QUEM É JESUS?
Jesus está em Cesareia de Filipe. Essa cidade ficava nas encostas do monte Hermom, a cerca de quarenta quilômetros ao norte do mar da Galileia e a 190 quilômetros de Jerusalém. Essa era uma região sob forte influência de várias religiões: havia sido o centro do culto a Baal; possuía templos do deus grego Pan; e Herodes, o Grande, havia construído ali um templo em homenagem a César Augusto. É em meio a essas superstições pagãs, onde eles também estavam livres da interferência de Herodes Antipas, que Jesus buscou adequada oportunidade para obter de seus discípulos resposta a duas perguntas: Que opiniões o povo em geral tinha dele? E quem os discípulos pensavam que ele realmente era?
Uma confusão (16.13,14)
A Galileia estava rodeada de povos pagãos e recebia muita influência grega. É nessa região que Jesus pergunta a seus discípulos: Quem diz o povo ser o filho do homem? (16.13). Mounce explica que o objetivo dessa pergunta não é simplesmente saber o que os outros estão dizendo, mas corrigir na mente dos discípulos qualquer má interpretação da missão de Jesus
A. T. Robertson quando ele diz que as multidões só o estavam seguindo superficialmente, e nutriam expectativas vagas acerca dele como um messias político
Uma revelação (16.15–17)
A pergunta de Jesus, agora, é endereçada aos próprios discípulos: Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? (16.15). Simão Pedro, o falante, não suportando que ninguém falasse em sua frente, respondeu pelo grupo: Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo. Pedro dá uma resposta lúcida, objetiva e verdadeira. Jesus é o Messias. Ele não é apenas um grande profeta, mas o próprio filho do Deus vivo. Jesus aceita a confissão como verdadeira e confirma, assim, a sua divindade.
Talvez Simão Pedro esperasse até mesmo um elogio de Jesus por uma declaração tão precisa acerca de sua natureza, mas Jesus declara: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Jesus deixa claro que Pedro só sabe quem ele é porque o Pai lhe revelara isso. Do contrário, como o povo, Pedro também estaria rendido à mais completa confusão. Só podemos conhecer Cristo por revelação divina, e não por investigação humana.
Uma declaração (16.18,19)
Jesus declara a Pedro sua vulnerabilidade, ou seja, ele é um fragmento de pedra, e ao mesmo tempo revela sua autossuficiência, apresentando a si mesmo como a rocha sobre a qual a igreja é estabelecida. Essa é a primeira ocorrência da palavra ekklesia, “igreja”, no Novo Testamento. Significa, literalmente, “uma assembleia convocada”. A palavra ocorre mais de cem vezes no Novo Testamento, pelo menos noventa vezes referindo-se à congregação local. No entanto, esse primeiro uso de ekklesia indica que Jesus tinha em mente a igreja como um todo, ou seja, a igreja universal, composta por todos aqueles que confessam a mesma fé declarada por Pedro.