. Não existe nenhuma declaração debaixo do céu mais musical do que esta: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões”.
A doutrina de que Deus desceu à Terra em natureza humana — e nessa natureza levou os nossos pecados, as nossas dores e fez expiação por nossas transgressões através da Sua morte na cruz — é, em si, poesia inigualável, a perfeição de tudo o que é enobrecedor em pensamento e credo! No entanto, a tentativa é feita para adornar o evangelho como se ele precisasse de algo para recomendá-lo à compreensão e ao coração.
Essa não é a noção de Paulo! Ele fala da cruz de Cristo como sendo, ela mesma, o poder de Deus e diz que deve ser pregada “não em sabedoria de palavras”, para que o poder não seja atribuído à referida sabedoria de palavras e a cruz de Cristo seja considerada como não tendo poder independente, ou, em outras palavras, ineficaz! Assim, Paulo não degradaria a cruz nem por um momento e, portanto, embora qualificado para disputar com eruditos e filósofos, desprezou o deslumbramento de argumentos e sofismas. E, embora ele pudesse falar com magistral energia — que suas epístolas sejam testemunhas disso — ainda assim, ele usou grande clareza de discurso, para que a força de seu ensinamento pudesse se apoiar na própria doutrina, e não em sua linguagem, estilo ou pregação.
v.17- A tarefa de pregar o evangelho
Paulo tinha de usar todo o seu tempo e talento para pregar a Palavra e, por isso, deixava primariamente a outros a tarefa de batizar.
Método. “Não com sabedoria de palavras.
Nesse versículo, a expressão sabedoria de palavras descreve o método de um orador grego discursar com eloquência. Na retórica grega, os oradores esmeravam-se na apresentação de argumentos filosóficos para defender um determinado ponto de vista. Paulo não se identifica com esse procedimento, pois ele proclama a mensagem da cruz em termos simples.
“[Para] que a cruz de Cristo não seja anulada.”
Quando proclamava a mensagem da morte de Cristo na cruz do Calvário, Paulo sofreu o escárnio do mundo greco-romano. Esse mundo rejeitou a mensagem de uma morte ingnominiosa na cruz.
Os coríntios sabiam que Paulo tinha pregado o evangelho da morte de Cristo sem recorrer à oratória ou à sabedoria humana (ver 2.1). Em humildade, ele os tinha chamado ao arrependimento e fé em Jesus Cristo. Havia indicado a vergonhosa cruz de Cristo pela qual eles foram salvos do pecado e da morte.
“A PALAVRA DA CRUZ”.
A cruz tem um ensinamento ou palavra uniforme. Devemos sempre pregar a palavra da cruz e a cruz não tem muitas palavras, mas apenas uma. Não há dois evangelhos nem dois deuses — não há duas expiações nem dois salvadores. Há apenas um evangelho como há um só Deus, e há apenas uma expiação como há um Salvador. Outros evangelhos não são tolerados entre cristãos sinceros. O que o apóstolo diz? “Se nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregar evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja ele anátema”. Ele não tem mais tolerância do que isso com ele, pois Paulo amava a alma dos homens, e tolerar veneno espiritual é auxiliar e cooperar com assassinato de almas! Não há evangelho debaixo do Céu a não ser o evangelho de Jesus Cristo!
“Que a cruz fale por si”. Essa deve ser a nossa pregação! Ordenamos que o raciocínio e a especulação segurem a língua para que a própria cruz possa falar! Deixamos que a cruz profira a sua própria palavra. Primeiro, ela clama que Deus deve ser justo. A terrível voz da justiça, em sua certeza e severidade, ecoa através do mundo nos suspiros, gritos e gemidos de morte do Filho do Altíssimo! Jesus levou o pecado do homem sobre si mesmo e deve morrer por ele, pois onde quer que o pecado esteja, Deus deve exterminá-lo! O Juiz de toda a Terra deve fazer o certo e é certo que o pecado implique sofrimento! A justiça suprema deve visitar a iniquidade com morte e, portanto, Jesus na cruz, embora completamente inocente e indescritivelmente amável, deve morrer a morte — abandonado por seu Pai, porque a iniquidade de todos nós foi colocada sobre Ele.
A palavra da cruz, uma vez que é a Palavra expressa de Deus, permanece para sempre! Gerações de homens vêm e vão como o crescimento anual da erva do campo, mas a palavra do Cordeiro permanece eternamente a mesma em todos os lugares, a mesma para todas as nacionalidades, a mesma para todo temperamento e tipo de mente!
é loucura para os que se perdem. Eles chamam a doutrina da expiação de “loucura”. Inúmeros homens chamam a doutrina da salvação pelo sangue de Cristo de “loucura”. É seguramente a sabedoria de Deus e o poder de Deus, mas eles se apegam à primeira afirmação e não reconhecem a sabedoria do maravilhoso plano. Portanto, não é de se admirar que eles nunca sentem o seu poder!
A doutrina da cruz não é uma especulação, mas uma Revelação divina — e, por essa razão, os eruditos não podem suportá-la. É Deus dizendo aos homens algo que eles não poderiam saber de outra forma! E isso não se adéqua aos profundos pensadores que não podem suportar que lhes digam alguma coisa, mas devem pensar em tudo, evoluindo a partir de sua consciência interior, ou das profundezas de suas vastas mentes. Bem, visto que do interior do homem não pode sair coisa alguma que não esteja nele, e como o amor supremo de Deus nunca esteve em algo tão desagradável quanto um homem não regenerado, acontece que a doutrina da expiação não se originou no homem, mas foi ensinada a ele por Deus às portas do Éden.
Esses homens chamam de loucura o evangelho, porque zelam pela oportunidade de ganho pessoal e cuidam mais do corpo do que da alma
Aqueles que não creem em Jesus estão à deriva em direção a uma firme eternidade de miséria! Estão perecendo diariamente e, ainda, enquanto perecem, condenam os meios de salvamento!
mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.
O que eles dizem sobre a cruz? Eles a chamam de poder, o poder de Deus! Quanto mais estudamos o evangelho, mais ficamos surpresos com a exibição singular de sabedoria que ele contém
Homens e mulheres são totalmente transformados, e toda a sua maneira de viver fica alterada. É inútil negar o fato, pois os exemplos surgem diante de nós todos os dias! Incrédulos se tornam devotos, imorais se tornam puros, desonestos se tornam honestos, blasfemos se tornam graciosos, e lascivos se tornam santos! Os maus caminhos são de repente abandonados e penitentes se esforçam em busca da virtude. Vemos + pessoas em todos os níveis da sociedade submetidas a uma transformação radical — pessoas autossuficientes sentem-se humilhadas pela descoberta de sua indignidade, e outras, que estavam mergulhadas em imoralidade, renunciam seus prazeres viciosos e buscam a felicidade no servir a Deus. Como você explica isso? Nós, que somos os objetos de tal transformação explicamos desta forma: é obra da doutrina da cruz, e o poder que realiza a transformação é o poder de Deus! Nenhuma força inferior à divina poderia ter operado tão grande transformação. A palavra da cruz nos livrou do amor ao pecado; nenhum pecado agora nos domina — quebramos todos os vínculos com os hábitos perversos.